Ivna Feitosa: O México, corpo latino em cabeça gringa

Tempo de leitura: 4 min

Leak ni mim

por Ivna Feitosa

Seja no território nacional, seja no campo internacional, a coisa no Brasil está pegando fogo. O nosso fogo doméstico, diário, já conhecemos. Mas agora o circo pegou fogo lá fora também e o nosso nome está envolvido. Bom, espero que, no que toca ao campo internacional, nada pegue realmente fogo, nacionalmente já temos os nossos. E não acredito que os fogos alheios possam chegar, o mundo já é outro e o Brasil também. Estão chegando, na verdade, gotas americanas para informar, fazer pensar e provar que as políticas estão se modificando. Quem diria!

Desde o México, do outro lado da balança da nossa América, a latina, fica clara a diferença do impacto das gotas. Ou ainda não foram publicados os telegramas mais picantes, ou no México as relações com
o EEUU, como chamam EUA aqui, são tão íntimas que dispensam telegramas. Hoje, no jornal online mexicano mais sério e responsável, o La Jornada, a notícia da US goteira saiu no canto direito, sem nenhum destaque especial, e diz: “‘Embarazosos’ datos revelados por Wikileaks, pero de consecuencias ‘modestas’: secretario de Defensa”. Vou esperar ansiosa por telegramas picantes, mas tendo a acreditar na segunda opção, que as relações entre México e EUA são demasiado intimacionais para serem internacionais.

Morando aqui e sendo brasileira, não conseguia entender muito bem a impressão que me dava esse outro lugar. Era, e ainda é, muito confuso. Quando consegui entender um pouco mais a imagem borrada que eu tinha, percebi uma certa esquizofrenia que vive o território mexicano, com suas leis americanas e seu povo latino. Os sintomas do transtorno psicopoliticosocial crônico mexicano são, para quem é de fora, gritantes, e para quem é de dentro, velhos e cruéis costumes. Não existe saúde pública universal e gratuita, mesmo que a pobreza da grande maioria da população seja alarmante. O México até pouco tempo era o país mais rico da América Latina, perdeu o posto faz pouco para o Brasil; ou seja, não existe justificativa financeira para isso.

O sistema eleitoral existe, mas sua atuação parece uma obra contemporânea, de estilo fantasmagórico, que trama dúvidas e incertezas. A diversidade de opiniões e explicações dos mexicanos sobre a validez das eleições daqui me pinta esse quadro. Os governos são narcogovernos obrigatórios. Quem não aceita a hegemonia da indústria da droga é prontamente executado. A notícia de um governador, prefeito ou chefe de polícia assassinado não é incomum. A cifra de mortes matadas entre jornalistas e defensores de direitos humanos é comprida. Acho muito difícil imaginar o que vive e o que acontece realmente ao povo mexicano em geral. A taxa, nesse ano de 2010, de execuções no México é de 35 pessoas por dia.

Nem sei porque divago tanto sobre o México. Acho que de um lado preciso desabafar a tristeza de ver latinoamericanos tão abandonados e, pelo que parece, fadados a isso. O candidato mais forte à presidência do México, já na disputa faltando ainda dois anos para as próximas eleições, chama-se Peña Nieto. Esse homem tem pouco mais de 40 anos e é suspeito de assassinar sua mulher. Claro, não saiu culpado. Além de ser casado agora com uma super atriz, o último feito desse personagem foi entrar com uma reforma na constituição eleitoral do estado que governa, pela qual a aliança entre partidos fica proibida, se reduz o tempo de campanha eleitoral e as quantias dos financiamentos de campanha são modificadas. A Suprema Corte de Justiça, claro, validou a reforma, chamada de ley “Peña Nieto”. O fato de que a mídia em peso já está fazendo campanha massiva para ele não conta, claro!

De outro lado, estar nessa outra ponta da balança me faz ver o Brasil como um país em seu caminho.

