Jair de Souza: O liberalismo esteve por trás das piores tragédias dos trabalhadores

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O liberalismo sempre esteve por trás das piores tragédias dos trabalhadores

Por Jair de Souza*

Foi tão somente há alguns dias que vimos se formar um enorme fuzuê quando, inesperadamente, Caetano Veloso declarou publicamente seu rompimento ideológico com o liberalismo.

Se tivesse sido feita aos cochichos e para apenas um punhado de amigos no escondidinho de algum bar, esta insólita revelação poderia ter sido abafada e teria se desvanecido rapidamente sem maiores transtornos para ninguém.

Mas, o desbocado do Caetano resolveu fazê-la justo durante uma entrevista para a rede Globo que estava sendo vista por milhões de pessoas pelo Brasil afora.

E como se isto por si só já não significasse um violento choque que atordoaria muita gente, ele fez questão de informar que sua mudança radical de opinião aconteceu por influência do jovem comunista Jones Manoel, quem lhe tinha apresentado os trabalhos do filósofo e historiador italiano Domenico Losurdo.

Portanto, nas palavras de Caetano, ele já não é mais o mesmo liberaloide de antes.

Depois de ler alguns dos livros de Losurdo, sua anterior visão sobre o liberalismo não podia mais se sustentar.

E, além disso, ele também passou a olhar as experiências socialistas com muito mais respeito.

Não resta dúvida de que a divulgação pública dessas novidades poderia ter um efeito desastroso para as elites econômicas que dominam nosso país!

Por isso, o caso deveria ser tratado com seriedade.

Se os questionamentos levantados por Losurdo em seus livros foram capazes de mudar a cabeça até de um intelectual do porte de Caetano Veloso, aos 78 anos e com um longo histórico de adesão à sacrossanta ideologia-mor do deus mercado, o que não poderia acontecer se o interesse por esses livros se espalhasse para um número significativo de gente preocupada em encontrar novos caminhos para o país?

Algo precisava ser feito de imediato, antes de que os conteúdos dos livros de Losurdo passassem a ser conhecidos e debatidos entre nossa intelectualidade.

Assim sendo, os intelectuais orgânicos a serviço de nossas elites econômicas puseram mãos à obra na tarefa de minimizar danos.

Como seria impossível encontrar argumentos convincentes para se contrapor às demolidoras revelações críticas sobre o liberalismo que os livros de Losurdo apresentam, a solução mais conveniente seria desviar o foco de atenção do tema em questão e tratar de desqualificar o mensageiro.

E foi assim que teve início um acalorado bate-boca sobre se Jones Manoel é ou não stalinista, ou se Domenico Losurdo era ou não stalinista, ou até mesmo para definir se Caetano tinha ou não se tornado stalinista.

Mas, o que preocupa não é saber se Jones Manoel é stalinista, ou trotskista; não interessa para nada se Domenico Losurdo é stalinista, ou trotskista.

O que de fato importa é saber se o que ele nos revela acerca do liberalismo é verdadeiro ou falso.

Na verdade, precisamos saber o que de importante Caetano encontrou naqueles livros para fazê-lo decidir se desvincular do liberalismo e começar a nutrir respeito pelo socialismo.

Teria sido porque Losurdo mostra documentalmente que a bela imagem pintada dos pilares do liberalismo não têm nada a ver com a realidade?

Como seria possível o liberalismo representar a ideologia dos verdadeiros amantes da liberdade se todos os próceres do pensamento liberal foram entusiastas defensores da escravidão?

Como entender que os grandes nomes na história do liberalismo foram ferrenhos defensores de instituições que tratavam de privar de direitos e de liberdade as maiorias populares?

O certo é que, através de uma rigorosa análise histórica, vamos nos dando conta de que John Locke, Alexis Tocqueville, Benjamin Franklin, Edmund Burke, George Washington, Bernard Mandeville e tantos outros dos grandes expoentes do liberalismo foram ardorosos apoiadores de regimes escravistas.

Muitos deles não apenas em teoria, mas também na prática, pois eram proprietários de escravos.

Quanto a isto, basta relembrar que os tão celebrados liberais que conduziram o processo de independência dos Estados Unidos eram senhores de escravos (George Washington e Benjamin Franklin, entre eles).

