Pepe Escobar: O clube contrarrevolucionário

Tempo de leitura: 7 min

por Pepe Escobar, Asia Times Online

Tradução do Coletivo Vila Vudu

É um cozidão[1] de monarquias hereditárias, emirados e completas teocracias. Muitos repousam sobre oceanos de petróleo (45% das reservas mundiais). Todos são viciados dependentes do glamour & purpurina do ocidente – de Londres a Monte Carlo, das deli Paris às armas deli da OTAN. Detestam democracia, como detestam pobreza. Muitos adorariam derrubar o próprio povo – ainda mais depressa do que já fazem, de fato. E, para todos eles, o Irã xiita é pior que o anti-Cristo.

Bem-vindos ao Conselho de Cooperação do Golfo [Gulf Cooperation Council (GCC)], formado em 1981 pela Arábia Saudita cão-alfa, mais os Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Bahrain e Omã. Denominação mais apropriada seria Conselho Contrarrevolucionário do Golfo – ou Clube. Um clube do Golfo para matar todos os clubes de golfos do mundo. No que tenha a ver com os membros do Conselho de Cooperação do Golfo, a grande revolta árabe de 2011 só triunfará se passar por cima dos cadáveres (riquíssimos) deles.

E por que eles têm tanta certeza? Porque dinastias republicanas, como na Tunísia ou no Egito, podem ser derrubadas; a Líbia pode ser bombardeada até ser devolvida à Idade da Pedra; a Síria pode ser ameaçada. Mas nada acontecerá ao GCC, porque o ocidente ilustrado – não Alá – é seu supremo guardião.

Campanha para novos sócios

É instrutivo observar que os mais de 3.000 ataques-bombardeios contra a Líbia desde que a OTAN assumiu a guerra dia 31 de março foram todos comandados por governos monárquicos (Grã-Bretanha, Dinamarca, Países Baixos, Noruega, Qatar e Emirados Árabes Unidos), além da França republicana e dos EUA (via AFRICOM).

Apenas poucas horas depois de o presidente dos EUA Barack Obama e o primeiro-ministro britânico David Cameron terem muito se divertido, em churrasco de festejar a relação essa semana, a OTAN já convertia 19 civis líbios em (francamente, lamento) churrasco, e entregava mal passados outros, no mínimo, 130. O Conselho de Cooperação do Golfo aplaudiu alegremente.

A União Europeia (UE) e o Conselho de Cooperação do Golfo divulgaram declaração conjunta para obrigar o coronel Muammar Gaddafi a ir-se, não antes de entregar o poder ao Conselho Nacional Líbio de Transição – o qual, como se sabe, é financiado e armado, precisamente, pela OTAN e pelo Conselho de Cooperação do Golfo.

Agora, o Conselho de Cooperação do Golfo declarou que adoraria que a Jordânia se reunisse ao Clube – e o convite vale também para o Marrocos. Quanto ao Iêmen, que anseia por tornar-se membro do Clube desde 1999… Nem pensar! O Iêmen não é monarquia, e se torna “instável” quando oprimido, toda aquela gente desobediente nas ruas, protestando. O melhor que o Conselho de Cooperação do Golfo pode fazer é fingir que opera a “mediação” até a consumação do que, de fato, é mudança de regime – com pleno apoio dos EUA e da União Europeia.

Exceto o minúsculo Omã, cujo sultão Qabus segue a escola ibadi, todos os membros do Conselho de Cooperação do Golfo são sunitas linha-dura. Há vários “conselheiros” jordanianos dentro da máquina de repressão saudita-bahraini.

Jordânia e Marrocos podem vir a tornar-se membros do Conselho de Cooperação do Golfo, não porque são monarquias – mas, sobretudo, porque odeiam o Irã mais que qualquer praga (apesar de não estarem localizados exatamente no Golfo Persa).

