Levante da Juventude escracha Prevent e governo Bolsonaro: “Que sejam responsabilizados!”

Tempo de leitura: 3 min
Foto: Guilherme Gandolfi @guifrodu/Levante Popular da Juventude

LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE ESCRACHA A EMPRESA PREVENT SENIOR E O GOVERNO BOLSONARO

Levante Popular da Juventude

Nessa quarta (30), o Levante Popular da Juventude foi até a sede da empresa Prevent Senior, localizada na cidade de São Paulo, denunciar o sangue derramado nas mortes que poderiam ter sido evitadas, se não fosse o negacionismo e a política de morte do governo Bolsonaro.

Vivemos um dos momentos mais tristes da história de nosso país: uma pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiras e brasileiros, aumento do desemprego, volta da fome, crescimento da violência e falta de oportunidades para a juventude.

Diante desse cenário, a CPI da Covid, que investiga a condução do governo federal no combate à pandemia, teve acesso a um dossiê de médicos da empresa privada e operadora de saúde, Prevent Senior, que denuncia diversas atuações ilegais no cuidado de pacientes com Covid-19 internados nos hospitais da rede.

Segundo a denúncia na CPI, diretores executivos da empresa orientavam e pressionavam médicos para tratamento dos pacientes com medicamentos comprovadamente ineficazes, como hidroxicloroquina, ivermectina e tratamento com ozônio – que é proibido pelo conselho nacional de medicina – utilizando pacientes como cobaia sem a permissão destes ou deus seus familiares.

As denúncias relatam também que os trabalhadores dos hospitais eram orientados a atuar sem equipamentos de proteção individual mesmo que estivessem contaminados pelo vírus.

Não bastasse, a empresa orientava a redução do fluxo dos respiradores de oxigênio dos pacientes em terapia intensiva, seu motivo está sintetizado nesta frase: “óbito também é alta”, que costumava ser repetida na empresa.

A morte das pessoas significava apenas uma liberação de espaço em UTI para novos pacientes.

Há ainda informações e provas de que a empresa manipulava o prontuário médico e o atestado de óbito de seus pacientes, não constando como causa da morte as consequências de Covid-19.

Manchamos a Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar aqueles que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas com apoio do Governo Federal, pois tinham relação direta com o gabinete paralelo, que organizou esquemas de corrupção na compra de vacinas da Covaxin e que estimula instituições que fomentam o uso do Kit Covid.

A denúncia feita na CPI da covid escancara a intenção por parte do governo de reforçar Fake News sobre a eficácia desses medicamentos, trata-se de um acordo com licença entre a empresa e o governo federal.

Não podemos esquecer, por exemplo, que Flávio Bolsonaro chegou a elogiar o tratamento ineficaz da Prevent em suas redes sociais, afirmando que o SUS deveria adotá-los.

Desta forma, escrachamos a Prevent Senior e o governo Bolsonaro por acreditar numa saúde que cuida e prioriza a vida do povo brasileiro, que tenha como base a ciência e que seja pública e universal.

A falácia de que a privatização de serviços essenciais para o povo seria a solução é dia após dia derrubada.

Exigimos que a empresa Prevent Senior e o Governo Bolsonaro sejam responsabilizados! Viva o SUS! Fora Bolsonaro!

Fotos: Guilherme Gandolfi @guifrodu/Levante Popular da Juventude


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Zé Maria

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EM DEFESA DA VIDA, DA MEDICINA
E DA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA:
PELO RESGATE DO PAPEL DO CFM

A sociedade brasileira assiste, estarrecida, às revelações de que operadora de plano de saúde Prevent Senior teria usado pacientes como “cobaias” em experimentos em que foram utilizados medicamentos visando o “tratamento precoce” da COVID 19, mesmo depois da comprovação da ineficácia destes medicamentos para a doença.

Tais experimentos teriam ocorrido com o cometimento de diversas irregularidades, dentre elas a sonegação de informações aos pacientes, adulteração de prontuários, a omissão de óbitos, o uso indevido de medicamentos do denominado “kit COVID” e a imposição de prescrição aos médicos do corpo clínico, em clara afronta ao preceito da autonomia médica.

Investigações realizadas pela CPI da COVID e, agora, pelo Ministério Público de São Paulo sugerem que as práticas ilícitas da Prevent Senior teriam se dado em estreita associação com o chamado “gabinete paralelo” articulado de dentro do Palácio do Planalto, visando sobretudo incentivar a utilização ampla da hidroxicloroquina e da ivermectina, ao tempo em que se desprezava a estratégia da vacinação e do distanciamento social.

Durante todo esse período, o Conselho Federal de Medicina – CFM manteve-se omisso em relação aos desmandos da Prevent Senior e à própria utilização do “tratamento precoce”. Por sua omissão, o CFM tornou-se cúmplice do governo federal nas políticas de enfrentamento a COVID19 contrárias ao preconizado pela OMS e por protocolos internacionais, desconsiderando as melhores evidências científicas existentes.

​Atuando de maneira desvirtuada, o CFM afastou-se de seu compromisso maior, que é a “defesa dos direitos dos pacientes, a necessidade de informar e proteger a população assistida, buscando fazer com que a medicina esteja a serviço do paciente, da saúde pública e do bem-estar da sociedade, de maneira harmônica e equilibrada”.

​O conceito de “autonomia do médico” foi deturpado , passando a ter valoração amplificada e contrária à Ciência, ao tempo em que a “autonomia do paciente” passou a ser sumariamente omitida, negando-se o que preconiza o próprio Código de Ética Médica de que deva haver a “harmonização entre os princípios das autonomias do médico e do paciente”.

​Os prejuízos causados à saúde pública e, por conseguinte, à sociedade brasileira pelo posicionamento do CFM não podem ficar impunes. Os próprios médicos e médicas brasileiros passaram a ser vítimas desse posicionamento, na medida em que ficaram expostos à pressão brutal de interesses obscurantistas e mercantilistas, a exemplo do que ocorreu com diversos médicos da Prevent Senior.

Nesse sentido, médicas e médicos defensores da ciência, da vida e da saúde da população brasileira, reiteram sua cobrança ao Conselho Federal de Medicina para que assuma as responsabilidades previstas na legislação brasileira e adote posicionamento condizente com o papel que lhe cabe. Ao mesmo tempo, solicitam ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União para que adotem as medidas que se fizerem necessárias para que o CFM cumpra suas responsabilidades institucionais.

28 de setembro de 2021

Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares – RNMP

https://medicospopulares.org/pelo-resgate-do-papel-do-cfm/

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