Machado Freitas: O poderoso lobby multinacional do Ecad

Tempo de leitura: 4 min

por Carlos Henrique Machado Freitas, em Cultura e Mercado

A posição do Caetano e outros tem como consequencia a defesa da lei Azeredo- AI5-Digital. A flexibilização com um novo equilíbrio do direito autoral foi política do governo Lula, construída com a sociedade civil . O produtor, editor, estúdio, técnicos etc…fazem parte da nova cadeia produtiva. Todos, além do autor, devem receber a partilha do trabalho. O que não pode é uma indústria intermediária que não existe mais no cenário da Internet continuar intermediando e faturando. ( Marcelo Branco)

Por trás do palavrório patriótico, a ministra Ana de Hollanda traz uma mensagem portadora de razões objetivas para prosseguir não só defendendo aferradamente o Ecad, como assentando o fruto do neoliberalismo cultural nas novas realidades e disciplinas do espaço cultural brasileiro.

Não é preciso tantas reflexões para perceber que Ana de Hollanda particularmente estimula um laboratório de geografia política que busca um mercado neoliberal de cultura. Logo no primeiro capítulo, Ana busca uma interpretação caótica para defender os criadores brasileiros, mesmo sabendo que a maioria das criações não é considerada pelo Ecad sequer como subproduto de suas políticas de distribuição.

Portanto, independente da autorização de cada autor, as multinacionais que controlam o Ecad o fazem nos espaços públicos e, agora, com Ana de Hollanda no comando do MinC, as práticas do Ecad ganham status de política de Estado.

Uma das características do neoliberalismo é criar uma esquizofrenia nos espaços geográficos e, assim, as multinacionais que comandam o Ecad atacam as atividades criativas e o pensamento livre para lucrar cada vez mais produzindo cada vez menos.

Ana de Hollanda e seus afins tentaram criar uma torre de babel sobre a questão dos direitos autorais e da soberania da nossa cultura para causar vertigens conceituais na sociedade dando a ela uma explicação confusa para ser confusamente percebida.

Ana só não imaginava colher um fruto tão amargo com críticas extraordinárias ao seu abuso de poder. Se Ana de Hollanda criou uma fábula dizendo defender o criador, o compositor brasileiro e a soberania do país, a cada dia suas filosofias são desmascaradas em quantidade e qualidade com artigos preciosos que permitem um entendimento limpo e transparente sobre o que está por trás desse jogo de poder.

Até então não se ouviu da ministra nada que se configure em projeto nacional. Sua contrapartida às políticas de Gil e Juca está focada, sobretudo na dissolução das ideologias que fortaleciam os movimentos populares protagonizados pela população, os quais o MinC, no governo Lula, irrigou com suas políticas como a principal semente da cultura brasileira. Ana parece querer sustentar a tirania da informação e do dinheiro. Por isso fala em benefício exclusivo dos poucos artistas que ganham com a massa de recursos extraída dos espaços públicos da sociedade brasileira que vai para as multinacionais.

A equação é simples, a indústria fonográfica multinacional quebrou. Sua forma de sustento hoje no Brasil se dá através do controle do Ecad que vem batendo recordes de arrecadação ano após ano, mostrando a perversidade desse mecanismo, ou seja, as multinacionais quanto menos produzem mais arrecadam. E o que é o neoliberalismo global senão esta forma de busca pela exploração dos povos pelos sistemas de super lucro.

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A linguagem anti-imperialista surpreende, vindo de onde vem. Os defensores da tese são os sócios locais da indústria cultural internacional, sobretudo do setor fonográfico – empresas nada nacionais como a Warner, a Sony, a EMI e a Universal. Obviamente, a acusação é apenas um jogo retórico, mas como tem encontrado algum eco, não seria despropositado relembrar alguns fatos básicos.

No mercado de música brasileiro, os autores são brasileiros, mas as empresas são estrangeiras. O discurso pseudo-nacionalista só pode funcionar porque o Brasil tem uma situação ímpar: é o único país, fora os Estados Unidos, onde o consumo de música nacional é superior ao de música estrangeira. No entanto, essa música nacional é explorada por empresas majoritariamente estrangeiras: a Warner, a Sony, a EMI e a Universal. O que temos, portanto, é uma associação entre os grandes autores nacionais (os velhos nomes da MPB e os novos nomes do pop e do sertanejo) e as grandes empresas internacionais.

O Brasil é altamente deficitário em direito autoral. Se há ainda alguma dúvida que a exploração do direito autoral é interesse estrangeiro, basta olhar a balança comercial de direito autoral do país com os Estados Unidos. Todos os anos enviamos mais de 2 bilhões de dólares como pagamento de direito autoral (em todos os setores – não apenas música). Os americanos, por sua vez, nos pagam apenas 25 milhões”. (Pablo Ortellado).

Ao contrário da ideia de integridade nacional, esse caldo de cultura do novo MinC com o Ecad nos leva à quebra da cultura nacional. Quando a ministra da cultura defende o Ecad e subordina o MinC a seus interesses, ela tenta desfazer a queda de braço do Estado com as multinacionais que controlam esse órgão privado, condenado em CPI, que vem se  especializando em extorquir o cidadão brasileiro em suas atividades comuns nos espaços públicos. É ai neste sistema perverso de exploração que o Ecad vem obtendo cada vez mais arrecadações milionárias.

A tendência que o MinC quer seguir, sob o atual comando, é ser arrastado à subordinação do processo da globalização cultural. É esta a pedagogia do novo MinC e sua secretaria da economia criativa, estimular sem limites uma das faces mais perversas da globalização financeira.

A hegemonia do Ecad é a própria hegemonia das multinacionais que cria um emaranhado de técnicas a partir do qual esse órgão passa a ter poder fiscalizador sobre cada compositor e cada cidadão brasileiro sem que ele próprio, o ECAD seja fiscalizado.

Ana de Hollanda insiste que, em nome de acordos internacionais, o Ecad, controlado por multinacionais, não pode se subordinar às leis brasileiras. E, com isso, uma ministra de Estado estimula, aí sim, a prática institucional da pirataria cultural, transformando em terra de Malboro o ambiente cultural brasileiro, aonde um sistema transnacional comandado no Brasil pelo Ecad põe toda uma sociedade de joelhos.

Carlos Henrique Machado Freitas é bandolinista, compositor e pesquisador

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Comentários

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Ecad responde a Machado Freitas | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] resposta ao artigo “O poderoso lobby multinacional do Ecad”, de autoria de Carlos Henrique Machado Freitas, publicado no site Cultura e Mercado, seguem os […]

Para onde vai o MinC « Blog Bahia na rede

[…] A questão é deveras complexa. As novas tecnologias de reprodução e difusão de bens culturais põem em xeque os estatutos tradicionais de propriedade intelectual e, até mesmo, requerem novos modelos de negócios. Ocorre que a indústria do entretenimento (que controla as gravadoras e as grandes produtoras de filmes) quer manter o status quo e abominam as facilidades de acesso às obras proporcionadas pela Internet. Veja aqui. […]

Sergio

O ECAD é um cancro colonialista que ainda encontra lacaios como o da atual ministra da "cultura" Ana de Holanda. Uma lástima, dado que seu irmão é um dos maiores nomes da cultura popular burguesa do Brasil. As gravadoras multinacionais são entidades anacrônicas. Quem já teve embates como ECAD sabe que suas argumentações são absurdas. Hotéis, restaurantes, etc. têm que pagar para ter música ao vivo, ainda que nada cobrem dos usuários por isso. Ao obrigarem pagamento por essas obras, a tendência é de utilizarem somente obras livres, cedidas gratuitamente ao público em geral. É o que espero, como usuário de Linux, adepto ao livre prensar, como já dizia o grande Millôr Fernandes.

