Documentário mostra como Hollywood vilipendia a imagem dos árabes, roubando a humanidade de um povo inteiro. Assista, legendas em português

Tempo de leitura: 2 min

Como se faz a demonização de um povo

Por Jair de Souza*

No exato instante em que esboço estas linhas, um dos mais horrendos crimes contra a humanidade está em vias de consumação. Um ato de crueldade e perversidade quase sem paralelo na história.

Talvez só as práticas do nazismo hitlerista possam ser equiparáveis ao massacre que o Estado de Israel perpetra contra o indefeso povo palestino na faixa de Gaza.

Apesar de todo o horror, não há nos países ocidentais um sentimento de indignação suficientemente forte para obrigar seus governantes a clamar pelo fim das atrocidades.

O provável motivo para tamanha falta de empatia é a campanha maciça de vilipêndio do povo palestino, há décadas entranhada na mente das pessoas do mundo todo.

Nesse particular, os filmes de Hollywood têm relevante papel, como mostra o documentário Reel Bad Arabs: How Hollywood vilifies a people.

Em português, Filmes ruins, árabes malvados: Como Hollywood vilificou um povo.

O filme é de 2006.

Baseia-se no livro de mesmo nome, escrito por Jack Shaheen, que denuncia como a filmografia de Hollywood foi usada para deturpar a imagem dos árabes, ”roubando a humanidade de um povo inteiro”

Com base em mil filmes assistidos durante anos, o autor analisa criticamente como esse processo de deturpação de imagem foi construído.

O próprio Jack Shaheen, que faleceu em 2017, é que apresenta o documentário.

Em 2012, eu o traduzi e publiquei com legendas em português (veja aqui).

Na ocasião, teci os seguintes comentários:

Neste documentário  podemos constatar muitos exemplos cinematográficos da divulgação dos preconceitos raciais eurocêntricos muito bem estudados pelo saudoso e brilhante intelectual Edward Said em seu consagrado livro Orientalismo (Orientalism).

Podemos ver como, através de inúmeras cenas e situações premeditadas por cineastas de Hollywood, os árabes de maneira geral, e os palestinos em particular, são retratados como um povo perverso, ganancioso, inescrupuloso e, ainda por cima, idiota.

Este intenso trabalho ideológico de demonização racial está presente em todos os tipos de filmes produzidos em Hollywood, dos dramas de guerra às comédias, e até mesmo nos supostamente “inocentes” desenhos animados de Walt Disney.

Essa constante martelação de estereótipos racistas contra os árabes se intensificou enormemente a partir do surgimento do conflito Israel x Povo Palestino, devido à ocupação do território milenar do povo palestino e sua consequente expulsão e espoliação por parte dos colonos sionistas europeus.

Nesta questão, Hollywood tomou decididamente partido a favor do sionismo israelense e se tornou um baluarte na campanha de difamação a nível mundial do povo palestino.

Vale a pena prestar muita atenção aos vários fragmentos de filmes que o autor analisa neste documentário.

Foram todos extraídos de obras que tiveram grande divulgação por toda parte e, consequentemente, responsáveis em boa medida pela sedimentação da visão racista antiárabe presente em milhões e milhões de pessoas em nosso planeta.

Neste momento, recomendo firmemente assisti-lo.

Espero que nos ajude a tirar lições e encontrar maneiras de superar o problema.

Mas, principalmente, que motive as pessoas a se solidarizar com o povo palestino.

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Zé Maria

Amani Al-Khatahtbeh, da ‘MuslimGirl’, para Gal Gadot:

“Não podemos falar sobre Israel sem reconhecer
que os Palestinos são Tratados como Muito Menos
que Cidadãos de Segunda Classe e sofrem Injustiças
Extremas sob a Lei Israelense, mesmo quando são
Crianças”.

“Eu não poderia fazê-lo sabendo que o seu apoio
popular às Ações Militares Israelenses na Palestina
contribuiu para este Dano Desproporcional às
Mulheres e Crianças.
Fazer isso seria fechar os Olhos à Situação das
Mulheres e Garotas como Ahed”.

“O que estou querendo dizer é que TimesUp
não é apenas para as mulheres de Hollywood,
mas também para as Mulheres e Meninas
que sofrem invisivelmente por Causa da
Desigualdade Fundamental, da Deturpação
e da Complacência Negligente”.

““Acredito que há Algumas Coisas com as quais
todos deveríamos ser Capazes de concordar,
e nos posicionar Contra o Encarceramento
em Massa de Crianças me parece que deveria
ser Fácil”.

https://twitter.com/theIMEU/status/954503795236622341
https://twitter.com/theIMEU/status/954772454332825600
https://twitter.com/theIMEU/status/954811338001403905
https://twitter.com/theIMEU/status/955123430004805633

Zé Maria

Mike Harari criou a imagem do Mossad, Serviço Secreto Israelense,
como a Agência de Inteligência ‘Mais Eficaz do Mundo’, e dos seus
Agentes a Imagem de Assassinos Implacáveis ​​e de Sangue Frio
para quem Nenhuma Tarefa é Antiética ou Impossível.

Harari era considerado uma lenda viva na comunidade de inteligência
israelense, nesses círculos ele era chamado de “César”, aparentemente porque chefiava “Cesaréia”, o departamento de operações especiais
do Mossad.

Além disso, permaneceu assim de 1970 a 1980, tornando-se o organizador
e participante de quase todas as operações mais famosas dos serviços
de inteligência israelenses da época.

A mídia ocidental o chamou de “James Bond Sionista” – provavelmente
porque foi Harari quem criou a formidável unidade “Kidon” em seu
departamento, que é traduzido do hebraico como “baioneta” ou “lança”,
que estava empenhada em eliminar os inimigos de qualquer forma.

Seu Trabalho inspirou Vários Romances Policiais e Filmes, incluindo
“Munique”, de Steven Spielberg, e “The Little Drummer Girl”, de
John Le Carré.

Íntegra: https://web.archive.org/web/20210227184332/https://jewish.ru/ru/people/society/179546/

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