Renato Martini: Sistema de identificação brasileiro morreu

Tempo de leitura: 2 min

por @emerluis

“O sistema de identificação brasileiro morreu e não tem mais condições de encarar o século XXI”

É assim que o presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Renato Martini, define os processos de identificação do cidadão baseados no papel por impressão digital, método implementado no Brasil por Félix Pacheco no século XX.

Para modernizar este processo e evitar fraudes, o ITI, participante de um comitê coordenado pelo Ministério da Justiça, trabalha pela substituição das carteiras de identidade de papel e plástico por um cartão com certificado digital, batizado de Registro de Identidade Civil (RIC). Rio de Janeiro, Distrito Federal e Bahia foram os estados escolhidos para iniciar o projeto piloto, e a partir de 2012, estima-se que com as correções e ajustes, o processo possa começar a ser implementado em todo o Brasil. Segundo Renato, atualmente o cidadão pode ter até 27 tipos de identificação no Brasil e as fraudes contra o governo federal e a sociedade começam com a falsificação da identidade.

O RIC é apenas o primeiro passo da Desmaterialização de Processos. Na prática, o termo significa a troca de documentos em papel por documentos eletrônicos. A desmaterialização já está em curso. Um exemplo é a Nota Fiscal Eletrônica utilizada em São Paulo. Os talões foram trocados por assinaturas digitais. O contador, ao invés de preencher o papel, utiliza o sistema da prefeitura, preenche a nota normalmente e gera automaticamente as cópias para a empresa, prefeitura e o seu cliente. Isso significa economia de recursos, menos sonegação fiscal e preservação do meio ambiente, uma vez que o consumo de papel diminui e veículos não são utilizados para o seu transporte.

Assista a entrevista completa com Renato Martini. O presidente do ITI explica o impacto da certificação digital na sociedade, fala do envolvimento dos militantes do meio ambiente no assunto (que ainda não se deram conta da importância) e explica o funcionamento da sala cofre do ITI, construída no Palácio do Planalto com alta tecnologia em equipamentos de segurança para proteger a Autoridade Certificadora Raiz, que dá credibilidade para todo o processo no Brasil. A entrevista tem 20 minutos e foi gravada com um Galaxy Tab 10.1.


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Comentários

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Esquecer senhas e PINs? | RenatoMartini.Net

[…] — Falo aqui um pouco sobre os problemas da identificação civil no Brasil […]

felipe dantas

Quando começaram a noticiar esse projeto, circulou na net uma piada que chamava o RIC de Certificado Único – CU… rs

Regina Braga

Vai resolver? O digital tbém foi fraudado??? E vamos aumentar mais o controle doEstado? Já não chega as vigias dos Detrans,polícias e guardas municipais…Vamos montar tbém um site e usar as câmaras de segurança para vigiar o cidadão,como querem fazer no reino unido?Vamospagar quanto para os usuários que delatarem o individuo que burlou o fisco,ou usou uma digital de silicone?

demetrius

aos 16:40 ele quase desqualificou o pessoal que trabalha colhendo as digitais

quase soltou um: "essa mão-de-obra, é uma mão-de-obra barata", mas conseguiu segurar

por pouco heim doutor?

Soledade

Eu tenho uma identidade de Brailia e qdo precisei tirar outra aqui em SP, me disseram que teria de tirar uma nova, isso na delegacia. Achei que não havia problema algum, e passei a usar o novo número. Será que posso ter algum problema?

Luís

Desculpe-me, mas vocês estão falando do Registro de Identidade Civil, vulgo RIC, como substituto do RG? Se for isso, eu trago péssimas notícias:
http://www.trezentos.blog.br/?p=5860

    Bertold

    Fala sério, a arguição do blog é mais emotiva do que racional, além de que, já sabemos, não existe sistema de dados 100% perfeito e seguro em parte alguma do universo, seja digital ou analógico a base do papelzinho e caneta, pois isso negaria a capacidade evolutiva da humanidade …morou!

    @NaoSouUmNumero

    O senhor poderia explicar qual é a parte emotiva da minha argumentação?

Lucas

Azenha, trabalho na área de identificação e posso atestar: morreu mesmo.

Almeida Bispo

Há facilidade em ter duas CIs ou até mais em estados diferentes. Trabalho num serviço público de saúde e o que já comprovei uso de identidade dupla, especialmente entre meu estado e o de São Paulo, não é de brincadeira. Houve até caso de confissão do portador do documento explicar o motivo: perdeu o documento original e não pode retornar ao estado de origem para tirar uma segunda via. Simples. Só que nesse meio entra também o criminoso.

xicobarreto

faz tempo que aki em SC foi implantada a nota fiscal eletronica
houve algum engano em algum post

Vlad

Algum outro país tem isso?
Uma vez li um artigo de um especialista que o maior interessado na certificação digital eram os bancos, que então mudariam a legislação (alguém duvida que tenham poder para isso?) para inverter o ônus da prova nos casos de fraudes, que não são poucos. E lembro também que ele afirmava que um documento assinado digitalmente com certificação equivaleria a uma declaração em cartório e, atenção, a certificadora sempre guarda acesso às chaves de cada um, para sua própria segurança. Ou seja, elas tem a sua senha.
A nova identificação, quando foi aventada, não falava nada em certificação digital, mas em unificar os documentos. Será um cavalo de tróia?
Sempre fico desconfiado de jabuticabas…mas, sei lá, entende? como diria o Patropi.

Aqui vai um link inicial para quem quiser discutir ou inteirar-se do assunto: http://www.istf.com.br/showthread.php/7464-Certif

edv

Quem só olha o próprio umbigo não sabe que existem outras barrigas.
A Receita Federal tem parceria com todos os estados brasileiros, para isso.

JSilva

Ops… não é só São Paulo que utiliza Nota Fiscal Eletrônica – todos os estados usam.

    Glecio_Tavares

    Esse é o problema de receber as noticias pelo pig. As boas não chegam nunca.

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