Também temos nossa esquizofrenia, nossos absurdos, guerras e desigualdades, também crescemos debaixo de colonização e hegemonia americana. Brasil e México parecem irmãos estranhos, que não se conhecem. Mas nosso país tomou algumas medidas eficazes contra seu transtorno psicopoliticosocial, medidas iniciais eu diria. Medidas que até aqui são célebres; quando o Brasil aparece em uma conversa, já não é do futebol apenas que se fala, o mexicano fala do Lula e de como o admira.

Estamos no caminho, estamos amadurecendo, mesmo que da gorda e promissora goteira gringa, tenham pingado fatos desconcertantes para o Brasil, como a intimidade de Nelson Jobim com o governo americano. Na verdade, não se pode dar a isso um status de novidade. Sejamos reais, essa é, ou era, a regra do relacionamento externo brasileiro, a ditadura militar é o carimbo desse tratado histórico. Se esse senhor continuar mesmo no Ministério da Defesa brasileiro, vai ficar claro um sintoma perigoso do nosso próprio transtorno, que as medidas iniciais tomadas no Brasil não conseguem resolver.

O louco que criou o Wikileaks molhou o Brasil também com umas informações bem interessantes.

Saber que o EUA vê tendência antiamericana no Itamaraty me dá um certo orgulho. Dando uma olhada no site, descobri que, diante da tentativa de imposição americana de uma lei antiterrorista no Brasil, a Casa Civil, sob comando de Dilma Roussef, se recusou a dar muito ouvido para a coisa. E então já avisou de uma vez que, não, a lei não ia rolar, porque a gente tem muito boas relações, obrigado, e porque essa lei poderia ser utilizada contra a liberdade dos movimentos sociais no país. Isso, de verdade, me deixou feliz! Estamos no caminho!

Gostaria de ver de fato meu país se relacionando mais com os vizinhos da América Central. Lula, em sua invejada entrevista para os blogueiros, disse ser essa aproximação uma das metas que deixará para Dilma.

Gostaria de ver a América Latina se relacionar no melhor sentido do que é ser um vizinho para o povo latinoamericano, da maneira como somos, não como as potências do mundo fizeram. Ser aquele vizinho que te avisa das promoções que valem a pena, que te dá uma boa dica de cozinha, que te dá um açucar quando falta e aproveita para te chamar pra um cafezinho ou para uma cerveja. Lula mencionou alguns países ao contar essa sua vontade de aproximação maior, o país mais ao norte foi a Guatemala. México não estava na lista. Mas algo me diz que muita coisa ainda vai acontecer, que muita coisa pode mudar. Existe uma inquietação no ar, um ruído incômodo que precisa ser estudado, como se fosse uma goteira pingando do teto de casa.


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Comentários

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Teresa

Todo o antes exposto muito bom, cada um tem sua opinion sobre o Mexico. Nao se si e bom, o ruim sua cercania Mexico- E.U.- Sera que si fueramos Mexico un estado de Estados Unidos, nao seria Melhor, menos Narcos, menos armas, ( ja que estariamos no pais). esto por um lado . Mais gracias a Dios nao entro Lopez Obrador como presidente de isq.inviavel, e o presidente que entro Felipe Calderon, como antes comentado fue a E.U., para tratar resolver con o Presidente Obama, a entrada de tantas armas, e o trafico de Drogas… Estamos lotados de carteles de Narcos…. Pobre Mexico…pobre Mexico

Gerson Carneiro

E a mais nova de hoje, 02/11/2010:

"Grupo mexicano se interessa pelo baú do Sílvio Santos"

Será que é para usar o baú para transportar farinha?
http://br.noticias.yahoo.com/s/02122010/48/manche

rubem

O mexico necessita urgente um presidente tipo Lula, para se libertar dos EUA.

