”Guerra” ao tráfico no Rio segue fracasso da guerra ao terror de Bush

Tempo de leitura: 3 min

por Gustavo Bianezzi, em Opera Mundi

Soldados em fileira marcham pelas ruas de uma cidade latino-americana. Blindados avançam destruindo carros e motos. Golpe de Estado? Não, é mais um capítulo da chamada “guerra ao tráfico” em sua versão militarizada e cada vez mais midiática. Embora traga poucas novidades em relação aos embates anteriores, as proporções atingidas nesta nova edição merecem não o tratamento megalomaníaco e anti-histórico da grande mídia, mas análises críticas que o contextualizem no novo paradigma de conflitos do século XXI.

Por mais que queiram acreditar no contrário, os brasileiros não estão isolados das tensões mundiais e dos avanços na tecnologia e doutrina militar. Pelo contrário, o crescimento do BOPE como grupo especializado em assassinatos precisos o coloca cada vez mais em evidência ao lado de grupos como o israelense Mossad e os diversos órgãos norte-americanos ligados a CIA e empenhados em matar alvos valiosos nas favelas de Bagdá. O enfoque urbano das Forças Armadas Brasileiras no Haiti e seu emprego em franca situação de combate no Complexo do Alemão demonstram importantes avanços na doutrina de conflito urbano do exército, uma habilidade cada vez mais requerida nas guerras do século XXI. O Brasil pode sim, participar de uma vanguarda militar preocupada principalmente em guerrear nos cantos miseráveis do planeta.

Mas, peraí: guerra? Contra quem? Contra quem atiraram os blindados M113 da marinha, os cerca de 2 mil soldados do exército, os helicópteros de combate da aeronáutica? Se, para haver guerra, é preciso que haja um inimigo armado e determinado a combater, que seja colocado em evidência o “inimigo” em questão: ele é jovem, negro, usa chinelos e tem pouquíssima capacidade disciplinar e estratégica.

Nas palavras do coordenador do programa AfroReggae, José Júnior, muitos são “moleques” e praticamente todos estão desmotivados ao enfrentamento. Sintomaticamente, nenhum deles se rendeu quando a possibilidade foi oferecida. Praticamente todos estavam muito bem armados com metralhadoras pesadas, lança-foguetes e até morteiros. Embora cercados, estavam em situação estratégica favorável, com franca visibilidade do morro e a possibilidade de organizar emboscadas e armadilhas em uma área perigosa para os invasores, que adentraram em plena luz do dia. Falando friamente, tornar a operação custosa para as autoridades (em termos de baixas e equipamentos) em um contexto de alta exposição midiática era uma opção possível para os miseráveis combatentes.

A questão é: por que não houve combate? É um dilema para qualquer historiador das guerras explicar como não foram usadas as metralhadoras 0.50 contra os helicópteros desta vez, como não foram utilizados os morteiros contra as tropas ou os lança-foguetes contra os blindados. A resposta, claro, está no histórico de ações policiais deste tipo no Rio de Janeiro e no cálculo feito pelos combatentes em questão. Em diversas vezes, o “Estado” chegou às favelas na sua forma policialesca e em todas as vezes ele retrocedeu após os combates iniciais. Como disse o sociólogo e ex-subsecretário de segurança do Rio de Janeiro Luiz Eduardo Soares em entrevista na segunda-feira (29/11) ao programa Roda Viva, da TV Cultura, “o acordo prevalece no Rio de Janeiro”.

Miopia histórica

Claro, a perda de milhões em armamento e drogas corrobora a tese do sociólogo de que o modelo econômico do tráfico focado no território estaria cedendo para uma nova estratégia descentralizadora e menos custosa em termos de vidas humanas e dinheiro. O que a mídia tentou mostrar como fuga covarde dos traficantes, ainda no contexto da invasão da Vila Cruzeiro, na verdade seria uma estratégia de guerrilha bastante comum em outros contextos conflitivos. Aliás, não ter um território fixo e estar pronto para movimentar-se e a seu equipamento a qualquer momento foram a chave do sucesso da Al-Qaeda no Afeganistão. Vale ressaltar que a permanência do Exército Brasileiro em uma situação de combate em território nacional é – ou deveria ser – insustentável do ponto de vista institucional e político, e o BOPE não tem disposição de ser uma tropa de ocupação, e sim de vanguarda e choque.

Contra os discursos das autoridades do Rio de Janeiro, o tráfico ainda parece apostar que esta “guerra” terminará quando as câmeras da TV forem desligadas. Mais ainda, o verdadeiro confronto ocorrerá em seguida e envolverá barganhas e embates com as milícias, cada vez mais organizadas e disciplinadas em torno da ocupação de territórios. No mais, resta perguntar o significado do conceito “guerra ao tráfico”. É uma miopia histórica achar que este tipo de conflito é uma especificidade do Brasil ou do Rio de Janeiro; basta olhar para a tenebrosa história da intervenção norte-americana na Colômbia para ter um quadro trágico dos desdobramentos da ação militar voltada para reforçar a ilegalidade do consumo de drogas. A rigor, o tráfico de drogas é uma atividade econômica e social, e a história nos ensina que declarar guerra a estas atividades sempre resulta em fracassos retumbantes.

Tal qual a “Guerra ao Terror” do governo Bush, não existem objetivos claros definidos para os comandantes militares e não existe um inimigo físico em situação de combate permanente. O que existe, no Rio de Janeiro assim como em Kandahar, é uma massa empobrecida e vitimizada por gangues armadas de um lado e de outro, uma força militar disposta a vasculhar “casa por casa” e com pretensões de ocupar o território a longo prazo.

Gustavo Bianazzi é pesquisador, bacharel em Relações Internacionais e mestrando em Ciência Política pela Unicamp
.


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Comentários

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Yes we créu !!!

Eu acho ridiculos esses intelectuais paulistas, ou quaisquer outros, que nunca subiram o morro, passam ferias em Paris porque nao gostam de praia, detestam samba, mas adoram Bach e Bethoven, irem pra biblioteca consultar Foulcault pra depois falar sobre ocupacao de morro carioca. Meu amigo, acorda pra realidade !!! Como vc acha que o governo irah implantar politica social sem o dominio do territorio? Voce precisa mudar seus paradigmas, sair da biblioteca, e conhecer a vida real.

