Rodrigo Vianna: Texto compartilhado por Jair Bolsonaro sugere que ele pode buscar saída à Jânio Quadros

Tempo de leitura: 4 min

Ou seja, quem deveria nos governar compartilhou um textão do Facebook escrito por um candidato a vereador pelo partido Novo que afirma que o Brasil é ingovernável e recomenda a venda dos ativos do país (“SELL”). E tem gente que ainda acha que ele é patriota”. Laura Carvalho, economista, no twitter

Da Redação

O jornalista e historiador Rodrigo Vianna testou hipóteses hoje em sua conta no twitter.

O teste de hipóteses é uma teoria do jornalismo desenvolvida pelo hoje chefão da TV Globo, Ali Kamel.

Surgiu diante da repercussão, nos blogs de esquerda, da desinformação plantada pela grande imprensa quando um avião da TAM se acidentou em São Paulo, no aeroporto de Congonhas.

O repórter Rodrigo Bocardi, hoje leitor de notícias no teleprompter, frequentou a pista de Congonhas com uma moedinha que, segundo ele, poderia ser coberta pela água da chuva, provocando uma aquaplanagem.

Culpa da pista e, portanto, do governo Lula.

À época, Ali Kamel defendeu as especulações da grande mídia:

Na cobertura da tragédia da TAM, a grande imprensa se portou como devia. Não é pitonisa, como não é adivinha, desde o primeiro instante foi, honestamente, testando hipóteses, montando um quebra-cabeça que está longe do fim. 

O acidente, que matou 199 pessoas, foi causado por um erro dos pilotos do vôo 3054, conforme resultado da investigação oficial.

Bocardi, o repórter, foi posteriormente promovido a correspondente da Globo em Nova York e em seguida a apresentador!

Rodrigo Vianna testou sua hipótese: “Cercado por terraplanistas e alucinados, @jairbolsonaro dá sinais de que prepara uma saída à Janio Quadros: as forças ocultas. Vejam o que o capitão anda espalhando entre seus apoiadores. É o caos…”

O historiador se refere ao texto que se tornou manchete de O Globo, compartilhado por Bolsonaro entre os seus:

Temos muito para agradecer a Bolsonaro.

Bastaram 5 meses de um governo atípico, “sem jeito” com o congresso e de comunicação amadora para nos mostrar que o Brasil nunca foi, e talvez nunca será, governado de acordo com o interesse dos eleitores. Sejam eles de esquerda ou de direita.

Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.

Não só políticos, mas servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento. As lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário.

Todos nós sabíamos disso, mas queríamos acreditar que era só um efeito de determinado governo corrupto ou cooptado. Na próxima eleição, tudo poderia mudar. Infelizmente não era isso, não era pontual. Bolsonaro provou que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável.

Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto.

Nem uma simples redução do número de ministérios pode ser feita. Corremos o risco de uma MP caducar e o Brasil ser OBRIGADO a ter 29 ministérios e voltar para a estrutura do Temer.

Isso é do interesse de quem? Qual é o propósito de o congresso ter que aprovar a estrutura do executivo, que é exclusivamente do interesse operacional deste último, além de ser promessa de campanha?

Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos. Historinha com mais de 500 anos por aqui.

Que poder, de fato, tem o presidente do Brasil? Até o momento, como todas as suas ações foram ou serão questionadas no congresso e na justiça, apostaria que o presidente não serve para NADA, exceto para organizar o governo no interesse das corporações. Fora isso, não governa.

Se não negocia com o congresso, é amador e não sabe fazer política. Se negocia, sucumbiu à velha política. O que resta, se 100% dos caminhos estão errados na visão dos “ana(lfabe)listas políticos”?

A continuar tudo como está, as corporações vão comandar o governo Bolsonaro na marra e aprovar o mínimo para que o Brasil não quebre, apenas para continuarem mantendo seus privilégios.

O moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim.

Antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas.

Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos.

Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.

Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo.

Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível.

A hipótese nuclear é uma ruptura institucional irreversível, com desfecho imprevisível. É o Brasil sendo zerado, sem direito para ninguém e sem dinheiro para nada. Não se sabe como será reconstruído. Não é impossível, basta olhar para a Argentina e para a Venezuela. A economia destes países não é funcional. Podemos chegar lá, está longe de ser impossível.

Agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem.

O Brasil está disfuncional. Como nunca antes. Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade, pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou. Ele é só um óculos com grau certo, para vermos que o rei sempre esteve nu, e é horroroso.

Infelizmente o diagnóstico racional é claro: “Sell”.

PS do Viomundo: Jânio Quadros renunciou à presidência da República esperando voltar nos braços do povo. Ninguém apareceu para acudí-lo.