Morvan

Boa tarde.
As perguntas que não querem calar:
John Been, Palocci, Ana de Hollanda. Et Al… Porque a Presidente Dilma os mantém? Segunda pergunta, decorrente da primeira: qual o canal, (se houver), para discutir com a Presidente da Re[s]pública? Terceira (e, por ora, última): interessa à pessoa da Presidente da Re[s]pública, esta discussão?

Morvan, Usuário Linux #433640

    beattrice

    Diria que são perguntas ensurdecedoras, não se calam e a cada dia a gravidade delas só faz aumentar.

    @fabioelionar

    Concordo com suas perguntas. A implosão das Conferências de Cultura ou de canais semelhantes de diálogo entre cidadãos e estado deixou a impressão de que não é só a ministra que é autista.

Benedita da Silva

FORA ANA DE HOLLANDA.

Não pode ser ministra da cultura pq não tem interesse em preservar a cultura nacional.

FORA ANA DE HOLLANDA.

Guanabara

Estou impressionado com o lobby desse ECAD. Eu, como leigo, nem sabia da existência dele até poucos meses, e vejo aqui no Vi o Mundo, as maiores pontuações em comentários, mais que qualquer um sobre invasão do Iraque ou Líbia.

Meu ponto é o seguinte: de tudo que li até agora, nada me agradou nas medidas da ministra. E não vi qualquer argumentação decente e republicana para defender esse tal ECAD, nem o texto do tal Sílvio Tendler. Esse ECAD tá me parecendo a CBF da música. Uma instituição privada que quer controlar e, principalmente, faturar com algo que é do povo, a sua cultura. O que li dessa instituição sobre o carnaval de rua do Rio foi digno de uma gestapo. E, sinceramente, até mesmo na qualidade de gestor que sou, o argumento dos 60 dias de governo não convence ninguém. Em 90 dias dá tempo de fazer muita coisa errada, que depois pra consertar vai ser BEM mais difícil. Já se demitiu em governos anteriores bem mais rapidamente e por muito menos que isso. E não foi pra isso que DIlma foi eleita. Fico mesmo impressionado de ver um debate desse gênero num governo petista. Se fosse uma das ações de Serra ou Alckmin como presidentes eu até entenderia. Ficaria indignado (como estou agora), mas me consideraria "voto vencido". Nesse caso, aí, sim, Serra pode reclamar de "estelionato eleitoral".

SILOÉ

O Ecad já existe há décadas com o mesmo método, e a indústria fonográfica desde sempre foi multinacional, e nunca vi ninguém reclamar disso antes com tanta ênfase, porque só agora???
Esse episódio ainda não está bem esclarecido, precisamos também ouvir o outro lado desse ti-ti-ti. Tudo ainda está muito nebuloso, até aqui nesse espaço com varias opiniões divergentes
Me parece que tem gato nessa tuba, que me desculpe o reclamante.

paulo

Quem leu o livro do Lobão , sabe o que esse texto está dizendo . Fora Ecad , fora OMB !
Paulo

Pedro Luiz Paredes

A arte tem que ser livre porque só é arte quando é reproduzida e vista.
O verdadeiro artista quer que sua obra assim o seja, independentemente do lucro.
O mercado não tem como prioridade e não contribui para a arte e sim para o consumo,
São duas coisas antagônicas; se arte é cultura, o mercado é a contra cultura.

Antonio

Dá aqui a pouco a web deixará de ser um território livre…Com a ECAD e a Creative Commons toda a produção será tutelada…

zepgalo

O governo tem que ficar mais esperto, desde o Lula estão vacilando na Cultura.

A cultura popular brasileira está bombando, é só ir nas periferias. Tem que juntar tudo que é novo e está bombando em uma empresa nacional e enfrentar essas multinacionais.

Mas parece que se tem vergonha em apoiar pagode e funk. Mas o que o Brasil popular escuta é isso, e é aí (com o povo) que o governo vai ganhar essa luta.

zepgalo

Finalmente alguém falou!!!!!!

"No mercado de música brasileiro, os autores são brasileiros, mas as empresas são estrangeiras. O discurso pseudo-nacionalista só pode funcionar porque o Brasil tem uma situação ímpar: é o único país, fora os Estados Unidos, onde o consumo de música nacional é superior ao de música estrangeira. No entanto, essa música nacional é explorada por empresas majoritariamente estrangeiras: a Warner, a Sony, a EMI e a Universal. O que temos, portanto, é uma associação entre os grandes autores nacionais (os velhos nomes da MPB e os novos nomes do pop e do sertanejo) e as grandes empresas internacionais."

Helena

O cineasta Sílvio Tendler defende a Ministra Ana de Hollanda e parece estar muito bem informado.
Sílvio Tendler: Feios ataques a Ana de Hollanda
"Há muito tempo não vejo nada tão feio e tão absurdo quanto os ataques que vem sendo feitos a Ana de Hollanda, logo no início de sua gestão. Ela precisa de um tempo para respirar, para organizar o Ministério, para dizer a que veio antes de ser alvo de críticas desqualificadas. Chamá-la de autista, como o fez um (ex?)amigo? Inadmissível. A política não vale isso, não.
A questão dos direitos de autor é bem mas complexa do que vem sendo apresentada. Geralmente somos contra quando temos que pagar, favoráveis quando temos que receber. Alguém aí topa trabalhar como um mouro na pesquisa de um filme, na recuperação de arquivos, na construção da obra e de repente vem um canal qualquer e usa na mão grande? Pois é, tem que haver lei que nos proteja.
Os músicos dizem a mesma coisa. Esta questão de produzir conteúdo gratuito para as teles é o cerne da questão e é uma discussão muito antiga.
A lei dos direitos autorais exige revisão, não há duvida. Mas deve ser desfeito o imbroglio existente, que não regulamenta alguns direitos ignorados na atual lei, entretanto necessários por sua razão social e/ou cultural. É o exemplo do direito de citação de uma obra (ele existe na atual lei do direito autoral mas todos temem utilizar porque seus limites não ficam muito claros) por suas razões culturais.
Há questões de significativa relevãncia. A liberdade de difusão de filmes em cineclubes, universidades e atividades culturais e pedagógicas afins. As cobranças exorbitantes de festivais, encontros, simpósios, por parte do ECAD — que sacrifica a cultura e não favorece os artistas. A conciliação entre os direitos culturais, que deve ser compatível com os direitos in alienáveis de um autor viver de seu trabalho. Já conversei com o Fernando Brant a respeito e tem acordo.
Os Pontos de Cultura (PCs) são sem sombra de dúvida a ação mais importante que aconteceu em termos de política cultural nesses últimos anos. Alguma pendência de gestão deixou uma conta pendurada para a administração que ora se inicia. Entre o saldo devedor que a ministra Ana recebeu de brinde junto com o Ministério (algo em torno da bagatela de 600 milhões de reais!!!) e a indispensável preservação dos PCs, existe um ajuste necessário.
A propria SAV (Secretaria do Audiovisual) pede um ajuste e uma normatização de despesas para combater a opacidade da tal da transparência republicana, cantada em verso e prosa por gestores que recorriam a ONGs para ordenar despesas e que fugiam ao controle do conhecimento público. Espera-se mais de República na ação da secretária Ana Paula e menos nebulosidade na transparência de sua gestão que ora se inicia.

