Emir Sader: É preciso abrir a caixa preta da CBF, clubes e federações

Tempo de leitura: 7 min

Marin e Ricardo Teixeira

Marin e Teixeira, atual e ex-presidente da CBF

Sobre como sacudir a poeira e dar a volta por cima

A vergonhosa derrota para a Alemanha dentro do campo pode servir para detonar um processo de democratização e de moralização do futebol brasileiro.

por Emir Sader, em seu blog, em 09/07/2014 às 08:29

O paradoxo é que na Copa do Mundo melhor organizada, a seleção brasileira sofre o maior vexame da sua história futebolística. Claro que não existe relação mecânica entre os dois planos.

As grandes seleções de 1958, 1962, 1970, para citar as melhores, não tiveram relação estreita com o desenvolvimento político do país, embora as duas primeiras faziam parte de um contexto de florescimento político e cultural, que elevava a identidade e a auto-estima dos brasileiros. (Foram concomitantes com um processo de democratização do país, com a bossa nova, com o cinema novo, com um novo teatro, entre outros fenômenos culturais extraordinários.)

Desta vez o Mundial encontra o Brasil em um dos melhores momentos da sua história, com um processo de democratização social como nunca o país havia vivido e com um governo com o apoio que lhe permite, pela primeira vez em democracia, governar o país por três mandatos – 12 anos – com grandes probabilidades de se estender por pelo menos mais 4 anos, com um ciclo impressionante de continuidade e estabilidade política.

Mas sabíamos que o futebol segue outro sendeiro. Entre as transformações regressivas que o neoliberalismo introduziu no país e que foram muito pouco superadas, está a mercantilização, o poder do dinheiro penetrando em todas as esferas sociais. O futebol não apenas não ficou infenso a isso, como é um campo privilegiado para a mercantilização.

Por obra de um brasileiro, João Havelange, o futebol se tornou, através da Fifa, um dos maiores negócios do mundo, estendendo-a a praticamente todos os países, incorporando a mais de 200 países, de todos os continentes, montando ao mesmo tempo um império financeiro global, fortalecido pela internacionalização da mídia. Tudo isso foi paralelo à globalização econômica e ideológica, que transforma tudo em mercadoria, para o que os jogadores futebol são mercadorias preciosas.

Enquanto o chamado processo de profissionalização dos clubes terminava com o incentivo a revelar jogadores – e a urbanização foi terminando com os campinhos de futebol de várzea, grande fonte de revelação de jovens craques -, os empresários passaram a ter o papel determinante no futebol. Compram precocemente passes de jogadores por preços irrisórios e os vendem no exterior, basta que alguns deem certo, para que os retornos econômicos sejam muito altos. Os outros podem circular por mercados futebolísticos periféricos, suficientes para pagar seus custos.

Os clubes foram as maiores vítimas, junto com os processos de formação de jogadores. Não vale a pena formá-los no clube, porque desde muito cedo os pais assinam contratos de bolso com empresários, que os levam para qualquer país, conforme os interesses e as possibilidades. O caso do Messi, que foi embora da Argentina aos 14 anos, se formou até mesmo futebolisticamente em Barcelona, é a ponta do iceberg de todo o fenômeno.

O futebol é talvez a atividade contemporânea mais mercantilizada, mais comandada pelas duras regras do custo e do benefício, da maximização dos lucros. O fato de que o Mundial seja da Fifa e não dos países organizadores, que fornecem as condições locais para que a Fifa realize seus eventos, é uma expressão disso.

Futebolisticamente o Brasil vive ainda a ressaca da derrota do belo futebol de 1982. Aquela derrota e a necessidade de voltar a ganhar, depois de 1970, impuseram o abandono do futebol arte que sempre nos havia caracterizado e nos havia levado a ser campeões, ate aquele momento, três vezes, pelo pragmatismo, para vencer. A própria mudança do Telê para o Parreira e o Felipão, representam essa mudança. E voltamos a ganhar, mudando para um estilo pragmático, abandonando o estilo que outros seguiram cultuando, como a Holanda e, mais recentemente, a Alemanha.

