Stedile: “Brizola, um estadista comprometido com o povo brasileiro”

Tempo de leitura: 7 min

Homenagem ao centenário do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro

Por João Pedro Stedile*, em A Terra é Redonda

Conheci Brizola, quando criança. Ele era governador do meu estado e passou por minha região em atividades políticas. E a “camponesada” toda foi vê-lo. Já naqueles idos, era um personagem muito popular, um verdadeiro ícone, que era admirado por muitos e odiado pelas oligarquias.

Na época, estava estudando numa escolinha que seu governo havia construído em todas as comunidades rurais do estado e que a direita passou a chamar de “Brizoletas”, porque eram todas iguais.

O apelido pegou de forma carinhosa. Mas, o mais importante é que ele conseguiu universalizar o ensino fundamental por todos os rincões do estado.

Ele sofreu na pele a pobreza e a falta de escola. Órfão desde criança, sua mãe pediu ajuda para amigos para ele poder estudar na cidade, e depois fazer o colegial agrícola de forma de internato em Viamão. O colégio agrícola é famoso até hoje por ter tido Brizola como seu aluno.

Estudioso, conseguiu entrar no elitista curso de engenharia civil da UFGRS. Deve ter sido o primeiro pobre a se formar engenheiro no Rio Grande do Sul. E do movimento estudantil migrou rapidamente para as atividades político-partidárias.

Foi por descobrir que só a educação liberta verdadeiramente as pessoas e pode enfrentar a pobreza (que vivenciou) que passou a aplicá-la como política publica no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. E graças a essa visão, fui um dos beneficiários.

Jovem sabido e ousado, foi eleito em 1956, o mais jovem prefeito de Porto Alegre, pelo trabalhismo, e dois anos depois, foi eleito o mais jovem governador do Rio Grande do Sul.

Mais tarde, quando cultivei amizade com ele, já maduro, vivendo no Rio de Janeiro, um dia nos contou sobre sua vida como governador e de que gostava de utilizar feriadões, para pegar uma camionete, e sem segurança, com a esposa e seus filhos, acampar em alguma fazenda ou próximo aos rios, para descansar e pescar. Que governador faria isso agora?

No governo, implantou políticas públicas revolucionárias para a época e para os dias atuais, o que me leva a concluir que até hoje foi o único governo realmente de esquerda que tivemos em toda história do país.

Brizola universalizou o ensino fundamental para todo povo gaúcho! O que permitiu um salto de qualidade e na cultura e abriu as portas para que os jovens da classe trabalhadora depois ascendessem ao ensino médio e superior, como ele sonhava.

Criou a siderúrgica rio-grandense, uma empresa estatal preocupada com a indústria de base. Desapropriou a Companhia Telefônica ITT, e uma vez estatal disseminou a telefonia por todo estado.

Criou uma estatal do leite, a CORLAC, para garantir mercado para todos os camponeses produtores de leite no estado.

Antes que tivéssemos uma lei nacional de reforma agrária ou políticas fundiárias, ele criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária (IGRA), para organizar a desapropriação de terras improdutivas para agricultores sem terra.

Ele sabia que a reforma agrária não era apenas uma questão de vontade política, mas dependia da capacidade de organização dos trabalhadores do campo. Por isso deu todo apoio ao nascente MASTER (Movimento dos Agricultores Sem Terra), que era impulsionado pelo PTB e que organizava acampamentos na beira das fazendas improdutivas.

A maior delas se transformou em um ícone da luta pela reforma agrária em todo país: a fazenda Sarandi.

Tinha 24 mil hectares de terras fertilíssimas no município que lhe empresta o nome e era propriedade de latifundiários uruguaios, os Mailios, que se interessavam apenas pela exploração dos pinheirais.

Brizola não teve dúvida e com uma lei estadual desapropriou a fazenda Sarandi, distribuindo a terra para centenas de famílias de sem terras da região. Essa prática se repetiu em outras terras de Viamão, Encruzilhada do Sul, etc.

Brizola ficou conhecido nacionalmente como o implantador da primeira reforma agrária do país.

Em agosto de 1961, o governo Kennedy preocupado com a influência da revolução cubana, com o estado de atraso econômico do continente e a possibilidade de outras revoluções eclodirem, organizou uma reunião continental em Punta de Leste, convocando todos governos para que enviassem seus principais ministros para discutirem a reforma agrária.

De Cuba foi nada menos que Ernesto Che Guevara. Jânio Quadros, astuto, percebendo a jogada dos americanos, pediu então para que representassem o seu governo Celso Furtado e o governador gaúcho, que aceitou prontamente. Neste encontro, Brizola conheceu o Che e conversaram muito sobre o futuro de seus povos.

Mas Brizola se preocupou também com a agricultura familiar gaúcha.

