A morte da Educação

Tempo de leitura: 3 min

A morte da Educação

André Acioli e Augusto Uchôa*

No Boteco do Conhecimento

A notícia da morte de um professor universitário por aluno, em Belo Horizonte, me motivou a escrever este artigo. Um assunto complexo que é debatido entre os professores em encontros extraclasse. Creio que posso falar sobre o tema com certa imparcialidade, pois sempre fui aluno, sou aluno e há alguns anos, atuo também como professor.

Percebo um processo crescente de agressão a professores. Tenho visto que a ideia de aluno-cliente parece ter atingido seu ponto máximo de deturpação. A visão tornou-se distorcida talvez em função da linha tênue que separa os dois conceitos desta relação. Percebo uma cobrança máxima do professor pelos alunos e uma dedicação mínima por boa parte dos últimos.

Diferente de outros serviços, onde cada um tem plena noção do que pode e deve fazer no seu papel de cliente, bem como sabe até onde pode exigir do prestador, a sala de aula não funciona bem assim. A literatura de serviços diz que os clientes possuem papeis a serem seguidos e, eventualmente, quando tais papeis não são exercidos como deveriam, tornam-se indesejados.  Ou numa situação inversa, o cliente ao se deparar com incidentes críticos, como encontro de serviços insatisfatórios, muda-se para a concorrência. Simples assim.

Se em meio à comercialização de bens, onde a interação entre vendedor e comprador é menor, isto já acontece, em serviços, é ainda pior. Uma influência negativa ou fora dos padrões apropriados para a boa relação entre as partes pode alterar a expectativa e a entrega de qualquer serviço como um todo; prejudicando os clientes que não têm nada a ver com isto.

O caso do assassinato é o ápice do extremismo e deve nos fazer refletir sobre o modelo educacional mercantilista ao extremo, que alguns insistem em adotar. Numa visão prática deste extremo, convivo com professores que desenvolveram traumas de entrar em salas de aula e questionam seu amor em lecionar por conta desta relação, muitas vezes perversa, entre professores e alunos. Docentes que temem não agradar seus “clientes” e serem punidos – como já vi em algumas situações – por seus empregadores.

No setor de serviços, são os clientes os principais avaliadores do desempenho. Valho-me das palavras de um grande amigo que diz: “ser professor é uma das profissões mais difíceis do mundo, pois em poucas carreiras existem tantas avaliações por um número tão grande de pessoas”. Esta condição é para quem, realmente, ama exercer a docência; para mim, tão nobre quanto desgastante.

Lembro-me de muitos casos de agressão física a professores e não me recordo de ter visto tantos em outros modelos de prestação de serviços. Na classe médica, por exemplo, em que o marketing de serviços é classificado como mero serviço profissional e que tem na saúde o seu serviço núcleo, a possibilidade de insatisfação do “cliente” me parece bem mais crítica do que na educação. Não seria?

Minha proposta não é tomar partido em defesa dos professores ou da generalização dos maus exemplos de alunos; trata-se apenas do desabafo de uma pessoa que se posta diariamente à frente de dezenas de alunos, para oferecer-lhes os anos de experiência e estudos, e que tem sofrido, mais do que com a morte do colega, com a morte da Educação.

Como aluno, vale lembrar que não sou a favor de professores que não gostam de alunos, que não se reciclam, que se fecham para novas metodologias de ensino e se acham acima do bem e do mal. Rejeito os “senhores da verdade” que esqueceram que o binômio ensino-aprendizado é uma via de mão dupla. Ensinar a aprender é um processo de autoalimentação, pois para gerar o conhecimento em debates ricos que nos fazem pensar, refletir e questionar, são necessários mais do que um personagem.

Por fim, vale ressaltar que parte de nós também morre com o assassinato do professor em BH.  A relação professor-aluno sempre foi vista como sinônimo de vida; meus melhores amigos, meus ícones e minhas referências do que existe de melhor no ser humano vieram das salas de aulas, daquele local “sagrado”, onde as pessoas desenvolvem as próprias essências. Como é sabido, o mundo evoluiu com a Educação; não com a guerra.

*André Acioli é administrador, mestre pelo Coppead-UFRJ, consultor de empresas, professor universitário na Mackenzie Rio e Chef fundador do Boteco do Conhecimento.

* Augusto Uchôa é formado em marketing, doutorando da Coppe-UFRJ, consultor de empresas, roteirista, professor universitário, criador do site Marketing com Fritas e Chef fundador do Boteco do Conhecimento.


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Comentários

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José

Neoliberais: è mais do que óbvio que os demotucanos não gostam de algumas disciplinas(geografia-História-Filosofia) pois estas matérias ensinam os alunos a PENSAR, coisa que essa corja não quer de jeito nenhum.Eles preferem que sejam leitores da Veja e assistam o jornal nacional e acreditem em tudo que o PIG diz.Como se pode formar cidadão sem consciencia em relação ao espaço em que vivem ? e também sem conhecimento dos motivos dos fatos Históricos ? o método tucano é: ALIENAR para DOMINAR, veja que estão a 16 anos com o governo de SP….

Apolônio

Quanto à valorização do professor em MG, passa batido. Em MG os professores ficaram praticamente 8 anos sem aumento. Isto é o choque de gestão do Aècio, que o Sr. Anastasia deve continuar. Os professores em MG. passam sérias dificuldades financeiras.

Fabian

E para piorar o judiciário apóia esta relação aluno-cliente, como quando acabou com a jubilação nas universidades e faculdades particulares e também quando o aluno entra na justiça para ter menos aulas que a carga horária hoje exigida (que a partir de 2009-2 passou ser hora cheia e não mais de 50min), porque quando ele entrou era hora de 50min. Infelizmente, o judiciário também está ajudando a acabar com a educação neste país, nos fazendo um grande desfavor.