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Comentários

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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1129831074614456321
Clã Bolsonaro, Queiroz e a Milícia
Deputado Paulo Pimenta fala sobre a íntima relação do
presidente e de sua família com a milícia do Rio de Janeiro.
https://twitter.com/DeputadoFederal/status/1129831074614456321

Marys

Governar e fazer política ouvindo, negociando, discutindo, buscando soluções convergentes para as questões e problemas sociais, sem o que torna-se impossível construir uma sociedade.
O fascismo não quer esse diálogo, pois só admite o que lhe é favorável e trata de eliminar seus opositores, os mais fracos e as minorias. Dele deriva o sistema populista fascistóide neoliberal intervencionista capitaneado por Trump e conservadores capitalistas endinheirados, a que hoje o Brasil se submete, através do desgoverno Bolsonaro.
É nossa triste realidade nos vermos divididos por uma situação que em nada nos favorece.

Nosso povo não cansa de se decepcionar com seus políticos cujo discurso não corresponde à prática.
Quem não viu nem quis ver nas fraudulentas eleições de 2018 vai ter oportunidade de acompanhar o ocaso dessa contradição junto com a derrocada de toda nossa sociedade.

Zé Maria

berar agrotóxicos = morte
Proibir radares =
morte
Liberar armas =
morte
Cortar verbas da saúde =
morte
Cortar ensino e pesquisa =
morte
Fim da fiscalização/meio ambiente =
morte
Fim da fiscalização/trabalho =
morte
Bolsonaro é o governo da
morte.

Jardel

Ver esse cretino se lamentar que é impossível governar sem conchavos e alianças espúrias me faz lembrar da Dilma sendo boicotada e chantageada pelo Eduardo Cunha e sua camarilha: Para o Bozo, a mídia e os coxinhas, estava tudo certo…
Dilma só caiu porque não cedeu aos ladrões. Agora caiu a ficha.

Marcos Videira

O governo Bolsonaro acabou.
A questão é o que vem a seguir, porque o general Mourão é um militar entreguista que despreza o povo brasileiro e tem instintos tirânicos

Zé Maria

Já tem jornalista da Mídia da Direita Tradicional
falando que uma saída pro Mito imbecil é o Suicídio.
Seria nobre. Mas Não Tem Coragem e Nem Ética.

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/D6ybbzsXsAEssWo.jpg
O Mito imbecil é um “Resident Evil” no Governo
#ImpeachmentBolsonaro em 1º no Top Ten do TT
https://pbs.twimg.com/media/D6yZhmqXoAA25Iw.jpg

Com Jair Bolsonaro
é tudo no TIRO:

– Tiro Previdência!
– Tiro Saúde!
– Tiro Educação!
– Tiro Emprego!
– Tiro Direitos!
@sorayadantas19

https://twitter.com/joomikhail/status/1129494749856063488
https://pbs.twimg.com/media/D6yxdkLWwAI0Apb.jpg

Luis Leite

Todas as vezes que o povo acreditou em um salvador da patria ou em mito, esse povo se ferrou.

Zé Maria

O anônimo autor do texto deve ser um daqueles tucanos ressentidos,
tipo Xico Graziano, Nazi-fascista que tinha medo de sair do armário
e que pensa que a História da República Presidencialista do Brasil
começou na época da Campanha do PSDB para a Reeleição do FHC
– ou foi só o que presenciou e não leu nada sobre o Passado Histórico.

A que Corporações se refere o anônimo?

Certamente não é a Corporação dos Banqueiros ou dos Latifundiários
Escravocratas, que historicamente sempre sugaram as Riquezas do País,
quando não as entregaram de bandeja às Matrizes Coloniais da Europa.

Também não deve se referir à Corporação dos Empresários de Comunicação,
nem à dos juízes federais ou dos procuradores da república, Lesas-Pátrias,
que na maioria apoiaram e apoiam Jair Bolsonaro, desde que mantenha o Extermínio de Jovens Negros, o Ódio aos LGBTs, a Humilhação às Feministas,
a Perseguição aos Lulo-Petistas, o Genocídio de Classe, enfim, o Preconceito
e a Discriminação em voga e a Destruição da Natureza, inclusive a Humana.

Aliás, não se encontra no texto a palavra ‘Humano’, muito menos ‘Povo’,
‘Trabalho’, ‘Salário’, ‘Aposentadoria’, ‘Saúde’, ‘Educação’, ‘Professor’, Estudante,
nem o termo ‘Serviço Público Essencial’ ou ‘Redução da Desigualdade Social’.

Realmente, o autor do texto, como todo apoiador de Bolsonaro, é Disfuncional.

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