José Maria pimenta

Já li vários desses artigos nos últimos anos. Puro bla , bla , bla….. de quem não conhece o Rio de Janeiro e muito menos ainda suas comunidades mais pobres, que nem o Morro do Alemão. A comparação feita com a intervenção no Iraque é de uma estupidez a toda prova.

José Maria pimenta

Já li vários desses artigos nos últimos anos. Puro bla , bla , bla….. de quem não conhece o Rio de Janeiro e muito menos ainda suas comunidades mais pobres, que nem o Morro do Alemão. A comparação feita com a intervenção no Iraque é de uma estupidez a toda prova.
Esse artigo está completamente errado . O programa de reocupação das favelas deve prosseguir sim, para evitar a criação de estados paralelos , violento e fora de qualquer controle nessas comunidades. Esse programa tem apoio majoritário aqui no Rio e tem dado provas de eficiência e eficácia. O que não deu certo de fato foram as teses idiotas que nem essa , muito "populares" nos últimos 20 anos, e que só contribuiram para o crescimento dos referidos estados paralelos, sem qualquer intervenção das autoridades constituidas…….

@MMiguel78

Creio que o problema principal a ser questionado a respeito do que acontece no Rio é a forma de entender o que são as ações do estado e o que a mídia interpreta disso. As ações militares são uma resposta ao terrorismo que tomava as ruas da cidade. As TVs, rádios e jornais, numa sanha sensacionalista pregam que foi uma ação de combate ao tráfico, que é ela por si só salvará os cariocas do tráfico de drogas nos morros, mas os próprios representantes do governo deixam claro em todas as entrevistas que vi que o que acontece de fato é uma resposta ao desafio proposto pelo tráfico. A resposta duradoura que o estado dá, seja ela eficiente ou não, e é isso que deve ser discutido, são as UPP e demais medidas socializadoras no território antes controlado pelo crime.

Otavio Mendes

Sérgio Cabral defende legalização das drogas leves: http://www.blogdafolha.com.br/index.php/materias/… .

O governador do Rio de Janeiro está certíssimo. Ele, mais do que ninguém, deve estar cansado de "enxugar gelo" combatendo o tráfico de drogas. Veja que absurdo: o papai de classe média alta não quer que o seu filho cheire cocaína, e para isso, acha que a solução é o Estado gastar milhões de reais em operações militares de combate ao tráfico, onde sobra bala perdida pra todo lado, as quais tiram a vida de trabalhadores inocentes. E mesmo assim, esse gasto é inútil, pois o filhinho de papai vai encontar cocaína para cheirar do mesmo jeito!

Cocaína tem que ser vendida em padaria, do mesmo jeito que cigarro e cerveja, e se o papai de classe média alta não quer que o seu filho use, que trate de dar uma boa educação ao seu filho, seja um pai presente, e não ausente, mostre para o seu filho os malefícios da cocaína e a gravidade do vício que ela provoca. Não queira que a sua incompetência como pai seja "remediada" pela ação bélica do Estado, gastando milhões de reais com operações militares inúteis.

henrique de oliveira

O terrorista luta por um ideal ou por uma ideologia a ser imposta.
Esses caras do Rio são apenas bandidos que tiveram seus negocios afetados no que diz respeito ao lucro , grana. Não são nada mais do que bandidos defendendo seus territorios que dão o lucro , achavam que podiam peitar o estado , ai a barba cresceu e o estado se mostrou eficiente.

Felipe

Acho curioso como muitos afirmam que essa "guerra" é promovida pelo Estado contra os pobres e inocentes favelados, quando na realidade se trata de uma resposta urgente a uma onda de violência realizada por traficantes. O exército não subiu o morro para solucionar os problemas do Rio com as drogas, mas para evitar os prejuízos causados pela queima de carros e ÔNIBUS (só pra lembrar, estes são veículos não usados por gente rica). A ação dos traficantes é que desencadeou isso, e levou muita gente a ter medo de ir e voltar do trabalho, ameaçou o turismo e atrapalhou o consumo na cidade. Esse tipo de ação violenta é traumático, afeta a mente e a vida das pessoas e, portanto, deve mesmo ser classificado como terrorista (terrorismo não é só 11 de setembro ou AlQaeda, embora muitos pareçam não perceber).

Além disso, texto ignora uma série de fatos contra os quais não há como argumentar, dos quais destaco 2:

1 – as apreensões de drogas em apenas 9 dias superaram o que se costuma pegar em 1 ano no Rio. Assim sendo, é completamente absurdo afirmar que os traficantes já estão familiarizados com essa situação e só não lutam porque apostam que, como "sempre", isso vai passar assim que a mídia mudar de pauta. 1 ano em 9 dias é inédito, e os traficantes tiveram perdas sem qualquer precedente – fugir é mesmo normal, mas é muito mais uma estratégia de sobrevivência do que de guerrilha.

2 – as UPPs são a nova estratégia do Rio no combate ao tráfico. Dizer que no Rio nada de diferente tinha sido feito antes dessa resposta militarizada à violência é ignorar as UPPs (Unidades de Polícia PACIFICADORAS) e o fato de que onde foram implementadas houve queda muito expressiva no número de homicídios (chegando a 82% na Cidade de Deus, por exemplo).

Se um fumante chega a um hospital com câncer nos pulmões, nem mesmo o mais idiota dos médicos vai propor medidas preventivas e uma campanha nacional anti-tabagismo como tratamento, pois tal iniciativa ignoraria a realidade imediata do paciente. A campanha contra o cigarro é importante, bem como qualquer medida preventiva, ninguém nega isso. Ocorre que no caso específico do indivíduo que sofre, é preciso tratar a doença e seus sintomas para permitir que ele não apenas sobreviva, mas também que o faça da melhor forma possível diante das circunstâncias. Mesmo os paliativos são uma necessidade, e não um meio de mascarar o problema.

weden

Faltou falar de São Paulo. Acho que as vezes os comentaristas esquecem os acordos entre o PCC (tão armado quanto as facções caricoas) e o governo…

Claudio

Meu caro Leitor / Escritor

Discordo com simplesmente TUDO que você escreveu acerca das operações policiais (com o APOIO das forças armadas) na Comunidade Alemão e Vila Cruzeiro.
A realidade é muito mais simples que este texto pomposo e rebuscado que escreveu:
– Tem traficante COM BAZUCA na favela.
– O povo está oprimido e vivendo com medo sobre o domínio de uma esmagadora minoria marginal.
– O território não pertence mais ao estado.