Luiz Fortaleza

Q o digam os USA em q alunos fazem a chacina em salas de aula…

ana

Estou no litoral norte de SP- onde há uma insistência de Prefeitos, com a omissão de suas Camâras Municipais, em ferir o Artigo 67 da LDB, em seu parágrafo I: 'ingresso exclusivamente (do professor) por concurso público de provas e títulos'.
Quanto à organização social que faça a cobrança, nem sei como começar…
Adoraria sugestões de intervenção.
abraços,
ana

    geraldo de carvalho

    o interessante ana é q existe uma cidade aí q tinham colocado uma pessoa com origem no movimento sindical para conduzir a educação. como vc já falou do processo seletivo antes e agora cita o artigo 67, posso te dizer q eles (prefeitos) vão alegar que o processo seletivo não caracteriza o ingresso. as pessoas só ingressam com concurso público. acho q sem pressão não sai concurso, melhor dizendo , ele é prorrogado o máximo possível. te diria para tentar reunir o maior número possível de professores e assim protocolar um questionamento em relação a essa temática. a partir da resposta, vcs teriam q estudar o próximo movimento. claro q tem q ser rápido pois qto mais se aproxima o início do ano letivo mais fica fácil justificar o proceso seletivo que é mt mais simples. não sei se te ajudei. abs.

    ana

    ok, obrigada!
    vou tentar…

    abraços

    ana

monge crédulo

Recuso-me a crer, que a figura do professor, não possa recuperar seu devido valor
na cadeia da educação. Seria muito triste. Não existe sociedade organizada e cônscia
de seus deveres e direitos, sem o professor. Mudar as leis, ser mais rigorosos com os
alunos, é o que precisa ser feito. Querendo imitar o liberalismo ianque na educação,
estamos formando tanto quanto eles formam, IDIOTAS, que ainda deixam importat o
bulingue ou que diabo seja. Nas escolas de elite deles, as exigências, são as mais
altas, bem diferente das escolas de massa, onde pretendem, sem disciplina, formar
"burros" de carga especializados.
Devemos apoiar e levantar o moral dos professores e professoras principalmente,
dando-lhes leis disciplinares, que enquadrem os vagabundos(pais e filhos deslei-
-xados) logo a entrada do colégio, etc etc etc.

Regis

Há em curso uma revolução silenciosa na educação. O seu fim está próximo. Basta ver a redução dos cursos de licenciatura desde as grandes universidades até as ditas fábricas de diplomas. A profissão é desprestigiada pela sociedade e só prestigiada por políticos em véspera de eleição.

tonicco

É por aí mesmo. Eles querem acabar com Sociologia, Filosofia, História …e ensinar apenas matéria técnicas. Não querem gente que pensa pois faz mal ao poder e ao Capital.Porisso é importantíssimo que façamos a nossa parte.Vamos trazer cada vez mais gente para os blogs.

    Emilio Matos

    Gente "técnica" não pensa, é isso? O oposto de preconceito é preconceito…

    Jiddu

    É claro que gente "técnica" pensa, mas há quem ache que isso é ireelevante para o exercício da profissão ou mesmo um risco à sua eficiência. Quantas vezes um "técnico" se vê, entre seus pares, defendendo a necessidade de uma postura crítica em questões mais amplas? E quantas vezes, eu, por exemplo, não fui instado a me manter no papel de técnico? Mundo real, mundo real…

    Emilio Matos

    Acho que você pode considerar se trabalha mesmo em uma boa empresa. Eu ficaria muito indignado se ouvisse algo assim como você relata. Apesar de isso criar alguns conflitos, eu me esforço para ter uma postura crítica, mesmo em meu trabalho, e isso tem sido recompensado… Você passa mesmo essa experiência de ter que ouvir "você é só técnico" frequentemente, e se conforma com isso, como se isso fosse o "mundo real"?

diogojfaraujo

Uma curiosidade pra vcs… A primeira turma de gastronomia da Anhembi Morombi, em SP, rebelou-se contra a obrigação de limpar as cozinhas da faculdade após as aulas (lembrando que em qualquer, QUALQUER, estabelecimento de restauração a limpeza da cozinha é feita pelos cozinheiros, muitas vezes incluindo o Chef)… Simplesmente fizeram um abaixo-assinado exigindo que pudessem levar suas empregadas de casa para fazer tal limpeza…

Falta respeito com os professores, desde o primário (ou seja lá qual for o nome atual) até a Pós… Impera a idéia que o professor é meu empregado, e não o meu mestre… Ajuda também o fato do abuso de poder de certos professores, mas acredito que fique mais limitado às instituições que menos investem, e tem salas de mais de 100 alunos…

    geraldo de carvalho

    diogo, que curso esse hein? a atitude dos alunos já é uma avaliação do curso. fico imaginando os donos de restaurantes lendo uma notícia dessas vão pensar 10 vezes antes de contratar um cozinheiro formado por essa faculdade. lamentável.

    diogojfaraujo

    Então, isso aconteceu mais ou menos em 1997 quando começou a moda, e a maioria dos "estudantes" eram socialites e coisas do tipo; era provavelmente a primeira faculdade de gastro do país, badalada, etc.. Fiz gastro lá como segunda faculdade, e a coisa é bem diferente lá agora; essa história o coordenador contou nos primeiros dias de aula, pra já avisar que ali não era brincadeira, e que a vida de cozinheiro é bem dura… Tanto que pelo menos 50% abandona nas primeiras aulas na cozinha… Foi um fato isolado, o curso é bom!

    geraldo de carvalho

    ah bom!

    Daniel Campos

    E imagine-se o tipo de cidadão que está se formando neste curso, que recusa-se a fazer "serviço de serviçais". Será que ele vêm para a aula usando peruca renascentista e sapatos de bico torto?

Roberto

O professor só será respeitado e a educação melhorará quando GANHAR BEM!
Após isso acontecer, os melhores alunos irão optar pela educação e consequentemente elevarão o nível dos alunos. Isso é um círculo vicioso do bem, mas só mostrará resultados depois de 8 anos no mínimo, por isso é considerado um investimento. A solução está aí, apesar de alguns neoliberais da veja acharem que salário não melhora a educação, eles estão ERRADOS TOTALMENTE, pois essa é a ÚNICA solução que dará resultados.
Abraços, Roberto.

    Emilio Matos

    Concordo. Acho que é quase só isso o que é necessário fazer. Aumentar o salário para que seja atrativo para os melhores profissionais. A qualidade média dos professores brasileiros é baixa, principalmente no ensino básico público.

Roberto

A EDUCAÇÂO é uma política pública que só dará resultado quando for tratada efetivamente como investimento! Não é possível termos respeito sem termos valor. Vou tentar dar um exemplo: hoje os melhores alunos (aplicados, CFF etc.) estão fazendo Direito (há exceções), com o objetivo de passarem em um bom concurso, da receita Federal, por exemplo, mesmo que tenham que passar o resto da vida parando veículos nas estradas. Mesmo assim são respeitados e o concurso cada vez é mais concorrido. Por que? Claro que vocês já têm a resposta! Ganham muito bem. Troque o salário deles com os dos professores pra ver o que acontece?
Abraços, Roberto.

Marcia Costa

O que faz com os alunos não respeitem o professor é a falta de orientação dos pais. Ainda pouco li aqui mesmo no Viomundo o comentário pra lá de desrespeitoso à presidenta Dilma e seu vice. Que tipo de educação familiar recebeu essa pessoa? Lembro de meu pai, mestre de obras de mãos calejadas e de minha mãe, simples costureira que me ensinaram através de expressões como "macaco, olha teu rabo" , "quem aponta o defeito do outro, nasce verruga no dedo", "na casa do bom homem, quem não trabalha não come", "se seu amigo coloca a cabeça na linha do trem, você coloca também?" Hoje, ninguém se preocupa em ensinar valores aos filhos. Parece até vergonhoso ter princípios. Por isso, os professores sofrem com indivíduos que não tem respeito por ninguém.