Para tanto, organizou outro instituto, o IRGA, para fomentar e apoiar o desenvolvimento do arroz.

Criou um programa gaúcho para disseminar a produção de trigo, em que quase chegamos a ser autossuficientes nacionalmente, e estimulou modernas técnicas de mecanização e do uso do calcário nos solos pobres da campanha.

Criou várias estações experimentais e colégios agrícolas estaduais, esparramados pelo estado, aonde se apreendiam as técnicas modernas e a mecanização. Tendo ele estudado num colégio agrícola, sabia de sua importância para os jovens pobres do campo.

Estavam criadas as bases para termos uma poderosa agricultura produtora de alimentos sob a forma de agricultura familiar, que o Brizola chamava da “turma dos colonos”.

Ou seja, tinha uma visão de desenvolvimento econômico e social para gerar riqueza que beneficiasse a todo povo.

Nas escolas, garantia calçado, uniforme, os cadernos e os lápis para cada aluno.

Nunca mais esqueci que estava na capa do caderno a figura e a história do lendário líder guarani Sepé Tiaraju, assassinado pelos exércitos espanhóis e portugueses na guerra de 1756. E lá estava a frase de Sepé: “Essa terra tem dono!”

Mais tarde, na história da vida, apreendi que foi mal traduzida do guarani, que não tem a palavra dono ou propriedade. Na verdade, Sepé quis dizer que aquele território era do povo guarani. Brizola conhecia a experiência democrática dos guaranis e estimulou que as crianças conhecessem.

A politica na veia

Na política, se consagrou nacionalmente por sua coragem. Em agosto de 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, peitou a direita e os milicos, e defendeu a constituição para garantir a posse do vice, João Goulart. A direita não queria. Era o prenúncio do golpe.

Brizola não teve dúvida, organizou um poderoso movimento de massas em defesa da “legalidade”, da Constituição.

Foram semanas de intensa luta política e ideológica. Organizou a resistência no porão do Palácio Piratini, onde instalou os estúdios da rádio Farroupilha e de onde transmitia mensagens diárias orientando o povo.

Eu estava estudando numa Brizoleta e a professora interrompia a aula quando entrava no ar a palavra do governador e toda a criançada escutava em silêncio sepulcral. Quando chegávamos em casa, o que Brizola tinha dito no radio era objeto de comentários de toda a família.

Os porto-alegrenses acamparam na frente do Palácio, armaram barricadas por toda cidade. Diante da atitude do povo e do governador, a Brigada Militar, a polícia estadual gaúcha, e o III Exército, aderiram ao movimento da legalidade.

Aviões da base aérea de Canoas chegaram a sobrevoar ameaçadoramente o Palácio, até que o movimento dos sargentos os impedisse de alguma aventura.

Diante do impasse, Brizola anunciou corajosamente que se a direita não recuasse e garantisse a posse, as tropas e o povo gaúcho iniciariam em dias uma marcha rumo a Brasília, repetindo o que Getúlio Vargas fizera em 1930 em direção ao Rio de Janeiro.

O desenlace foi mais um acordão por cima. E o PTB de Goulart e Brizola aceitou a fórmula de posse do vice como presidente respeitando a Constituição, mas impondo, ilegalmente o parlamentarismo. Prontamente, Tancredo Neves se cacifou como primeiro ministro!

Brizola aceitou, pois sabia que, apesar de parcial, tinha sido uma vitória política fantástica do povo gaúcho e com isso brecara o golpe.

Mais tarde, ajudou a articular a convocação do plebiscito popular que revogou o parlamentarismo e devolveu amplos poderes ao presidente Goulart.

Preocupado com a onda direitista e a influência dos interesses estadunidenses nas forças armadas e na política nacional, Brizola idealizou a necessidade de organização da base social do trabalhismo, em núcleos de 12 pessoas para atuarem na clandestinidade e organizarem as atividades políticas, de organização da classe trabalhadora e sobretudo na agitação e propaganda.

A ideia se disseminou como um rastilho de pólvora e se organizaram milhares de grupos dos 12, sobretudo no Rio Grande do Sul e na região sul.

E o uso da rádio como instrumento de conscientização das massas foi uma descoberta que Brizola passou a utilizar com frequência. Suas locuções eram verdadeiras aulas didáticas de política que a massa acompanhava com impressionante atenção.

Depois de 1962, migrou para o Rio de Janeiro, onde se elegeu o mais votado deputado federal da República.  Organizou no parlamento a luta em defesa do governo popular de João Goulart, mas não conseguiu impedir a sanha golpista que se realizou no dia 1º de abril de 1964.

Lamentavelmente, teve que amargar o exílio no Uruguai. Os grupos dos 12 foram os mais perseguidos pelo golpe. Muitos deles, conhecidos, foram presos, torturados e alguns correram para o exílio, aproveitando nossas fronteiras secas.