Vínhamos, agora, de uma entressafra, com o fim de carreira de jogadores como o Ronaldinho Gaúcho, o Kaká, o Robinho, entre outros e apenas começou a surgir uma nova e boa geração – Tiago Silva, David Luiz, Luis Gustavo, Marcelo, Hernane, Oscar, Lucas, Jeferson, Vitor, Ganso, Leandro Damião, entre outros. Ainda sem experiência suficiente, ainda mais para aguentar uma Copa em casa. O Mano Menezes poderia ter armado um bom time, mas perdeu inexplicavelmente dois anos com experiências intermináveis. E, nesse tempo, perdemos dois jogadores importantes: Ganso e Leandro Damião, por razões que não vem ao caso analisar aqui.

O Felipão nunca foi um grande estrategista. Ele é um treinador feijão com arroz, com boa capacidade de comando sobre os jogadores. (Mas já sabíamos que treinadores campeões que voltaram à seleção, como o Zagalo e o Parreira, nunca repetiram o feito.) A convocação dele foi bem aceita, mas não se atentou para a falta de pelo menos um meio campista – que só poderia ser o Ganso, o Ronaldinho Gaúcho não dava mais – e de um bom centroavante. (O Fred era uma interrogação e o Jô não é exatamente um centroavante.) Faltou também um reserva para o Neymar, mesmo sem pensar na sua perda por contusão grave (que poderia ser Philipe Coutinho ou outro atacante mais agressivo).

A falta do meio campista fez com que o Brasil nunca dominasse o meio campo, tivesse dificuldade de saída de bola da defesa e não tivesse ninguém para acalmar o time, recebendo a bola da defesa, matando-a no peito, distribuindo o jogo e, sobretudo, fazendo lançamentos, o que só foi feito, de longe pelos zagueiros. O fracasso do Fred foi dramático e não havia outro, melhor teria sido ter alguém como Alan Kardec do que o Jô, só pra tentar alternativa.

O time foi levando, a duras penas, jogando muito menos do que na Copa das Confederações (que confirmou sua maldição: quem ganha essa Copa, acha que está preparado pro Mundial e fracassa em seguida), mas dando a impressão de que em algum momento poderia deslanchar. Os primeiros tempos contra o Chile e contra a Colômbia foram os momentos de melhor apresentação da seleção, sem superar os problemas – saída longa da defesa ao ataque, falta do meio campista, Fred pífio, Oscar desaparecido.

A catástrofe com a Alemanha foi a exacerbação máxima dos erros acumulados, com a desaparição dos méritos.

Sem Tiago Silva – que mostrou ser muito mais importante, pela sua ausência –, sem Neymar – ninguém mais incomodou a defesa alemã – e com um conjunto de jogadores muito inexperientes – Fernandinho, Luis Gustavo, Dante, Bernard (que confirmou que não é um jogador que deu um salto de promessa a craque com personalidade) — em número excessivo para um jogo diante de um time experiente, treinando há seis anos. Enquanto que nós tínhamos treinado, no máximo, dois anos, com vários amistosos pífios, sem disputar a classificação, fomos vítimas passivas da máquina alemã, que jogou no estilo que nós jogávamos antes.

Ainda assim, nada justifica que, com dois a zero, o time não se reorganizasse, seja a defesa, em campo mesmo, e/ou com intervenção do Felipão, até mesmo fortalecendo a defesa (com Henrique, por exemplo) e com alguém mais contundente na frente (o Hernane, por exemplo). Ficar assistindo à debacle confirmou a impotência do Felipão como estrategista (e como o Parreira só servia lá para dar entrevistas).

Foi a derrota mais acachapante que o Brasil sofreu, ainda mais em Copa do Mundo e aqui em casa. Vai ser traumática. (Aliás, qual o papel da psicóloga?). Tomara que não se creia que se vá superar nos divãs de psicanalistas.

O país avançou muito, diminuiu substancialmente as desigualdades sociais, a pobreza e a miséria, recuperou seu prestígio em escala mundial, mostrou uma enorme capacidade para organizar a melhor das Copas. Mas esses avanços não chegaram, nem de longe ao futebol, o esporte mais popular, o que mais mexe com os sentimentos das pessoas.