No entanto, não foi preciso inventar nada, nem mentir ou tergiversar, visto que são os próprios ideólogos do liberalismo que, em suas próprias palavras e em seus próprios atos, expressam sua aprovação à escravidão.

Segundo eles, a liberdade é um direito fundamental e inalienável, mas não para todos, e sim para os grandes proprietários.

Tanto assim que consideravam que o mais importante de todos os direitos era o direito à propriedade, o qual era tão sagrado que não deveria estar sujeito a nenhuma tentativa de interferência ou limitação em seu usufruto.

E como para os liberais os escravos eram parte dos bens intocáveis de um proprietário, acabar com a escravidão seria uma agressão à liberdade.

Foram também os ideólogos do liberalismo os principais defensores do racismo e do colonialismo.

O abominável sistema de segregação racial que se instalou no sul dos Estados Unidos era tido como digno de louvor pela maioria dos pensadores liberais naquele tempo (e continuou sendo ainda por muito tempo).

Para eles, a supremacia branca era algo tão natural e aceitável que deveria ser defendida abertamente e sem titubeios.

Sabemos que foi este regime de segregação racial dos Estados Unidos a fonte de inspiração para outros modelos segregacionistas bem conhecidos, como o nazismo alemão e o apartheid sul-africano.

Conforme nos relata Losurdo, quase todos os movimentos que travavam a luta para pôr fim à subjugação nacional a que os povos periféricos estavam submetidos buscavam sua inspiração e apoio no socialismo.

Por sua vez, os adeptos do liberalismo estavam na linha de frente da expansão e manutenção do colonialismo, que tanta desgraça e sofrimento causou pelo mundo afora.

Figuras até hoje tão queridas para a maioria dos liberais, como Winston Churchill, tiveram um papel relevante na ocupação, repressão e dominação de nações e povos colonizados.

Até os mal-afamados campos de concentração estão entre as invenções de dirigentes políticos ligados ao liberalismo.

Ao ler os escritos de Losurdo, Caetano Veloso também deve ter entendido que os regimes mais sanguinários que já passaram pela América Latina foram sustentados por ideólogos do liberalismo.

O Chile de Pinochet e a Argentina da Junta Militar serviram como modelo para a posta em prática de várias das políticas defendidas pelo liberalismo em sua fase neoliberal.

E é este mesmo ideal do liberalismo que se estende até os dias de hoje ao Brasil na figura de Paulo Guedes.

Ou seja, hoje, como antes, o propósito do liberalismo é conceder liberdade total para os grandes proprietários e limitar ao máximo os direitos dos trabalhadores.

É sobre este tipo de questões que nós deveríamos estar debatendo.

Mas, como já procurei explicar, nossas elites do dinheiro não querem que seja assim.

Eles trabalham para que os militantes de esquerda fiquem enfronhados numa disputa sem sentido entre “stalinistas” e “trotskistas”, enquanto os liberais vão tratando de impor sua agenda e destruir todas a conquistas dos trabalhadores.

Por mais divergências que tenha havido entre Trotsky e Stalin em seu tempo histórico, nos dias atuais, nenhum lutador que busca com sinceridade ajudar na construção de um mundo melhor para nosso povo deveria se deixar levar por esse sectarismo que só beneficia aos exploradores.

*Economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ.


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Comentários

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Zé Maria

PNAD/IBGE
DESEMPREGO

13 milhões de brasileiros Desempregados e mais
27,3 milhões de pessoas (ou 36,4% da população
fora da força de trabalho) dizendo que gostariam
de trabalhar, na primeira semana de setembro.

São mais de 40 Milhões de Pessoas querendo
trabalhar e não conseguem um Emprego.

https://jornalggn.com.br/noticia/13-milhoes-de-brasileiros-estavam-desocupados-na-primeira-semana-de-setembro/

    Nelson

    “São mais de 40 Milhões de Pessoas querendo trabalhar e não conseguem um Emprego.”

    Não desespere, Zé Maria. Já temos general da patota do Bozo com proposta brilhante para atacar o desemprego. Ele propõe que 20 milhões sejam deslocados para a Amazônia e colocados a garimpar.

    Isto dá uma boa medida do que eles pensam sobre desenvolvimento. Desenvolvimento sustentável, então, nem passa perto da cabeça deles.