De lá, ainda tentou organizar uma resistência, até armada, mas a hegemonia política e a força bruta se instalara em todo país.

Viveu o exílio como um verdadeiro luto eterno. Com saudades de seu povo e da luta. Goulart não conseguiu. E morreu no exílio.

Durante a ditadura empresarial-militar de 1964-84, os dois líderes mais temidos e odiados pelos milicos direitosos eram o Luís Carlos Prestes e Leonel Brizola.

De volta do exílio

Primeiro, foi beneficiado pelas mudanças na política norte-americana no governo Carter, que teve atitudes contra as ditaduras militares que eles tinham apoiado, e com isso representou um respaldo também para a Lei de Anistia e a volta do Brizola em 1979.

Havia um entusiasmo muito grande no povo pela volta do Brizola.

Lembro, andando pelas estradas do interior, que os crentes das igrejas evangélicas escreviam nas paredes e placas das rodovias: “Jesus Cristo vem aí!”. E a turma brizolista acrescentava embaixo: “Brizola já chegou!”.

Brizola imaginava reorganizar seu velho PTB e a vida partidária.

Por isso, instalou-se diretamente no Rio de Janeiro. Mas não contava com as astúcia de raposa do general Golbery do Couto e Silva que tinha desenhado uma abertura controlada. E entregou a sigla do PTB para a direitista Ivete Vargas, amiga dos milicos. Com isso quebrou a mística do trabalhismo e Brizola teve que refundar como Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Amargou mais duas derrotas institucionais. Perdeu a sigla que tanto sonhara e perdeu parte de seus companheiros e companheiras que preferiram ficar no MDB e não segui-lo para o PDT.

Mesmo assim, disputou o governo do Rio. E venceu, apesar de o Serviço Nacional de Inteligência, hoje ABIN, tentar de todas as maneiras impedir sua vitória fraudando os boletins que eram somados por computadores.

Uma soma paralela de imprensa impediu o golpe. A vitória era tão contundente, que eles não conseguiram enganar o povo. Brizola teve que ser empossado.

No Rio, tentou implantar de novo políticas públicas revolucionarias a favor do povo.

Cercou-se de grandes sábios, como Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro, Nilo Batista, entre outros, e passou a redesenhar o estado.

A marca de seu governo foi, de novo, a educação, com a implantação dos CIEPS, que garantiam ensino fundamental e médio, em tempo integral, a todos os estudantes, de forma gratuita, com todos os instrumentos pedagógicos possíveis.

Em 1989, disputou as eleições presidenciais. Quase chegou ao segundo turno, mas perdeu pelo novo reascenso do movimento de massas que brotou da luta contra a ditadura e que havia criado o PT, a CUT, o MST como uma nova geração de lutadores. Nas eleições seguintes, voltou a ser governador do Rio de Janeiro e chegou a ser candidato a vice do Lula.

E, quem sabe, uma de suas últimas vitórias foi ter conquistado na Justiça o direito de resposta no Jornal Nacional, em que o Cid Moreira teve ler uma nota escrita pelo Brizola, em que denunciava o papel manipulador da rede Globo, que ajudou a dar o golpe de 1964 e se beneficiou dele para construir um império midiático ate hoje.

Grande Brizola, foi uma figuraça, um estadista, um homem comprometido com seu tempo e com o povo brasileiro. Fazem faltas figuras públicas desta tradição.

*João Pedro Stedile é membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MST).

Leia também:

Vivaldo Barbosa:  Brizolismo e lulismo hoje se confundem


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Comentários

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Henrique martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/telegram-cresce-numero-bolsonaristas/
Alguém pode esclarecer a turma do DCM que o Telegram foi criado por um russo mais o centro operacional do sistema está em Dubai. Vocês acham que Putin ia deixar os monarcas manipularem o povo russo a vontade?
Vocês acham que o Carluxo foi a Dubai por acaso?

Sandra rota

Hei Carluxo, tem uma comentarista de blog que adorou ser chamado jocosamente de ‘insuperável ‘ por vocês. Vai que ele é mesmo né….

Henrique Martins

https://www.brasil247.com/brasil/paulo-marinho-preve-prisao-da-familia-bolsonaro-em-2023-u0du3coe

Elementar meu caro Watson. A prisão deles será uma exigência da própria população.

Henrique Martins

E aí Carluxo, quer dizer que vocês não gostaram da palavra ‘apedrejado’ que usei num dos meus comentários?
Ora rapaz, quem usa ferramentas de espionagem é obrigado a tolerar qualquer coisa escrita ou falada né não…..

Henrique martins

Complementando o comentário anterior:
Aviso que os celulares não dá para confiar nem desligados. É preciso tirar as baterias deles.