Rafael, BHte

O Brasil precisa urgente de uma lei q proteja a sociedade e a própria existência do estado dessa gente q prega a xenofobia, o separatismo, o ódio a pobres, negros e a nordestinos, o neo-nazismo (q dizem prosperar em SP e principalmente no sul inclusive com algumas autoridades possivelmente envolvidas segundo a polícia) etc etc Se essa necessidade jurídica tem lá o nome de lei antiterrorista ou outra nome qualquer eu não sei mas sei q já passou da hora de fazer algo, espero q como no caso dos traficantes não precisemos de 30, 40 anos para poder agir!

Urbano

É o que dar quando se fica eternamente sob a tutela e principalmente monitorado pelos ianques.

MirabeauBLeal

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LOPES OBRADOR DENUNCIOU FRAUDE NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS MEXICANAS, EM 2006.

Naquela ocasião, só não houve uma revolução, porque os EUA impediram.
http://www.lsr-cit.org/index.php?option=com_conte
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FrancoAtirador

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Não esqueçamos que o México, assim como todos os povos latinoamericanos, sempre foi uma vítima da espoliação dos colonizadores imperialistas.

Primeiro, a Espanha que dizimou os astecas e subtraiu o quanto pôde as riquezas daquela terra.

Depois, a Inglaterra e, na sequência, os Estados Unidos da América do Norte que se apossou da metade do território mexicano, com a anexação dos estados do Texas, Califórnia, Novo México, Arizona, Nevada, Utah e partes do Colorado, Cansas e Oklahoma.

Leiam os textos abaixo lincados que vocês verão que o Apartheid´s Tea Party, do Bush e da Palin, é a Nova Face do Destino Manifesto.
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.as

http://www.meuartigo.brasilescola.com/historia-ge

FrancoAtirador

A presença de fuzis de assalto entre os traficantes das favelas cariocas é um grande fator de agravamento da violência na cidade.

É notório que a redução da violência é diretamente proporcional à redução das armas em poder da população.

Foi o que mostrou, por exemplo, a Campanha do Desarmamento. Segundo estudo da ONG Viva Rio e da Subcomissão de Armas e Munições da Câmara dos Deputados, a combinação entre a proibição do porte e o recolhimento de armas em 2005 e 2008 reduziram em 12% os homicídios por armas de fogo no Brasil; seis mil vidas foram salvas.

O Mapa da Violência 2010, da ONG Instituto Sangari, mostra um declínio na taxa de homicídios no Brasil entre 1997 e 2007. Mas há aspectos preocupantes: entre os 12 e os 15 anos de idade, a cada ano de vida praticamente dobram o número e as taxas de homicídio entre adolescentes.

Desde 2006, os países debatem na ONU a viabilidade de um tratado internacional para prevenir que armas ilegalmente comercializadas fomentem guerras, conflitos e atrocidades.

Houve progressos numa nova rodada de discussões, realizada recentemente. Todos os países concordaram com o princípio de que deve haver um tratado.

No calendário da ONU, uma conferência de quatro semanas para negociar o tratado está prevista para 2012 (!?!?!?!).

Uma das evidências de aumento da demanda de armas procedentes dos EUA no México é a alta de preço dos rifles semiautomáticos AK-47, que podem ser comprados por entre US$ 1.200 e US$ 1.600 nos EUA, mas que são vendidos por entre US$ 2.000 e US$ 4.000 no sul do México.

De acordo com o estudo, as duas principais armas de fogo usadas no México são semiautomáticos AK-47 e rifles clonados AR-15 de fabricação romena, que foram importados pelos EUA, apesar do embargo a rifles semiautomáticos.

Outras armas cada vez mais traficadas são os rifles calibre .50 BMG, pistolas de 5,7 mm, além de tambores de revistas para o AK-47 com cartuchos de munições de 50, 75 e 100 tiros.