Você queria o quê? Que a policia entrasse com flores???
Simplesmente não dá mais.

joni

Gente, eu não sabia que nas favelas a população é de brancos, loiros, de olhos azuis e milionários. Lendo esses comentários, percebi que só os marginais são negros, pardos e pobres.

Álvaro Feitosa

Bandido não é santo, e tem que mofar na cadeia. Detesto bandido. Mais de 95% dos jovens negros e pobres nunca se envolveram com o crime, e certamente desprezam os criminosos. Estou deixando bem claro que não sou "defensor de bandido" e nem gosto de criminoso, e nem acho que o crime seja "problema social", pois não falta filhinho da classe média envolvido com o crime organizado. Dito isso, tenho que concordar com o autor do texto que a estratégia de "combater o tráfico de drogas" com ações militares é um retumbante fracasso. Combater o tráfico de drogas é enxugar gelo. Nenhum país do mundo erradicou o tráfico de drogas, nem os EUA, nem a Alemanha, nem o Japão. O problema no Brasil não é o tráfico de drogas, e sim a força militar das quadrilhas do crime organizado, que conseguem adquirir armamento pesado para desafiar a autoridade do Estado e para assaltar carro forte e agência bancária. A fonte de recursos financeiros que permite ao crime organizado se armar a esse ponto é justamente o tráfico de drogas. Como fazer essa fonte secar? Legalizando a cocaína. Legalizar a cocaína é destruir o mercado consumidor das quadrilhas do crime organizado. É acabar com a sua principal fonte de renda, impossibilitando assim a compra de metralhadoras e bazucas. Não se trata do Estado negar que a cocaína é uma substância nociva à saúde, nem incentivar o seu consumo. Mas o álcool também é nocivo, e muitas mortes acontecem todos os finais de semana em brigas de bar. O Estado deve legalizar o plantio da folha de coca, o refino da cocaína, a venda e o consumo da droga dentro do país, deixando como crime apenas a tentativa de levar droga para fora do país (para não violar tratados internacionais). A propaganda da cocaína em veículos de comunicação deve ser expressamente proibida, como atualmente já é proibida a de cigarros. Devem existir campanhas educativas sobre os malefícios da cocaína. Mas quem quiser cheirar, que cheire uai. Falta de aviso não é. E com a droga sendo plantada no quintal e vendida na padaria, acaba a fonte de renda das quadrilhas do crime organizado.

Colin Brayton

Houve muitas vozes aconselhando contra essa tal de Guerra Global Contra o Terror, seja dito na defesa da sanidade gringa.

Al-Qaeda é um grupo criminoso de lesa-humanidade internacional, diziam.. Então, prenda as pessoas envolvidas em crimes de homícidio em massa, ou, se se mostrem dispostos a resistir, os agentes da lei que matem-nos em legítima defesa.

Eu estou mais cautelosamente otimista, se seu governo realmente consiga atacar a infraestrutura econômica do tráfico, com ações alfândegárias na fronteira e uma guerra santa pelo Leão contra a lavagem de dinheiro. Al Capone foi preso por deixar de pagar impostos. Não fazia boa televisão de sangue e combate, mais ainda assim: o cara foi preso e morreu preso.

Gustavo Miranda

Acho que estão santificando demais os criminosos. Claro que há muitos moleques descalços e pobres, mas o problema são as centenas de jovens que servem o Serviço Militar, obrigatório, aprendendo a manusear armas, combate, sobrevivência, entre outras estratégias de guerra e que passado um ano, são simplesmente abandonados à própria sorte, de volta à pobreza, ao abandono e ao sofrimento. Esses são profissionais que valem ouro para o CV e o PCC. Durma com um barulho desse…

Ely verissimo

Caros amigos, o aálise é pra lá de apurada. Basta dizer que os soldados que vieram para o ataque ao morro forma os mesmo treinados nas favelas od Haiti. E o Brasil, ao contrário do que a mídia fala – quando fala – está massacrando gente inocente por lá, aprendendo guerras de guerrilha e ensinando o que foi aprendido pelo BOPE aqui no no Brasil. Estive há pouco num congresso com estudantes haitianos e quando comentei que no Brasil as tropas atuantes no Haiti são vistas como humanitárias, a maioria caiu na gargalhada, mas alguns ficarm ofendidos. mostraram-me fotos de massacres em porta de fábricas na luta por salário e empregos – massacres feitos por nossas tropas, corpos nas favelas, coisas pavorosas. A mantençao e o uso de tropas militares no Rio, de fato, é a consequencia do modelo bush/Netaniahu

    edv

    Não tenho nformações sobre o haiti de hoje.
    Mas o mundo sabe (e tenho parentes que lá moraram antes desta fase), que os problemas socioeconomicos e criminais sempre foram graves.
    Em princípio, nossas tropas estão lá para ajudara a mamter a ordem. O que não deve ser fácil.
    Se há erros (onde não há?), mortes inocentes, que se investigue, julgue e puna.
    Mas não venham me dizer que a situação lá está ruim por causa de nossas tropas.

