Editor do Guardian define Bolsonaro como pistoleiro do agronegócio e das mineradoras

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Da Redação

O editor de meio ambiente do diário britânico Guardian publicou artigo em que condena a possível eleição de Jair Bolsonaro no Brasil.

Our planet can’t take many more populists like Brazil’s Bolsonaro, diz o título.

Watts afirma que justamente quando o planeta precisa de líderes ambientalistas estão ascendendo “autoritários pró-grandes negócios”.

No texto, diz que o anúncio do resultado do primeiro turno aconteceu no momento em que cientistas fizeram seu mais dramático alerta, segundo o qual a humanidade tem apenas 12 anos para cortar as emissões de carbono — ou sofrerá as consequências perigosas do aquecimento global.

“Se os paises não começarem a plantar árvores e a cortar emissões de combustíveis fósseis, dizem os cientistas, será impossível evitar um aumento de temperatura global de meio grau centígrado, o que erradicaria completamente os corais e danificar irreversivelmente o sistema climático, causando secas, enchentes e calor extremo, que empurrariam centenas de milhões de pessoas à pobreza”.

O candidato Bolsonaro promete unificar os ministérios da agricultura, do meio ambiente e do desenvolvimento agrário. Já se referiu ao Ibama, encarregado de combater os crimes ambientais, como fábrica de multas.

O homem que pode assumir o super ministério de Bolsonaro, Luiz Antonio Nabhan Garcia, é contra o acordo de Paris e a meta do desmatamento zero na Amazônia.

Nabhan Garcia, da UDR, acredita que mesmo na Amazônia deve ser respeitado o novo Código Florestal, que prevê a preservação das florestas de apenas 20% das propriedades rurais.

“Começando pelo Reino Unido, o modelo industrial capitalista baseado no carbono extrai minerais e recursos orgânicos, enquanto despeja lixo no ar, no mar e na terra. Quanto mais as nações se desenvolvem, exportam o seu stress ambiental para o próximo país em ascensão econômica”, escreveu Watts.

Segundo ele, agora que a China replica o modelo ocidental há poucos lugares capazes de absorver o impacto.

“Competição pelo que sobrou está crescendo. Assim como a violência e o extremismo. Políticos de centro que antes falavam de soluções ganha-ganha foram jogados para escanteio”, acrescentou.

Ao descrever Bolsonaro, o articulista lembrou que “ele tem o apoio do agronegócio e de líderes da mineração, que estão esfregando as mãos com a perspectiva de ver a Amazônia sem suas principais leis de preservação. Os mercados — que são fortemente guiados pelas indústrias extrativistas — também amam Bolsonaro”.

Depois de se referir ao candidato do PSL como neofascista, o editor de meio ambiente do Guardian afirma que Bolsonaro faz parte dos que agem como “pistoleiros dos grandes negócios contra o acordo de Paris e outros compromissos internacionais que buscam prevenir as catástrofes ambientais”.

“Seu [dos líderes] antiglobalismo é acima de tudo contra a natureza e o futuro. Prioridade ao extrativismo pode trazer benefícios de curto prazo, quando aliados e doadores de campanha cortam florestas, expandem a agricultura e cavam mais minas — mas os lucros serão concentrados, enquanto o stress ambiental será compartilhado”.

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Comentários

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Hudson

Essa história de reserva natural de 20% é balela. Como o novo código permite que a reserva seja em outra propriedade (!), o que acontece é assim:

1) Desmatam 100% de um terreno;
2) Compram outro terreno para servir de “reserva” do primeiro;
3) Desmatam 100% da reserva repetem o ciclo.

Seria preciso garantir as reservas permanentes intocadas.

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“The Guardian” acerta ao descrever o candidato do PSL, que é, segundo Lindbergh, o “candidato apoiado por todas as milícias do RJ”.

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