R7, O Globo e Estadão

FrancoAtirador

Relatório da ONU aponta tráfico de armas dos EUA para o México
Armas são compradas legalmente no país vizinho e passam para o lado mexicano

México é um país com leis duras para a venda e posse de armas, no entanto o aparato legal serve de muito pouco quando o país vizinho é aquele que tem a maior quantidade de civis armados no mundo: os Estados Unidos.

Esta é a advertência que faz a publicação A Globalização do Crime: Uma Avaliação sobre a Ameaça do Crime Organizado Transnacional, lançada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime em Nova York.
A passagem de armas em tal fronteira foi um dos temas da última viagem do presidente do México, Felipe Calderón, aos EUA.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, reconheceu que seu país tem um papel importante na violência mexicana, pelo consumo de drogas e também pelo contrabando de armas.

O relatório usa um exemplo dado pelo subcomandante Marcos, que se tornou um ícone de uma guerrilha mexicana nos anos 1990, afirmando que as armas vinham em carros, no fluxo dos dois países. A posição especial dos EUA transforma este vai e vem especialmente danoso.

“Os EUA são o maior exportador de munição de pequeno calibre, pequenas armas militares e armas leves. É também o maior importador de munição de pequeno calibre, armas para esporte, pistolas e revólveres. Têm a população civil mais armada no mundo, com um quarto de todos os seus adultos com, ao menos, uma arma de fogo”, coloca o relatório.
O texto deixa claro que não se trata da única forma pela qual os cartéis mexicanos obtém armas, mas o fluxo é uma fonte importante do material. O fato de que apenas pessoas condenadas por um crime tem restrições para comprar armas nos EUA também é ressaltado no relatório, que ainda coloca que em feiras do setor, nenhum tipo de registro de comprador é feito.

O embaixador do México nos EUA, Arturo Sarukhán, denunciou que a grande maioria das armas e do dinheiro dos cartéis procede dos EUA, inclusive de 7 mil lojas de armas licenciadas pelo governo federal no Texas e no Arizona, ao longo da fronteira.

Em maio de 2010, o governo mexicano declarou que das 75 mil armas de fogo que apreendeu nos últimos três anos, cerca de 80%, ou 60 mil delas, procedia dos EUA, principalmente do Texas, Arizona e Califórnia.

São dados que confirmam o que já se sabe: o tráfico de armas é um problema global.

Há tempos, os EUA discutem os prós e os contras da difusão das armas leves entre a população, fato que remete à formação americana, ao direito de cada um se defender. Tanto que o lobby em defesa do direito de portar armas é fortíssimo.

Mas quando a guerra das drogas está a ponto de inviabilizar o México como um Estado democrático e que 80% das armas que os cartéis utilizam vêm dos EUA, o problema deixa de ser apenas nacional.

A livre venda de armas na extensa fronteira com o México deveria ser reexaminada.

Situações semelhantes ocorrem em outros em pontos do mundo e, com certeza, no Rio de Janeiro.

A presença de fuzis de assalto entre os traficantes das favelas cariocas é um grande fator de agravamento da violência na cidade.

Ronaldo

O México não se emenda mesmo.

Uma vergonha.

O PIG de lá é forte,mas o povo parece que não aprende.

Mil vezes os argentinos.

dukrai

Não tem perspectiva de mudança no México a não ser a revolucionária como a do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Na busca do seu líder, enquanto não tem pega emprestado, razão pra admiração mexicana pelo Lula, embora Evo Morales talvez fosse "a tua mais completa tradução". Pro povinho mesmo que dispensa traduções e exige o original, o sub-comandante Marcos do EZLN espera a sua hora, embora nós tenhamos acreditado que sabidos fazem a hora, não esperam acontecer. Ignorar a resistência étnica e cultural dos mexicas e das outras quatro civilizações nativas que os antecederam é um grave equívoco de quem interpreta a realidade mexicana, dessa elite americanófila que preda o país tanto quanto os narcotraficantes e los hermanos do norte.
Respondendo ao Polengo, com toda esta dominação, o México ainda tem um jornal como o La Jornada, parceiro da Carta Maior, razão da inveja de todos os blogueiros progressistas que gostariam de ver uma imprensa livre aqui no Brasil e não esse esgoto que solta lama pelos poros. Bota nos seus preferidos, o site é de livre acesso. http://www.jornada.unam.mx/2010/12/02/index.php

Marco Túlio

"Sejamos reais, essa é, ou era, a regra do relacionamento externo brasileiro, a ditadura militar é o carimbo desse tratado histórico. "

Será mesmo?

