Carmona: Retrocesso na política externa?

Tempo de leitura: 3 min

30 de Abril de 2010 – 0h04

Serra esboça política externa contrária ao interesse nacional (I)

Ronaldo Carmona, no Vermelho

Fatos políticos das últimas semanas reforçaram a percepção de que nas eleições de outubro próximo estarão em jogo duas questões fundamentais para a nação brasileira: a forma de como vemos e como nos relacionamos com nosso entorno sul-americano e a continuidade da projeção progressista do Brasil no cenário internacional.

A esdrúxula e antibrasileira oposição de Serra ao Mercosul

O ex-governador paulista defende que o Mercosul retroceda para uma simples área de livre comércio, fase anterior à atual, de união aduaneira.

Como argumentou em palestra a empresários mineiros, na semana passada, o objetivo declarado é nos livrarmos de “uma barreira para o Brasil fazer acordos comerciais”. Para ele, “a união aduaneira é uma farsa, exceto quando serve para atrapalhar”. Assim, “ficar carregando este Mercosul não faz sentido” (Valor, 20/04/10).

Os ataques de Serra repercutiram tão mal que geraram reações até mesmo do chanceler argentino, além de forçar uma entrevista do candidato, nitidamente na defensiva, para se explicar na Folha de São Paulo, no último domingo.

A reação em si é positiva, demonstrativo de que a idéia da integração ganha espaço e força no imaginário e na forma brasileira de ver o mundo, enfim, no projeto nacional brasileiro.

Os ataques de Serra ao Mercosul partem de uma limitada visão mercantilista primária, lente exclusiva pela qual parece enxergar a inserção internacional do Brasil. Assim, propõe que a variável central de política externa brasileira seja a busca de acordos comerciais com países ricos, aparentemente, independente de seus custos.

No lançamento de sua pré-candidatura, o tucano já havia sinalizado essa visão. Em tom queixoso, estarreceu-se com o fato de que “nos últimos anos, mais de 100 acordos de livre comércio foram assinados em todo o mundo. São um instrumento poderoso de abertura de mercados.  Pois o Brasil, junto com o Mercosul, assinou apenas um novo acordo (com Israel), que ainda não entrou em vigência!”.

Não interessa ao Brasil, nem ao Mercosul, celebrar acordos de livre comércio no formato proposto pelos países centrais.
Por exemplo: nesta semana, tendo em vista a realização em maio próximo da Cúpula de chefes de estado do Mercosul e da União Européia, foram retomados contatos entre os dois blocos para explorar possibilidades de anuncio do relançamento das negociações comerciais, nas próximas semanas, em Madri. Entretanto, as negociações vêm sendo travadas devido ao fato de que a “a indústria (européia) aumenta as exigências e agora cobra do Mercosul abertura de 100% de seu mercado, e não apenas de 90%, como até então” (Valor, 26/04/10). Os 10% referem-se a uma lista de bens protegidos por tarifas em setores estratégicos que necessitem de proteção, algo absolutamente legítimo e largamente praticado pelos países ricos no caminho que os levou ao desenvolvimento.

Mesmo se observarmos pela ótica estritamente comercial, é preciso ter em conta, antes de mais nada, que os países ricos, nomeadamente União Européia e Estados Unidos só aceitam acordos comerciais de tipo assimétrico com os países em desenvolvimento, com uma agenda similar ao que eram as propostas da ALCA.

Os países desenvolvidos (EUA e UE à frente) reproduzem essencialmente tratados assimétricos e desiguais – que lembram, em sua essência, os tratados desiguais que o Brasil assinou no século XIX após sua independência, os quais impediram sua industrialização precoce tal como defendida por José Bonifácio.

Atualmente, os modelos de TLC’s com países ricos envolvem quase que um “contrato de associação” à economia norte-americana ou européia, proibindo, por exemplo, exigência de conteúdo nacional em compras públicas ou determinados incentivos em política industrial – sem tocar é claro, nos escandalosos subsídios à agricultura dos países ricos. No caso europeu, em alguns países, a simples manutenção de uma vaca gera benefícios monetários diretos ao agricultor, enquanto altas taxas são impostas aos produtos agrícolas provenientes dos países em desenvolvimento.

O caminho proposto por Serra – “flexibilizar” o Mercosul e privilegiar TLC’s com países centrais –, do ponto de vista econômico, representa atar nosso destino numa relação de dependência em relação ao bloco dos países ricos, uma vez que impõe pesados constrangimentos à autonomia e a soberania brasileira sobre sua política econômica e industrial.

