Da Redação
O ex-presidente Lula não está morto. Ele usou uma entrevista a José Trajano e turma para trazer o governador Geraldo Alckmin para o centro do debate eleitoral.
Uma forma bastante oblíqua de provocar a ira de João Doria, que se acha o ungido dos tucanos para a campanha de 2018.
O ninho tucano está fervendo e Lula atiça as facadas internas ao polemizar com Alckmin, não com Doria.
Em ponto-chave da entrevista, o ex-presidente Lula lembrou que é perseguido desde os tempos da ditadura.
É uma narrativa que repercute com o povo brasileiro: o do ‘pequeno’ que é perseguido pelos grandes.
Lula disse que ganharia com facilidade as eleições de 2014 — na entrevista, ficou subentendido que Lula queria ser o candidato do PT se Dilma Rousseff tivesse desistido da reeleição.
Em nenhum momento Lula atacou Marta Suplicy, hoje convertida ao temerismo: ela era uma das articuladoras do Volta Lula nos bastidores.
O ex-presidente debochou de Alckmin, o político que “mamou até os 14 anos de idade e empinou pipa diante do ventilador”.
Apoie o VIOMUNDO
“Meu pai era funcionário público, veterinário. Não tinha nem casa. Morava na fazenda onde trabalhava. Para fazer medicina eu dava aula todo dia. (Lula tem) R$9 milhões depositado para aposentadoria. O riquinho não sou eu”, afirmou o governador paulista em resposta.
Ele se refere aos R$ 9 milhões que Lula arrecadou em palestras e colocou na Previdência privada, confiscados pelo juiz Sergio Moro.
A direita tem atacado Lula pela quantia — sem revelar que o valor foi legalmente obtido através de palestras do ex-presidente.
Os defensores de Lula argumentam: ele tem culpa de merecer mais que Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso por sua presença em eventos?
Mas o mais importante aqui é sublinhar: ao “prestigiar” Alckmin com a polêmica, Lula ajuda a tirar o governador paulista do ostracismo em que o tucano mergulhou, inclusive nas pesquisas, depois que a lista da Odebrecht atingiu de forma quase generalizada o tucanato.
Leia também:




Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!