Então por que Geisel denunciou o tratado de cooperação militar com os Estados Unidos e fechou tratado com a Alemanha para transferência de tecnologia nuclear e Lula, o cara, restabeleceu-o-o alegremente?

    Pedro

    Tecnologia nuclear e Alemanha? A Alemanha não tem bomba e a energia nculear naquele país engatinha…

    Marco Túlio

    Tecnologia nuclear não é fazer bomba, Pedro.
    Embora não se possa produzir esta sem aquela.
    http://www.ufabc.edu.br/index.php?option=com_cont

    Abraços,

José Manoel

Azenha: o México não se emenda mesmo!!!!!! Que país traíra!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Juliano Iowa

Desculpa.. mas os 3 útlimos parágrafos são simplesmente sensacionais. Meus sinceros parabéns ao autor. Eu me expressaria da mesmíssima maneira!

(…)"Saber que o EUA vê tendência antiamericana no Itamaraty me dá um certo orgulho"(…)

haha

Abraços a todos!

augustinho

Quem quiser saber mais sobre o mexico fora do pig de la, pode procurar na WEB artigos de John Ross, periodista e ativista norte-americano que mora no mexico ha tempos.
O ross é muito instrutivo e bem informado.

Fábio

Como costuma dizer meu sogro "Israel é o 52º estado americano. O 51º? O México…"

ZePovinho

O México está deixando de ser um país e está virando um protetorado dos EUA.E vocês vejam como os EUA são arrogantes.Essa lei sobre terrorismo que eles queriam nos fazer engolir é uma cópia escrota do ato que criou o Homeland Security-a polícia política que restringe as liberdades individuais(ou melhor,acabou com a democracia dos founding fathers).
Com uma lei dessas,clone do Ato Patriota,os EUA estão querendo se intrometer em assuntos internos do Brasil ao taxar de terrorista,por exemplo,o MST.Vocês já pensaram na CIA raptando pessoas no Brasil e levando para serem torturadas em prisões clandestinas mundo afora??Já pensou voce ser preso sem provas(como acontece nos EUA) com base nessa lei sobre terrorismo??
Leiam o livro "A grande impostura",de Thierry Meyssan.Lá existe muita coisa sobre a farsa do 11 de setembro e o seu uso para criar um Estado de segurança nacional nos EUA como foi o Brasil nos anos da ditadura.

Geysa Guimarães

Texto 5 estrelas. Síntese perfeita, a de que o México vive a esquizofrenia de "leis americanas e povo latino".
Que venham mais artigos dessa Ivna Feitosa e tão talentosa.

    Marco Túlio

    Sim…só que podia voltar a foto da loira e tirar esse Sargento Garcia dali.