    JoãoLuiz

    Cara Marcia
    Você conhece filhos de professor/a? Notou que são tão mal educados, prepotentes como outras famílias?
    Já notou que professor/a em geral se impõe no grito, na ameaça? Desde que era criança, faz bom tempo,
    os professores respeitados eram exigentes e generosos, criticavam ou elogiavam, calorosamente, feito
    nossas mães. Convivia-se melhor em escolas pois era nítido o superior intelecto médio dos professores.
    Hoje são pessoas medíocres, nada tendo a acrescentar afora, com pobreza, os conteúdos educacionais.
    Os que o mercado rejeitaria tornam-se professor/a da escola pública. Os melhorzinhos das privadas.
    Respeito recíproco se impõe no cotidiano da Escola e o aluno leva para casa, ensina, troca com os seus.

Jaime

É um assunto complexo. Contudo, tem muito professor que não deveria ser; e um sem par de alunos que estão lá sentados, mas não são alunos, são qualquer coisa, menos alunos.

Alunos ou clientes? « Boteco Escola

[…] http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-morte-da-educacao.html […]

A morte da Educação « Boteco do Conhecimento

[…] repercute na mídia  O Globo Online – Opinião Site Vi o Mundo de Luiz Carlos Azenha Comunidade Exkola MDFnews – Informação e Opinião Comente! […]

Elton

Sou Geógrafo e professor de Geografia há quase três décadas. Minha disciplina junto com a de História é das mais mal vistas pelos conservadores de plantão no PIG…….são consideradas matérias "esquerdizantes" e de baixo valor para a "formação" do aluno. Defendem que seja aumentada a carga horária de português e matemática, que sejam excluídas Sociologia, Filosofia, etc. Basta ver opiniões de um tal de "Gustavo Ioschpe" quando escreve (ou escrevia…) na veja.

mello

Pena que o bom ministro falou em ensino integral. O que se esperava era a Educação integral, em tempo integral: arte, esportes, meioambiente, saíde ( noçõs de higiene, cudados com os dentes, alimentação/nutrição..), leitura, muita leitura, estudos dirigidos….isso tudo inclusive nas escolas técnicas. A Escola Pública não está aqui para fabricar mão de obra,apenas. Não é sua missão domar jovens para o mercado de trabalho: É para formar cidadãos pensantes, com capacidade de formular idéias, entender o que lê, questionar, discernir. Ficar preparado para a era da escassez, enotar disperdícios, antever seu futuro e o da humanidade…

    Emilio Matos

    É impressionante mesmo a capacidade da nossa elite de distorcer as coisas e tratar tudo como se fosse "saco de batata". Eu percebo que os poucos deles que falam de melhoria na Educação com um ar de preocupação na verdade estão pregando apenas aumento de vagas em escolas técnicas para suprir mão de obra minimamente qualificada. E ainda dizem isso sem o menor traço de ironia, como se fosse uma opinião inteligente e preocupada com os problemas sociais. O lema "melhorar a Educação" para essa gente não desperta nenhum pensamento sobre aumentar a consciência e criatividade das pessoas. Reduzem tudo a uma questão de "mão de obra". É muito enojante.

maria regina

4…Desta maneira, caso este pequeno ambiente possa refletir o que vem acontecendo nas escolas de base, uma relação doentia vem sendo estabelecida entre professores e alunos. Embora, esta seja uma apreensão pessoal e não se refere ao ensino particular, cujas relações estão baseadas no capital, ou seja, o ensino enquanto mercadoria, acarretando outras formas de sofrimento.

maria regina

3…Por outro lado, os alunos, que vem de uma realidade social muitas vezes desconhecida pelo professor, não conseguem compreender qual a importância da trigonometria para sua vida prática, são espancados e molestados em suas próprias casas e não encontram no tecido social um só ambiente que possam se sentir acolhidos. A maioria dessas crianças e adolescentes abandonam a escola, por sentirem-se “burras”, “incapazes”, “psicopatas” como ouvi de alguns professores.

maria regina

2 …Foi criado um espaço dentro da instituição em que os professores puderam compartilhar seus sofrimentos e resgatar sua identidade profissional, auto-estima, satisfação, motivação, bem como retomar, com muita dificuldade e perseverança, a boa relação com seus alunos.
Não podem ser descartadas as condições de trabalho que o professor é submetido, desde a falta de valorização por parte dos governos; a dupla, ou tripla jornada de trabalho; a falta de ferramentas e cursos de aprimoramento, bem como, políticas de carreira, fatores diretamente ligados ao sofrimento vivenciado pelos professores.

maria regina

Passei um ano observando e intervindo em uma instituição de ensino estadual, onde um aluno havia atirado em um dos professores. Não foi difícil constatar o sofrimento existente na relação professor/aluno. Em relação aos professores a exaustão emocional – percepção de que não dispõe de recursos suficientes para dar aos alunos; a despersonalização – desenvolvimento de atitudes negativas e insensíveis em relação aos alunos e até colegas, tratando-as como objetos; a diminuição da realização e produtividade profissional – geralmente conduz a uma avaliação negativa e baixa de si mesmo e a depressão, de leve a severa, estavam presentes em todo corpo docente…

João Paulo

Há uma palavra que sintetiza tudo, desculpe ela vir em caixa alta, mas o pessoal parece que dorme: FEDERALIZAÇÃO. Federalizar a Educação Básica. É isto que o Brasil precisa. Deixar as verbas da Educação Básica nas mãos de prefeitos e governadores é um mau negócio. Veja o caso de Minas Gerais: para construir aquele monstrengo da Cidade Administrativa teve dinheiro. Para nos pagar salários decentes faltou dinheiro. E ainda teve gente que achou o Anastasia um excelente candidato.

Jairo_Beraldo

Aqui em Goiás, já foi eleito o causador da desestabilização ds contas públicas…os professores contratados temporariamente para suprir a falta destes profissionais. Como o chefe de governo(quadrilha, segundo alguns) é tucano, nada de anormal. E segua na lista, os servidores da saúde. Educação e Saúde não é com tucano!