O rei de Playstation da Jordânia, digo, Abdullah II, inventou o tortuoso conceito de “crescente xiita”, faz tempo, em 2004: seria uma conspiração-golpe segundo a qual os xiitas do Irã e Iraque, até o Líbano e Síria, trabalhariam para dominar pela violência todo o Oriente Médio. O rei do Marrocos, Muhammad VI, por sua vez, rompeu relações diplomáticas com Teerã em 2009.

O principal momento de glória contrarrevolucionária do Conselho de Cooperação do Golfo, até agora, aconteceu menos de dois dias depois de o secretário de Defesa dos EUA ter deixado o Bahrain – quando a Arábia saudita, com pequena contribuição dos Emirados Árabes Unidos, invadiu o Bahrain para apoiar seus primos da dinastia sunita al-Khalifa, e contra a imensa maioria da população do Bahrain que protestava pacificamente. O secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo, Abdullatif al-Zayani, quem diria?, é bahraini aliado de al-Khalifa.

Não houve sanções nem dos EUA, nem da ONU, nem da União Europeia, muito menos foram ampliados os bombardeios pela OTAN, para “celebrar” essa invasão. Em vez disso, no início dessa semana, ministros das Relações Exteriores dos países da União Europeia lançaram novas sanções contra Belarus, Irã, Líbia e Síria. Não por acaso, todos esses países foram alvos de golpes para mudança de regime orquestrados por Washington desde os tempos dos neoconservadores.

Queremos jogar no campo de vocês

A OTAN neocolonial e o Conselho de Cooperação do Golfo monárquico/teocrático são casamento perfeito, celebrado no paraíso dos exércitos mercenários e fabricantes de armas. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo serão incorporados no sistema global do escudo antimísseis dos EUA. Logo chegará a hora de assinar aquele sumarento negócio de 60 bilhões de dólares com a Arábia Saudita – o maior em toda a história dos EUA.

Praticantes da idolatria pró-ocidente, os membros do Conselho de Cooperação do Golfo também querem divertir-se e ter parte ativa na agitação pós-moderna: a guerra neocolonial. Afinal a própria OTAN pode ser interpretada como exército mercenário profissional neocolonial, pronto a intervir em qualquer lugar, da Ásia Central à África do Norte.

Vejam  o Qatar. O Qatar foi o primeiro país que reconheceu aquela gangue, os “rebeldes” líbios; foi o primeiro membro do Conselho de Cooperação do Golfo a fornecer à OTAN jatos de combate Mirage, franceses, e os norte-americanos C-17 Globemasters; o Qatar instalou e pôs em operação a TV Ahrar por satélite, para o Conselho Nacional de Transição; o Qatar entregou-lhes dúzias de lança-mísseis MILAN; e, acima de tudo, o Qatar imediatamente passou a “supervisionar” o petróleo exportado da Cyrenaica.

A recompensa não demorou. Dia 14 de abril, Obama recebeu o emir do Qatar Sheikh Hamad bin Khalifa al-Thani na Casa Branca, e elogiou-o demoradamente pela “liderança” na promoção da “democracia no Oriente Médio” – referência ao papel do Qatar na Líbia.

Quanto a Salman al-Khalifa, o príncipe coroado do Bahrain, dia 19 de maio posou em toda sua glória para fotografias nos degraus de 10 Downing Street em Londres, ao lado do primeiro-ministro Cameron, provando assim que massacrar civis desarmados que protestem pacificamente e dar luz verde para que a Casa de Saud invada seu país são, definitivamente, ações muito boas para os negócios.

Mas em matéria de jogos mortais, ninguém bate os Emirados Árabes Unidos. O presidente Nicolas Sarkozy abriu a primeira base militar da França no Oriente Médio, em Abu Dhabi. Os Emirados Árabes Unidos forneceram jatos de combate à OTAN na Líbia. É nação que “fornece tropas” para a OTAN no Afeganistão. E os Emirados Árabes Unidos serão o primeiro, dentre os membros do Conselho de Cooperação do Golfo, e a primeira nação árabe, a enviar embaixador à OTAN, em Bruxelas.