Em síntese, “flexibilizar” o Mercosul atenta fortemente contra o interesse nacional.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

mila

Não resta a menor duvida que se Serra tivesse sido eleito em 2002 e reeleito em 2006, o Brasil teria afundado com a crise do subprime. E seria um dos ultimos a sair e se saísse. Assim como propuseram a Grecia de vender as ilhas gregas para pagar a divida originada pela CRISE FINANCEIRA MUNDIAL, o Brasil teria que vender a Amazonia e entregar a PETROBRAS e todas as reservas petroliferas para quitar a divida com o FMI e Banco Mundial.
Lula diversificou o comercio, ou seja, não jogou os ovos em uma cesta so como fez o mexico. Lula manteve as empresas publica – BB, PETROBRAS, CAIXA, BNDS ect – para intervir no mercado quando a inciativa privada se retraisse com a crise. Medidas que salvaram o Brasil. A verdade insofismavel é que com Lula, hoje, o Brasil é credor do FMI. E sempre ouvimos dizer que a divida brasileira era impagável.

mila

Como está o Mexico, depois da CRISE, que ao contrÁrio do Brasil que diversificou o comércio, se atrelou ao USA atavés do NAFTA. E o Canadá?
Os tucanos trabalham para que o Brasil volte de quatro ao FMI.

Ubaldo

O que Serra afirmou é que o Mercosul nos moldes que é operado hoje não é bom para nós. Também afirmou que é necessário uma completa reformulação, inclusive para permitir que possamos fazer acordos bilaterais e relembrou que, quando ministro da Saúde, não pode celebrar um acordo comercial entre Brasil e Índia porque teriam que ser estabelecidas compensações para Argentina, Uruguai e Paraguai. A união aduaneira é uma farsa, exceto quando serve para atrapalhar. Assim, ficar carregando esse Mercosul não faz sentido.

Milton Hayek

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/03/o-protocolo-adicional-da-agencia-internacional-de-energia-atomica/#more-59326

03/05/2010 – 19:41
O Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica

Por Argemiro Ferreira:

Caro Nassif,

O artigo inédito abaixo, do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, expõe de forma contundente e muito bem fundamentada porque ele está convencido de que o Brasil não pode assinar o Protocolo Adicional aos Acordos de Salvaguarda do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que os EUA tentam nos impingir usando a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). E impingir também aos demais países que voluntariamente renunciaram, de boa fé, ao desenvolvimento de armas nucleares e nunca deveriam ser penalizados agora por isso.

Para o ministro da SAE, a concordância com aquele protocolo a esta altura seria um crime de lesa-pátria, pois as propostas de centralização em instalações internacionais da produção de urânio enriquecido são instrumentos disfarçados de revisão do TNP (o Tratado de Não Proliferação Nuclear) no seu pilar mais importante para o Brasil – o direito de desenvolver tecnologia para o uso pacífico da energia nuclear. Foi uma das condições para o Brasil aderir ao TNP. Outra foi o desarmamento geral, tanto nuclear como convencional, dos estados nucleares (EUA, Rússia, China, França e Inglaterra), como ficou claro no decreto legislativo de 1998.

O tema é da mais alta relevância neste momento, não só por causa do debate na ONU agora, na nova conferência-revisão do TNP, mas ainda por causa da posição unânime da grande mídia corporativa a favor da pura e simples submissão do Brasil aos interesses dos EUA – o que desejam também, não se saber porque, alguns daqueles que conduziam a política externa no governo anterior.

Veículos da mídia têm tentado obsessivamente caracterizar a correta posição brasileira como sendo contrária ao TNP – ou favorável à proliferação nuclear. É o contrário: a adesão do Brasil, nos termos do documento citado, está vinculada ao entendimento de que, “nos termos do artigo VI, serão tomadas medidas efetivas visando à cessação, em data próxima, da corrida armamentista nuclear, com a completa eliminação das armas atômicas”.

Como destaca o embaixador Samuel Guimarães, desde 1968, quando o TNT foi assinado, os países detentores de arsenais nucleares, sob variados pretextos, aumentaram seus gastos militares e ampliaram de forma extraordinária o caráter letal de suas armas – não só nucleares como convencionais. Ou seja, ao invés de cumprir, estão descumprindo ostensivamente as obrigações que assumiram no tratado. Só isso bastaria para deixar claro que países na situação do Brasil devem resistir à pressão pelo protocolo, forçando os donos de arsenais nucleares a recuar e passar a cumprir de fato o TNT.

A extraordinária relevância do artigo é ainda por incluir e discutir cada uma das questões envolvidas no debate -a crise ambiental, o uso pacífico da energia nuclear, as reservas do urânio e a tecnologia de seu enriquecimento -, algumas das quais de particular importância para nós, ainda que nem sempre para outros países.