Alex_SRT

Concluindo: temos um novo Plano Nacional de Educação tramitando desde dezembro passado no Congresso Nacional. É hora de toda a sociedade acompanhar, se debruçar sobre ele, para que pelo menos em parte, algumas questões da educação brasileira possam resceber tratamento mais adequado.
Além disso, conviria muito discutir a Ley de Medios tupiniquim, pois a informação (sic) que é disponibilizada para o público contribui somente para a disseminação/banalização da violência, ao culto ao consumismo e ao individualismo egoísta e mesquinho, a (falsa) malandragem. Comunicação Social de qualidade teria outros parâmetros, afinal o que diferencia – em termos de mentalidade e valores – o moleque que mata por um par de tênis e o noivo que recusa a noiva se ela não for gostosa (propagandinha da Skol, lembram)

Alex_SRT

Tratar os problemas sociais pela ótica da vitimização ou culpabilização é complicado. Porém, descaratdos vilões e vítimas, algumas questões devem ser ponderadas: a família (ou aquele modelo tradicional de família) não existe mais; proliferam famílias monoparentais. mesmo quando o núcleo familiar se mantém, a situação lembra aquele rap dos Racionais , quando fala dos pais "ninguém vê sair, ninguém escuta chegar", ou seja, o trabalho, especialmente nas grandes metrópoles consume a (quase) totalidade do tempo dos pais, afastando-os dos filhos e da necessária educação que lhes compete.
Ademais, há o problema da educação escolar: de tempos em tempos uma teoria ou metodologia vira coqueluche, panacéia, e daí lá vai o educador – sobrecarregado pela jornada intensa e extensa, pelo excesso de alunos, pelo salário miserável (o Piso do magistério, de $1300, até hoje está subjudice no STF!), pela falta de infraesturura material e pedagógica, se virar nos 30, como se diz popularmente!

O_Brasileiro

Acho que o termo Educacao deve ser abolido nas escolas e na Pedagogia, e devem ser usados outros termos, como Ensino, por exemplo!
Porque educacao ja nao existe nas escolas ha muito tempo!

    Jairo_Beraldo

    Bem lembrado.

    Elton

    E é possível "educar" o que vem sem noção do que é isso DE CASA? Se não é impossível, ao menos é muito difícil me desestimulante.

Fernando

Haddad anunciou que o ensino médio será integral, viva!

Tomara que amplie também para o infantil e fundamental.

Nana

Hoje os municípios/estado em sua maioria prefere investir em transporte, uniforme, mochilas, assinaturas de revistas/jornais do que na parte pedagógica. Parece que contratar professores concursados não rende algo que lhes traga algum retorno. Ao investir no conhecimento o retorno vai para o aluno/família/sociedade e isso não parece ser o objetivo dos políticos. Em minha opinião, o estado deveria aumentar o valor do bolsa família e eles próprios usar o seu dinheiro para comprar uniforme/transporte/material e a verba da educação ser totalmente voltada para o ensino/aprendizagem: investir em salários, aumentar o número de disciplinas como inglês, educação física e enisno religioso (formar turmas de acordo com a religião de cada um); aumentar o número de salas para dar reforço em horário inverso ao que o aluno estuda.

Thelma Oliveira

Essa é mais uma das barbáries engendradas pelo neoliberalismo. Quando comecei a dar aulas para o ensino fundamental, lecionei em uma escola de tradição alemã que prezava determinados valores de convivência e ensino. Com a entrada do projeto político neoliberal dos anos 90, o que seria a natural atualização desses valores e de metodologias de ensino começou a resvalar pra qualidade total "adaptada" à educação (argss!). Daí pra diante, o bonde perdeu o rumo e começamos a ouvir pérolas como "o aluno é o nosso cliente", "o aluno tem que ser feliz na escola", entre outras. O resultado foi a perda de referências por parte de professores, funcionários e alunos, que não sabiam mais aonde estavam pisando. E a relativa rigidez anterior foi substituída por nada, um monte de proposta sem fundamento maior, que mudavam de ano para ano. O resultado foi a perda, além das referências, de alunos também, pesadelo de toda a escola particular.
Isso aconteceu em todos os lugares, escolas publicas e particulares de todo o país, e o resultado chegou a poucos anos nas universidades, daí alunos quebrando braços e machucando seriamente uma professora, matando outro, e não ficaremos por aí, basta ver as últimas do twiter, desde as eleições até a posse da Dilma. É uma geração fruto da falta total de referências.
Resta a pergunta de todos: como reverter esse quadro. Não tenho a receita, mas sempre penso que os adultos somos nós, então cabe a nós pensar sobre a solução, e rápido.
O choque com a realidade dos problemas, que muitos desconhecem a extensão, e discutir o tema já é significativo, mas o cotidiano nas escolas é assustador e é premente que surjam alternativas para o que está aí. Aulas de cidadania, temas transversais, já foi tentado. Mas penso que as mudanças tem que ser estruturais e profundas, como estrutural e profundo foi o desmanche da educação a partir dos anos 90.

Edson

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/florival-
Recentemente vi 2 filmes com temas ligados à educação. "Os escritores da liberdade" e "Entre os muros da escola" Em comum as impressões causadas a alunos norte-americanos e franceses através da leitura do "Diário de Anne Frank" O filme dos EUA induz a ações e virtudes. O filme francês é ácido mas não menos impactador. Ao ler o depoimento do Sr. Florival lembrei-me das alterações que alguns sofrem ao deparar-se com a simples leitura da pressão arterial. Existe até no meio uma piada sobre a "crise do branco" Felizmente o sr. Flávio Scheroki não sente mais o medo do autoritarismo. Por outro lado a sociedade atual carece de respeito e autoridade. Ás vezes assisto ao programa SuperNanny do SBT. Muito próximo dos 100% dos problemas que as crianças do programa causam está na falta de autoridade dos pais com seus filhos. Isto reflete diretamente dentro da sala de aula. Alguns colegas professores tem firmemente rejeitado o rótulo de "educadores". Fazem-no pOrentender que a educação enquanto modo de vida, deve ser transmitida dentro de casa. Infelizmente esta também é rara e os desmandos, falta de respeito e agressões tem sido notícias corriqueiras no âmbito escolar e em nossa sociedade como um todo. Precisamos de mais professores dedicados à profissão não apenas como subsistencia e de uma sociedade que os respeite. Aguardo o cumprimento das palavras de nossa presidente no discurso de posse quando disse: " Os professores são a verdadeira autoridade na Educação" E também aguardo pais criando seus filhos com amor e firmeza moral, ética.

    Mauro A. Silva

    Edson,
    O filme "Entre os muros da escola" pode ter uma leitura diferente. Veja aqui:
    "Em relação aos “conflitos entre os muros da escola, mesmo em países ricos”, vale destacar a honestidade e imparcialidade do diretor Laurent Cantet no seu filme “Entre os Muros da Escola” (vencedor do Festival de Cannes 2009). O diretor mostra a seguinte situação: o professor xinga de “vadias” duas alunas. Na confusão que se segue, acidentalmente um aluno acerta o rosto de outra aluna com a mochila, causando um sangramento. O caso vai para o “conselho de escola”, já se sabendo, de antemão, que o aluno vai ser expulso. Detalhe: o professor que xingou as alunas também participa do “julgamento” deste aluno. Não houve nenhuma punição contra o professor. (veja uma entrevista do diretor aqui)."