Ao lado de Qatar, Kuwait e Bahrain, os Emirados Árabes Unidos são membro de uma das miríades de “parcerias” da OTAN – a parceria militar conhecida como Istanbul Cooperation Initiative. Tradução: a OTAN firma suas garras no Golfo Persa, posicionando-se para criar todo o inferno que se faça necessário, contra o Irã.

E há também a Cidade Militar de Zayed: é um campo de treinamento completamente murado, no deserto, onde treina um exército secreto de mercenários, a ser usado não só nos Emirados Árabes Unidos, mas em todo o Oriente Médio e Norte da África.

Cortem a cabeça deles!

Alimentar o ardente desejo do Conselho de Cooperação do Golfo de terceirizar a guerra – esse é o serviço que está sendo fornecido a altos preços por Erik Prince, ex-SEAL da Marinha dos EUA e ex-presidente das empresas Blackwater (em 2009, o nome da empresa foi mudado, de Blackwater, para Xe Services.)

Foi em Abu Dhabi que Prince – através de uma empresa de joint venture chamada Reflex Responses – assinou um primeiro contrato de $529 milhões, dia 13/7/2010, para fornecer seus serviços ao Xeique Mohamed bin Zayed al-Nahyan, “o progressista”. A ideia foi de Zayed.

O New York Times mostrou, em matéria publicada dia 14/5 [na Internet e dia 15/5, p. 1, na edição impressa, emhttp://www.nytimes.com/2011/05/15/world/middleeast/15prince.html], que colombianos entram nos Emirados Árabes Unidos como se fossem operários da construção civil, com vistos especiais emitidos pelos serviços de inteligência dos Emirados Árabes Unidos, de modo que não tenham dificuldades com os agentes da imigração e aduana. Sim, sim, Prince quer batalhões de mercenários colombianos e de outros países da América Central. Não quer recrutar muçulmanos para matar os próprios primos e, depois, ter de lidar com unidades ‘pouco produtivas’.

O jornal, pelo menos, disse que Prince “espera construir um império no deserto, longe de tribunais, advogados, comissões de investigação do Congresso e agentes do Departamento de Justiça”. A agenda do exército mercenário informa tudo que é preciso saber: atuarão em operações especiais dentro e fora dos Emirados Árabes Unidos; em “combate urbano”; para defender e preservar “reservas de materiais nucleares e radiativos”; em “missões humanitárias” (?); na defesa de oleodutos e torres-prédios de vidro, contra “ataques terroristas”; e, a mais importante de todas as missões: em “operações de controle de multidões”, em casos em que a multidão “não porta armas de fogo, mas gera riscos, porque porta armas improvisadas (bastões e pedras)”.

Aí está, todo o plano: repressão interna em todos os países do Golfo Persa e, também, contra os campos de trabalho sempre crescentes, onde vivem dezenas de milhares de trabalhadores do sul da Ásia; ou, também, no caso de os cidadãos dos Emirados Árabes Unidos serem contagiados pela febre pró-democracia dos bahrainis. A desculpa para todas essas operações não poderia ser menos original: o bicho-papão, digo, a “agressão” iraniana.

Prince sempre quis fazer da Blackwater um exército mercenário, a ser alugado para atuar em qualquer lugar da África, Ásia e Oriente Médio. Queria até que a CIA-EUA o contratasse para operações especiais globais – antes de a CIA preferir entregar o trabalho duro aos aviões-robôs tripulados à distância, que são método mais economicamente efetivo. Agora, Prince encontrou um xeique rico – fã do Pentágono e favorável a bombardear o Irã – para bancar sua “visão”.

O primeiro batalhão reúne 580 mercenários. Os homens de Zayed prometeram que, se os mercenários passarem pelo exame final em “missão no mundo real”, o Emirado pagará a Prince para que organize brigada de vários milhares de mercenários, coisa de bilhões de dólares. Prince então poderá realizar o sonho de ter um campo de treinamento de mercenários no deserto, modelado segundo o complexo que a Blackwater mantinha em Moyock, North Carolina.