Se afirmamos direitos sociais da grande massa secularmente excluída, restringindo uma parte dos efeitos negativos de concentração de renda e de exclusão social do império dos mercados e do dinheiro, o futebol não foi, em nada atingido por esse processo. Continua um império que se rege por suas próprias regras, com processos de corrupção evidentes – em clubes, nas federações e na CBF, da mesma forma que na Fifa.

Tendo as maiores torcidas do mundo, estas e os associados não são quem elege e decide os destinos dos clubes. Diretorias eleitas por exíguas minorias mandam e desmandam nos clubes, gastam o dinheiro como bem entendem, sem discussão pública, nem controle popular. Não há eleições diretas – como prevê um projeto de lei no Congresso – para democratizar a atividade mais popular no Brasil e para abrir as caixas pretas dos clubes, das federações e confederações, mediante um imenso processo de transparência pública.

E, principalmente, limitar o papel dos empresários, verdadeiros gângsters, que agem nos clubes, com anuência e complacências das diretorias, e fortalecer as escolas de futebol, recuperar os campinhos de várzea e de praia, que são os verdadeiros lugares de revelação de craques. Dar aos clubes condições de organizar essas escola,s manter os jovens jogando aqui (não perdoar as dívidas dos clubes sem esse tipo de contrapartida).

Apoiar o futebol feminino, seus campeonatos, as condições de trabalho e de aposentadoria, de uma atividade muito mais democratizadora do que o masculino – vejam o tipo de pessoas que tem praticado e ascendido pelo futebol feminino.

E abrir a caixa preta da CBF, impor condições de eleição democrática nos clubes, nas federações e nas confederações. Os clubes e as federações são cooptados pela CBF mediante favores e terminam reelegendo diretorias que publicamente são condenadas por ma’ administração e por sus peitas graves de corrupção.

Em suma, o futebol – e os esportes profissionalizados em geral – tem que fazer parte da pauta política de democratização do país. São atividades saudáveis, têm imensas torcidas que se apegam emocionalmente a seus times, são lazer de massas e são instâncias econômicas importantes. (Que tal revisar as vendas milionárias de jogadores ao exteriores, se os impostos foram pagos, se não se trata de lavagem de dinheiro de outras atividades, etc., como está sendo feito na Espanha, até mesmo com a venda do Neymar, portanto com ramificações aqui?)

A vergonhosa derrota dentro do campo pode servir para detonar um processo de democratização e de moralização do futebol que, por sua vez, possa fortalecer a revelação de novos craques, sua manutenção no Brasil por um tempo muito mais longo e fazer o futebol brasileiro retomar seu estilo bonito, que o levou a ganhar a três mais bonitas Copas que conquistamos.

A derrota de 16 de julho de 1950 foi mais traumática, porque em 45 minutos deixamos de ganhar a primeira Copa, para o qual bastava um empate e que viramos ganhando de 1 a 0, com 200 mil pessoas no Maracanã. Mas tiramos lições e 8 anos depois vencemos a primeira Copa que uma seleção ganhou fora do seu continente, abrindo o melhor ciclo da história do nosso futebol, que foi até a derrota – traumática, também – de 1982.

Essa própria geração de jogadores tem futuro, o Brasil é forte candidato a ganhar a próxima Copa, conseguindo recuperar o Ganso, ter atacantes ofensivos melhores, ter um bom técnico estrategista – que parece ser o Tite. Mas serão triunfos efêmeros – como foram os de 1994 e de 2002 -, se não democratizarmos, desmercantilizarmos, profundamente a própria estrutura do futebol brasileiro, com reflexos na revelação de novos craques, no fortalecimento – pela democratização – dos clubes.

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Comentários

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Luís Carlos

Havelange, no futebol só deixou saudades para o genro.

Rafael

Esse é o mesmo Emir Sader que há uma semana chamou de horroroso o texto de Adilson Filho chamando Felipão de desastre? Interessante!

Assalariado

Por Favor, parem de falar de futebol. Já não basta falar besteira de política me vem arrotar lixo de futebol.

