Dilma veta a regra 85/95 para substituir fator previdenciário aprovada pelo Congresso

Tempo de leitura: 3 min

dilma-e-levy-1

Dilma veta fórmula de aposentadoria do Congresso e edita MP no lugar

VALDO CRUZ
MARINA DIAS
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA, na Folha/UOL/ 17/06/2015  19h39

A presidente Dilma Rousseff decidiu vetar nesta quarta-feira (17) a alternativa ao fator previdenciário aprovada pelo Congresso -a chamada fórmula 85/95-, e, ao mesmo tempo, editar uma medida provisória estabelecendo uma fórmula progressiva para o cálculo das aposentadorias.

A decisão foi informada previamente pelo governo aos presidentes do Senado e da Câmara e às centrais sindicais no início da noite. Às 19h40 desta quarta, a medida foi oficializada em nota da Presidência da República. O texto diz que a presidente decidiu vetar o mecanismo e editou uma MP que “introduz a regra da progressividade, baseada na mudança de expectativa de vida e, ao fazê-lo, visa garantir a sustentabilidade da Previdência Social.”

Segundo a Folha apurou, o mecanismo recriado pela medida provisória partirá de 85/95, que é a soma do tempo de contribuição e idade da mulher/homem no momento da aposentadoria, e começará a subir anualmente a partir de 2017 até alcançar 90/100.

Como a progressão é anual, assim como a divulgação dos dados sobre a evolução da expectativa de vida dos brasileiros pelo IBGE, essa marca seria alcançada num período de cinco anos. Pela fórmula de saída, mulheres poderão se aposentar quando a soma da idade e da contribuição ao INSS atingir 85, e homens, quando o resultado chegar a 95. Em 2017, será preciso atingir 86/96 e assim por diante.

Por esse critério, os trabalhadores escaparão dos efeitos do fator previdenciário, dispositivo que existe atualmente e reduz o valor dos benefícios em caso de aposentadoria precoce. O fator continuará coexistindo com a nova forma de calcular as aposentadorias.

Segundo a Folha apurou, Dilma queria sancionar a fórmula 85/95, para evitar desgaste com as centrais e com o próprio Congresso, e editar uma MP somente com a progressividade. Mas sua equipe constatou que, juridicamente, isso não era possível. Foi só então que a presidente bateu o martelo pelo veto e a edição de uma MP com a fórmula alternativa.

A velocidade da progressão, ano a ano, causou polêmica. A equipe econômica do governo defendia que a graduação fosse feita ano a ano, mas as centrais sindicais reivindicavam que isso fosse feito a cada três anos.

Por fim, o núcleo político do governo ponderava que fosse de dois em dois anos, mas foi voto vencido. Segundo assessores presidenciais, a MP deve ser editada com uma progressão anual, mas isto deve ser usado para fazer negociações no Congresso.

A elaboração da MP foi fechada em reunião nesta quarta entre os ministros Carlos Gabas (Previdência), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) e Joaquim Levy (Fazenda). O encontro durou cerca de três horas.

Por volta das 18 horas, segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, Gabas comunicou as centrais sobre a decisão da presidente e foi, junto com os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) explicar a proposta para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

DESGASTE

Em jantar com ministros e senadores da base aliada, na terça-feira (16) no Palácio da Alvorada, Dilma ouviu apelos para que não vetasse a fórmula aprovada pelo Congresso para não aumentar seu desgaste com o Legislativo.

As centrais sindicais, que tiveram uma reunião tensa com a equipe da presidente na segunda-feira (15), também pediram para que ela não vetasse a proposta.

Leia também:

Altamiro Borges: Dilma sofrerá grande desgaste se vetar a regra 85/95 para substituir o fator previdenciário


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Paulo Rogério dos Santos

Vivemos no Brasil a era da pior seleção de futebol,piores novelas,piores músicas e a pior presidencia da republica formada pelo partido mais ladrão e maldoso do Brasil. Pena Brasil você decolou com o real em 1994 e agora parece ir de bico rumo ao chão.

Lucia

Boa, Jesus Baccaro. Concordo

FrancoAtirador

.
.
Dilma e a falta que a Política faz
.
Por Fernando Brito, no Tijolaço
.
(http://tijolaco.com.br/blog/?p=27611)
.
.

    Jesus Baccaro

    Azenha, esse foi seu boimate histórico! Lamentavel!

    O Serra tentando acabar com a soberania brasileira no Pré-Sal e vejo você e outros somente preocupado em tentar fazer a Dilma parecer um fantoche nas não mãos de qualquer um.

    O dinheiro para pagar as contas do Brasil virá de lá. Sem isso, não adianta ficar se lamentando a cada minuto.

    Todo mundo quer que a Dilma tome uma série de atitudes, mas ninguém a apoia efetivamente.

FrancoAtirador

.
.
Nesse Farrapo de Democracia, o Povo vai morrer trabalhando.
.
É a Aposentadoria Compulsória, por Morte d@ Trabalhador(a).
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    NEOLIBERALISMO: ESTADO DE MAL-ESTAR SOCIAL
    .
    As Consequências Sociais do Neoliberalismo são Graves:
    a Combinação de Desemprego, Exclusão Social e Apelo ao Consumo –
    numa Sociedade Atomizada pelo Individualismo e pela Competitividade,
    na qual o Marketing dita a Moda [e a Mídia, a Política e os Governos]
    e as Pessoas valem mais pelo que têm do que pelo que são –
    delineia um Quadro de Degradação da Convivência Social
    que fomenta a Desesperança, a Violência e a Barbárie.
    .
    Resistir aos “Ajustes” é Preciso!
    .
    Por Sergio Granja, no Portal da Fundação Lauro Campos
    .
    (http://laurocampos.org.br/2015/01/neoliberalismo-estado-de-mal-estar-social)
    .
    .

Jesus Baccaro

Estão ficando loucos?

A Dilma promulgou a medida. Vocês estão virar um PIG de “esquerda”?

    sergio athayde silva

    estão fazendo teste para substituir Leilane Besteira no Globo News das 18.

Deixe seu comentário

Leia também