francisco p.neto

Desculpem-me a expressão, mas tem uns idiotas aqui no Brasil que dizem só besteiras a respeito do governo Lula sobre aquela questão da Pebrtobras na Bolivia.
Tens uns com imaginação fértil a ponto de dizer que Lula "doou" a estatal para o Evo Morales financiar a campanha presidencial aqui no país.
Todos nós sabemos (aqueles que realmente querem um Brasil melhor) que a integração latino americano é o melhor caminho para o nosso desenvolvimento.
Se FHC tivesse implacado a ALCA estaríamos ferrados. Ainda bem que Lula enterrou o sonho entreguista do FHC. Em compensação surgiu a UNASUL.
Mal comparando, eu vejo o México, lamentavelmente como a favela Paraisópolis, incrustrada no meio do bairro Morumbi, trazendo "problemas" para seus moradores abastados. Mas no entando esses se servem da mão de obra desses miseráveis com empregos altamente qualificados tais como empregadas domésticas, jardineiros, diaristas… só sub emprego.
O Brasil quer seguir o mesmo caminho?
Parece que desde o governo Lula o país esta criando seu próprio caminho a despeito dos Nelson Jobim da vida e a grande mídia.
A matéria é muito interessante.

Hans Bintje

O texto de Ivna Feitosa é excelente. Parabéns ao Viomundo por publicá-lo!

A questão é: a situação no México vai piorar ou melhorar?

É macabro dizer isso, mas a gente avalia pelo mercado consumidor das drogas. Eis o que está acontecendo, por exemplo, no Rio de Janeiro ( http://www.cartacapital.com.br/sociedade/favela-c… ):

Dia 28/11/2010: "Estávamos próximo ao posto 9, em um ponto conhecido como 'coqueirão', tradicional reduto de usuários de maconha e outras drogas. Por volta de 13h uma moça revoltada com o número de maconheiros, resolveu ligar para a polícia. Travou-se um bate boca e a moça acabou tomando um banho de areia. Praticamente todos ao nosso redor eram usuários e se manifestaram contrários a atitude da mulher. Ela só não foi agredida (embora tenha ouvido vários palavrões) porque uma família estava ao lado e a mãe se revoltou com a ação dos locais.

A polícia chegou e nada foi feito. Ninguém foi revistado e tanto a mulher quanto as duas ou três pessoas que a defenderam tiveram que sair, sob as vais da multidão. Ouvi uma moradora dizer: 'que mulher maluca, onde ela pensa que está? Aqui todo mundo usa!'

Moro na zona sul e conheço várias daquelas pessoas. São todos jovens de classe média, moradores daquela região. Confesso que me senti humilhado em pensar que enquanto milhares de pessoas estão sitiados no Alemão, aquele grupo, patrocinador de toda essa loucura, curtia seu domingo de sol, como se nada estivesse acontecendo."

armonyax

Olá pessoal! Estudo em Bolonha e tenho muitos amigos latinoamericanos, dentre estes 4 mexicanos que quando falam do Brasil se sentem orgulhosos por ver uma Améria Latina que está seguindo seu caminho. Porém do México nem tocam no assunto, rola uma vergonha pq a maioria estuda Ciências Políticas e de fora conseguem concluir muitas coisas que talvez de dentro não seja possível! Torço para que os mexicanos possam um dia gozar a própria terra e a própria cultura sem se fazer de vassalos dos "EEUU". Não conheço o México porém é evidente que nós brasileiros somos sim meio irmãos, e espero que toda a América Cnetral possa desfrutar dessa grande União LAmericana!

coiote52

Se é "o mais sério e responsável" certamente não tem qualquer semelhança com a Folha…

Carlos Nunes

Realmente, o Lula poderiam ter melhor se articulado com os países da America do Sul

Deveriam haver reunioes prévias do Mercosul ou Unasul para cada vez que o Brasil vai ao G20, para que junto leve o contexto e o peso da America do Sul, se afinal a UE tem cadeira no G20.

Filipe Rodrigues

Tenho enorme carinho pelo México, pais que está intimamente ligado ao Brasil, principalmente pela sua cultura popular. No século XX foi o 1º país do mundo, a passar por uma grande revolta social contra o sistema capitalista e imperialista dominante (A Revolução Mexicana de Emiliano Zapata e Pancho Villa).

