Vendendo botijão de gás a R$ 40, petroleiros escancaram política econômica de Bolsonaro para os de cima

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Da Redação

Na mais eficaz ação da greve dos petroleiros, já recordista, trabalhadores estão oferecendo à população botijões de gás a preço subsidiado.

As vendas estão acontecendo em todo o país, com efeito pedagógico para os beneficiários: o preço do gás poderia ser bem menor, argumentam os petroleiros, se a política do governo Bolsonaro não fosse a de desmantelar a Petrobras.

O número de botijões vendido pelos petroleiros é limitado. O preço depende da cidade. Em vários locais os consumidores formaram fila.

A greve enfrenta um boicote informativo dos barões da mídia.

Mesmo assim, continua obtendo adesões.

Segundo o Sindipetro do Rio de Janeiro, a greve obteve apoio da 
Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil (ANTB).

Diz a nota que a ANTB “declara apoio total à greve dos petroleiros e lança campanha para avançar na luta contra a política de preços dos combustíveis, imposta pelo Governo e direção da empresa à Petrobrás, que obriga que se alinhe seus preços com o mercado internacional, prejudicando o mercado interno brasileiro. Segundo o presidente da Associação, José Roberto Stringasci, este assunto precisa ser discutido com toda a sociedade, que é afetada em todos os setores por causa dos altos preços dos combustíveis. E se nós temos o petróleo e a Petrobrás, não é possível mais aceitarmos essa cobrança inadequada na bomba.”

15° dia: Greve dos petroleiros já é a maior da categoria desde a histórica greve de 1995

Da FUP

Em 1995, os trabalhadores pararam por 32 dias, hoje somos mais de 20 mil petroleiros mobilizados em 116 unidades da Petrobras, de norte a sul do país.

Há 15 dias em greve nacional, petroleiros representados pelos sindicatos da FUP exigem a suspensão imediata das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR).

São 144 trabalhadores da fábrica que receberam telegramas de convocação para comparecer a hotéis da região de Araucária onde seriam feitas as rescisões dos contratos de emprego, uma violação do Acordo Coletivo de Trabalho.

Por isso, petroleiros da FAFEN protestaram contra essa arbitrariedade da gestão da Petrobrás e queimaram os telegramas com os comunicados de demissão.

A greve está cada dia maior com a categoria fortalecendo o movimento nas bases, enquanto a direção da Petrobras aposta no conflito criminalizando a greve dos petroleiros, mentindo para o judiciário e recusando-se a negociar com Comissão Permanente de Negociação da FUP que se mantém desde o dia 31 de janeiro à mesa de reunião numa das salas do Edise no Rio de Janeiro.

Em documento protocolado na última quinta-feira, os petroleiros reforçam, com a mesma pauta entregue anteriormente, a disposição de buscar uma solução para o impasse, desde que a Petrobras suspenda imediatamente as demissões na Fafen-PR e as medidas unilaterais tomadas contra os trabalhadores e que levaram a categoria à greve.

Em Paulínia, Sindipetro realiza terceira rodada de distribuição de gás subsidiado

por Guilherme Weimann, no site do Sindipetro

Na manhã deste sábado (15), petroleiros distribuíram 100 botijões a preço justo em município do interior de São Paulo

Mesmo vivendo ao lado da maior refinaria do país, responsável por cerca de 20% do refino do Sistema Petrobrás, moradores do município de Paulínia, no interior de São Paulo, pagam em média R$ 70 pelo gás de cozinha. ]

Justamente para dialogar com a população sobre os motivos desses altos preços, o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) subsidiou a venda de 100 botijões.

A atividade ocorreu logo no início da manhã deste sábado (15), no Jardim Primavera, e contou com a participação massiva da população.

Cada família teve direito a uma senha para comprar um botijão pelo preço de R$ 40.

Este é um valor que os petroleiros defendem ser justo, sem comprometer as finanças da empresa.

De acordo com Silvio Marques, da Associação Beneficente Cultural dos Petroleiros (ABCP), o objetivo da iniciativa foi mostrar à população de quem é a culpa pelos altos preços dos combustíveis.

“O preço da gasolina, do óleo diesel e da gasolina estão muito altos. Por isso, ela está muito receptiva ao diálogo, mas ela não sabe o porquê. E essa ação mostra justamente que os preços estão altos por uma escolha da gestão da empresa”, explica Marques.

O Sindipetro-SP já havia subsidiado 200 botijões de gás em Campinas, na Vila Boa Vista, e em Cosmópolis, no cruzamento entre a Avenida do Trabalhador e a Avenida da Saudade.

Também foram realizadas distribuição de gás a preços populares em outros estados, por meio dos sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros.

Política de preços penaliza o bolso da população

Nos últimos anos, a Petrobrás modificou sua política de preços em relação aos produtos derivados do petróleo, como gasolina, diesel e gás de cozinha.

Atualmente, os preços desses produtos estabelecidos variam conforme o mercado internacional e o câmbio do dólar, que chegou a R$ 4,35 nesta quarta-feira (12).

Além disso, as refinarias estão subutilizadas. Em 2019, elas operaram com aproximadamente 70% de sua capacidade.

De acordo com a Petrobras, isso está ocorrendo porque é mais rentável para a empresa vender óleo cru no mercado internacional e importar seus derivados.

Entretanto, quem acaba pagando a conta é a população brasileira.


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Comentários

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Jõao Ribeiro

É necessário a gasolina, o gás e outros derivados do petróleo para o povo valorizar o governo do PT, além de diminuir a quantidade de urbes que são um meio de transporte ilegal como a maconha, cocaína e outras drogas.
OS PETROLEIROS ME REPRESENTAM

Afonso

Ate parece que o alto preço do gás de cozinha é consequência do governo Bolsonaro. O cara já baixou até o icms da gasolina e os governadores não apoiaram. fazer tudo sozinho também não dá. E os preços sempre foram assim, tu atravessa a fronteira e enche o tanque por 1 e 50 o litro nos países próximos, porque será? Sempre foi preço internacional aqui. , sendo que nos que temos o pretoleo e refinamos. Não sejam idiotas

    Kauaii

    O ICMS ou sempre foi. O mesmo, eu variou pouco, o fato da redução do ICMS ser imposto aos governadores é uma transferência de responsabilidade e culpa, uma vez q a presidência simplesmente reduz em 1 e logo depois alimenta em dois (exemplo) a gasolina.
    Isso mostra o despreparo do governo e a cara de pau do presidente em redirecionar os lucros dá gasolina empurrando a conta para os Estados.
    Outra, aqui se fala do gás. Agora para de falar vesteira

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