Depois de buscar socorro viajando grávida por 500 km, Neurivânia, 29, e seu bebê morrem dentro da ambulância

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Reprodução

Nesta semana, o Viomundo dá rosto a jovens mortos pela covid-19, para desfazer falsidades bolsonaristas e homenagear as 265.500 vítimas, seus parentes e amigos.

No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão. Jair Bolsonaro, 65 anos de idade, em rede nacional de TV

Da Redação

Neurivânia Lima de Assunção, 29 anos de idade, estava grávida de sete meses.

Ela vivia em Fernando Falcão, uma cidade de menos de 10 mil habitantes no interior do Maranhão, daquelas em que termina o asfalto.

Ainda assim, o município teve um salto no número de casos de covid 19 em junho do ano passado e uma estabilidade num patamar alto a partir de setembro — 793 casos confirmados ao todo.

O primeiro teste de Neurivânia deu negativo para covid, mas mesmo assim, por causa da falta de ar, ela iniciou um périplo que deveria levá-la a São Luís, a capital do Maranhão.

Na UPA de Barra do Corda, a 100 km de Fernando Falcão, no domingo, 29 de fevereiro, ela apresentou saturação inferior a 80% e teve de ser intubada. 

Por falta de condições para continuar o atendimento, decidiu-se que a paciente deveria ser enviada de ambulância até a Maternidade Marly Sarney, em São Luís, a cerca de 450 km.

Ela partiu na manhã da segunda-feira, primeiro dia de março.

Neurivânia passou mal durante a viagem e teve de ser atendida em uma cidade do meio do caminho, Periporó, depois de cerca de 3 horas de viagem.

Reembarcada, ela e o bebê não resistiram e morreram dentro da ambulância, na altura de Santa Rita, a 70 quilômetros do destino.


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