*Cineasta, Documentarista, diretor de Utopia e Barbárie, Jango, Anos JK, entre outras obras http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia
Em 8 março de 2011

    Osmar

    Beleza! Viva Sílvio Tendler, que não bateu palmas para a absurda crucificação de Ana de Hollanda.
    Por que motivos reais, verdadeiros, setores tão claramente identificáveis tentaram afastá-la do cargo de Ministra, já aos primeiros dias em que o ocupava?
    É a pergunta que não quer calar!

Ⓐnti

Engraçado imaginar o pessoal da bajulação positivando a torto e a direito os comentários a favor da (indi)gestão atual do MinC.

    beattrice

    E negativando o debate do contraditório. Lamentável.

Antonio

Essa polêmica toda começou com a retirada do Creative Commons do site do MinC.

Está claro que existem 2 lobbies : o do ECAD e o CC.

Quem me faz uma comparação das diferenças delas ?

    Carlos Augusto Pires

    Qual dos dois invadem festas particulares e cobram de barbeiros, pedreiros e pipoqueiros por rádios abertas sintonizadas num radinho de pilha?

    Qual dos dois acha que música é "propriedade particular" que deve ser defendida se necessário, com o uso da força?

    Qual dos dois foi alvo de 3 CPIs e uma investigação da SDE?

    O ECAD ou a entidade fundadora do CC?

dimitri

Todos temos que agir!

1) Vamos difundir esses artigos esclarecedores pelas nossas redes sociais;

2) Vamos acompanhar muito de perto os paralamentares nos quais votamos (vamos encher a caixa de mensagens deles com nossos argumentos contra a nova proposta do MinC);

3) Vamos tuitar #fFORA_AnadeHollanda

O caso e' nao ficar de bracos cruzados, pois ela esta no controle do ministerio. A unica forma dela sair e' perder feio no Congresso. E a resistencia vem exatamente da internet!

FORA ANA DE HOLLANDA!!!!!!!!!!!!!!!

O_Brasileiro

Vamos ver se o pessoal que está comentando veio defender a ministra ou o ECAD:
Proponho que se crie um "selo" para as músicas do ECAD, tipo "Essa música é cobrada pelo ECAD".
Esse "selo" deve ser colocado ao lado do nome da música, seja nos CDs, DVDs ou na internet.
E os intérpretes teriam o direito de informar, antes de interpretar a música, que a mesma "é cobrada pelo ECAD". Poderia ser feito até durante a divulgação dos shows.
Ai, a população teria o direito de saber que está pagando milhões para as multinacionais que detém os direitos da música "brasileira".

    beattrice

    rssssssss

Bruno Moreno

Para um comentarista que disse que Carlos Henrique seria anti-lula se engana. Ele não só é petista como é um dos maiores lulistas que já conheci. Nem por isso não tece críticas, ainda mais a uma política que vai na contra-mão da que foi feita no Governo Lula. De fato, o Cultura e Mercado vivia falando mal do governo Lula. E praticamente só Carlos Henrique defendia as políticas do antigo MinC no site. Agora a coisa se inverteu. O próprio Leonardo Brant, organizador do site, que sequer votou em Dilma pelo menos no primeiro turno agora vem defender a Minsitra Ana de Hollanda. Isto mostra que as coisas mudaram para a pior.

Flávia

Enquanto alguns se dedicam a inútil tarefa de desconstruir Ana de Hollanda ,Veja entrevista Gilberto Gil
07/03/2011 – 23:17
Gil sente 'firmeza razoável' em Dilma e diz que foi mais criticado que Ana de Hollanda
Adriana Caitano

O difícil começo de Ana de Hollanda à frente do ministério da Cultura não surpreente o ex-ocupante do cargo Gilberto Gil. A pasta está no centro da polêmica dos direitos autorais – cuja flexibilização Gil defendeu no governo Lula -, e a ministra em pessoa foi chamada de 'meio autista' pelo sociólogo Emir Sader, o que acabou custando a ele a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa. 'Ela está esquentando as máquinas', diz Gil, que recebeu a atual ministra em sua casa em Salvador, em almoço no sábado. 'Eu fui ainda mais criticado que ela.' O músico conversou com o site de VEJA em seu camarote 2222, que já conta 13 carnavais. Vestido de branco, Gil circula naturalmente entre convidados, conversa com os fãs como se fossem velhos amigos – e aplaude a substituição do autógrafo pela foto digital. 'É um momento mais afetivo e real', diz. Confira abaixo trechos da entrevista.

O que você conversou com a ministra Ana de Hollanda? Deu conselhos sobre o ministério? Não. Falamos sobre nossas famílias, que são muito amigas, e os encontros que tivemos pela vida. No final, apenas lhe desejei sorte e disse que estou torcendo para que tudo dê certo.

Como vê as críticas que ela tem recebido? É normal. Todo começo é assim. Eu fui ainda mais criticado que ela. A Ana está esquentando as máquinas. Mas está indo muito bem. O bom é que ela já é do meio cultural, sabe como são as coisas na prática. O ruim é que se cria uma expectativa excessiva sobre ela – como aconteceu comigo.