edv

Caramba, este aí (de Campinas, é isso?) supera as superações! Deve ter escrito sob uso de "cannabis"!
…"Blindados atiraram"… "Não se sabe exatamente o que combater"; "guerra contra quem?"; "traz poucas novidades"; "muitos são moleques"; BOPE não tem disposição de ser…ocupação…"; exercito em posição de combate"; "Bush"; "Colombia"; "Al Qaeda"; "jovem, negro e de chinelo";…
Nooooossssa: Quantos livros lidos e certamente nenhuma favela dominada conhecida pelo mestre(ando)!
O bacharel transforma uma operação de emergência no estereótipo do passado que "é imutável".
Esquece do trabalho com UPPs, obras de PAC e outras que não existiam e causaram tal emergência, pois há "moleques" que consolidam o domínio pelo mêdo e pela violência dos verdadeiros pobres, negros, mulatos e brancos reféns deles nas comunidade
Transforma o apoio logístico militar para enfrentar bandidos militarmente armados em blindados atirando (pode-se ver as "crateras" no morro…). Classifica os bandidos e seus crimes pela cor, nível socioeconomico e calçamento. Esquece que sob esta ótica, a diferença para os policiais fica só no calçado.
O cientista político (ih, conheço vários, que não saem da biblioteca para conhecer a realidade) "não" sabe o que se "combate". Pois eu sei, e NÃO é o tráfico nem o uso de drogas, mas o DOMÍNIO violento de comunidades de gente pobre e de bem. Tráfico e uso existem em qualquer cidade (Campinas inclusa).
O BOPE, como uma SWAT, por definição, não tem papel de ocupação, assim como cirurgião não tem papel de enfermeiro. É básico! As FA não estão em situação de "combate", mas de GUARDA, que faz parte de seu treinamento. A ocupação é a volta da ordem. TODA cidade no mundo é "ocupada" por suas polícias!
É tanta distorção e desconhecimento que cansa!
Precisamos decidir se a policia, que é formada por pobres, que tem que enfrentar bala, tem que diferenciar "bandido pobre" de "bandido rico". Talvez darmos um bolsa família para os "moleques". Quem sabe eles abandonam seus AK47s e AR15s e param de aterrorizar e mandar nas suas comunidades.
Continuo dizendo que quando se comeca a atacar o problema histórico com mais seriedade (UPPs, autoridade pública nas comunidades, obras, etc.), mais ajuda quem menos atrapalha.

joni

Esse comentário deve ser guardado, assim como o dos outros citados, para a próxima eleição pela oposição ao governo Lula. Bela colaboração.

ebrantino

Parabens, Azenha, voce continua eficientemente provocando uma coisa NOVA e extremamente benéfica : a discussão às vezes até profunda, e o aparecimento das opiniões bastante sinceras de nós outros, o povão e também das famosas cabeças pensantes. Temos hoje, no cardápio, o Maierovich, estudioso há muitos anos do crime organizado, jornalista, escritor e pensador experimentado e acreditado. Sobre o seu artigo, só pude dizer -"enfim a racionalidade".
Infelizmente não é possivel dizer o mesmo do artigo do Gustavo Bianezzi, e nem das declarações atribuidas ao Luiz Ed. Soares.
Não é legítimo entender A EXPULSÃO da força armada que estava disposta nos dois locais ocupados agora pelas forças do Estado de Direito, exercendo um poder absolutamente ilegal, arbitrario e cruel, como sendo o produto de um acordo do Estado com chefes do Crime. Muito menos assimilar o bombardeamento aéreo de cidades e populações civis, como foi feito, e é feito nas guerras do Bush, do Obama ou do Netaniahu, cujos resultados se conhecem, e que tem um caráter nitidamente de "terror de estado", com a atitude das forças da lei que ocuparam o Alemão. O próprio fato de não terem sido alvejados e fuzilados os fugitivos armados, demonstra uma indole muito menos sanguinária do que o que ocorreu, já não digo no Afeganistão, mas mesmo no Carandiru, ou naquele massacre de sem terra, no Pará, nos tempos do Sr FHC. Portanto, seria interessante o Prof. Bianezzi, em benefício do seu currículo, revisar e seu artigo, expurgá-lo das impropriedades, e vir esclarecer melhor os leitores. É o que sugiro, com a melhor das intenções. Assim como está, o artigo só confunde.

    simas

    Infelizmente, não há o q revisar nesse artigo, completamente dissociado das realidades. E, em se oferecendo a oportunidade de q seja expurgado impropriedades… e, ainda, em se não encontrando nada de aproveitável, salvo distorções carregadas de má fé; aconselho q o próprio professor seja defenestrado da Unicamp e conduzido, de castigo, pra um estágio, a título de reciclagem em seu Mestrado, no velho Iraque, atual.
    Agora, eu gostaria de entender, pq mtos estão a esperar q o BOPE adentre no covil da bandidagem, treslocada; calçando sapatilhas de balé; vestindo roupinhas levíssimas de verão e portando leques, de madamas de antigamente. Ah! Sem se esquecerem do perfume, francês, legítimo. Gostaria.

J.Castro

Eu acho engraçado é que esses "especialistas" não se manifestavam enquanto a coisa rolava solta no Alemão, onde quem mantinha e ainda mantém o tráfico vivo, agora nas imediações, são muitos dos filhos desses "especialistas" que vivem encastelados na zona sul e de vez em quando dão uma chegada ao morro prá dar uma cheirada com a mesada de papá e mamã.

Fabio_Passos

"System Of A Down -_- Prison Song"

"
They're trying to build a prison,
for you and me to live in
Another prison system,
for you and me

Minor drug offenders fill your prisons
You don't even flinch
All our taxes paying for your wars
Against the new non-rich
"

[youtube hCv3uDc3XNs http://www.youtube.com/watch?v=hCv3uDc3XNs youtube]

    edv

    Minor drug offenders?!
    O problema não é de opinião, É de estarmos falando de filmes diferentes.

    Fabio_Passos

    Entendi seu problema. Você acha que é um filme.

    Sinto, mas a realidade é o inverso do que você assistiu no JN… veja os dados, rapaz:

    Um estudo esclarecedor – coordenado por Luciana Boiteux, professora de Direito Penal da Faculdade de Direito da UFRJ – já repercutiu lá no Nassif:

    "Condenações por tráfico recaem sobre os pequenos"
    Pesquisa da UnB e da UFRJ revela que maior parte de réus primários foram presos com pouca quantidade de drogas http://www.brasilianas.org/blog/luisnassif/as-con….

    "
    O estudo expõe o fracasso da política militarista de combate às drogas e indica alternativas para a superação de um paradigma que não deu certo.

    (…)

    Ao contrário do que o senso comum costuma levar a crer, as estatísticas demonstram que a maior parte dos encarceramentos ligados ao tráfico de drogas não atinge quadrilhas ou grandes facções criminosas, e sim varejistas.