Eu lí Ganso? Isto mesmo?

    Fabio Passos

    Prezado “assalariado do PiG”, criticar a cbf-globo te incomoda?
    Acostume-se.

    Vá assistir o teu ídolo galvão bueno e deixe os adultos conversarem em paz.

Leandro_O

Na boa, quem mais bateu no Ricardo Teixeira nem foi um brasileiro (o jornalista escocês Andrew Jennings). O Brasil pouco dava importância, no máximo Paulo Henrique Amorim, Juca Kfouri e mais um ou outro. O povo brasileiro assistiu passivamente tudo isso. Ano após ano. E quando as coisas começaram a ficar um pouco mais “fedidas”, trocaram o Ricardo Teixeira por alguém do grupelho e colocaram um famoso, com prestígio em queda, mas ainda assim foi muito bem recebido pelo grande público, graças também a um poder de manipulação de massa feita por uma grande mídia. Deu no que deu. Até os bebês propaganda da Parmalat perguntariam: “tomou?”

Aline C Pavia

Luis Fabiano punha o Fred no bolso fácil. Felipão é teimoso e não levou Robinho, Lucas e Luís Fabiano, e de quebra levou o Henrique e o Hernanes pra passear de graça pelo Brasil por 40 dias.
Faxina geral, fora cartolagem, fora CBF, fora Globo, fora Galvão Bueno, fora peladas às quartas depois da novela, e principalmente, vamos fazer o Fluminense pagar os três rebaixamentos que deve, aí sim podemos acreditar de novo no futebol.
Dá pra escutar as gargalhadas do Ricardo Teixeira de lá de Miami, só que na hora de explicar a dor de um 7 x 1 para os nossos filhos, não aparece um pilhadafuta desses, Blatter, Platini, Beckenbauer, Nuzman, todos dão gargalhada da nossa cara.

Luís Carlos

Emir fez referências a seleção de 82. Aquele time time tinha Zico, Falcão, Sócrates, Cerezo, Éder, Júnior, Leandro, prá ficar nesses muito acima da média. Craques. Comparar com essa selação?? Cada vez que via Marcelo com a bola dava saudade imensa do Júnior. Mesmo dizer do Luiz Gustavo em relação Cerezo e Paulinho ao Falcão ou do Zico a Oscar. Bom, Sócrates não merece sequer ouvir a menção do nome de Hulk e Daniel Alves não amarra a chuteira do Leandro, com todo respeito que os jogadores atuais merecem. Os técnicos? Responsabilizar Felipão e CBF pela derrota de ontem é uma obrigação. E o que dizer de Telê por perder a Copa em 82 com aquele grupo? Só não dá para deixar de lado o papel nefasto que a mídia corporativa “especializada” em futebol exerce sobre tudo isso. São tão responsáveis quanto todos esses e devem mudar radicalmente também. Só falam de futebol, não de esporte em geral, muito menos de futebol feminino que abominam e segregam, e ainda assim, após legitimarem tudo isso, convocação e escalação inclusive, tiram o corpo, como se de nada participassem.

Francisco

Par que uma CPI da CBF dê resultados, seria necessário antes uma CPI da Globo…

Fabio Passos

O propineiro ricardo teixeira, amigão da globo, saiu da cbf… mas foi substituído por um de seus comparsas!
A quadrilha permanece lá…

A podridão da cbf-globo está destruindo nosso futebol.

Os jogadores do “bom senso” tomaram a iniciativa e estão lutando para impedir que os interesses destas organizações criminosas continuem controlando o futebol do Brasil.