Como avalia o governo Dilma Rousseff? É cedo para dizer. Mas tenho sentido uma firmeza razoável em sua administração. Torço para dar certo.
Como se vê, nem tudo na área da Cultura é baixaria.

candida

Vamos aos fatos:
Ministra garante revisão da lei de direitos autorais
AGêNCIA BRASIL 07/03/2011 21h30
"A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse no domingo, ao chegar ao Sambódromo no Rio de Janeiro, que o projeto de reforma da lei de direitos autorais será retomado nos próximos dias.
"Esse caso todo vai ser estudado agora que a pessoa está assumindo. Deixa ela assumir, a questão não está esgotada", afirmou Ana de Hollanda, em referência à advogada Márcia Barbosa, que será nomeada para a Diretoria de Direitos Intelectuais.
Segundo a ministra, Márcia vai chefiar uma equipe encarregada de fazer uma revisão da proposta. "Vão ver a lei em vigor e essa lei proposta, que ninguém conhece, e ouvir as demandas todas que existem", disse.
Ana de Hollanda explicou que mesmo depois das audiências públicas para discutir o projeto de reforma, a "insatisfação estava muito grande". "Assisti a queixas da categoria musical que não se via contemplada", declarou. A ministra também comentou as críticas de blocos de Carnaval de rua do Rio, que reclamaram das taxas pagas ao Escritório de Arrecadação e Distribuição (Ecad) – responsável por cobrar pela exibição pública de músicas -, mas afirmou que não pode intervir. "Isso é com eles", declarou.
A discussão sobre o pagamento de taxas para instituições como o Ecad era um dos temas do projeto de lei sobre direito autorais, parado na Casa Civil.
Antes de entrar no camarote da prefeitura, a ministra também comentou a nomeação do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos para a Fundação Casa de Ruy Barbosa, depois que o ministério desistiu da escolha do sociólogo Emir Sader.
"Ele Wanderley Guilherme é uma pessoa com todos os predicados", concluiu, informando que deve fazer uma visita à fundação na próxima quinta-feira."
Desde que assumiu a Ministra Ana de Hollanda tem sido clara e precisa em suas afirmações, agindo de forma transparente. Já os que se entregam a tarefa de difamá-la propalam as mais estranhas afirmações sem nenhuma base em fatos reais. Apenas querem que a Presidenta a demita e coloque em seu lugar alguém que se paute pelos interesses pessoais de seus detratores.
Não vai dar mesmo! Quem está na Presidência é uma mulher inteligente e com muita experiência pol'ítica e administrativa. E Ana de Hollanda tem todas as qualidades para exercer o cargo para o qual foi escolhida.
Tirem seus cavalinhos da chuva!

Renan Barreira

O que quero destacar lendo os comentários dessa matéria é que ao contrário do que está sendo dito aqui por alguns, as críticas vendo sendo feitas pela esquerda, ou seja, base de apoio do Lula/Dilma e não de oposição, como tem postagens abaixo. Justamente pelo fato do Minc atual estar mais empenhado na manutenção de privilégios que ocorrem no nosso meio cultural, representados pelo ECAD e grandes fundações via Lei de incentivo a cultura.

Renan Barreira

O que quero destacar lendo os comentários dessa matéria é que ao contrário do que está sendo dito aqui por alguns, as críticas vendo sendo feitas pela esquerda, ou seja, base de apoio do Lula/Dilma e não de oposição, como tem postagens abaixo. Justamente pelo fato do Minc atual estar mais empenhado na manutenção de privilégios que ocorrem no nosso meio cultural, representados pelo ECAD e grandes fundações via Lei de incentivo a cultura.

A demissão do Sader só fez com que isso ficasse mais cristalino!

Eduardo Rios

Muito bom Carlos Henrique. Dilma tem que realinhar o Minc as políticas culturais do governo Lula e do defendido pelas nossas bandeiras de luta durante anos. Não podemos continuar com essa política neo-liberal que está sendo implementada pela Ministra Ana Buarque.

Eduardo Rios

Muito bom Carlos Henrique. Dilma tem que realinhar o Minc as políticas culturais do governo Lula e do defendido pelas nossas bandeiras de luta durante anos. Não podemos continuar com essa política neo-liberal que está sendo implementada pela Ministra Ana Buarque.

Os que estão atualmente a vibrar com a Ana, são aqueles que sempre queremos que fossem combatidos pelo governo petista.

Donovan Lessa

Está mais que claro que precisamos de mudanças no Minc. Afinal, temos um governo do PT ou do DEM? Não queremos mais políticas culturais que visam a concentração das verbas nas mãos de pequenos grupos poderosos do meio da cultura.

Donovan Lessa

Está mais que claro que precisamos de mudanças no Minc. Afinal, temos um governo do PT ou do DEM? Não queremos mais políticas culturais que visam a concentração das verbas nas mãos de pequenos grupos poderosos do meio da cultura.

Excelente texto!!! Mudança nos rumos do Minc já!

lala

Ninguém aguenta mais essa cantilena contra a Ministra Ana de Hollanda, completamente desprovida de fundamentos em fatos reais. Está ficando cansativo e ridículo.
Ela está fazendo uma excelente administração como pode ser visto em vídeos no You Tube e no portal do MinC.
Só quem não comprrende o verdadeiro conceito de cultura é que pode dar trela para esse grupo de defensores do Creative Commoms e da exploração dos nossos artistas e produtores culturais em geral.
Outra coisa ridícula é ficar lamentando que Gil e Juca não são mais ministros. Quanta falta de senso de realidade! Ministros mudam quando mudam as coalizões e os governos. É a realidade da Política. Como ministros do PV poderiam fazer parte de um governo que o Partido Verde não apoiou nem apoia?

Aline

Poderoso lobby na mídia têm os detratores da Ministra Ana de Hollanda e os vendedores de Creative Commons e Software Livre. Esses aficcionados dos verdes Stallman e Lessig pensavam que iam enganar alguém com seus discursos falsamente incisivos e rebuscados, com uma profusão de herméticos termos da tecnologia digital,nrmalmente em inglês, tudo embrulhado em publicidade. Discursos esses que não passam de arremedos do conteúdo dos manuais de venda e de publicidade de gadgets misturados a idéias dos Partidos Verdes em todo mundo. Maior roubada!

Helia

Do Portal do Ministério da Cultura Brasil
terça-feira, 8 de março de 2011
"A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, reafirmou ontem, durante entrevista em Recife (PE) que o Ministério da Cultura pretende ouvir todos os setores para fazer a revisão do projeto da Lei de Direitos Autorais. “Vamos ouvir as demandas da sociedade antes de finalizar o projeto. A nossa proposta é proteger os autores e também beneficiar as pessoas que têm acesso à cultura”, assegurou. A ministra esteve na abertura do carnaval do Recife, nesta sexta-feira (4), no Marco Zero da cidade."
Corretíssima a proposta da Ministra! Vamos deixá-la trabalhar e parar com essas intrigas e futricas que não levam à nada nem convencem ninguém.

socram pb

Recebo esse boletim "Cultura e Mercado" há anos. Está sempre descendo o cacete no governo Lula através de pseudo-aritculados textos sobre cultura e mercado. O autor usou o boletim e seus textos para atacar o governo Lula escondido sob uma máscara de quem tarbalha na área cultural.

Agora o autor usa a mesa técnica para tentar atingir o governo Dilma através da ministra da cultura.

Se para para pensar e, sobretudo, dar uma olhadinha no calendário veremos que hoje, 07 de março, temos apenas 2 meses de governo e portanto muito cedo para perceber qualquer "política malígna de multinacionais". Ainda mais considerado que o autor que diz "Não é preciso tantas reflexões para perceber que […]" não está preocupado em refletir nada mesmo. Apenas faz campanha político-partidária.

Ora, o texto é ruim, não tem fundamentação na realidade, é delirante. É só mais uma armadilha para pegar os incautos e tentar provar a tese de que o governo Dilma não presta.