    (…)

    A conclusão da pesquisa, de acordo com a professora, é de que o paradigma de política de guerra às drogas deve ser superado, pois prevê o uso da violência e a eliminação física, como uma estratégia militar. Esse discurso de enfrentamento, combate, guerra se incorpora ao vocabulário da sociedade. “Essas políticas são irracionais, imediatistas e não refletem uma visão humanista. É uma concepção militarista no seu pior sentido. Há necessidade de inclusão social, para não sermos a ‘Cidade Partida’ de que fala (o escritor e jornalista) Zuenir Ventura”, conclui Boiteux, em referência ao livro “Cidade Partida”, do autor citado.
    "

    edv

    Fabio, veja quantos preconceitos e estereótipos em seus comentários:
    1) Diz que tenho problema: não, o que tenho é uma avaliação pragmática e objetiva de quem trabalhou a vida toda resolvendo problemas, reais de um mundo real. E isso não é problema…
    2) Me chama de rapaz. Gostaria muito, fico agradecido, embora SUSPEITE, por seus comentários e posição política um tanto ingênuos (mas que respeito e por isso os comento), que tenha mais do dobro de sua milhagem.
    3) Afirma que eu assisti algum tipo de "realidade" no JN. Não assisto o JN há muitos anos e sou combatente macaco velho do PIG como um todo.
    Como vês, 3 afirmações erradas, preconceituosas e baseadas em injunções sem fatos.
    Vamos ao resto:
    No momento de se salvar uma baleia encalhada, não adianta trazer estatísticas sobre como as baleias morrem, nadam ou nascem. Ali e agora é salvar a baleia!
    O ASSUNTO aqui é avaliar o que está sendo feito no momento no Rio. Por ex:
    UPP's, obras de PAC e, emergencialmente, uma retomada pelas autoridades delegadas por nós (traficante e milícia não tem minha delegação) de uma comunidade pobre de cerca de QUATROCENTAS MIL pessoas do DOMÍNIO de traficantes. A "central" deles!
    Embora necessário, NÃO estamos avaliando aqui a SOLUÇÃO IMEDIATA (inviável), da injustiça social, pobreza, educação, saúde, saneamento, suas origens, etc.
    Este é o "filme" que vc e muitos colegas aqui estão "vendo"! Ele é muito importante!
    Mas está em cartaz há milênios! E vai continuar em cartaz por muito tempo!
    Principalmente se ficarmos idealizando e não tomarmos ações objetivas, ainda que imperfeitas.
    São 7 bilhões de protagonistas e coadjuvantes hoje neste filme. 1 bilhão passando fome!
    A maioria dos artigos, como esse da Boiteaux é chuva no molhado! (dados verdadeiros)
    Mas todo mundo sabe! É isso em qualquer lugar!
    A única coisa diferente é o filme que, no momento é OUTRO:
    NÃO é guerra ao tráfico ou as drogas, mas ao DOMÍNIO do TRAFICANTE em comunidades que, somam mais de milhão de pessoas! … Pobres! … Num estado paralelo!
    E foi retomado! (se definitivamente, não sei, se será um "paraíso", não sei. Mas sei que pessoas de bem poderão ter mais chances assim do que como reféns de traficantes (militarmente armados e encastelados).
    Este é o filme da semana!

    Fabio_Passos

    Meu chapa, este filme é reprise. Piorada. Uma invasão militar.
    O resultado desta "guerra" que te encanta é o fracasso em todo lugar que foi implementada.
    É uma tolice o que você defende. Não há qualquer intenção de resgatar a população segregada. Trata-se de uma reação das classes privilegiadas a violência que transbordou o gueto. Seu problema é de conceito. Premissas equivocadas.

    edv

    Continua fazendo inferências, julgamentos e qualificações sem base!
    A "guerra", que não é guerra, mas UMA operação que só foi feita agora por provocação da bandidagem (que no seu estilo, poderia inferir: "que tanto vc defende"), não me encanta!
    Ela é NECESSÁRIA. Se eu fosse um cirurgião e tivesse que amputar uma perna, não ficaria "encantado", apenas faria o melhor necessário.
    Vc define o que "me encanta", fala de uma alegria da "classe média" (bandida, por ser classe média, e ainda privilegiada!), que não há "qualquer intenção" de resgate e da "violência que transbordou o gueto", como se violência não precisasse ser combatida e como se favela não fosse um gueto de pobreza. Como se a operação fosse o saciamento de uma sede do sangue de 400 mil pessoas (e só 37 os "saciaram").
    Se vc conhecesse bem o Rio (evidente que não), saberia que a classe média continua indo trabalhar, à praia, as baladas, aos shoppings, com exceções eventuais, localizadas em hora e lugares críticos e temporários.
    Quanto ao meu "problema de conceito", ele persegue resultados e a premissa é o bem do ser humano (como acredito, a sua), dentro da realidade e não de utopias. Alguns de seus pretensos conceitos, que vc esquece, são executados por humanos como vc, causaram a morte e a perda de liberdade de dezenas de milhões de pessoas no mundo e…não resolveram… Mas são muito bonitos…Eu também acho!

    Fabio_Passos

    Rapaz, o resultado da guerra que você defende apaixonadamente é o fracasso em todo o lugar que foi implementada.
    Se você acha que isto é um argumento sem base. Por que foi incapaz de refutar?

    Vá se informar.

    edv

    Acho que estou começando a desistir de te "resgatar"…
    Vc parece surdo (ou será outra coisa?) Leia novamente a segunda linha.
    Tantas vezes quanto necessário…

Thiago Machado

Por mais que muitos não compreendam o texto é de uma lúcida análise. Essa resposta enérgica, com tanques de guerra, exército e marinha, não resolve, e não resolveu o problema…afinal, assim como a guerra ao terror a operação foi meio ao ralo, os bandidos fugiram pelo esgoto.

Esse governo precisa ter vergonha na cara e possibilitar uma vida dígna à população. É o que diz o Marcelo Freixo, precisamos de uma política de direitos, e transformar a questão da segurança numa questão política e não policial. Essa lógica do Cap. Nascimento que estava em tropa nos últimos dias já foi desconstruída pelo próprio tropa de elite 2.