    Li, certa feita, uma frase de Leon Tolstoi. “Há os que olham para um bosque e não enxergam mais que lenha para queimar”, escreveu o grande escritor russo.

astolfo

Ser trabalhador é coisa de pobre!
É por isso q os países ricos são altamente liberalizados e pró empresários, pró livre mercado e pró liberdades individuais.
O q vc defendem só gerou miséria no mundo!

    Nelson

    O que fazer quando o sujeito opta pela “cegueira intencional”?

    Nelson

    “É por isso q os países ricos são altamente [……] pró liberdades individuais.”

    A nos fiarmos no raciocínio do senhor Astolfo, Edward Snowden teve que fugir da Rússia para os Estados Unidos.
    A VERDADE: Snowden teve que fugir de sua pátria, unicamente por ter contado a verdade, por ter revelado parte da podridão que impera no Sistema de Poder que domina os EUA. Se lá ficasse, seria jogado na prisão como fizeram com Bradley Manning. Manning ficou preso por mais de três anos mesmo sem julgamento. Em um país que é “pró liberdades individuais” como quer nosso comentarista.

    A nos fiarmos no raciocínio do senhor Astolfo, Julian Assange teria ficado exilado na embaixada do Equador em Teeran e, agora, estaria prestes a ser deportado para a China para ser julgado e condenado à prisão perpétua ou à morte.
    A VERDADE: Assange ficou literalmente preso na embaixada do Equador em Londres – capital de um país rico, liberal – por mais de seis anos. Se ousasse colocar o pé para fora de lá, seria preso pela polícia liberal inglesa. Em seguida, Assange seria deportado para outro país liberal, amante e respeitador das liberdades individuais. Ali, teria o mesmo destino de Manning, ou pior, a cadeira elétrica.
    Assange chegou a ser acusado de traição. Não, não é de trair o seu dever de jornalista a acusação. É de ter traído os EUA ao divulgar a podridão escondida. Mas, detalhe que não precisa de mais comentários: Assange é australiano.

    Nesse mesmo país rico e “pró liberdades individuais”, um outro jornalista, Gary Webb, foi encontrado morto. O laudo oficial para a morte: suicídio.
    A VERDADE: Webb morreu devido a dois tiros que levou no rosto. Detalhe que nos mostra o quão livre é a imprensa desse país rico: ela “engoliu a seco” a explicação policial para a morte de Webb.

    Nelson

    Bem, senhor Astolfo. Citei aqui apenas quatro casos que demonstram cabalmente o quão o senhor está equivocado, mal informado, quando acredita piamente que “os países ricos são altamente liberalizados […] e pró liberdades individuais”.

    Sugiro que o senhor procure ler mais. Nos livros de Noam Chomsky, o senhor vai passar a enxergar o que é a realidade do “mundo livre” por detrás da vastíssima propaganda ideológica que se põe a incensa-lo sem nos dar descanso.

    “Deve ser alguém que nutre ódio cego e irracional aos EUA”, é possível que, mais que depressa, o senhor conclua. Não é o caso. Filósofo e linguista de grande influência, Chomsky é nascido nos Estados Unidos e dependente de judeus.

    Não sei qual é a sua idade. Mas, isso não importa, pois, sempre é tempo de aprender. Afinal, o Caetano Veloso demorou um bocado para passar a enxergar um pouco melhor as coisas. Ele só veio se dar conta verdadeira face do liberalismo, descomunal fraude montada pelos supostos liberais ao longo da história, já com 78 anos.

    Nelson

    Ao reler os comentários que postei, me dei conta de que esqueci de contar o crime cometido por Gary Webb. Ainda antes de Snowden, Manning e Assange, Webb ousou divulgar parte da podridão reinante no Sistema de Poder que domina os EUA, mais especificamente no governo de Ronald Reagan.

    O jornalista escancarou a estreita ligação desse governo com os cartéis do trafico de drogas da Colômbia. Mas, talvez o pior crime de Gary Webb tenha sido outro. Com suas revelações, ele mostrou que o governo dos EUA não guarda apreço algum pelo próprio povo de seu país.

    O acordo feito com os carteis colombianos os deixava livres para traficar drogas à vontade no seio do povo estadunidense. Desde que eles aceitassem um “Rachid”. Ou seja, a destruição de lares pela droga não importava ao grande poder estadunidense.