Henrique martins

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/author/pedro-zambarda-de-araujo/

Pois então. O problema é que o Carluxo não só entrou na tal stand de Dubai como trouxe a tal dark matter e está usando no Brasil para espionar blogueiros progressistas, comentaristas de blog (como eu), opositores de todos os naipe e até os aliados do governo.
Portanto, eu vou fazer um alerta: fiquem atentos com suas comunicações por celulares, Whatsapp, redes sociais e até telefones fixos. Quem avisa amigo é.
A propósito, perceberam que Dubai é o berço do Telegram?

Luiz Mattos

O LEGADO DE ALCKMIN.
Brasil de Fato – Neste sábado (22), um ato marcou os 10 anos do despejo da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), quando 1.843 famílias foram expulsas pela Polícia Militar (PM) do estado em uma ação marcada por violência. À época, a ocupação era considerada a maior da América Latina.

:: Pinheirinho: da destruição ao recomeço, história de vidas reconstruídas ::

A ação aconteceu em frente ao terreno onde viviam as família. Segundo os organizadores do evento, compareceram 500 pessoas, entre ex-ocupantes, manifestantes, lideranças partidárias e políticos, como o vereador Eduardo Suplicy (PT).

O petista, que na época era senador, foi um dos primeiros a discursar em cima do caminhão de som. “Esta ocupação é inesquecível para a história do Brasil. Os movimentos por moradia vem acontecendo cada vez mais e isso é fundamental para construirmos no Brasil todos aqueles instrumentos de política social para garantir condições mínimas de vida para toda população.”

O terreno onde existia a ocupação é da massa falida Selecta S.A, que tem como proprietário o investidor do mercado financeiro Naji Nahas, conhecido por seu envolvimento em escândalos de corrupção no Brasil. Em 2004, chegou a ser preso na Operação Satiagraha.

Uma das ações do ato deste sábado (22) foi a exposição de fotos tiradas durante o despejo em 2012 / Foto: Everton Rodrigues

O vereador Suplicy relatou ao Brasil de Fato que à época ele, junto com outros parlamentares da região, realizaram uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça (TJ-SP), Ivan Sartori, para adiar a decisão de despejo por pelo menos 15 dias, e, assim, encontrar uma solução ao impasse. “Mas no domingo, dia 22, fui surpreendido por uma ligação diretamente da ocupação relatando que a polícia estava no local, com cavalos, cachorros, tratores e completamente armados”.

“Ocupação vitoriosa”
O primeiro a discursar no evento deste sábado foi Valdir Martins, mais conhecido como Marrom, integrante do Movimento Urbano Sem Teto (MUST). A liderança enfatizou como todo o movimento Pinheirinho foi vitorioso.

“Foi a primeira ocupação que bateu quatro anos fazendo assembleia sem desistir. E foi isso garantiu que o Minha Casa Minha Vida viesse para cá. É um movimento vitorioso. O MUST vive. Quando a gente luta, quando a gente resiste, a gente sempre tem grandes vitória” afirmou a liderança

Das 1.843 famílias despejadas do Pinheirinho, 1.461 vivem hoje no Residencial Pinheirinho dos Palmares, no bairro Emha 2, na zona sul de São José dos Campos. Outras 167 foram alocadas em apartamentos.

O ato de 10 anos de Pinheirinho foi organizado pelo PSTU, Síndicato dos Metalúrgicos, Conlutas, PSOL, PCB, Revolução Solidária e Movimentos de Moradia da Cidade de São José dos Campos, MUST – Movimento Unificado dos Sem Teto

Lançamento de livro e documentário
Para marcar os 10 anos do despejo, o vereador Suplicy lança neste sábado às 17 horas o livro “Um Jeito de fazer Política”. O evento acontece no atual bairro Pinheirinho dos Palmares

Mais tarde, às 19h, é a vez do documentário “Pinheirinho dos Palmares: A Luta Contra Injustiças”, realizado por Everton Rodrigues.

Um dos objetivos do documentário é questionar por que o conjunto residencial destinado às famílias da ocupação não se instalou no mesmo local, na área original, que segue abandonada? O bairro Pinheirinho dos Palmares foi instalado em um local distante do Centro, quase fora da cidade, e ainda tem muitas carências de serviços e equipamentos públicos.

Quem não puder comparecer ou estiver em outros locais poderão ver o documentário em 5 de fevereiro, também às 19h, pela internet com cobrança de ingresso de R$ 20, que ser para a compra de um computador e uma filmadora. “Para que as pessoas da comunidade possam produzir seus próprios conteúdos”, explicou Rodrigues em entrevista à RBA

Segundo realizador do documentário, a ideia é promover um circuito de exibição do filme. Em periferias, associações, sindicatos. “Esse debate também está à margem do campo progressista”, avalia. “Onde existe o diálogo, o fascismo não se cria”.

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