Pura bobagem. E cansativa.

    Leandro Simão

    Acho q nao acompanha o boletim "cultura e Mercado" com tanta frequencia como disse. Caso isso fosse verdade nao estaria que o autor desce o cacete no governo lula. Pelo contrário. Acredito que é o único colunista que defendeu o governo lula, principalmente as suas conquistas como o ponto de cultura e projetos do governo como a reforma da lei rouanet. A crítica dele é a mesma que a minha. Quero q governo do PT venha se comportar como tal. Que venha a se alinhar como uma política cultural pautada na popularização e democratização e não de na defesa de uma política que venha a privilegiar um pequeno grupo de medalhoes globais, lobistas ou fundações de bancos…

    Daniel V. Andrade

    O autor é um petista declarado. Qualquer um que le blog ligado a cultura sabe disso. E suas críticas estão muito bem fundamentadas. Todas as ações da Ministra Ana estão indo em confronto ao Governo Lula e qualquer idéia de esquerda. ECAD? Preservação da Lei Rouanet? Abolição dos pontos de Cultura? Demissao de Emir? ta complicado… Afinal, temos um governo do PT ou do PSDB?

    Maria Faria

    Só li artigo do autor defedendo o PT e Lula, até de forma ufanista…

    Alexandre de Moraes

    Socram,

    Não percebe que a crítica está vindo da esquerda? Eu mesmo com militante petista vejo que as críticas feitas por Carlos Henrique estão muito corretas. As medidas estão sem sentido contrário ao do governo Lula. E não é pq somos de esquerda que nao devemos criticar, até pq tais medidas são dignas de governos neo-liberais. Dilma errou em escolher Ana pro ministério e está errando em continuar com ela.

    Abs,
    Alexandre

    Thiago da Silva

    Socram,

    Ao contrário do que vc afirmou, o autor é conhecido no meio da cultura por defender com veemencia o governo lula, conforme se observa nos artigos abaixo:
    http://www.culturaemercado.com.br/opiniao/pontos-
    http://www.zedirceu.com.br//index.php?option=com_

    Bruno Moreno

    O autor é petista e lulista (roxo).

Maria Lucia

Quem quiser entender minimamente porquê a Ministra Ana de Hollanda está sendo objeto de uma violenta campanha de desgaste e desconstrução, totalmente injusta e absurda, necessariamente deve ler o post de Leonardo Brant, autor já mencionado pelo Betinho. Leonardo Brant é um conceituado especialista em política cultural e defende a posição da Ministra. Não deixem de ler tanto o texto do artigo, quanto os comentários apostos a esse artigo do Leonardo: http://www.culturaemercado.com.br/conversacao/ana
Por outro lado é importante saber quem é Ana de Hollanda, para o que recomendo ler: http://www.anadehollanda.com.br/biografia.htm
No mais é ver no You Tube inúmeros vídeos nos quais a Ministra expõe suas idéias e ações.
E ler o portal do MinC, onde todos os atos e ações daquele Ministério são registrados diariamente: http://www.cultura.gov.br/site/
E para quem quiser ouvir a ministra como cantora é só clicar: http://www.youtube.com/watch?v=CQ6Q4kFBwsI
No mais é esperar a Ministra acabar de montar a sua equipe, dar sequência ao seu trabalho, e logo vai ficar muito claro quais foram as motivações reais desses que querem atravancar o seu caminho, e que lhe imputam intenções infamantes, vociferam acusações e injúrias e mais injúrias, sem nenhum compromisso com a verdade. Parece que agir desse modo leviano,se tornou uma prática corrente na política nacional. Só que todos já aprendemos de há muito a procurar saber quais são os fatos reais e o que é pura armação, pura conversa pra boi dormir e passarinho mudar de galho.

    Leandro Simão

    Leonardo é um lobista neoliberal famoso no meio da cultura… É com muita revolta que vejo todos neoliberais, lobbistas e críticos do governo lula na pasta cultura defedendo com unhas e dentes as medidas de Ana. Logo eles que fizeram tanta campanha contra Lula e Dilma? Estamos tendo uma inversão de valores no Minc…

Pedro Ayres

Sempre que é possível e necessário a gente deve lutar para que todas as idéias possam ter livre curso, entretanto, quando essa liberdade é usada para a falsear fatos e conceitos, mesmo que em nome de uma liberdade que solapam pela farsa, hé forte ameaça ao pleno e correto exercício da liberdade de expressão. Nos útimos dias, em virtude de interesses e objetivos políticos contrariados, há uma desabrida cantilena contra a Ministra Ana de Hollanda, quase que um mantra – a ministra quer fazer do MinC uma base operacional do ECAD. O incrível é que, seguindo a máxima de goebbels, repetem ad nauseam uma afirmação sem nenhum dado concreto, objetivo ou legal. Mas repetem e repetem, na vã esperança que se crie um forte movimento contra a Ministra.
Outra coisa é quererem vincular o uso de software livre(Linux, por exemplo) à uma pseudo cultura digital e quererem que toda a produção cultural do país fique sujeita aos critérios de uma licença estrangeira. Uma licença em que os direitos de edição, por exemplo, só poderão ser discutidos em foro estadounidense. Por mais generoso que se seja, dar ao autor de uma paródia os mesmo direitos do compositor original, sob alegação que a obra sofreu uma transformação artística, portanto merecedora de resguardo e direito, é extremamente falso e desonesto, pois, sem a obra central/básica nada haveria. Fazer isso é o mesmo que considerar um DJ como parceiro de todos os compositores que usa para produzir o que acredita ser música, quando na realidade é apenas a colagem de pequenos pedaços de tais ou quais músicas.
Como a legislação brasileira faculta que qualquer artista possa dispor de sua obra como bem lhe aprouver, inclusive abrindo mão de quaisquer remuneração pode ela, e o ECAD é uma associação civil, composta por várias sociedades civis de artistas, músicos e compositores, é no mínimo suspeito que se acuse uma funcionária pública de carreira, originária da Advogacia Geral da União, como alguém vinculado a essa entidade civil. Uma acusação que, se fosse veraz, ocasionaria a perda da função pública por parte dessa funcionária. O que não é o caso.
Quanto a questão nacionalista, é até provável que seja algo desimportante e ultrapassado, jurássico como os neoliberais chamam ao Estado, pois, segundo esses mesmos pensadores, estamos frente à uma nova era em que a máquina se transforma em libertadora e criadora de uma nova cultura. Uma nova cultura e uma nova sociedade, sem divisões sociais clássicas e sem ideologias, tudo graças ao que se poderia chamar de visão estratégica globalizante, em que a partilha e parceria serão as bases desse admirável mundo novo. É o que se depreende de suas pregações.
Porém, para o que entendem que a cultura nacional é um patrimônio de todos os brasileiros e que ela é resultante de nossa caminhada como povo, aceitar que ela seja pasteurizidada e homogeneizada em nome de um produto cultural que eliminará o que temos de específicos como povo, é o mesmo que anularmos o Brasil como país e nação. A questão nacionalista não é xenofobismo, até porque somos um povo multiétnico, mas um problema de sobrevivência e continuidade como Estado e Nação. Um dos mais insidiosos instrumentos de domínio que o sistema usa contra todos os povos, mais até do que a força militar e comunicacional, é o controle ideológico da produção cultural dos povos, até que a sua proposta política, social e econômica seja a verdade das verdades. Esta é a razão do nacionalismo estar à baila, considerado como um vilão. Quando na verdade é o mocinho da história.