    O que interessava é que parte da arrecadação tinha que ser destinada à CIA para que esta pudesse comprar armas que enviaria aos chamados Contras – terroristas, na verdade – que, a soldo dos EUA, queriam derrubar o governo sandinista na Nicarágua.

Zé Maria

https://twitter.com/AuditoriaCidada/status/1308855578014482432

“Apoie a carta aberta elaborada por diversa entidades
questionando o ministro da economia, Paulo Guedes,
sobre a privatização de empresas públicas estratégicas
e lucrativas.”

Saiba mais em: https://bit.ly/2FQHWr7

https://twitter.com/mlfattorelli/status/1309094966304665601

Zé Maria

Travestido politicamente de Democracia e Liberdade, o Liberalismo Econômico,
historicamente, sempre veio acompanhado de Preconceito e Discriminação Social.

Zé Maria

A Eugenia cuja tese foi criada e desenvolvida por ‘Cientistas’ Ingleses, no Século 19,
serviu como uma luva na mão das Academias de Ciências Médicas dos EUA, sendo instituída por Lei – inclusive como meio de Segregação Social – e até
mesmo referendada pela Suprema Corte Norte-Americana, já no Século 20,
tendo influenciado os Alemães Nazistas na prática institucional de métodos
eugenistas, assim como o Apartheid na África do Sul.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Jim_Crow
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia#Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_antimiscigena%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segrega%C3%A7%C3%A3o_racial_nos_Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_antimiscigena%C3%A7%C3%A3o#%C3%81frica_do_Sul_sob_o_Apartheid

E como tudo que é produzido nas Matrizes Capitalistas do Hemisfério Norte
respinga aqui no braZil, o Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter
um movimento eugênico organizado. O Movimento Eugênico Brasileiro,
oficialmente estruturado na forma de Higienismo, estendeu sua atuação
no início do Século 20 da década de 1910 até a de 1930.
A Sociedade Eugênica de São Paulo foi criada em 1918.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Renato_Kehl
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_eug%C3%AAnico_brasileiro
.
.
“Movimento para criar Seres Humanos ‘melhores’ nos EUA influenciou Hitler”

A uma hora de Nova York, no vilarejo de Cold Spring Harbour, há um laboratório
de ‘investigação genética’ que foi fundado em 1890.
O guia do local explica que, “entre o final do século 19 e o começo do século 20,
havia uma tendência de reprodução seletiva.
Se um humano era considerado indigno de transmitir sua hereditariedade
a gerações futuras, era esterilizado contra sua vontade”.

| Reportagem: Peter Lang-Stanton e Steven Jackson | BBC de Londres |

Íntegra: (https://www.bbc.com/portuguese/internacional-39625619)

“Muita gente associa a palavra ‘eugenia’ aos nazistas e ao Holocausto. Mas isso está errado. Na verdade, Hitler aprendeu com o que os EUA haviam feito”, afirma Daniel Kevles, historiador da ciência da Universidade de Yale, aposentado recentemente.

Segundo Kevles, para entender a eugenia, é preciso voltar à Inglaterra vitoriana,
em meados de 1800.
“Tudo começou com as ideias de Francis Galton [*], cientista que era primo de Darwin [**].
Ele era antropólogo, geógrafo, explorador, inventor, meteorologista, estatístico,
psicólogo. Mas o que lhe fascinava acima de tudo era a genialidade e a herança
biológica.”

Até a virada do século 19, as ideias de Galton estavam se disseminando pelo mundo.

Começou a enraizar-se nos Estados Unidos em parte porque nessa época as
pessoas estavam preocupadas com o que estava acontecendo com suas cidades.

Seus apoiadores tinham uma tendência de ser “da classe média, brancos e
‘bem educados’, que se sentiam perturbadas com as favelas industriais”.

Desde a Revolução Industrial, a partir de meados do século 19, os camponeses
começaram a ir para as cidades em busca de trabalho nas fábricas. Foi uma
das primeiras vezes na história que os Estados Unidos tiveram de enfrentar
problemas sociais urbanos.

“Crime, prostituição, alcoolismo, pobreza. Além dos camponeses, os imigrantes
também estavam chegando em grandes ondas vindos do sul e do leste
da Europa.

