Marcos de Oliveira: Afinal, quem quer repetir os erros na política econômica?

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Brasília, 29 de janeiro: malabarismo em sinal. Foto: Lucio Tavora/Xinhua

Quem, afinal, quer repetir erros?

A lucrativa fórmula que condenou o Brasil a crescimento medíocre

Por Marcos de Oliveira, no Monitor Mercantil

Insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes. A definição, que circula há anos na internet, se encaixa bem no momento brasileiro, em que próceres do mercado financeiro se levantaram, ferozes, para atacar o governo que nem posse ainda tomou.

O teto de gastos é apenas um pretexto. Criado em 2016, no governo Temer, foi desrespeitado todos os anos, sob diversas desculpas. É um mecanismo ineficiente e burro, pois um governo que leve a inflação às alturas (caso de Bolsonaro em 2021) acaba beneficiado por um limite maior de despesas.

O que pretendem os economistas de mercado é barrar qualquer alternativa ao tripé câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário.

Como complemento, privatizações. Essa fórmula resultou em crescimento econômico minguado e dívida pública turbinada.

No governo FHC (1995–2002), as privatizações somaram US$ 93,424 bilhões (receita de venda + dívidas transferidas); 53% para o capital estrangeiro. Em reais, cerca de R$ 100 bilhões. A dívida líquida brasileira em 1994 montava a R$ 153,2 bilhões, equivalente a 29,2% do PIB. Ao final do governo tucano, a dívida saltou para 59,6% do PIB, ou R$ 850 bilhões.

Nada diferente no governo Bolsonaro (2019–2022). Com muitas privatizações, a dívida líquida passou de 52,8% do PIB (dezembro de 2018) para 58,3% (setembro 2022).

Talvez por isso a luta empedernida pela continuidade da fórmula.

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Comentários

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Pedro de Alcântara

Não estamos mais em época de capitalismo. Chegou a hora de termos como referência sobretudo a China. Podemos até guardar para outro momento discutir isso ou aquilo a respeito do socialismo, mas o que não é possível mais é esperar algo de positivo de relações sociais, de uma sociedade, a capitalista, cujas únicas forças que ainda lhe restam se voltam exclusividade contra o progresso humano, o desenvolvimento histórico.

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