    Leandro Simão

    E findar os pontos de cultura? E a manutenção da Lei Rouanet? A verdade é que a questão levantada do ECAD não faz parte de um ponto isolado, ao contrário disso. Faz parte de uma política que vem indo na contra-mao de tudo o que a esquerda sempre defendeu e que o governo lula iniciou para essa pasta, ou seja, uma política cultural baseada numa maior distribuição, descentralização e popularização.

    Pedro Ayres

    Excepcionalmente.
    Os famosos Pontos de Cultura, que na maioria das vezes eram apenas dois PC's e uns três terceirizados, desde março de 2010 que não recebem nenhum apoio financeiro ou salário. Logo, já estavam abandonados há muito pela antiga "gestão". Quanto à Lei Rouanet, parece-me que foge da alçada de um ministro, seja lá qual for, cuidar de leis, que são competência exclusiva do Congresso e como não tem as características que justifique uma Medida Provisória, o remédio é aguardar que os normais procedimentos sigam os seus trâmites. No mais é puro engodo.

    Leandro Simão

    Quanto à Lei Rouanet, parece-me que foge da alçada de um ministro, seja lá qual for, cuidar de leis, que são competência exclusiva do Congresso e como não tem as características que justifique uma Medida Provisória….

    Só pode ser piada isso né??? O Minc deve debater com a sociedade uma reformulação da Lei Rouanet e propor uma reforma, como estava sendo feito no governo Lula… Se não iremos discutir o financiamento da Cultura no ministério da Cultura, eu realmente nao sei qual papel vc quer que o Minc venha a desempenhar…

    Por tais argumentos, que vejo os lobbistas da Lei Rouanet vibrando e fazendo defesa ao Ministério da Ana. Poderia imaginar tudo, menos ver isso acontecer no governo do PT. Estamos vendo uma inversao de valores…

    Pedro Luiz Paredes

    Xará, o movimento já esta criado.
    Em seu texto jaz um circulo em volta do próprio umbigo.
    Começa conjecturando seu posicionamento e se coloca no cerne da razão, como se a oposição a essa sua retórica vulgar e puramente política fosse uma afronta a liberdade de expressão quando na verdade é somente o pleno exercício dela.

    Vou fingir que não li a segunda frase porque não fica bem um marmanjão desse tamanho se auto vitimar e vitimar a ministra quando, na verdade, a tentativa de restrição à liberdade vem justamente de suas ideias.

    Na terceira e quarta frase tenta substanciar a retórica inicial desconsiderando e desqualificando qualquer "oposição" à sua retórica. Isso por si só já desqualifica o debate ideológico pois para tanto há de se haver a pré disposição mutua e a admissão de divergências a níveis de pré direito e não a partir de elementos pré estabelecidos por uma das partes somente.

    No segundo parágrafo vai mais longe ainda, quer falar o que é cultura e o que não é.
    Deus…
    é você?
    Não vou nem aprofundar no seu ataque ao Linux porque parece não fazer ideia da rede mundial de debates sobre conhecimento livre. Por pura coincidência estou usando uma distribuição Linux inteiramente desenvolvida no Brasil, por brasileiros. (Disponível aqui: http://www.epidemiclinux.org/)

    A terceira e quarta frase do segundo parágrafo fala da reprodução parcial, que não é o mérito da discussão. Vou pular tá!

    Então começa a defender a Ministra dizendo que não há ligação entre as instituições e blá blá blá…
    Mas é claro, que não!
    Não existe loby no Brasil porque é ilegal.
    Não existe corrupção porque é ilegal.
    Não existe relação entre ela e o Ecad, apesar dos interesses parecer serem os mesmos, simplesmente porque é ilegal!
    kkkkkkkk
    Era pra rir, não?

    Quanto a questão nacionalista…. …chamam "ao" Estado… …máquina se transforma em libertadora…
    Desculpe, eu não entendi essas colocações.

    O último parágrafo ta difícil viu!
    Esta codificado???
    Quero justamente a heterogeneidade.

    Segue. Os pressupostos constitutivos na conjugação de elementos individualizadores e identificadores de uma nação, e a afetação deles na constituição do Estado como prerrogativa da representatividade política através de seu povo em suas liberdades individuais e coletivas, e que legitima essa discussão, são aqueles que estão em evidência agora; que querem o descontrole cultural; que não fazem questão de fazer da cultura um mercado baseado em metas e objetivos pautados no lucro; que não faz questão de enaltecer quem pensa na cultura primeiramente como ponte para a ascensão do status social e financeiro e em quem sabiamente tira proveito disso, e que embora seja para onde esse modelo esta nos levando, o contrário não prejudicará nossos alicerces como nação e nossa precária conjectura jurídico-política, pode ficar sussa!!!!
    (rsrs)

Leandro Simão

Muito bom! O autor sintetizou bem a realidade do Minc. Ana vem trabalhando pela manutenção dos privilégios de pequenos grupos poderosos do meio da Cultura. Suas políticas são as pautas de um governo neo-liberal, nos moldes do PSDB-DEM. Esse Ministério foi e continua sendo o grande erro da Dilma. Vamos lutar para que o Minc volte a se posicionar pela popularização e ampliação das verbas culturais.

Leider_Lincoln

Que há "guerra interna" parece não haver dúvidas. Como todavia há menos dúvida ainda sobre a aproximação da Ana de Hollanda com o ECAD e o AI-5 Digital. Não estou nem aí para as briguinhas internas, mas ver o poder público trabalhando para o ECAD e para uma tentativa de golpe do PSDB é intolerável.

betinho2

continuação…

O que eu sei é que o Juca Ferreira deixou um Ministério em frangalhos, sem qualquer condição de se movimentar, com dívidas, relações eticamente contestáveis com beneficiários de dinheiro público. Essa é a grande dificuldade do MinC.

Acho que a ministra vem tentando promover uma (necessária) quebra no discurso demagógico e um equilíbrio maior entre os efetivos ganhos da cultura livre e uma sobrevida dos direitos autorais, que ainda é fonte de recursos para boa parcela de artistas e da indústria cultural, inclusive nacional.

Outra coisa: esse discurso nacionalista não é da ministra. Pode até ser alguns defensores da minista, mas não dela. Isso é outro tipo de associação indébita.

Acho que a maneira mais interessante de promover o contraditório e a oposição aos atos da ministra é nos atermos ao que ela diz e faz e não ao que os outros, muitas vezes maldosamente, atribuem a ela.