Houve uma confluência de fatores nos primeiros 15 anos do século 20
nos Estados Unidos que criou um público para a eugenia”,
explica o historiador.

A teoria deu àqueles que estavam aterrorizados com o que viam nas ruas
uma estrutura biológica para a compreensão da situação: tudo se resumia
a problemas hereditários. No entanto, não era precisamente a isso que Galton
se referia: para o vitoriano, a eugenia tratava de fomentar a reprodução de gênios.

Foi nos Estados Unidos que a eugenia ganhou contornos mais negativos:
o controle de quem se reproduziria e quem não teria esse direito.

“Isso acontecia porque os Estados Unidos pareciam estar se ‘degenerando’ –
essa era a palavra usada na época”, disse Kevles.

*[ O primeiro Livro importante para o pensamento de Francis Galton (1822-1911)
sobre a melhoria da espécie humana, através da seleção artificial, foi “Hereditary
Genius” (1869).

A tese do cientista inglês afirmava que um homem notável teria filhos notáveis.

O termo “Eugenia” passou a ser cunhado por Galton apenas em 1883 na obra
“Inquiries into Human Faculty and Its Development”.

As conclusões de Galton sobre a hereditariedade e os chamados “bem nascidos”
devem ser observadas pelo conhecimento Médico-Científico e Sócio-Econômico a partir do século XIX.]

**[O naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882) publicou a Obra-Prima
“Da Origem das Espécies”, em 1859, e o Livro “A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo”, em 1871.

Entretanto, a expressão “sobrevivência do mais apto” foi criação do biólogo inglês
Herbert Spencer (1820-1903), autor de “Social Statics” (1851), “First Principles” (1862) e “O Indivíduo Contra o Estado” (1884), expoente do Liberalismo Clássico – Spencer foi subeditor da revista The Economist, onde trabalhou de 1848 até 1853 – considerado Precursor da Teoria do “Darwinismo Social”.]

https://en.wikipedia.org/wiki/Lamarckism
https://en.wikipedia.org/wiki/Herbert_Spencer
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Westminster_Review
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Economist#Lista_de_editores%5B19%5D
https://en.wikipedia.org/wiki/The_eclipse_of_Darwinism
https://en.wikipedia.org/wiki/Phrenology#United_States
https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Darwin#Movimentos_sociais

Nelson

Que me perdoem as exceções, que devem ser bem poucas. Mas, na verdade, pelo que temos visto ao longo da história, os liberais só sustentam seu liberalismo até o momento em que seus privilégios de classe, que garantem boa vida a eles, estejam assegurados.

Ao mínimo sinal de que tais privilégios estejam a perigo, eles correm a chamar o aparato estatal repressor para que este recoloque as coisas em seu devido lugar e a ordem seja restabelecida.

Ou seja, quando falham os meios de que dispõe a dita democracia liberal para manter as classes consideradas inferiores afastadas da arena de decisões (Chomsky), eles dão um jeito de “virar a mesa”.

Então, costumeiramente, são pegos a namorarem – afagos, beijos e abraços, paixão ardorosa – com ditaduras que, da boca para fora, dizem abominar.

Nelson

Um texto excelente. Parabéns, Jair de Souza.

Tenho dois livros de Domenico Losurdo: “A Linguagem do Império” e “Contra-História do Liberalismo”. Já li metade do primeiro e espero terminá-lo bem rápido para partir para o segundo e buscar mais informações sobre os ditos liberais.

Na verdade, após ler vários livros de Noam Chomsky, eu já havia me inteirado de que o tão decantado liberalismo dos liberais estava muito longe do que sempre nos foi contado.

Sobre o eternamente incensado Churchill, Chomsky diz, no “Ano 501-A Conquista Continua”, que ele “achava que o gás venenoso era a arma para ser usada contra as ‘tribos incivilizadas’ (curdos e afegãos, sobretudo)”.

Ainda no mesmo livro, o linguista estadunidense nos conta que Churchill esperava, de forma bem liberal, por supuesto, que “o uso de gases intoxicantes contra tribos incivilizadas espalhasse um terror intenso”.

Chomsky conta também que, “como secretário do Interior, em 1910 ele [Churchill] tinha proposto secretamente a esterilização de 100 mil ‘degenerados mentais”’.

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