Catástrofes Ambientais, Energia Nuclear e Protocolo Adicional

Samuel Pinheiro Guimarães

francisco.latorre

a los argentinos..

no hagan caso de serra.

serra no pasa de un boludo. un boludo.

..

Milton Hayek

Enquanto isso a ditadura prossegue nos EUA: http://www.voltairenet.org/article165246.html

Tema 6 – Investigaciones del Proyecto Censurado 2009
EEUU: derrota de la ley contra el «terrorismo nacional»
por Lindsay Beyerstein, Jessica Lee, Matt Renner

La oligarquía estadounidense trató de crear e imponer una ley llamada «contra el terrorismo nacional» que no era otra cosa que una manera de controlar y reprimir a sus conciudadanos, especialmente destinada para todos aquellos que pongan en tela de juicio la política imperial de Washington, o que protesten contra sus decisiones. Con esa nueva ley hubiese sido muy fácil culpabilizar a un ciudadano bajo la etiqueta de «terrorista» y condenarlo, un método eficaz de eliminar a los contestatarios.

Antonio Leandro

O Serra é a cobra venenosíssima com cabeça de cordeiro. Nunca se vê ela dar o bote e quando aparece, vem com cabeça de cordeiro, toda faceira e amiga do povo (essa fábula inventei para o Serra).
Essa gente, os demotucanos, é perigosa.
Eles nos roubam o direito de ir e vir com os pedágios;
Eles nos tiram o direito à terra, ao trabalho e à alimentação, usurpando e privatizando os serviços;
Eles nos roubam a água (um dos roubos mais perigosos), privatizando os serviços;
Eles nos roubam o direito à eletricidade, privatizando o serviço.
Eles nos roubam as telecomunicações, privatizando os serviços;
Eles entregam nossas riquezas aos amigos nacionais e internacionais, tudo por dinheiro e poder;
Eles deixam que o tráfico de drogas se dissemine, destruindo o núcleo social mais importante – a família;
Eles destroem o saber, eles destroem a inteligência coletiva;
Eles usam os meios de comunicação para manipular, para mudar costumes, para desestabilizar e catequizar;
Eles nos tiram o direito à saúde, à segurança, ao trabalho e à moradia digna;

yacov

É um cara gozado, esse Josepf Adolph Goebbles Von Serra. Quer retroceder, quer andar para trás… Daqui a pouco vai dizer que devemos voltar ás cavernas também, porque lá se leva uma vida mais saudável, blá, blá,blá… Ele é ridículo e votar nesse sujeito é ser contra o seu próprio país.

"O BRASIL^DE VERDADE não passa na GLOBO – O que passa na GLOBO é um braZil para TOLOS"

vangelis54

Flexibilizar uma farsa, como?

gabriel

: cezar_britto Conheci os arquivos da ditadura e da Operação Condor. Infelizmente foi no Paraguai. O Ministro da Defesa de lá, um general, ama a Historia.

do ex presidente da oab nacional em seu twitter.

abs
Gabriel

beattrice

Azenha,
o Serra, fhc & agregados sempre foram avessos ao MERCOSUL, o negócio deles era a ALCA.
Aliás, vale a pena retomar os dados da campanha de 2002, para ver como o SERRA era transparente naqueles tempos.
E até porque o pensamento, a ideologia e os interesses dele continuam os mesmos.
Além da ALCA, Serra era, por exemplo, explicita e publicamente favorável à existência de bases militares americanas no BRASIL, tanto que defendia o "aluguel" de Alcântara.

Milton Hayek

Neme a Argentina e nem o Paraguai fizeram,há 35 anos,esses crimes de guerra aqui sua anta!!!!!!!!!!!!!!
http://operamundi.uol.com.br/reportagens_especiai

FOTOS FORTES!

Leônidas

Leitor da Veja localizado…
E olha que o sensor está regulado no nível menos sensível de miopia em conhecimento social, político e econômico.

Guanabara

Serra propõe: vamos transformar o Brasil num Novo (Novo) México!

Carlos

O sujeito taí pra irritar, único jeito de gozar de alguma maneira…
Estudou em SP e ´apreendeu´ que existem dois Paraguais…

Carlos

Deixe o "Verdão" fora disso!

Carlos.

A turma do Tiradentes queria a independância, a turma do Silvério dos Reis queria continuar colônia, é simples assim. Na América Latina inteira as duas turmas ainda existem.

Marcio

Já disse uma vez e vou repetir, esse cara (Serra) parou no tempo, para ele ainda estamos lá pelos anos 90.

Carlos

Leia e releia o que o Rplhael escreveu sobre o art. 4o. da Constituição.