    Rodrigo Leme

    Então é a Globo que defende os interesses dos clubes, sustentando uma verdadeira máfia que lucra com o esporte? A Globo e parceirona da CBF? Vejamos:

    “O encontro entre o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ontem abriu as portas para a solução do problema das dívidas governamentais dos clubes. Ainda ontem, audiência na Câmara concluiu que o futebol deve mais de R$ 400 milhões só na Previdência. Lula referendou a proposta de um Refis (programa de parcelamento de dívidas) específico para os clubes, elaborada pelo Flamengo e encaminhada por Teixeira.”
    http://www.sapesp.com.br/arquivos/imprimir.php?noticia=669

    Governo prepara perdão bilionário aos clubes de futebol
    http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/futebol/conteudo.phtml?id=1444239&tit=Governo-prepara-perdao-bilionario-aos-clubes-de-futebol

    “Em dezembro de 2007, ano em que foi fechado o acordo “Timemania”, os 25 clubes listados nesse trabalho da Pluri Consultoria deviam aos cofres do Tesouro R$ 1,1 bilhão. Em dezembro de 2013 esses mesmos clubes devem R$ 1,4 bilhão, um aumento de 29% sobre o total original, apesar dos valores já recolhidos no período.”
    http://globoesporte.globo.com/platb/olharcronicoesportivo/2013/05/29/divida-da-timemania-de-25-clubes-atinge-14-bilhao-de-reais/

    Convenhamos, nem a Globo consegue colocar tanto dinheiro nessa máfia. Um fenômeno.

    Fabio Passos

    Desculpe, PiG-boy… não leio lixo e não acredito em tolices de puxa saco da globo.
    Negar o mal que a globo faz ao futebol brasileiro é prova cabal de que você não passa de um analfabeto midiático.

    Segue um link que presta:

    http://jornalggn.com.br/tag/blogs/analfabeto-midiatico

    Leia e deixe de passar vergonha em público.

    Assalariado

    é muito adhominem… argumentinho padrão da esquerda quando ela não tem nada pra falar, razão ou qualquer coisa…

    isso e colocar a culpa nos outros, claro

    Rodrigo Leme

    Fabio,

    Bem que desconfiei que você não revisava o que você escreve. ;)

    Fabio Passos

    PiG-boys nervosinhos. rsrs

Leo V

“Se era ‘só futebol’ (o lema correto do governismo a partir de agora), pra quê a militarização da gestão da pobreza (UPPs e exército nas ruas), pra quê 250 mil famílias removidas, pra quê a suspensão dos direitos civis, pra quê a criminalização dos movimentos sociais, pra quê a gentrificação da vida nas cidades, pra quê tudo isso? O quê aconteceu ontem é e não é só futebol, depende (e dependerá sempre) de uma avalição perspectivista. Mas não, pra vocês nunca foi ‘só futebol’. Vocês apostaram muito nessa copa (incluindo-se aí o sucesso futebolístico), foram os primeiros a politizá-la, a fazer dela (e das Olimpíadas) o coroamemto do Brasil Grande, a comemorar prisões arbitrárias e violência policial contra manifestantes, a silenciar diante de tudo em nome da ‘copa das copas’, esperando, sim, surfar também no resultado. Que a derrota lhes seja dolorosa, pois ninguém ganhou nessa copa, mas para alguns resta dignidade.” (Silvio Pedrosa)

    Luís Carlos

    Discordando do Sílvio e de vocé que usa as palavras dele para manifestar sua opinião, muitos, muitos milhões ganharam nessa Copa, com seu milhão de empregos, com estruturas disponibilizadas e serviços que contribuem para deixar menos penosas e dar mais qualidade as vidas de milhões de pessoas, ou ainda que combate processo histórico de submissão e descrença de u a nação em si mesma, ã recuperação da auto-estima de um povo que sobrevive diariamente à dinamitação de sua história, capacidade e raízes, cultuada descrença de si mesma pela mídia nativa e estrangeira, seja Globo ou El País, por exemplo. Muitos milhões ganharam com essa Copa e continuarão ganhando após ela, com a superação do terror imposto seja pela mídia corporativa, amiga canina do capital internacional ou do terror dos Black Blocs cirados, apoiados e sustentados pelos ideólogos e financiadores do mesmo capital. A derrota de um time de futebol não é a derrota de uma nação, eis o erro daqueles que querem que seja dolorosa demais essa experiência, para além do futebol.

    Leo V

    quais serviços melhoraram para a população?

    250 mil pessoas removidas, pessoas impedidas de trabalhar.
    A Copa foi toda pensada para o capital, não para as pessoas. Foi desculpa para levar adiante várias políticas de reformulação urbana que veem a cidade como mercadoria. Isso já foi discutido aqui no Viomundo, e o Rio é a cidade mais simbólica.