    No caso da valorização dos professores, temos que considerar que a profissão atraiu, por décadas, os "piores" alunos das universidades! Será que dá para requalificar todos este contingente? e o que fazer com o professor que não aceita nenhum tipo de avalição sobre o seu serviço pago com dinheiro público?
    Se alguém já tem a resposta pronta, vamos para o debate.

Mauro A. Silva

para equilibrar um pouco a visão de quem acha que o professor é uma vítima do sistema…
TV Record e os 3 ratinhos cegos:
[youtube vr1U1pn2iwE http://www.youtube.com/watch?v=vr1U1pn2iwE youtube]

    geraldo de carvalho

    gostei mauro. vou procurar acompanhar o coep. mt bom. tem mta hipocrisia nesse debate e , geralmente, só um lado fala. vc trouxe um pouco do outro lado.

    Mauro A. Silva

    Geraldo,
    A nossa principal bandeira é que os professores sejam tratados como profissionais que são. Nem mais, nem menos.
    Outro ponto importante: não dá para falar em "fgestão democrática" sem a participação dos alunos, mães, pais e comunidade na gestão escolar.

El Cid

A construção faraônica e bilionária de Aécio Neves está em ruínas.

A obra foi feita à pressa para servir de palanque nas eleições de 2010 para o então Governador Aécio Neves e seu atual sucessor Anastasia.
Muitos foram os laudos técnicos recomendando mais estudos sobre o terreno pantanoso onde foram erguidos os edifícios da Cidade Administrativa.
É incompreensível uma obra de mais de 1 bilhão de reais, com menos de 1 ano de inauguração, já necessitar de reformas caras e estruturais.
Em junho de 2010 o Jornal Hoje em Dia já havia feito uma denúncia sobre esses problemas e o Deputado Rogério Correia já havia alertado para a necessidade de uma CPI com o intuito de investigar os gastos com a obra e os problemas estruturais que ela apresenta como mostram as matérias dos links abaixo.

Jornal Hoje em Dia – http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/no….
Site Rogério Correia – http://www.rogeriocorreia.com.br/profiles/blogs/c

Mais grave ainda é a situação dos funcionários que ali trabalham, que estão com medo de que algo mais grave venha a acontecer e com medo de represálias caso contem e relatem a verdade do que anda contecendo nos bastidores da Cidade Administrativa.
Veja algumas fotos que mostram a situação da Cidade Administrativa e as obras ocultas que estão sendo feitas para tentar “tampar o sol com a peneira” e o descaso do Governo Estadual com os funcionários públicos que ali trabalham.

    Jairo_Beraldo

    Aqui em GO no ultimo desgoverno tucano que findou em 2006, também tivemos estes problemas, com o centro de referencia e hospitais construidos(sic). Ecomo o povo gosta de porrada, trouxe de volta a incompetencia destes elementos. E dizem que vão fazer um grande governo. Eu sei que é grande governo para tucanos.

Jose Paulo Remor

Fui professor um tempo no SENAI nos cursos de tecnologia. Quando cansei, decidi fazer um teste. Em um semestre fui o professor que cobrou bastante. Tudo na linha e exigencia máxima. Reprovei 9 em uma turma de 25. Minha nota de avaliação foi ruim e o coordenador me chamou a atenção. Depois no semestre seguinte peguei leve e fui até em churrasco com a turma. Só reprovou 1. Resultado: Avaliação excelente. Foi meu último semestre! :)

José Ruiz

Talvez precisemos atentar para o fato de que não existe "modelo educacional mercantilista ao extremo", e sim apenas um modelo mercantilista. Em sua campanha, Plínio de Arruda disse que a solução para a educação seria acabar com o ensino privado, e virou piada para muitos pais, alunos e professores. Quanto tempo será necessário para a sociedade perceber que essa proposta deveria ser considerada com mais seriedade? Será que o atual modelo estimula o debate sobre as condições de trabalho do "professor de pobre" ou estamos apenas alimentando um apartheid? Será que pais e alunos pagarão para receber lições de cidadania nas escolas? As vezes somos pegos "de calças curtas" e a realidade nos força a lidar com nossas incoerências. O tema parece revelar uma situação típica em que temos que "descer do muro" e revolucionar conceitos. Sem hipocrisias…

Ronaldo Caetano

Prezados Augusto e André, gostei muito do texto de vocês o que não significa que esteja completo pois este é um assunto pouco homogêneo quando tentamos entender o que acontece em todas as regiões do Brasil; na verdade, vejo grande exagero quando se pega um caso isolado – da morte do professor pelo aluno, seria interessante sabermos detalhes – e tentasse, a partir dele, estabelecer um padrão de comportamento para tudo e para todos.

Após minha aposentadoria, voltei a estudar – fiz vestibular e entrei numa das maiores universidades estaduais brasileiras – e já estou indo para o meu sétimo semestre do curso de Letras. Portanto, já são seis semestres de experiência com inúmeros professores e colegas alunos.

Muita coisa mudou dentro de uma sala de aula. A começar pela idade média dos alunos. Não só eu, como vários outros colegas, possuem uma experiência de vida diferenciada da maioria dos jovens presentes, mas alguns professores parecem ignorar isso; e a tecnologia mudou (ou deveria ter…) sensivelmente a relação professor-aluno. Fiquemos apenas na Internet, que permite ao aluno, entre outras coisas, checar se a mensagem do professor é consistente ou não. Ou seja, se é verdade que é ele quem ainda te aprova ou reprova, sua autoridade em termos de conhecimento – e não por culpa dos alunos – hoje é passiva de críticas objetivas e pontuais.

Professores turrões e autoritários sempre existiram e sempre existirão, da mesma forma que alunos rebeldes, para não dizer mal educados. Mas daí a generalizar-se e decretar a morte da educação acho um imenso exagero pois nos seis semestres que frequentei as salas de aula – e sempre lotadas – jamais presenciei qualquer evento que chegasse perto de uma agressão ou até mesmo de uma mera tentativa.

No que concordamos 100% é na questão do investimento no verdadeiro ensino de qualidade. Em geral os prédios das escolas – especialmente as públicas – carecem de manutenção apropriada e as salas de aula, tecnologicamente falando, continuam operando no tradicional sistema GLS (giz, lousa e saliva…). E, claro, é sempre muito difícil exigir-se rendimento máximo para profissionais mau pagos.

Abraços.