Assim sendo, devem-se esperar outros eventos do tipo “A Casa de Saud detona o Bahrain”. Com mercenários para matar paquistaneses, nepalenses, bangladeshianos e filipinos que queiram melhores condições de trabalho nos Emirados Árabes Unidos.

Ou esperem-se operações clandestinas no Egito e Tunísia, para garantir que os próximos governos a serem eleitos mantenham-se firmemente aliados aos EUA e à União Europeia. Ou haverá coturnos no solo na Líbia, para “oferecer ajuda humanitária aos civis” (epa! Isso foi há dois meses. Agora, até Obama já fala abertamente sobre “mudança de regime”).

Seja como for, todas as “instalações de petróleo” têm de continuar em mãos confiáveis (das multinacionais dos EUA e países da União Europeia, nunca em mãos de multinacionais russas, nem indianas nem chinesas). E o círculo interno das relações de Gaddafi tem de ser “neutralizado”. E a Líbia tem de ser contida, segundo a velha sabedoria imperial que manda dividir para governar.

E quando a coisa ficar realmente feia, você telefonará para quem? Ora! Para a Xe Services, sem dúvida, em busca de “soluções inovadoras”, trazidas até vocês sob o alto patrocínio do Xeique Zayed. Não surpreende que o Clube do Conselho de Cooperação do Golfo seja o assunto da hora (contrarrevolucionária).

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[1] No original “shish kebab”: cozido de várias carnes, típico na Pérsia, mas conhecido, com variações em todo o Oriente Médio e, hoje em todo o mundo. O kebab tradicional é feito com diferentes carnes de carneiro, cozidas em pedaços e servidas com molho, ou no pão [NTs, com informações de http://en.wikipedia.org/wiki/Kebab].


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Comentários

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HMS TIRELESS

Li o texto de Pepe Escobar apenas para constatar que o mesmo se afunda cada vez mais na própria hipocrisia. Ele é virulento ao criticar as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico mas simplesmente não escreve uma linha sobre a brutal repressão que o ditador – eunuco Bachar Al Assad desencadeia em ciam dos cidadãos que pugnam por mais democracia. Quanto ao regime fascista iraniano, ele nem precisa escrever uma linha para ficar demonstrado o quão apaixonado é pelo regime teocrático medieval de Teerã e seu presidente-herdeiro ideológico de Hitler

damastor dagobé

nao tem muito de inocencia e ingenuidade essa inacansavel busca de algum tipo de heroi para quem torcer?

Regina Braga

E chamamos o Osama de terrorista?

FrancoAtirador

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A CORPORAÇÃO

[youtube UKBnqJniVyg http://www.youtube.com/watch?v=UKBnqJniVyg youtube]

ZePovinho

A mídia corporativa se esgoela de mostrar o general Ratko Mladic como um carniceiro que mandou eliminar centenas de pessoas na guerra da Iugoslávia nos anos 90.Enquanto isso,os bandidos que comandam o Kosovo(a elite dirigente do país está envolvida com tráfico de armas,crianças,prostitutas e órgãos humanos) seguem fornecendo todo tipo de coisa suja para a Europa porque os EUA permitem pois precisam manter a Base Camp Bondsteel por lá(a maior do mundo) no grande jogo contra a Rússia e a China.
Vocês já ouviram falar em Paul Kagamé???Pois é…ele é o garoto dos EUA que estava por trás do genocídio de Ruanda em 1994(800 MIL MORTOS): http://www.voltairenet.org/article168217.html

Elucidar el genocidio de Ruanda en 1994
Paul Kagamé: «Our Kind of Guy»
por Edward S. Herman*, David Peterson*

¿Será posible que no hayamos entendido nada de las masacres que ensangrentaron Ruanda? Para Edward S. Herman y David Peterson no se trato allí de un genocidio cometido contra los tutsis por el Hutu Power, sino de una guerra secreta de Estados Unidos que costó la vida tanto a hutus como a tutsis. Como eje de ese sangriento juego aparece el impenetrable Paul Kagamé.

    emilio gf

    Excelentes informações! Salvou esta tarde modorrenta de sábado.

