Fernanda Giannasi é premiada por proteger a saúde dos trabalhadores dos riscos do amianto

Tempo de leitura: 2 min
ATUALIZAÇÃO em 18 de abril às 11h30

por Conceição Lemes

Se for realizada no Brasil uma pesquisa sobre quem é a pessoa que simboliza a luta antiamianto no país, um nome aparecerá disparado: Fernanda Giannasi.

Engenheira, auditora fiscal do Ministério doTrabalho e Emprego em São Paulo há mais de duas décadas, fundadora da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) e coordenadora da Rede Virtual pelo Banimento do Amianto na América Latina. Sábado passado, 10 de abril, Fernanda recebeu em Chicago, nos Estados Unidos, o Prêmio Inspiração 2010, da Organização de Conscientização das Doenças do Asbesto (ADAO – Asbestos Disease Awareness Organization).  É a voz das vítimas do mineral cancerígeno nos EUA. O prêmio é o reconhecimento pelos seus mais de 25 anos de trabalho.

“Mais do que ninguém na América Latina, e como poucas no mundo, aFernanda, desde que tomou conhecimento dos riscos do amianto à saúde,tem lutado para proteger os trabalhadores do Brasil e dos demais países”, salienta ao Viomundo o médico estadunidense Arthur Frank.“Fernanda tem mobilizado continuamente médicos, advogados, vítimas, familiares e a sociedade em geral pelo banimento do amianto no Brasil,apesar de ameaças constantes a ela e à sua família. Poucos teriam
capacidade de resistir a tantas pressões e  continuar a trabalhar paraproteger a saúde dos trabalhadores. Ela faz parte de um incansável epequeno grupo de trabalhadores, que gasta muito do seu tempo e esforço para proteger o bem-estar dos outros cidadãos.”

O professor Arthur Frank é uma das maiores autoridades médicas do mundo na questão do amianto e muito respeitado. É chefe do Departamento de Medicina Ocupacional e Ambiental da Escola Pública da Filadélfia. Já esteve várias vezes no Brasil, participando de audiências públicas, eventos científicos e dando pareceres em casos de vítimas do amianto. Coube aele, em nome da comunidade científica internacional, entregar o prêmio da ADAO, do qual é um dos diretores científicos, fundador e grande apoiador.

Coincidentemente na semana passada, o Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade a resolução 427. Ela torna o período de 1 a 7 de abril na Semana Nacional da Consciência Antiamianto e estimula a classe médica a alertar e educar os estadunidenses sobre os riscos da exposição ao amianto.

A resolução 427 ressalta que todo tipo de amianto é cancerígeno ao ser humano. Assinala que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) e Associação Médica Americana, “não há nível seguro para exposição ao mineral”, e que “as
fibras do amianto podem provocar mesotelioma [tumor maligno incurável, 100% fatal], asbestose [ou “pulmão de pedra”, que leva lentamente à morte] e outros problemas de saúde, inclusive outros tipos de câncer”.

Acrescenta ainda: “De acordo com a ADAO, mais de 10 mil americanos morrem anualmente devido à exposição ao amianto e os números estão crescendo”.

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