    Baixada Carioca

    Penso assim. Tem gente que quer a falência da educação, mas isto não ocorrerá porque há os que acreditam nela como elemento de transformação do homem e da vida. Nossos governantes, sobretudo prefeitos e governadores, fazem pouco caso da educação pública, afinal seus filhos não estão presentes nela, e temos uma escola que é a mesma do Século XX com o peso do capitalismo orientando-a. Temos bons exemplos e escolas, com professores e alunos, que funcionam, apesar da precarização.

Gerson Carneiro

Parte I

Cumpadi El Cid,
Dessa vez discordarei de vosmicê.

NA época da ditadura militar, havia uma disciplina ensinada nas escolas chamada "Educação Moral e Cívica". Na teoria era para ter esse intuito que vosmicê descreve, mas na prática era pura alienação e ufanismo. Ou seja, adestramento puro e simplesmente ao regime.
Muitos que viveram aquela época e defendem o regime irão me torturar mas, que rufem os tambores, toquem as cornetas, e cada uma defenda suas ideias.

    El Cid

    ô cumpadi, tudo beleza?

    eu cheguei a estudar esta disciplina, e lembro bem do que era transmitido, em concordância com o que você relatou…

    mas o que quis transmitir no meu post é os princípios e o ideal de cidadania, que fazem tanta falta nas escolas e na nossa vida! os tempos agora são outros, cumpadi !

    Gerson Carneiro

    Cumpadi,
    Particularmente acredito mais na eficiência de umas boas lapadas de corrião no lombo. Mas isso é outro assunto polêmico que já travamos memoráveis batalhas aqui. Falta a presença da autoridade dos pais, mas hoje os pais querem ser mais jovens do que os filhos. Se confundem.

    El Cid

    É lamentável a postura de certos pais hoje em dia, cumpadi… já que os pais não educam seus rebentos, que sejam punidos para aprender na pele a respeitar e a pensar em brincadeiras mais sadias…

    Jairo_Beraldo

    Meteno a colhé, na prosa doceis, eu istudei foi OSPB. Devo sê mais novo q'oceis. E acho que papai me deu pouca porrada…deveria ter me espancado mais, que seria pelo menos gente.

    El Cid

    que isso Jairo !! você não merece !! kkkkkkkkkk !!

    Gerson Carneiro

    Cumpadi Berardo, acho que estudei esse troço aí também.
    Painho me deu três surras… no mais bastaria uma olhada pra gente piar baixinho.
    Já mãinha não tinha dó, às vezes quase me pendura pela orelha… estalava, parecia que ia deslocar. Mas também eu aprontei. Fiz coisa que até o tinhoso duvida.

    Elton

    E eu então, com 47 anos estudei OSPB e EMC por todo o ensino fundamental e médio!!! Só convivi com outra mentalidade quando entrei na UFPR em 1981 (sou Geógrafo, com orgulho!) e militante de esquerda desde aquele ano.

    Alex_SRT

    Que veio a substituir a Filosofia (EMC) e a Sociologia(OSPB), com conteúdo doutrinário de caráter pró-regime…aquelas conversas de ordem e paz social, hierarquia, direitos e deveres (não que seja contra, são necessários, mas eram colocados numa lógica tacanha, dentro de uma expectativa de obediência cega, acrítica, robótica, ruminante!)
    Cidadania se faz hoje com ProJovem, ProUni, REUNI, Pontos de Cultura, Programa Saúde e Prevenção na Escola, Bolsa Esporte, TeleCentros mas é preciso maior aporte de recursos, melhor formação e remuneração profissional, ampliação dos quadros nas escolas, melhor infraestrutura materila, enfim, prioridade, pra não perdermos outra geração (essa aí, filha dos tempos neoliberais tá comprometida!)

Gerson Carneiro

Parte II
Na minha opinião não há uma causa específica para a situação da Educação que estamos vivendo. É uma sequência e acúmulo de fatores que começam desde a aprendizagem em casa com os pais, até a responsabilidade dos governos em relação à Educação Pública (abro um parêntese para ressaltar a desgraça da tal aprovação automática).
Recentemente assistimos as agressões na av. Paulista. A mão de um dos agressões já havia feito boletim de ocorrência contra o próprio filho, pelo motivo justamente de ameaça de agressão, no entanto quando a agressão se concretizou, a referida mão foi a primeira a negar e passar a mão na cabeça do filhote.

    Mauro A. Silva

    Progressão Continuada – Curso Rápido para candidatos ignorantes…
    [youtube 9LmCTWe97IE http://www.youtube.com/watch?v=9LmCTWe97IE youtube]

    geraldo de carvalho

    esse royce do cavaco é bom msm. uma boa defesa da progressão continuada. lembrou, inclusive, q ela foi utilizada por outros governos e tb é uma prática comum em vários países.

    Mauro A. Silva

    A chave da Progressão Continuada é uma avaliação continuada.
    Vamos debater as condições mínimas para que isso aconteça.

Gerson Carneiro

Parte III

Agora algo que parece contradizer o que eu disse inicialmente é: o problema da democracia nossa é que as pessoas abusam da liberdade, extrapolam e acabam ferindo os direitos alheios. Não há meio termo. Estamos sempre nos extremos. Ou vivendo sob repressão, ou vivendo sob esse abuso de liberdade. Não somos disciplinados.

    Gerson Carneiro

    Correção: na parte II escrevi "mão" em alguns momentos, o correto é "mãe". A mãe de um dos "agressores"…

    Jairo_Beraldo

    Cumpadi, isso é egoísmo…a chaga da humanidade. As pessoas só se acham no direito…deveres exigem dos outros.

Avelino

Professor?????O que é isso???É aquela pessoa que tenta dar aula??Que apanha da tropa de choque dos governos tucanos?Que a principio deveria ensinar, mas que o Estado não deixa?Que recebe salários miseráveis, pois é mais barato para a contenção da explosão da juventude???? Que serve de escudo para as mãos de muitos jovens, que jogam neles, suas explosões de odio e desrespeitos??Que se ve obrigado a dar um certificado de conclusão para um aluno de ensino médio, sem que ele saiba escrever seu nome direito, só por que ele mal compareceu na escola, e quando ia, não fazia nada, pertubava o tempo todo, mas assim mesmo era promovido??????????
Professor é um assunto sério, a tal ponto, que teve que ser demolido.

Francisco

O PT tem sido um excelênte partido liberal exaltado. Isso não é um "xingamento", na verdade, é até um elogio. Considerando outros "liberais" que temos aqui, é excelente: DEMO, ARENA, PFL e congeneres. Tem sido a favor da liberdade de sindicalização, expressão, greve, associação, de mercado… um bom partido liberal, portanto.