    Só quem ganhou com a copa foram os interesses imobiliários e de empreiteiras. E obviamente a Fifa.

    Luís Carlos

    Pois aqui no RS tivemos inúmeras obras que ficaram, e beneficiaram milhões de pessoas. A rodovia do Parque que liga Porto Alegre a Sapucaia do Sul, na região metropolitana, inaugurada dia 20/12/13 desafogou trafego de veículos que antes tinham única opção na BR 116. Diariamente milhares de carros engarrafados, trabalhadores presos no trânsito, caminhões, ônibus, etc. De lá para cá é possível novamente fazer esse percurso em menos de 30 min o que antes não se fazia em menos de hora e meia. Qualidade de vida para milhões de trabalhadores que diariamente perdiam horas de suas vidas indo para trabalho e voltando para casa. Talvez para você isso seja insignificante, mas para trabalhadores e estudantes mudou para melhor suas vidas. Como essa tivemos outras obras, como viadutos em Porto Alegre, na entrada da cidade junto à rodoviária desobstruindo o trânsito que antes engarrafava, e sobre a av. Padre Cacique, junto ao Beira Rio onde também trancava o tráfego de veículos. Outro viaduto na entrada de Sapucaia do Sul que liberou a BR 116 e evitará centenas de mortes que ocorriam pelo cruzamento de veículos, além de desobstruir o trânsito na BR. Quantas famílias removidas nessas obras? Nenhuma. Apenas a má vontade pode negar isso, além da indiferença às mortes no trânsito de dezenas de anos. Todas são obras da Copa, como muitas outras aqui no RS e no Brasil. Apenas par citar outra obra, fora do RS, já que pareces conhecer apenas tua cidade e achar que ela é o umbigo do mundo. Em Brasília, o viaduto que conduz do aeroporto para o “centro” do plano piloto e vice versão desengarrafou trajeto que antes parava no início da manhã e final da tarde, pois liga o plano piloto a cidades satélites com milhares de trabalhadores e estudantes que tiveram melhora imensa na qualidade de vida. Conheça o Brasil e deixe de ler Veja e El País. Muitas obras agregaram qualidade de vida ao quotidiano de trabalhadores, diferentemente do queres fazer parecer.

mineiro

nao acredito que esse vexame vai atingir o governo , mas que o governo precisa de uma sacudida e a muito tempo todos estamos falando. nao é essa selecinha da cbf que vai fazer a dilma perder as eleiçoe, o vai faze ela perder as eleiçoes , é ela nao combater a direita atrelada ao pig.

mineiro

primeiramente tirar o futebol das maos dos desgraçados, malditos , salafrarios dos empresarios, o futebol hoje é uma prostituiçao descarada. depois acabar com essa cbf e profissionalizar os clubes brasileiros e tirar todos os incompetentes , picarestas desses dirigentes amadores e sem excrupulos. e por fim aprovar leis para protoger o futebol desses vagabundos ja citados aproveitadores. e no futebol mudar tudo, o brasil deve urgentemente voltar as raizes dos futebol arte e mais ainda , taticamente em sintonia com o futebol mundial. caso contrario é conversa fiada, nao adianta nada ficar falando, porque vamos todos falar para o vento. no brasil é tudo do jeitinho e joga tudo para debaixo do tapete. depois dessa paulada se mudar alguma coisa , nunca mais muda.

Leo V

Ah, o Emir Sader…

Antes desse vexame que ele acha que vai fazer cair um pouco o índice eleitoral da Dilma, até o mundo mineral sabia que CBF e Fifa eram o que são. Mas ele alguma vez disse um ‘ai’ sobre essa máfia? Claro que não, já que o governo que ele apoia cegamente e acriticamente estava de braços dados com ela.

