No Dia de Ano, o Maranhão ganha alvíssaras: Flávio Dino

Tempo de leitura: 3 min

dino

No Dia de Ano, o Maranhão ganha alvíssaras: Flávio Dino

Fátima Oliveira, em OTEMPO

[email protected] @oliveirafatima_

São universais e antigos os ritos de passagem dos rituais do transcurso do ano velho para o Ano Novo, e cada povo celebra conforme crenças singulares perdidas no tempo.

Sou fascinada com os ritos de passagem que marcam a chegada do Ano Novo – lendas, crendices, simpatias, superstições e queima de fogos, que afastam os espíritos indesejados e encerram tradições do âmbito dos desejos em interfaces com o sobrenatural, do fazer promessas, muito mais do que firmar propósitos do tipo: “Para o ano…”, que no palestinês da gema de minha nascença quer dizer “no ano vindouro”, justamente no “próximo ano”.

Refletindo sobre o costume do meu sertão maranhense de “pagar alvíssaras” no primeiro dia do ano, fiquei com uma dúvida, digamos que de cunho filosófico, ei-la: Flávio Dino, ao tomar posse em 1º de janeiro de 2015 como governador, é, em si, alvíssaras para o Maranhão e, ao mesmo tempo, merece recebê-las, já que “alvíssaras é prêmio que se dá a quem traz boas novidades ou entrega coisa perdida ao dono”? Fica a especulação.

Ao ser diplomado governador, disse: “Este diploma é impregnado de vida, cada letra dele é um símbolo do nome de cada maranhense… Autenticamente sinto o peso das palavras que pronuncio e sinto o peso das tarefas que nos foram incumbidas. Junto com elas, sinto também coragem para enfrentar os desafios e pôr fim às desigualdades” (19.12.2014). As expectativas sobre o governo Flávio Dino são monumentais, mas seria um erro descambarmos para o messianismo.

O sentimento é que, ao abolir pelo voto popular os miasmas de um passado de meio século de exploração e descuidos, tudo mudará num passe de mágica. Não é bem assim. O Maranhão, que com a eleição de Flávio Dino será devolvido ao povo em frangalhos, precisa ser reconstruído e refundado para que seu povo possa adquirir cidadania plena. No papel reservado aos movimentos sociais, é crucial a não dispersão e a não cooptação, pois “não há almoço de graça”, governo não dá nada a ninguém, e direito se conquista na luta.

Há anos escrevi uma crônica intitulada “Pague minhas alvíssaras”, que “era o que a gente dizia no primeiro dia do ano para as primeiras pessoas muito próximas, parentas ou amigas – não valia para quem morava na mesma casa –, que víamos, quando crianças, lá na Palestina, povoado onde nasci, hoje Graça Aranha”, onde o primeiro dia do Ano Novo era chamado “Dia de Ano”.

Também não era dia de Natal, mas “Dia do Nascimento”! Lá, as crianças não ganhavam presentes no Natal, mas alvíssaras no Ano Novo. Quase sempre um doce ou um mimo pra enfeitar o cabelo, a roupa. Ou um perfume. E por que alvíssaras?

A origem da tradição de pagar alvíssaras, a mais remota que encontrei, é que era um costume árabe como pagamento a uma notícia boa referente ao fim de uma guerra. Quem portava a boa nova chegava gritando “alvíssaras, alvíssaras”… Mas só dava a notícia após receber a recompensa!

A aldeia de Santa Margarida, freguesia portuguesa de Idanha-a-Nova, mantém a tradição de alvíssaras na madrugada do Sábado de Aleluia, em concorrida caminhada ao som de violas, guitarras e dos tradicionais adufes, que se dirige à Senhora da Granja, à Senhora das Dores e à casa do vigário, onde entoam os seguintes versos: “Acorde, senhor vigário,/ Que já dá o sol na cruz:/ Venha dar as boas festas/ Ao coração de Jesus”, e ganham pão, vinho e frutos secos – são as alvíssaras!

Deixo, no abraço apertado em minha neta Clarinha, que hoje faz 5 anos, os votos de um alvissareiro 2015 para todo mundo.

 Leia também:


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Vinicius albuquerque

Flávio Dino carrega uma enorme responsabilidade ao assumir o nosso Maranhão tão lindo, porém sucateado por 50 anos de descaso da família Sarney e seus comparsas!! Acredito que Flávio terá que trabalhar 20 horas por dia e nunca perder a esperança de melhorar a vida dos maranhenses um dia sequer! Se isto for feito, a melhora virá, pois competência ele possui, sendo um dos melhores políticos do Brasil!! Desejo boa sorte a ele e sapiência ao povo maranhense para cobrá-lo sim, mas não para imputar a ele a culpa pelos 50 anos de atraso, pois a família Sarney tentará fazer com que o povo rapidamente esqueça que foram eles que deixaram o Maranhão na situação atual, da mesma forma com que a direita, por falta de competência e por seu descaso habitual com o povo brasileiro, tenta jogar no colo do PT todas as mazelas deixadas por 500 anos de desmandos deles! Mas o povo está vendo as melhoras acontecendo e não se deixa mais levar por estes que nunca quiseram um país justo! Feliz 2015 Maranhão e um próspero ano novo a todos!!

silvio carlos nobre

Viva o povo do Maranhao!!! Agora, se preparem que as hienas Sarney e os chacais Lobao vao mover mundos e fundos pra invibializar o gov Dino. E a “imprenssa” com eles. DEUS abencoe o Maranhao!

Romanelli

Você sabe quanta custa UMA escova de dentes ?

E no Maranhão ? Será que todos escovam os dentes ?

Agora imagine quanto de imposto esta contido numa escova, ou mesmo numa pasta de creme dental ?

Pois é ..agora imagine quantas escovas ou dentifrícios precisaremos produzir pra pagar a APOSENTADORIA da Roseana Sarney (por QUATRO anos de mui bons serviços prestados, ou R$ 24 mil) e seus CINCO funcionários (mais uns R$ 100 mil com custos e encargos)

..e isso por mês, hein !

O que ? O texto fala em “alvíssaras” ? Alvíssaras coisa nenhuma ..a menos que o novo governante resolva trabalhar com seriedade, com CORAGEM e honestidade, pra não só CANCELAR, como também peitar este bando de VAGABUNDOS sugadores!!!

ou isso, ou correr o risco de ver “seu povo” cuspir farinha (por falta de dente) toda vez que tentarem pronunciar “Fão Luiz” ou “alFíssaras” mesmo.

Olha, estes gastos, com encargos, devem exigir a venda e comercialização de 50 a 100 mil escovas POR MÊS em impostos ..uma barbaridade ..isso pro ESTADO fazer uma conta de ZERO !!! ..qual seja, de tomar do bolso do incauto e enfiar na carteira do MALANDRO

..aliás, se ainda pensarmos em contar toda a estrutura fiscal e burocrática pra se arrecadar tal montante, não duvide, mas acho que o número de escovas deve bater em 400 mil unidades/mês

FELIZ 2015

Fábio

Menos!!!!…..Menos!!
É bom lembrar que será necessário um trabalho de reconstrução de uma unidade federativa detonada durante décadas. Só esse trabalho levará muito tempo.
Boa sorte e sucesso aos irmãos maranhenses.

Carla

Show de bola! Flávio Dino vai bombar e fazer o melhor governo do Maranhão de todos os tempos

Deixe seu comentário

Leia também