No entanto, só será socialista quando tocar na propriedade privada. Aguardo entre otimista e cètico pela estatalização (gradual e sem sustos, que ninguém quer "furdunsso") da educação, primeiro superior depois fundamental e, finalmente, do ensino médio. O resto, é conversa…

João

Sou Professor, e assisto, como os signatários do artigo, a situação atual pela qual os Professores passam.
Nunca achei que diria isto a alguém mas, hoje, quando alguém me pergunta se deve seguir a carreira docente eu recomendo que não.
Adoro o que faço, o sentimento de poder participar do crescimento pessoal e intelectual de pessoas (os alunos) é muito gratificante.
Porém, a situação está ficando cada dia mais difícil, e a morte do Professor em BH ilustra onde chegamos.
Triste uma sociedade que não valoriza seus Professores.
Desculpem-me se pareço desencantado com a educação. Nâo estou. Estou desencantado com a situação de calamidade que a educação se encontra.

    Jairo_Beraldo

    Prof., penso que isso que relata, é culpa da propria classe. Estou em meu terceiro curso superior, e antes fiz um curso tecnico(amo sala de aula sentado), depois de 14 anos afastado. O aluno hoje, é tratado como deveria ser tratado o professor. Eu, de outra época, trato o professor com respeito, e isso faz com que eu seja desrespeitado pelos professores. Por que? Porque os colegas fazem com que isso aconteça, para mostrarem poder sobre o docente. São os absurdos que vejo. Termino este ano, e farei pós-graduação. Penso que terei contato com outro tipo de docentes. Penso até em fazer um mestrado de como formar universitários. Está tendo uma inversão de valores descabida na Educação, que proporciona mais formar canalhas, que profissionais.

    João

    Olá Jairo.
    O assunto tratado aqui é por demais complexo e apaixonante.
    Vou tentar ilustrar como vejo a situação: a educação é um fenômeno que não se resume a sala de aula.
    A sala de aula trata da educação formal, sistematizada, com plano de ensino, projeto pedagógico e todo um arcabouço teórico que sustenta esta forma de educação.
    Há outro tipo de educação, a informal, tão ou mais importante que a formal. A educação informal abrange a mídia, a família, a sociedade. Enfim, a educação é um fenômeno humano, e somos educados todos os dias (caso tenha interesse nesta discussão, recomendo a leitura da obra "Pedagogia e pedagogos para que?" do Professor José Carlos Libâneo, acha-se fácil e não custa muito).
    Como somos educados todos os dias, e vemos o que vemos nas escolas, só posso concluir que os valores que nossa sociedade cultiva estão "meio errados". Basta ver o quanto a intolerância aflorou depois das eleições, o quanto os estados que votaram em Dilma (embora ela também tenha ganho em Minas Gerais) foram acusados de locais de voto de cabresto (no caso o bolsa escola).
    Enfim, caro Jairo, o que vemos nas salas de aula do Brasil não pode ser dissociado da realidade que vivemos.
    Fico imaginando que tipo de valores o rapaz de BH (que assassinou o Professor) teve em casa, no seu grupo de amigos, enfim, no seu pequeno universo.
    Fico por aqui.
    Grande abraço
    João

El Cid

… a (triste) verdade que se tem, é que hoje, salvo engano meu, não há ensino de cidadania nas escolas. Não se transmite o conhecimento democrático. Não se incentiva a participação efetiva nos procedimentos regulamentares da escola. Não se fornece o mínimo conhecimento sobre o funcionamento das instituições do País, criando gerações de jovens ignorantes (no sentido literal da palavra – esclarecendo antes que eu seja acusado de sectarismo etário), que não recebem informações, conhecimento ou incentivo à VIVER a democracia e os valores republicanos, IGNORANDO portanto todo o funcionamento da vida em uma sociedade politicamente organizada, com instituições firmes e estruturadas e onde o respeito ao público deve prevalecer acima de qualquer outro interesse, sob pena de cairmos na barbárie logo ali, após a esquina do amanhã.

Me pergunto onde foi parar a capacidade que nossas escolas (neste caso mais que os lares) tinham de transmitir esse tipo de conhecimento.

Me pergunto – um tanto mais assustado – onde vamos parar todos nós quando gerações de pessoas a quem foi negado o conhecimento e o verdadeiro prazer da vida democrática, tiver que assumir responsabilidades dentro da estrutura do nosso País…

    Marcio H Silva

    Concordo com seu texto, mas o DNA da formação de um ser humano está no seio da familia.
    Tenho 3 filhos, e nunca dei razão a eles quando reclamavam de injustiça na escola, sempre ensinei os valores basicos para o bem viver ( respeito, educação, etc…), sempre conversei com eles sobre a história de nosso país e nossa formação como povo miscigenado, eles votaram na Dilma. Fui convidado a dar aula e neguei, porque o que se ve atualmente é gente que não respeita o próximo. Prefiro ficar em casa, aposentado, lendo os blogs sujos e orientando meus filhos……

    Mauro A. Silva

    E nesse caso? Você também não daria ouvidos aos seus filhos?
    [youtube wiofT56tvBc http://www.youtube.com/watch?v=wiofT56tvBc youtube]

    geraldo de carvalho

    mauro, acho q vc deveria dar um 'pulo' em um outro blog tb, onde a discussão acontece sem esse tipo de contraditório q vc estabelece. entrei no site da instituição e achei mt bom. abs!

    Elton

    Trata-se de um caso extremo, assim como existem atendentes de hospital que maltratam pacientes, enfermeiras que espancam idosos sob seus "cuidados"………..

    Mauro A. Silva

    Elton,
    Fizemos um vídeo para tal argumento, que já foram utilizados pelos apresentadores da TV Record-SP:
    "TV Record e os 3 ratinhos cegos "
    [youtube vr1U1pn2iwE http://www.youtube.com/watch?v=vr1U1pn2iwE youtube]
    Esses são apenas alguns caso denunciados na própria TV Record.

    É isso.

    Mauro A. Silva

    Geraldo,
    Aguardo a indicação de "outros blogs"…
    Enquanto isso, vou trabalhando para desmistificar a figura da professora-vítima, pois a grande maioria, em SP, é formada por profissionais com curso superior.
    Outro ponto a se destacar: a quem interessa promover o tema único de "professoresXalunos"?
    Não será que já está na hora de cobrarmos ações objetivas e pragmáticas dos gestores? Cad~e a reponsabilidade dos Dirigentes Regionais, dos Secretários, dos Prefeitos, dos governadores e dos Presidentes?

    geraldo de carvalho

    mauro, fui ao site da coep e indiquei o outro blog (tb mt famoso), não fiz isso aqui pois não achei q seria elegante. está lá no site. acho o trabalho da entidade mt bom e único. estamos no aguardo da dei de responsabilidade educacional,. existe uma proposta de deputada raquel teixeira (go) mas é mt ruim. não pune ninguém na área pública. parabéns pelo trabalho, a demonização dos alunos é fenômeno q me inquieta há mt tempo. coloquie o trabalho da entidade da qual participo à disposição da coep. abs!