    Luís Carlos

    Quando o Brasil perdeu a Copa em 2006 você acha que o Lula teve prejuízo eleitoral? Ou com a derrota da seleção em 2010 você sustenta sua lógica de que Lula/Dilma tiveram perdas de votos. Se achas, sugiro rever sua tese, pois Lula e Dilma ganharam as eleições desses anos, e a oposição perdeu, não só o governo federal, mas espaços no Parlamento federal e nos executivos estaduais. Sua torcida vale, mas a realidade desmente sua tese e desencoraja seu desejo.

    Leo V

    Em 2006 a Copa não foi no Brasil, não houve todo o investimento político que houve em torno dessa Copa, como sabemos. E além disso a saída do time da CBF não foi tão humilhante.

    Luís Carlos

    Dizer que o Emir apoia cegamente um governo do qual ele saiu, é no mínimo, ser injusto, porque não ousaria dizer obtuso. Por outro lado, o texto do Emir me fez lembra de texto do Safatle que disse que “não teve Copa” em tentativa de exercício profético pré-Copa. Para um materialista como Safatle, o texto provou ter absolutamente fracassado em sua aventura profética, para não dizer que ele foi incompetente.

    Leo V

    Quem chama sem-tetos organizados em movimento social de vira-latas, se não é governista cego e acrítico é o que?

    Como dizem por aí, o Emir Sader virou o Olavo de Carvalho da exquerda.

    Luís Carlos

    Mas ele não acha o El País jornal equilibrado e de credibilidade.

Urbano

Para quem já vê longe, essa escaterina é bem antiga…

Julio Silveira

Concordo em moralizar a CBF, investigar as falcatruas dentro dela. Mas a estrutura não tem culpa, a responsabilidade são dos homens maus caráter que surgem por trás das estruturas, quando veem a possibilidade de ter ganhos oportunistas. E são eles que destroem a credibilidade das estruturas, vemos num âmbito maior o próprio país quando foi tomado por gente inescrupulosa em passado recente. O ponto que acredito é reforçar a segurança jurídica para que essas pessoas possam sentir o peso das leis como consequência para seu maus atos. A questão é a pouca capacidade de se punir, coisa comum neste país, coisa tão bem articulada para a nossa permanência nesse tipo de mesmice indecente.
Nem que o povo elegesse uma seleção para jogar teríamos a garantia de campeonato mundial, já que a CBF foi apenas uma evolução da sacanagem montada que começou nos tempos de CBD sem objeção afirmativa.

Bacellar

Concordo em diversos pontos…

No início da Copa tinha comentado que o Time carecia de um jogador que pensasse o jogo. Ainda levei azar pois vinha dizendo que o Neymar poderia dar uma recuada e fazer esse papel então estávamos na dependência de quanto peso o menino iria aguentar carregar nas costas (ê boca…), Ganso era o cara. E o HernaneS (Hernane é o Brocador) dentro do grupo convocado era o quem mais se aproximava de um armador. Inacreditável como tentou-se de tudo nos treinos e jogos mas em nenhum momento sequer foi aviltada a possibilidade de bota-lo na armação. Contra um time que joga com 3 meias “pensantes” ficou difícil…E naquele momento em que o time não conseguia nem dar carrinho (sério o Bangú teria oferecido mais resistência; pelo menos daria combate nos alemães. As jogadas foram MUITO básicas)onde estava nosso meia pensante pra segurar a bola e distribuir o jogo?

Véio Zuza

Ganso?! Com ele o Brasil ganharia da Alemanha? acho que não – na época da convocação, o Ganso estava jogando? há quanto tempo?
Mas, de fato, faltou um driblador, um improvisador, alguém que surpreendesse o adversário. Eu apostaria em um dos velhinhos – Kaká ou Ronaldinho Gaúcho…ou o Robinho…

    Bacellar

    Claro que transplanta-lo no meio da Copa não resolveria, mas se ele tivesse sido trabalhado desde o ano passado, ganhado um voto de confiança, pelo talento e, sobretudo, característica de jogo, poderia sim ter feito diferença. Paulinho está na reserva há um ano, Bernar idem, Fred passa mais tempo no DM que no CT…Ô se cabia o Ganso.

    Assalariado

    SEEEEEEE Recuperar Ganso….

    Os varios tecnicos do SPFC estão dando confiança pro ganso a dois anos .. to vendo como ele resolve

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