Marat

É por essas e outras que eu vibro, pelo icaualties, a cada cão ocidental morto no Afeganistão!!!

Bernardino

Ô sr Paulo ele definiu bem o jogo anglo sionista,você nao entendeu.EUA e alliados europeus e árabes querem mante a hegemonia economica e politica,porem a grande CHINA chegou pra arrebentar o ocidente e tio sam esta a ver navios.É o desespero da perda do mando.O bandido EUA encurralado pelos sabios e guerreiros chineses,hoje com dinheiro,armas e um progresso que mete medo.A CHINA liderará os BRICS
Agora mesmo o Paquistao pediu a China para fazer uma base militar e naval em seu territorio,VINGANÇA ao OSAMA?A ánalise do ESCOBAR é perfeita.Quem tem armas nucleares os bandidos EUA e Europa(OTAN) nao encostarão,infelizmente o Brasil nao tem,devido a mediocridade de suas Forças armadas e por isso estamos ferrados !!

FrancoAtirador

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Um dia, alguém disse que o poder corrompe.

Mas não.

Alguns homens é que se corrompem pelo dinheiro que lhes dá poder.
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ZePovinho

Talvez estejamos diante de uma Nova Santa Aliança.O tratamento que os jovens receberam na Puerta del Sol,ao ser expulsos na base da pancada,pode nos servir como exemplo.
O Ato Patriota foi renovado até 2015.Estão tirando nossos direitos civis,o governo que nós elegemos não governa.Fiquemos atentos que a direita não vai largar a rapadura sem antes dar muita botinada nas nossas canelas:
http://pedroayres.blogspot.com/2011/05/congreso-d

Congreso de EE.UU. prorroga ley contra el terrorismo

El Congreso extendió la legislación hasta el 2015

El Congreso de Estados Unidos (EE.UU.) aprobó en la noche de este jueves la extensión de la ley Patriot Act (Ley Patriota) hasta junio de 2015. La normativa, vigente tras los atentados del 11 de septiembre del 2001, tuvo oposición de los demócratas debido a que permite violar la privacidad de ciudadanos que parezcan "sospechosos" de vincularse con actos terroristas, así no haya pruebas suficientes para acusarlos.
Luego de varios días de debates en el Senado, los miembros de la Cámara Alta adoptaron el texto por 72 votos contra 23. En tanto, la Cámara de Representantes aprobó por 250 votos contra 153 la versión que le fue enviada por el Senado.
La legislación, que fue aprobada inicialmente tras los atentados del 11 de septiembre de 2001 con la supuesta intención de responder a las lagunas que enfrentaban las autoridades estadounidenses en la lucha contra el terrorismo; permite la violación de privacidad de ciudadanos que muestren sospechas de actos de intimidación de masas.
Entre las técnicas de "investigación" se incluyen la "vigilancia móvil" de las comunicaciones de sospechosos que utilizan varias líneas telefónicas; el principio del "lobo solitario" que permite investigar a una persona que parece llevar a cabo actividades terroristas por su propia cuenta, y la posibilidad de las autoridades de acceder a "todo dato tangible" relativo al sospechoso, como correos electrónicos.
Este miércoles, el líder de la mayoría demócrata en el Senado estadounidense, Harry Reid, dijo que alcanzó el primero de varios acuerdos necesarios para aprobar una extensión de cuatro años a esta llamada Ley Patriota. El Congreso estaba bajo presión para extender rápidamente la ley, pues tres de sus cláusulas expiraban este el jueves a la medianoche.
Ya que está aprobada por la Cámara de Representantes y el Senado, la iniciativa deberá ser enviada hasta Europa para que la firme el presidente Barack Obama.
Sobre este punto, una portavoz de la Casa Blanca, Nick Shapiro, afirmó que también está la posibilidad de que el gobernante ordene la firma del documento por autopen, una especie de máquina para firmar que puede ser accionada por el personal de la Presidencia.
En cuanto a la votación, la medida afrontaba la oposición del senador republicano Rand Paul, quien ofreció una enmienda para restringir el acceso de las autoridades a los archivos de los vendedores de armas, como parte de sus esfuerzos para rastrear a posibles terroristas. Paul , que fue apoyado por un grupo de demócratas y grupos defensores de los derechos civiles, insistió en que las medidas en cuestión violan las libertades de individuos. No obstante, sus argumentos fueron derrotados 85-10.
Las dos medidas sobre las investigaciones terroristas estaban incluidas en la ley original, que el entonces presidente George W. Bush promulgó tras los atentados del 11 de septiembre de 2001.
La tercera, que permite la vigilancia de sospechosos extranjeros no vinculados con grupos terroristas sino que presuntamente actúan de forma independiente, fue incluida en una ley de inteligencia de 2004.La mayor parte de los elementos de la Ley Patriota tienen vigencia permanente, salvo las tres cláusulas que deben someterse a una votación periódica, precisamente para evaluar si éstas se han utilizado de forma indebida.