Deixo esse texto que faz uma crítica nessa direção, do Blog Espaço Banal
http://espacobanal.blogspot.com/2010/11/violencia

    ebrantino

    Amigo Tiago, pode ser que essa ação não resolva, pois não vai transformar TODOS os moradores do local em gente abonada na hora, e muito menos vai fazê-los todos educados, bonitos e bons de saude, ou também não vai instituir a felicidade geral. Voce conhece alguma providencia que fosse ter esse resultado ? POREM, -AJUDA-. E especialmente retira os habitantes de estarem sujeitos ao arbítrio de chefetes que lá estavam à força. Voce gostaria que o seu bairro fosse invadido por uma quadrilha e voce e sua familia fossem obrigados a obedecer, colaborar com o crime e até cometê-lo, sob pena de morte ? é o que acontecia lá, e nem queixar-se ao bispo era permitido. Pense bem. Voce pode não gostar do governo do Rio,é seu direito sagrado, mas os favelados nada tem com isso.

    Thiago Machado

    Caros, o que questiono é que essa operação faz parte de uma política de segurança que não toma as outras dimensões para a promoção da cidadania nesses lugares. Ou vocês acreditam que o governador tá mesmo preocupado com aqueles miseráveis que sofrem com essa realidade tão violenta? Ele tá preocupado é com a copa, as olimpíadas, com os turistas e com a zona sul.

    A grande questão é que essa mega-operação vendida pela mídia como um grande sucesso tem objetivos alheios àqueles de quem ali vivem, no morro do alemão. A guerra real não é contra o tráfico, mas contra a pobreza meus caros, por isso ela não acaba.

    simas

    Thiago, meu caro, a tal guerra dita real, ao q parece, é contra a bandidagem q se apoderou, à margem do poder do Estado, daquele espaço onde se reunem várias favelas. Então, a ação de força não era para dar um fim ao tráfico; afinal, o tráfico de drogas vai existir, sempre, em qq lugar. E aquela medida de força, nem de longe, se assemelha àquela outra, contra o terrorismo, no Iraque. Não misture as coisas, por favor… Então, qdo aconteceu a invasão à Vila Cruzeiro, ficou patente a necessidade de se continuar a operação de força, contra ao Complexo do Alemão. E, agora, está claro q a ajuda das Forças Armadas se tornou necessária; primeiro, pra cercar a área e evitar fugas; depois, agora, pra ocupar, de fato, o local. A força policial do Estado não é suficiente, pra uma ocupação efetiva. Outra coisa, vc, thiago, demonstra dificuldade, qdo avalia a posição do Governador. Vc não deve misturar a sua antipatia com relação à pessoa do Governador, com as obrigações pessoais do nosso administrador…. Inclusive, vc não há de querer q ele resolva todos os problemas sociais, acumulados por anos, com um toque de mágica, certo? Isso, vai levar tempo, por vários motivos e, tbm, por aquele probleminha de a área estar vivendo à margem da lei… Daê, vc poder concluir, finalmente, q a guerra real é contra a ausência da lei, contra a marginalidade. Q o comércio da droga entra como co-adjuvante… e vai ser eliminado, ou se haver, como se estivesse findo, com a presença da lei, em toda sua expressão. Tudo bem? Outro detalhe q vc jogou, com seus comentários, foi de q a adinistração do Estado deveria lançar mão de políticas, públicas; não de políticas, policiais… Ora, meu querido, o Governo estava pondo em prática Políticas de Estado, corretivas… q nunca foram operacionalizadas, antes; daê, a marginalidade, treslocada, se dignar em assumir os papeis da lei e da ordem, no local. Como vc sente, o nosso Governador estava obrigado a tomar da força, pra impor o poder do Estado. E a imprensa, q chamo de maldita, não assumiu a defesa da nova ordem; foi, igualmente, obrigada, compelida a concordar e defender a ação policial, de guerra… como se queira. Vc me desculpe, meu querido; mas, o professor da Unicamp, q se acha Mestre, não passa de um assemelhado militante partidário. Portanto, ele não escreve, nada, q possa ser entendido ou aproveitado. Obrigado

    edv

    Se a "guerra" (que foi uma operação policial) fosse contra a pobreza, no sentido que entendo que vc deu, porque todo esse aparato para prender e confrontar apenas umas 150 pessoas ligadas ao tráfico em vez de, sob esse enfoque, massacrar uns 400 mil pobres?
    O sentido que devemos dar de "guerra contra a pobreza" é de acabar com ELA e não com os pobres. Só os que passam fome somam mais de UM BILHÃO no mundo. Há muito que fazer em todos os lugares. Mas não é com estereótipos utópicos, mas com muito trabalho e persitência.

    edv

    Vamos falar de solução. De "resolve ou não resolve". No curto, médio ou longo prazo?
    No instantâneo, da varinha de condão, ou do trabalho árduo por algumas gerações?
    Acho que a confusão é achar que uma "operação" vai acabar com o uso e tráfico de drogas.
    Ah, e também com a pobreza e a deficiência de educação, saúde, moradia, saneamento e felicidade geral.
    A ação foi BEM sucedida por retirar o DOMÍNIO do crime sobre comunidades pobres.
    E veio DEPOIS de outras, como UPPs, obras de PAC etc.
    O resto é trabalho pra muitos anos…

Ao sul do equador

Penso que o exercito também não pode ficar como força de ocupação permanente. Mas aí comparar o que aconteceu no Rio com o Afeganistão e Bush são uma coisa totalmente fora de propósito.
Guerra ao tráfico ou combate ao crime organizado são expressões criadas ou pela mídia ou pela governo ou sociedade não importa. O que importa é que o Estado esta cumprido o seu papel, que é de impor a Lei em todo o território.
Se a polícia comete abuso, tem que ser punidos. As informações que eu tenho é que a própria polícia tem um corregedoria atuando na área. E diz que vai apurar os abusos cometidos.
Se critica o Estado quando não faz, critica o Estado quando faz. Fazer o que. Ficar em casa na frente do computador só criticando não vai resolver o problema.
Além do mais quando da fuga dos traficantes da Vila Cruzeiro para o Alemão os moradores denunciaram que os traficantes invadiram suas casas e expulsaram as famílias e que tiveram, os moradores, que dormir na rua ou em carros. E os direitos do moradores? Também foram violado pelos traficantes, certo.
Infelizmente essa foi e espero uma atitude extrema feita pelo Estado. Mas foi a unica que poderia ter sido tomada diante dos ataques a carros e ônibus articuladas pelo crime organizado ou desorganizado não importa, crime é crime.
Agora concordo que essa ocupação tem que ser pontual e não a regra geral. Como cidadão queria que fosse a última, mas sei que vão ser necessária outras, até maiores.
E outra coisa, a rapidez com que o Estado se mobilizou pegou todos de surpresa desde dos traficantes, a impressa e até eu e com certeza até o autor do artigo.
Foi um passo em direção ao rumo certo.