Fernando

A solução para o México está na selva de Chiapas.

turmadazica

Tan lejos de diós, tan cerca de los EUA… Não tenho dó do México, do mesmo jeito que não tenho do de nosotros aqui de sampa (a elite separatista satanista clerical maçônica catôlica branca de higienópolis)…

Regina

Amei o texto…sinto um arrepio pois tbém vejo a conexaõ…O TUTOR é a máxima do narcogovernante…O Brasil precisa ter uma postura e manter corpo e alma unidos.

Aristharco

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Fora Johnbim! Fora Johnbim! Fora Johnbim!

Juan Barbieri

"Pobre México, tan lejos de diós y tan cerca de los EEUU"…

Roberto Locatelli

Cerca de 35 execuções diárias feitas pelo narcotráfico… sem sistema público de saúde… aplicando o que o FMI recomenda… Pobre México.

Gabriel

E da contemporânea crise de identidade mexicana, se latino-americano ou se norte-americano, o México (Estados Unidos Mexicanos, de fato o nome oficial do Estado) dá sinais a cada dia que prefere se representar como norte-americano. De um lado, as elites se "americanizando" e, de outro, o povo, bem, o povo continua trabalhando, vez que o império também precisa de mão-de-obra barata…
http://www.youtube.com/watch?v=a_NNmXENwjU&fe

    Mariano S. Silva

    Desde que não emigrem…

Antonio Toledo

Pobre México!
Roubado pelos EUA. Roubado na cara dura. Perdeu mais da metade do seu antigo território para os americanos. A mina de petróleo, o Texas, pertencia aos mexicanos., agora dá dinheiro para os EUA.
Pobre México, país com o terrível azar de ser vizinho da arrogãncia e prepotência americanas.

Felipe Melo

Eu morei 5 anos no México, e tive percepções similares às de Ivan Feitosa. Esquizofrenia de um povo alegre, que não pode beber cerveja na rua pra festejar e que acode às "clínicas de insalubridade" quando necessitam de atendimento médico, pois só quem tem carteira assinada possui sistema de saúde.
A única opção supostamente de esquerda viável para o México é Lopez Obrador, que se auto-proclamou presidente legítimo depois das fraudes de 2006, com direito a faixa presidencial e cerimônia de posse no Zócalo.
Tornei-me meio mexicano e a primeira página do meu navegador ainda é La Jornada. Acompanho com tristeza a falência de um país tomado pelo narco, espremido pelos EEUU e que vive com uma espécies de síndrome de Estocolmo, amando a seu opressor. Mas qual saída encontrar para um país que tem nas remessas de imigrantes a segunda maior fonte de renda do país (depois do petróleo)?

Viva México Cabrones!

Humberto

Belo artigo da Ivna. Grato pelo prazer de apreciar o Mexico, este grande e simpatico pais Latino Americano – tao longe de Deus e tao perto dos Estados Unidos, como eles dizem – pela otica de uma brasileira vivendo ai'. E' rezar e torcer para que o povo mexicano acorde, lembre-se de sua verdadeira vocacao de independencia e matriz cultural, e se junte ao grande numero de paises da America Latina que resolveu trilhar o seu proprio caminho.

mac

Apoie Bradley Manning. Expor um crime de guerra não é um crime!

O soldado e analista de inteligência do exército dos EUA, Bradley Manning, está preso, desde Maio, por supostamente ter vazado o vídeo "Assassinato Colateral" e outros documentos secretos do exército para o site Wikileaks. Bradley foi transferido da prisão militar no Kuwait para a Base Quantico Marine Corps Base, no estado de Virginia, EUA.
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/08/

Paulo Monarco

E não é que em sua loucura lúcida e terminal, Glauber tinha sempre razão…os EUA infiltram seu veneno letárgico em todos as sementes do planeta que ousam crescer independentes da vontade servil. Lúcido Glauber Rocha!

Polengo

"…no jornal online mexicano mais sério e responsável, o La Jornada…"

Desculpe, não conheço, mas este jornal é mais pra Folha de SP ou mais pra Carta Capital?

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