O governo tem pouco mais de 60 dias de mandato. Não deu tempo nem de saber o tamanho do rombo provocado por Juca Ferreira. Estou vigilante, mas não quero fazer a execução sumária da ministra, simplesmente porque isso não seria honesto.

Um grande abraço, LB

    betinho2

    Leonardo Brant é editor do Cultura e mercado.

    Leandro Simão

    Leonardo Brant é defensor declarado do neo-liberalismo. Quem já leu meia dúzia de artigos dele nota isso sem menor esforço. Faz parte dos lobistas q lucram com a Lei Rouanet.. falta um pouco de credibilidade para ele, já que pensa no seu bolso primeiro….

    Helia

    É muito fácil classificar pessoas de neoliberais, de só se importarem com seus bolsos enquanto se tira uma onda de socialistas de beira de calçada. Assim fazem os que acham que o produtor cultural deve acreditar piamente no Stallman e no Lessig e no tal Movimento de Cultura Livre,made in USA, eentregar sua alma ao Creative Commons,um grande engodo, que na verdade tem como objetivo a exploração do produtor cultural e a pasteurização da cultura.

    Leandro Simão

    Não tiro onda de socialista Helia. Só nao quero que o dinheiro do Estado Brasileiro fique financiamento lobbystas como ele através de pseudo-projetos culturais das fundações de bancos internacionais, enquanto que o restante da população que vive de cultura, fique a mingua.
    Esse é o ponto. A lei rouanet segrega e favore os lobbistas e os grandes tubarões da Cultura. Não sou contra a ordem capitalista calcada pelo empreendorista. Pelo contrário, Mas que não vá fazer isso com dinheiro público, pq esse deve ter outra designação social…

    E é por isso, que os lobbystas estão a defender o novo Minc. Querem a manutenção de mamata com dinheiro público nos termos que a Lei Rouanet está!

betinho2

Há controvérsia de longa data dentro do Cultura e Mercado. Parece que Machado Freitas é um polimista.
Mas coloco aqui o comentário de Leonardo Brant sobre esse artigo acima:

Bravo! Carlos. Seus argumentos são precisos, mas há uma distorção e uma associação impertinente deles em relação aos atos e discursos da Ministra. Acho forçoso demais atribuir a defesa dos criadores a uma defesa do ECAD. Pelo contrário. A defesa dos criadores passa pela proteção dos autores, inclusive contra o ECAD, contra a indústria cultural globalizada e contra alguns defensores da cultura livre, que se locupletam do conteúdo gratuito em causa própria.

Não há nenhum indício, no discurso e nos atos da Ministra, de que ela será conivente com o ECAD. Pelo contrário, ao conhecer de perto o sistema, ela tem mais condições de aprimorá-lo, diferente dos tempos tenebrosos do MinC, onde o ocupante da cadeira não entendia nada do mercado cultural e da cada vez mais difícil vida dos artistas, mas promovia um discurso falacioso e demagógico, sem entender os efeitos reais sobre a vida de quem vive de cultura.

Precisamos separar bem o joio do trigo para não virar uma oposição acéfala, com interpretações maldosas. Identifico muito claramente quais os grupos que tentam minar e desestabilizar a ministra mesmo antes de ela tomar posse. E tb quais os interesses em jogo. …
…continua acima

    Bruno Moreno

    Brant era ferrenho opositor da política do Gil/ Juca. Apoiou Marina no primeiro turno e tinha enormes ligações com o PSDB de SP. Veja o histórico dos textos dos dois no Cultura e Mercado que verá quem defendeu as políticas do Governo Lula e quem era contra. Aliás, Carlos Henrique é petista e lulista desde que me conheço por gente.

Ivonildo Dourado

Ou Ana Holanda está mechendo em um vespeiro ou ela é muito inábil. O autor está coberto de razão quando aborda a questão da parceria entre as gravadoras e os artistas que faturam alto, só esqueceu da mídia que divulga e faz lobby pra essa turma faturar.

Pedro Luiz Paredes

kkkkkkkkkkkkk
Se ficar só no Ecad ta tudo certo.
Isso tudo é pretexto para controlar a internet por causa dos bancos e do monopólio midiático decadente, ou ao menos contribuir com a ofensiva levando uma parte desse segmento da sociedade, que forma opinião(artistas burros).
… ou acha que essas "multinacionais" vão comprar e vender direitos depois que o autor já liberou 20 milhões de cópias na internet com a expansão da internet que existe hoje no Brasil.
Seria somente um último suspiro. Eles querem muito mais do que isso!

ZePovinho

O Ecad quer acabar até com nosso carnaval…………..
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia

Cobrança de direitos autorais pode acabar com blocos de carnaval

O presidente do bloco carnavalesco Cordão do Bola Preta questiona os critérios de cobrança do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), órgão responsável pela cobrança de direitos autorais no país. Pedro Ernesto disse que pela tabela do Ecad nenhum bloco carnavalesco teria condições de desfilar pelas ruas do Rio de Janeiro. Segundo ele, pelo público do Bola Preta, o bloco teria que pagar ao Ecad cerca de R$ 8 milhões. "O Ecad sabe que não há como pagar isso."

    Guanabara

    Não é acabar! É privatizar! Qual a solução de mercado para que os "blocos" consigam pagar suas "dívidas"(?)? Que os patrocinadores paguem! Quem vai patrocinar? Os de sempre, ora! E o que ganharão em troca? Que tal o abadá? A melhor forma de privatizar, mesmo que por algumas horas , o espaço público! É o pedágio do carnaval! Vc viu alguém reclamando de direitos autorais do carnaval "organizado" (?) da Bahia? As cansadinhas agradecem!

    SILOÉ

    Há anos que o cordão do Bola Preta faturava com bailes em sua sede e não pagava nem o condomínio tendo que ser despejado, portanto não pode nem questionar o Ecad , como agora é a Globo que banca. Dar com
    uma mão e tira com a outra. Fica até estranha essa reclamação.

Fernando Noruega

Francisco, trabalho com cineclubismo de maneira não remunerada, ou seja, por amor ao cinema. O Ecad é o maior contratempo que temos, pois sempre nos manda cobranças completamente disparatadas. Quando pedimos que nelas sejam discriminadas as obras a que eles se referem, eles somem sem responder. Ou seja, eles nos cobram sem saber o que é cobrado e usam de terrorismo, pois dizem que se não pagarmos eles processam e fecham o nosso cineclube (sendo que a entrada é franca, ou seja, ninguém obtém lucro).
Pode até parecer que, juridicamente, o órgão tem razão, mas quem pensa assim se esquece que a gravadora já vendeu o direito das músicas ao estúdio, ou seja, ela já foi remunerada! Assim, o Ecad quer que suas multinacionais lucrem duas vezes, na entrada e na saída, em cima de gente como eu, que trabalha pela cultura de maneira diletante simplesmente porque acredita que a exposição a bens culturais é a melhor forma de preparar as pessoas para atuar no mundo.
Portanto, essa guerra está longe de ser uma batalha de eguinhos magoados. Ela tem tudo a ver com a outra ponta da produção cultural: aquela que está espalhada por todo o país, em contato direto com o público, ralando por amor, mas que, infelizmente, não tem a força da grana.