    edv

    E o exército não ficará permanentemente. No máximo, até que haja recursos para a "ocupação" permanente" das autoridades públicas, como UPPs, etc.
    "Ocupação permanente" é essa que já existe no resto da cidade, a menos destas comunidades dominadas pelo tráfico.
    "Ocupação permanente" é essa que existe em toda cidade, de qualquer cidade normal do mundo.
    Quando usam a expressão "guerra ao tráfico', que vc bem menciona como criação de PIGs, começo a pensar que os cientistas socias e filósofos que "moram na filosofia" tem exatamente esta visão midiática estereotipada de segurança.
    É guerra AO TRAFICANTE que que dominar partes de uma metrópole.
    O tráfico e o consumo continuarão, como em Campinas ou na Unicamp do mestre.

    Thiago Machado

    O Rio trata tanto a segurança pública como caso de polícia que essa corregedoria que tá aí é um improviso total, no dia-dia ela não funciona.

    simas

    Não, Thiago, o Rio – Maravilhoso, está tratando das polícias como nunca se tratou; com um novo olhar. Ou vc não lembra q a cidade do Rio era a Capital da República… e q foi, com o advento de Brasília, transformada no Estado da Guanabara e, finalmente, já na época da "redentora", anexada, à revelia, ao antigo Estado do Rio de Janeiro… Pois, qdo a cidade do Rio virou o Estado da Guanabara, parte das polícias se foram, igualmente… Ficou, aqui, como vc pode imaginar, o lado q ninguém queria…. Depois, caso vc não saiba ou não queira reconhecer, o novo Estado do Rio foi esvasiado, ao extremo… ao passo de, agora, se vc, por exemplo, fonar pra Net…. ou seja, organizações, mafiosas, globo, atenderem em São Paulo – Ora, a Globo não é no Rio?… Meu caro, tudo foi pra algum lugar… mudou-se, em especial, pra São Paulo, capital ou interior… Pra conhecimento, o Estado do Rio foi, além de esvasiado, mal governado por longo tempo, ao ponto de nossas polícias, agora, não terem efetivo, suficiente, pra essas ações de ocupação e simples presença… Daê, pela urgência, a necessidade do uso das Forças Armadas. E a presença das Forças Armadas é um péssimo precedente… Mas, não tem, como.
    Thiago, eu sou um cidadão comum. E, assim sendo, tenho observado q as polícias, no Estado do Rio, têm melhorado, em vários aspectos. Posso ser testemunho. Ademais, a PMRJ é a única polícia militar, no Brasil, q teve a honra de ter feito a Campanha do Paraguai. Naturalmente, esse fato não é colocado, pq, certamente, seria covardemente desmerecido…. A Imprensa, maldita, logicamente seria a primeira a denegrir e desqualificar… seguida, claro, daqueles maus cidadãos, q mto têm de recalcados. Obrigado

    edv

    Ué, segurança pública é eminentemente "caso de polícia", em qualquer lugar do mundo.
    Não vamos confundir investimento social, nas pessoas, para que não cheguem ao crime (e não apenas isso), com o tratamento às pessoas que infelizmente, são criminosas.
    Quanto a sua qualidade, não vamos acabar com a polícia, vamos depurá-la e melhorá-la, certo?
    Um assassino estuprador na Suiça serálá tratado pela … polícia!
    Como aqui.

Fernando

Sérgio Cabral será a Marina Silva de 2014.

É a ´´terceira via“ que o PIG vai nos empurrar goela abaixo pra tirar o PT da presidência.

Ramalho

Há críticos que são, antes de tudo, inimigos da ação; mas, igualmente, da inação! Vivem em busca de antíteses, mormente quando o tema é popular, afinal, não resistem à tentação de terem seus 15 min de fama. Parodiando o lema anarquista (atributo que tais críticos se autoconcedem como panegírico, mas só quando não governam) "há estado (na acepção da ciência de sistemas) posto, sou contra". São contra tudo, lembrando aborrescentes.

Na busca desenfreada e irrefletida de falsas antíteses, acabam, com o perdão da expressão", enchendo o saco e, pior, esterilizando o debate, por torná-lo pueril. O esquerdismo é realmente doença infantil.

Ramalho

Quando vejo vestais da pureza sócio-política desmerecerem a retomada pelo Estado de área importante da cidade do Rio de Janeiro, argumentando que, antes dela, seria preciso acabar com barões da cocaína, destruir o crime organizado, impedir definitivamente o contrabando de armas, eliminar a corrupção, reformar o Estado burguês, acautelar-se da tomada do Estado pelo BOPE, implantar a polícia perfeita, inventar a fusão a frio, acabar com a miséria no mundo, entender a matéria escura e descobrir a origem do Universo, dentre outros objetivos relevantíssimos, vêm-me à mente verdades corriqueiras, tais como: 1 – o ótimo é inimigo do bom (truísmo mineiro?); 2 – a longo prazo, estaremos todos mortos; 3 – pimenta nos olhos dos outros é refresco; 4 – quem gosta de criminalidade em favela é intelectual (os pretensos).

    @MMiguel78

    Adorei seu comentário, Ramalho.

Ramalho

Lamentavelmente, o artigo começa com uma mentira: onde o articulista viu tanques destruindo carros e motos? O que se viu foram 400 veículos furtados e roubados recuperados (ou mais).

O BOPE e o Mossad têm relação um com o outro tal qual a que o cachorro abandonado de minha rua tem com o fagote da Sinfônica de Londres. Estão buscando chifre em cabeça de burro. O BOPE é órgão da polícia estadual e o Mossad, ligado diretamente ao 1o ministro israelense, não tem feição militar, o que o BOPE tem. Mossad e CIA, sim, têm tudo um a ver com o outro.