carmen

E depois vem me dizer que terroristas são os membros da Al´Qaeda?A hipocrisia e o cinismo que campeam solto pelo mundo é de dar arrepios,e as consequências disso ainda estão por vir.

ZePovinho

Digite o texto aqui![youtube bz1YcEfZkFo http://www.youtube.com/watch?v=bz1YcEfZkFo youtube]

ZePovinho

Cada vez compreendo mais que EUA e Israel são parte de uma equação oligárquica maior,bem acima dos povos judeu e árabe.São oligarcas judeus,árabes,sunitas,etc que fomentam o ódio,a divisão e governam por cima dos povos alimentando essas guerras.São eles(que manietam a democracia nesses países)que não querem a paz e destróem quem a deseja:
http://www.voltairenet.org/article169867.html

La contrarrevolución en Medio Oriente
por Thierry Meyssan*

Un clan de Arabia Saudita, los Sudairi, es el eje a la ola contrarrevolucionaria que Estados Unidos e Israel han desencadenado en el Medio Oriente. En una amplia síntesis, publicada por episodios en el más importante diario de lengua rusa, Thierry Meyssan nos ofrece, desde Damasco, un panorama general de las contradicciones que estremecen esa región.
http://www.cubadebate.cu/especiales/2011/05/27/no

Noam Chomsky: “La inmensa mayoría de los ciudadanos árabes piensa que la mayor amenaza viene de EEUU e Israel”
27 Mayo 2011 Haga un comentario

Frank Barat

Redpepper.org
Traducido del inglés para Rebelión por Sinfo Fernández
http://www.voltairenet.org/article170096.html

Gulf State Gendarmes: West Backs Holy Alliance For Control Of Arab World And Persian Gulf
by Rick Rozoff*

While Barack Obama and David Cameron vow to support the "Arab Springs", their armies are bombarding Libya. But they needn’t have any qualms about it; most of the dirty work has been farmed out to the Gulf Cooperation Council, a new Holy Alliance of Arab monarchies against democracy, revolutions and secularism.

Paulo

E eu achando que o Pepe ia comentar (finalmente!) sobre os acontecimentos na Síria…. que nada! ele simplesmente os ignora! Um governo não alinhado com o "ocidente" reprimindo brutalmente manifestações populares ameaça toda a lógica (por assim dizer) do raciocínio escobariano.

    Marcos C. Campos

    Ele já comentou e li por aqui mesmo (se nao me engano) faça uma pesquisa que achará.

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