    Osmar

    O ECAD é uma instituição privada que foi criada pelos músicos , ao tempo de Chiquinha Gonzaga. Se há algo errado com o ECAD são os músicos, os compositores que têm que resolver o problema.
    E quanto as leis de direitos autorais existem em todos os países do mundo. Ao Congresso cabe alterar leis. O MinC só pode ouvir os produtores culturais e encaminhar o que a maioria decidir.
    Se no governo anterior não se chegou a mandar para o Congresso nenhum projeto , é de praxe quando muda a administração que os projetos retornem às pastas correspondentes para serem reexaminados. Quanto mais vozes forem ouvidas melhor, não?
    Não dá para entender o porque dessa grita contra a Ministra. Grupos querem pautar o que a atual administração deve ou não deve fazer? Que tal ouvir a maioria, reabrir as discussões, agir democraticamente? É muito mais democrático e correto. E além do mais é de praxe, está de acordo com as regras do Direito Aministrativo.

Greg

Já vi muito dono de bar ganhar na primeira e segunda instância contra o ECAD, mas quando chega no STJ e no STF perdem… Há algo de muito podre no reino…

P A U L O

A Dondoca Dilma depois de prestigiar a Rolha Ditabranda, a Dama Cansada e a Idosa Malufista, vira definiitivamente neo-liberal, só falta entrar na Opus Dei.

    Pedro1

    Dondoca Dilma? Onde você estava na ditadura? Sendo torturado com ela?

    Ⓐnti

    Eu tava crescendo num gueto na Suécia com gente que foi pro pau aqui…
    Serve?
    Ou vamo fazê um concurso pra ver quem brigou mais contra a milicada?

ZePovinho

Tem coisa grande por trás dessa defesa canina dos ultrapassados direitos intelectuais(é só dar uma olhada no acordo TRIPS da OMC).Na palestra do Brigadeiro-Engenheiro Venâncio,do CTA,ela narra que os americanos negaram dados sobre aeroelasticidade sobre o F5-Northop-Gruman que a FAB usa.A Aeronáutica queria modernizar seus aviões e os EUA negaram os dados.Então os engenheiros da FAB fizeram um estudo completo em cima do F5 e encontraram coisas que a empresa não sabia.O resultado:foram obrigados,por contrato,a entregar os dados para a Northrop-Gruman.Todo o traballho que fizeram foi entregue de bandeja para os gringos.
Teve o caso,também,do físico do IME que modelou e decifrou o funcionamento da ogiva atômica mais mortífera dos EUA:a W87,acho eu.Imediatamente a AIEA solicitou acesso irrestrito ao estudo e aos laboratórios do IME.Jobim negou(na verdade foi o Lula).Nesse caso,vale também o argumento de violação de propriedade intelectual.
Por fim,devemos lembrar do pesquisador da USP(acho que o nome é Mozart ou Sérgio) que descobriu um anti-coagulante poderoso no veneno de uma cobra brasileira,nos anos 90.Publicou um paper e não patenteou a descoberta.Uma empresa americana patenteou e lucra 1 bilhão de dólares por ano só com ela.
Tem coisa grande aí.Não adianta a turma da ministra vir aqui dizer que tem gente do PV reclamando porque perdeu a boquinha.Sabemos que o PV é fisiológico como os outros partidos,mas o trabalho de Gilberto Gil e Juca Ferreira foi primoroso e lamentamos que Caetano Veloso,diferentemente de Gil,hoje defenda mais o próprio bolso do que o Brasil(até rimou…..).

    beattrice

    A questão das patentes em C&T, incluindo o setor de defesa e TI, é um vespeiro intelectual de alto interesse nacional, sem esquecer a área de petroquímica e química fina.
    Por isso y otras cositas más o MinC não pode brincar de " se não jogar meu jogo levo a bola para casa", há mais em jogo, muito mais que ECAD & afins.
    Como outras questões, esse assunto vem sendo tratado de modo arbitrário.

    beattrice

    Em tempo, vc se refere ao caso do Sérgio Ferreira?

Francisco

Sugiro que vcs jornalistas nos informem melhor quem são os grupos que "guerreiam" ao redor do Minc e tentar nos esclarecer melhor do porque, o que defedem. Posso estar enganado mas este papo de Creative Commons, mafia do Ecad, outros igualmente fracos, para mim esconde uma briga provinciana em torno de poder.
Gostaria de esclarecer isto e deixar de pensar que o Minc estaria sendo desaparelhado e quem ta ficando fora, magoou…..

    gilberto

    Francisco, vc por acaso lê jornal ? Se vc lê jornal esta facil ver quem são …

    Ernesto

    Mas vc ainda acredita no que lê em jornal? Tá tudo dominado, meu caro!
    E no que tange a essa questão da área cultural, sempre tensa e conflituosa, os tentáculos dos grupos políticos e "de negócios" na área cultural penetram em toda a mídia. É muito lobby que os acusadores da Ministra têm. Corre grana nos negócio da área. E muita.
    Com calma tudo vai se esclarecendo. É briga de grupos, guerra de interesses. O MinC foi ocupado pelo Partido Verde, durante todo o governo Lula. Mas como o PV se negou a entrar na coligação que apoiou a atual Presidenta ficou fora da coalizão. Mas agora não se conforma de perder um Ministério interessantíssimo do ponto de vista político. E por outro lado haviam outros interesses, que mudando a administração se vêem contrariados. Aí vem a zanga e saem atirando pra todo lado.
    O que estão fazendo com a Minista é pura falta de ética. Caluniam, difamam, injuriam na maior cara de pau!

    Leandro Simão

    A ministra esta sendo criticada pelo PT e pela base de sua sustentação e aclamada por aqueles que jogaram pedra durante 8 anos no governo Lula. Não tem PV nisso não Ernesto. Basta a ministra se alinhar ao que a esquerda sempre pautou como políticas de esquerda que iremos ficar satisfeitos com ela. Lobby??? Vemos todos os lobbystas da Lei Rouanet defendendo o Minc hoje…Queremos um Minc pautado por políticas populares e de melhor distribuição no que tange a suas verbas…

    beattrice

    Por falar em lobbistas da lei Rouanet, só o que alguns setores lucram diariamente com o adiamento proposto de revisão dessa legislação que tem mais furos que uma peneira…

    SILOÉ

    E pra piorar, a ministra não tem vínculos com nenhum partido, daí fica muito mais fácil atirar pedras.

    Bertold

    É um tal de atira daqui, atira de lá, cada qual caprichando nos artificios retóricos que já está enchendo o saco. Até agora os opositores do MINC não me convenceram de nada. Tenho a impressão de que toda e qualquer política de Estado na área da cultura sempre vai esbarrar nas oposições mais oportunistas cujo objetivo é "mudar para que nada seja mudado", e o balcão continue a ser a regra na produção cultural do país. Francisco, estou integralmente de acordo com seu comentário.

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