Qual foi o alvo valioso que o BOPE assassinou com precisão, como afirmado? Se há algum caso concreto destes, denuncie-se-o à imprensa e justiça. Não li nada sobre isto, e se houvesse seria escândalo de front page. Ou será que se trata de "Tropa de Elite III, a Tomada do Estado", obra de ficção em construção?

Outra mentira (parece delírio parnóico compulsivo) é a de que tanques atiraram: os tanques não atiraram, tranportaram policiais!

Havia objetivo claro e definido na ação policial, sim: acabar com os incêndios de veículos em toda a cidade, com a inquietação que as ações espetaculares da bandidagem do Alemão impuseram aos cariocas, afora atentados a postos policiais e os costumeiros roubos e furtos generalizados. A polícia buscou alcançar o objetivo por meio da ocupação da favela pelo Estado (não apenas pela polícia). O que há de errado?

O artigo começou com uma mentira e terminou com outra, coisa de louco, sô.

Jairo_Beraldo

Ver um paulista comentar sobre o que ocorre no Rio, me deixa perplexo. Por que ele não se manifestou sobre o suposto "acordo" feito pelo governo dos tucanos com o PCC, que foi uma lástima? Fica fácil "acabar" com a violencia cmo se faz em São Paulo. As babáries acontecem e a grande mídia não noticia. A Cracolandia não é a Cracolandia, mas uma "festa" a céu aberto para pobres diabos se suicidarem. Então, não há evidencias de violencia…não é, caro pesquisador?

    edv

    Lembrando que morreu muito mais gente, incluindo muitos inocentes.
    E olha que não entraram em favela nenhuma (não tinham guevos)…
    Mataram à esmo qualquer suspeito nas calçadas.
    Alguns, segundo testemunhas, do conforto das janelas de suas viaturas em movimento.
    Não eram favelas, não havia AK47's, vielas com trilhos, bunkers e visão privilegiada.
    Enquanto isso a diplomacia operava nas prisões dominadas por "aquela facção".
    Talvez seja isso que os filósofos da filosofia estejam defendendo aqui.

aldoluiz

Psicopatas. O campo preferencial deles É A GUERRA, em todos os sentidos que você puder imaginar para a palavra GUERRA. Conspiram como respiram… Não acredito nas boas intenções desse sistema escravista milenar, seria o paradoxo. Avançam suas "patinhas de gato" enquanto a "casa grande", com seus INTOCÁVEIS banqueiros, ganhando sempre, MILENARMENTE, de ambas as partes, da própria casa grande e das suas abjetas senzalas. Estão acima da lei, de qualquer uma lei que não lhes favoreça.
Tudo muito bem arquitetado POR ELES e encoberto pela midiocracia de sua propriedade. Pesquisem mais e conectem os pontos…
Sinto muito, sou grato.

    edv

    Já os traficantes…

Astro!

Ok, existem pontos (e não poucos) com os quais concordo, mas se o uso do BOPE, do Exército são questionáveis, quais seriam as alternativas? Não sei o quanto tais críticos (da forma como está sendo feita a retomada dessas áreas) tem proximidade com o cotidiano das pessoas que mora nessas regiões, que vivem com medo, com silêncio, sem alegria e em agonia pela falta de condições de se mudar de um lugar assim. Então, junto com as críticas, peço encarecidamente que exponham as alternativas. Criticar é fácil….

dukrai

A guerra ao tráfico vai provocar o seu deslocamento para o nomadismo varejista, com o traficante oferecendo os seus produtos de forma dispersa aos seus consumidores. O complexo do Alemão concentra a quase totalidade do comércio de drogas no Rio e a tomada da área pelo estado foi um duro golpe nesta modalidade territorialista de distribuição. Foi uma vitória alcançada com uma estratégia do cerco à área ocupada e de demonstração de força propagandeada pela mídia, que provocou a fuga dos membros da quadrilha.
A situação caminha para a estabilidade da ocupação e parece muito pouco provável o retorno dos traficantes porque os pontos de venda foram neutralizados e a fonte de renda foi estancada.
O tráfico vai continuar e a solução definitiva é a legalização do consumo das drogas consideradas ilícitas.

    edv

    Isso, Dukrai. Como o crime é cometido por humanos (afinal os criminosos são da espécie…), o alvo é o traficante que, além de traficar, corromper, viciar, prostituir, degenerar, DOMINA as comunidades de pobres do bem, que, vc lembrou, sofrem dos MESMOS males SÓCIOECONÔMICOS (e mais o terror) e continuam caminhando 1 km morro acima e morro abaixo com 3 conduções por dia e um pedágio, para ganhar um salário.
    Quando eles deixam!

Fabio_Passos

Desde 1995, quando mergulhamos no pesadelo neoliberal, a população carcerária teve um aumento explosivo.
Quando não são executados, os segregados são atirados na cadeia…

Lá no Alemão:
Renda per capita mensal: R$ 176,90
Taxa média de desemprego: 19,5%

Esta "guerra" ao tráfico só está ferrando pobre e negro.

A guerra que o Brasil precisa fazer é contra a "elite" branca e rica que construiu uma das sociedades mais injustas do planeta.

    edv

    Não, quanto menos domínio do tráfico, mais o pobre da comunidade poderá trabalhar, estudar, ser atendido e até abrir sua birosquinha.
    A "guerra" não é ao tráfico (este existe em Berna e Berlim, mas ao traficante que domina as comunidades.

Paulo Villas

Noto um certo ciuminho por parte dos paulistas com os eventos na área de segurança , acontecidos aqui no Rio . Bobagem , já , já , poderemos ter em Sampa algo parecido. Aguardemos a renovação dos acordos firmados entre o governo do estado e "a facção que domina os presídios paulistas", se não fôr bom para ambas as partes , poderemos ter um grande show caipira. Aí , todos poderão sorrir contentes , principalmente os acadêmicos , que poderão manter e desenvolver suas teses refrigeradas.

Eduardo

Mais um gênio. Agora esse compara os traficantes com a AlQaeda. Vai ser criativo assim na academia!!!!

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