Por Morvan Bliasby*
Tão logo o ministro Barroso comunicou a aposentadoria antecipada, o entorno do presidente Lula anunciou gestões pela indicação à vaga no STF, eu postei na minha linha temporal das redes antissociais:
Começou a ladainha identitária. Bastou abrir vaga na Corte, e os de sempre vêm com seus
— “tem que ser mulher; tem que ser negr@, etc”. Não é a cor, não é o gênero. É a práxis. Lula sabe: o STF precisa ser recomposto, com progressistas, não necessariamente afro ou que passe pelo gênero. E hoje, dos nomes elencados, eu escolheria Jorge Messias, o qual sempre esteve ao lado dos trabalhadores. É de luta!”.
Nesse ínterim, apareceram os “argumentos”, as tentativas de manietar Lula, as pressões “do bem” (sic!), sem prejuízo de “indicações abnegadas”, descompromissadas, sem decorrências, etc.
E, claro, indicações de quem sempre representou claramente “o outro lado”, mas, face à possibilidade de condução ao cargo cito, tornou-se progressista num piscar de olhos. Lindo, não?!
E, para não deixar de falar nas flores, os fogos amigos, como sói.
Eduardo Suplicy, só para citá-los, tem defesa veemente de como a questão se limita ao gênero.
Argui-o em sua linha temporal. Nem me dei ao desplante de citar escolhas bem infelizes, como a de gênero da representante que fizera comentários nada airosos, para ser gentil, em tripudiação ao infante defunto Arthur, amado neto de Lula.
Comentários dessa estirpe provocaram inclusive defecções em grupos de WhatsApp de pessoas do mesmo gênero, para que aquilate do que se falou. Omitindo, aqui, por favor, sem ânsia de vomitar.
A propósito da postagem do nobre parlamentar, a quem nutro todo respeito pela sua bela trajetória, falei:
Apoie o VIOMUNDO
— “Com a devida vênia, caro sr. parlamentar, não se trata [tão-somente] de questão de gênero, etnia, origem, etc. Trata-se de colocar, pelos próximos trinta ou mais anos, alguém com poder de fala para decidir nosso — e — mais grave: o destino dos advindos a nós. Nem preciso seria citar como foi errônea qualquer decisão sob esses critérios. Mas, em nome do país, sem critérios reducionistas, por favor”.
Espera-se que Lula seja sábio, como sói o ser, e não deixe contaminar essa escolha com critérios espúrios.
E que escolha. Seja célere e sábio.
O escolhido, lembrem-se que isto é muito importante: sobreviverá a muitos de nós. E o País também necessita sobreviver ao próprio.
Escolhe, Lula. Sê sábio e célere.
*Morvan Bliasby é pedagogo, ex-estudante de soporíferas aulas da ciência de Kelsen. Trabalha há 40 anos como servidor público. E entusiasta de software livre e ativista idem.




Comentários
David Pallian Bliasby
A Constituição Federal é bem clara quando diz que a indicação de ministros do STF cabe exclusivamente ao Presidente da República.