Obama confirma morte de Bin Laden em pronunciamento
02 de maio de 2011 • 00h41 • atualizado às 01h01
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento na madrugada desta segunda-feira em que confirmou a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. Ele disse que “A justiça foi feita”, ao anunciar que as forças americanas mataram o terrorista em uma operação em Islamabad, no Paquistão. “Foi um trabalho muito duro, muitas famílias tiveram que pagar um preço alto, mas esta noite elas viram o resultado”, disse.
Obama disse que, antes de agir, comunicou o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, que bin Laden havia sido localizado em um complexo e que os EUA iriam agir. “Ligamos para o presidente paquistanês para deixar claro que não estávamos declarando guerra ao governo”, disse. “Os EUA não estão nem nunca estarão contra o Islã, mas contra a Al-Qaeda e seus líderes”, afirmou.
O presidente americano disse também que a operação esteve sob o seu comando. “Hoje, sob a minha direção, os militares lançaram operação contra esse complexo”, disse, enfatizando que todo cuidado foi tomado para se evitar a morte de civis. “Esses homens mataram Osama bin Laden”, declarou.
Obama disse que bin Laden foi um símbolo da Al-Qaeda e que sua morte marca o primeiro e maior passo para a derrota do grupo terrorista. Ele afirmou que os EUA permanecerão vigilantes interna e externamente contra possíveis ataques que possam ocorrer por conta da morte anunciada e conclamou os americanos a “voltar ao sentimento de união que prevaleceu depois dos ataques” de 11 de setembro de 2001.
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Quando o fim veio para Bin Laden, ele foi encontrado não nas remotas áreas tribais perto da fronteira paquistanesa-afegã, onde se presumia que ele estava escondido, mas numa edificação massiva a cerca de uma hora por estrada da capital paquistanesa, Islamabad. Ele estava escondido na cidade média de Abbottabad, sede de uma grande base militar paquistanesa e da academia militar do Exército paquistanês.
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A casa, no fim de uma estrada de terra, era em média cerca de oito vezes maior que as outras casas da área, mas não tinha conexão de telefone nem de internet. Quando operadores americanos convergiram para a casa no domingo, Bin Laden “resistiu à força de assalto” e foi morto no meio de uma intensa batalha, segundo uma fonte senior do governo americano, mas os detalhes eram poucos na manhã de segunda-feira.
A fonte disse que autoridades militares e de inteligência primeiro ficaram sabendo da existência de “um alvo de alto valor” no verão passado e de que ele era protegido. Começaram a trabalhar num plano contra o alvo. Desde março, o sr. Obama presidiu mais de cinco encontros de segurança nacional na Casa Branca para discutir os planos da operação e na manhã de sexta-feira, pouco antes de deixar Washington para visitar os danos causados por um tornado em Alabama, deu a ordem final para que as forças especiais e os agentes da CIA agissem.
O sr. Obama chamou de “operação com alvo”, embora autoridades tenham dito que um helicóptero se perdeu devido a problemas mecânicos e precisou ser destruído para que não caisse em mãos hostis.
Além de Bin Laden, três homens foram mortos durante o ataque de 40 minutos, um possivelmente filho de Bin Laden e dois mensageiros, de acordo com autoridades americanas que informaram repórteres sob as regras da Casa Branca, que proibem identificação de fontes. Uma mulher foi morta quando foi usada como escudo por um homem combatente e houve outros dois feridos.
“Nenhum americano se feriu”, o sr. Obama disse. “Eles cuidaram para que não houvesse feridos civis. Depois do tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e assumiram o controle do corpo”. A tradição islâmica requer enterro depois de 24 horas, mas ao fazer isso no mar as autoridades americanas presumivelmente estavam tentando evitar a criação de um mausoléu para os seguidores [de Bin Laden].
O destino de Ayman al-Zawahiri, o segundo-em-comando da Al Qaeda, permanecia incerto na noite de domingo.
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