    Elton

    É amigo, está complicado! Sou professor há 28 anos e nunca fui agredido físicamente mas testemunhei-o com outros colegas. No caso do ensino privado no qual sempre estive envolvido, somos peças substituíveis a todo momento, temos de AGRADAR. Como ensinamos? O que ensinamos? Muitas vezes isto é secundário e é (como disse ontem) muito difícil ensinar cidadania, respeito ao próximo em uma sala de aula onde muitas vezes as frivolidades se destacam e temos de ser EXTREMAMENTE CUIDADOSOS com o que dizemos e como nos dirigimos a jovens de 15 a 17 anos que muitas vezes são até mais fortes físicamente que nós e nos ameaçam. Se os excluímos de sala, temos pais e mães prontos a "pedir nossas cabeças" no dia seguinte.

    Alex_SRT

    Meu caro El Cid: as escolas sequer praticam a gestão democrática, muitas vedam a organização dos Grêmios Estudantis, diretores impedem a entrada do Sindicato no recinto escolar, os professores e demais educadores, em muitas redes, disputam a tapa o 14° salário, bonificação, prêmio, seja lá qual for o nome, é a mesma armadilha: já que os governos deliberadamente não tem política salarial e de carreira decente, tome avaliação externa e distribuição demigalhas…hoje, a categoria dos trabalhadores em educação é uma das que mais adoece e, em um percentual significativo, por conta de (falta de) saúde mental!!! Mas agora inventaram o bullyng (que também atinge os educadores), nome sofisticado para a escalada de violências e agressões nas escolas…

Gerson Carneiro

Em Porto Alegre, na mesma semana da morte do professor em Belo Horizonte, uma profesora de 57 anos de idade foi agredida por um aluno de 25 anos de idade, do curso de enfermagem, e teve os dois braços quebrados.

    Elton

    Como em muitos outros casos, a mídia dá a notícia e basicamente toca no assunto um ou dois dias, depois "passa adiante"………como em qualquer outro tema "policial".

ana

A falta de fiscalização da União e punição imediata está ligada a escândalos pelo Brasil de Secretarias Estaduais e Municipais envolvendo Merenda Escolar, Livros Pornográficos para alunos, compra de material ecolar em a devida licitação etc.
Assim, aluno e professor são vítimas desse mal emprego do dinheiro público e a União não pune, não intervem nesses Estados e Munícipios que desintegram qualquer forma de bem estar educacional.
Estado ausente, professor humilhado e aluno desmotivado. O que esperar dessa fórmula de Ensino?

PS: Não adianta se queixar no Conselho Municipal da sua cidade porque normalmente etses Órgãos são compostos pela turma da Secretaria de Educação do Prefeito da vez e nem ligar para a Ouvidoria do MEC porque esta o remete ao Conselho que não funciona.

ana

O que está claro, há pelo menos 20 anos, é que não existe qualquer instrumento de fiscalização dos gastos públicos voltados para a Educação. A LDB de 96, ao delimitar o papel da União, Estados e Municípios, deixou de lado qualquer tipo de punição aos Estados e Municípios que não investem de maneira transparente no verdadeiro ensino de qualidade.O que se faz, nos Estados e Munícipios, ao contrário é colocar o professor como profissional de segunda classe, a partir de uma prática anti-Constitucional:
1. Processo de admissão do professor: sucessão anuais de processos seletivos para 'quadro de reserva', que na realidade esconde e camufla os contratos de tempos determinados, geralmente de fevereiro a dezembro a cada ano letivo. O que faz com que o professor não assuma qualquer responsabilidade pelo ano que passou ao lado de uma turma e nem poderá planejar de verdade a continuidade de seu trabalho. Não há mais vínculo entre porfessor/aluno: princípio fundamental do contrato pedagógico.
2. Salários vergonhosos diante da responsabilidade do profissional de Educação.

    Alex

    perfeito!

    Elton

    Se bem que no caso do colega assassinado em BH, tratava-se de escola PARTICULAR.

    ana

    Elton,
    Um texto puxa o outro formando uma rede de posibilidades de reflexão.
    abraços

    Elton

    Nem eu quis dizer o oposto disso, foi só uma lembrança…….

    geraldo de carvalho

    ana, a ldb colocou os mecanismos para a fiscalização, cito de passagem os artigos 69, 70 e 71. no caso do artigo 69, o parágrafo quinto determina (e ninguém cumpre) que o secretário de educação seja o ordenador das despesas educacionais. qto à fiscalização existe tda uma estrutura p realizá-la. os conselhos(educação, merenda, fundeb, direitos da cça e do adol.), a câmara municipal e o ministério público. existem ainda , as entidades da sociedade civil que podem e devem fiscalizar tb. por exemplo, o sindicato dos professores. nessa questão q vc coloca , na vdd, são duas, dos processos seletivos e dos salários. o q o sindicato em sua cidade tem feito?

    ana

    Em muitos muncípios brasileiros se pratica uma política muito interessante: Coronelismo Neoliberal. Sindicatos não existem, Conselhos Municipais totalmente servientes ao Prefeito da vez e o conformismo e o medo da perseguição.
    Quanto à política de campanha salarial, esta é aniquilada pelas forças de repressão nas praças públicas dos centros urbanos.
    FISCALIZAR é PUNIR, quando necessário. O MEC é omisso!
    Talvez com o Concurso Público Nacional de Professores estes desmandos serão extirpados da prática de prefeitos totalmente descompromiados com a qualidade de Ensino.

    abraços,
    ana

    geraldo de carvalho

    esqueci q ainda existem os tribunais de contas dos estados. se td iso , não consegue superar o coronelismo, o neoliberalismo e a inexistência de sindicatos, acho difícil que o mec sozinho promova essa fiscalização. tem a agu q fiscaliza os municípios e os estados mas acredito q as cidades tenham q desenvolver estruturas de fiscalização. acho um pouco demais que o mec seja responsabilizado sozinho por fiscalizar mais de 5 mil municípios. os lugares onde os professores não estão organizados que se solicite a ajuda da cnte. sou a favor desse concurso nacional mas acredito q ele não substitue a organização da sociedade e a fiscalização a partir da base, da própria sociedade local. abs ana!

    geraldo de carvalho

    ana, reconheço os problemas q vc aponta mas acho q nada substitui a capacidade de organização da própria sociedade local. falo de santos/sp, vejo aqui na bxada problemas ligados ao q vc aponta. só considero q centrar a responsabilidade no mec é um pouco demais, em minha opinião. são 5500 municípios no brasil,não dá p o mec cobrir td isso sendo q as outras instituições 'mediadoras' farão exatamente o quê?

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