Francisco

O PT e a Dilma precisam mostrar de forma didática e compreensiva ao eleitorado que se a política externa proposta pelo Serra tivesse sido aplicada na crise de 2007/2008 o Brasil teria quebrado juntamente com o sistema financeiro dos Estados Unidos.Potanto estaríamos até agora em recessão e endividados e provávelmente quebraríamos como aconteceu por três vezes no governo FHC. O Serra com esta proposta de liquidar com o Mercosul mostra que ele quer um alinhamento automático a ALCA o que será um desastre para economia e para a indústria brasileira.

Dilson

Provavelmente ele tentaria "flexibilizar" a Petrobrax também…digo,Petrobras.

Remindo Sauim

Pelo o que li nos JAS (Jornais Amigos Serra) todo o programa de governo do candidato do PSDB é um salto atrás.
Principalmente pelo que li sobre os planos do Serra e pelo sucesso incontestável dos 8 anos do Governo Lula, votarei na Dilma, tanto por ser a candidata do Lula como por sua competência como administradora. E este último aumento que o Lula deu aos aposentados foi o maior da história do país.
Remindo, aposentado de Canoas

    francisco.latorre

    o grande salto para trás.

    pograma de governo.

    ..

dvorak

Pior é ficar subserviente à Argentina e Paraguai!!!

ehehehehehehe

    Arthos

    Dvorak… o Zé determinou aos alunos de SP que há dois "Paraguai" … hum! nesse caso, Devora… subserviente a qual deles?

    kalango Bakunin

    subservientes são os dvoraks que gostam de ficar de 4 pros gringos
    depois de tirarem os sapatos no aeroporto de miami

Roberto Locatelli

Com estas posições, fica mais claro para o eleitor que Serra, se fosse eleito, nos faria retroceder à década de noventa, quando o Brasil era subserviente aos EUA e Europa.

Para Serra, vale a genial frase de Millôr Fernandes: "aquele que se curva aos opressores mostra a b… aos oprimidos".

Raphael Bagé

Antes de ser uma opção política, a integração latino americana é um imperativo constitucional, conforme pode ser visto no art. 4º, parágrafo único da Constituição Brasileira:
"art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
parágrafo único: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino americana de nações".
Assim, espero que aqueles que se opoem à política externa exercida pelo atual governo, reflitam sobre este artigo, e que também este tema seja abordado sob uma ótica constitucional. tenho certeza de que agindo assim, esse debate será ainda mais rico.

    Carlos

    Importante o que você ressaltou: o artigo 4o. da CF/88.
    Só que tem um detalhe: tucanos e aliados não estão interessados integração – seriam capazes de apresentar uma PEC mudando o texto constitucional?.

    Duas perguntas ao DIAP: a) o deputado constuinte Serra votou contra a favor do artigo 4o., tal como está na Constituição?; b) o deputado Serra votou contra ou a favor do juro de 12%?

Scan

"Em síntese, “flexibilizar” o Mercosul atenta fortemente contra o interesse nacional."

Mas, meu caro sr., mas é exatamente esta síntese que D. Serra, o Empoçado, deseja.

José Carlos

Acredito que, caso Serra não ganhe as eleições, além de voltar a ser articulista da Foia de São Paulo, pelo menos até onde este jornaleco tenha leitores que gostam de ser enganados, possa ser também o "Presidente da Grã-Cruz dos Vampiros do Bairro da Mooca". Ótima oportunidade, já que ele quer de qualquer forma ser presidente.

    beattrice

    José Carlos,
    segundo o PHA em outubro ele vai pedir pra ser técnico do Palmeiras.

Tweets that mention Carmona: Retrocesso na política externa? | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com

[…] This post was mentioned on Twitter by Gustavo Pires , Gustavo Pires , Hiago Mont'Mor, Hiago Mont'Mor, Alex Artus Rocha and others. Alex Artus Rocha said: RT @historiografia: RT @DrRosinha: Ataques de #Serra ao #Mercosul partem de uma limitada visão mercantilista primária http://ven.to/77c … […]

Paulo

Eu aposto nos Estados Unidos: maior poder economico.

Pensando bem, nem precisa de muito: quem se vende, sempre eh barato.

Glecio_Tavares

Serra é um patriota. Só falta sabermos qual sua pátria: Os Estados Unidos ou a Itália?

    beattrice

    Eu também aposto nos EU, a Itália já tem um bufão – Berlusconi – e o Serra detesta concorrência, é um capitalista de aeroporto, Ze Biruta.

    francisco.latorre

    é o usamerika.

    mas não é pátria não. é patrão.

    serra é um barato.

    um entreguista barato.

    brasil sem dono. uma pechincha .

    ..

Deixe seu comentário

Leia também