Helena Chagas: Demo que preside o Senado foi forçado a emitir nota dura contra Lava Jato. Moro pode pagar o preço

Tempo de leitura: 3 min
Brasilia DF 02 02 2019 Senador Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado; foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Ag Brasil

Da Redação

É possível que o ministro da Justiça Sergio Moro fuja da raia e diga que não sabia de nada.

É possível que ele tenha dito ao presidente Jair Bolsonaro que foi pego de surpresa pela ação da Polícia Federal no Senado, autorizada monocraticamente por um ministro do STF contra parecer do Ministério Público Federal.

Já ficou claro que Moro faz qualquer coisa pelo poder.

Ainda mais agora, que pode precisar do foro privilegiado.

A colunista Helena Chagas, no entanto, acredita que Moro vai pagar o preço, mais cedo ou mais tarde.

Ela resumiu, em sua coluna n’Os Divergentes: “Dia 24 tem votação da Previdência no plenário do Senado. E, dia 25, sabatina de Augusto Aras, o novo PGR. Em data não definida ainda, a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador nos EUA”.

A busca e apreensão atingiu o articulador da pauta do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra.

“O cara”, quando se trata das três pautas mencionadas acima.

Independentemente das acusações feitas a Bezerra e ao filho demo do senador, o timing sugere que foi vingança do lavajatismo contra o bolsonarismo.

Para salvar o 01 Flávio Bolsonaro, o Mito atropelou a Polícia Federal no Rio de Janeiro, os procuradores da República e passou um rolo compressor sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

“Pode ser que Eduardo Bolsonaro passe o Natal sem ganhar o presente da embaixada brasileira nos EUA”, escreveu o arguto Fernando Brito, em O Tijolaço.

Nunca se sabe, já que a votação no Senado é secreta e a política adora uma traição.

Se mantiver o apoio de Bezerra e abrir o cofre, Bolsonaro pode comprar os votos necessários à aprovação do filho.

Porém, os senadores da “base”, como o próprio Bezerra, devem pensar assim: papai protege o Flávio, mas deixa a gente a descoberto?

Assim não dá, assim não pode!

A nota do demo Alcolumbre teria sido, assim, apenas um primeiro recado — a partir da pressão que o presidente do Senado teria recebido de colegas.

A CPI da Lava Toga? Ninguém mais viu…

Nota à imprensa

O Congresso Nacional manifesta perplexidade com a busca e apreensão na sua sede, realizada na data de hoje (19/09/2019), decretada monocraticamente pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, a pedido de um delegado da Polícia Federal, a propósito de investigar dois de seus membros.

A grave medida foi determinada contra a manifestação da PGR, que tem competência exclusiva para supervisionar e promover o arquivamento de Inquérito contra membro com prerrogativa de foro perante o STF.

A drástica interferência foi adotada em momento político em que o Congresso Nacional discute a aprovação de importantes reformas e projetos para o desenvolvimento do país.

Mostra-se, desse modo, desarrazoada e desnecessária, em especial pela ausência de contemporaneidade, pois os fatos investigados ocorreram entre 2012 e 2014.

Além disso, a decisão é contraditória, porque, no julgamento da Questão de Ordem na Ação Penal nº 937, o Ministro Barroso conduziu entendimento de que o STF não teria competência para processar e julgar fatos relacionados a período anterior ao exercício do mandato.

A determinação da busca e apreensão tem, ainda, o potencial de atingir o Poder Executivo, na medida em que também foi realizada no gabinete parlamentar destinado ao Líder do Governo Federal no Senado.

Assim, essa medida de extrema gravidade exige a apreciação pelo Pleno do STF, e não por um único de seus membros, em atenção ao princípio da harmonia e separação dos poderes.

No Estado Democrático de Direito nenhum agente público está acima da Constituição ou das leis.

O Congresso Nacional zelará pela plena observância das prerrogativas parlamentares, apresentará recurso contra a decisão e exercerá efetivamente a competência que lhe é conferida pela Constituição Federal.

Davi Alcolumbre

Presidente do Congresso Nacional


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

https://childrenvsclimatecrisis.org/wp-content/uploads/2019/09/bg2.png

Por falar em Demo, será que o ACMinho Neto e o Bolsonaro
já receberam a intimação da UNICEF ?

A ativista sueca Greta Thunberg e mais 15 crianças e jovens com idades entre 8 e 17 anos (https://childrenvsclimatecrisis.org) entraram com uma queixa formal na UNICEF (em inglês: “United Nations Children’s Fund”; em português: ‘Fundo das Nações Unidas para a Infância”), nesta segunda (23), contra
os países signatários da Convenção dos Direitos da Criança,
assinada em 1989.

A Brasileira Catarina Lorenzo, 12, incluía o grupo de jovens
(https://childrenvsclimatecrisis.org/#bio_catarina-lorenzo).

Ela denunciou que sua cidade, Salvador (BA), joga o esgoto
no mar e com isso contamina a água, deixando doentes
as crianças que nadam ou surfam ali.
“Estamos aqui para salvar nosso futuro”, afirmou Catarina.
https://childrenvsclimatecrisis.org/wp-content/uploads/2019/09/catarina.png

Os outros jovens que assinam a petição(*) são da Argentina,
França, Alemanha, Índia, Ilhas Marshall, Nigéria, Palau,
África do Sul e Tunísia.
*(https://childrenvsclimatecrisis.org/wp-content/uploads/2019/09/2019.09.23-CRC-communication-Sacchi-et-al-v.-Argentina-et-al.pdf)

Eles argumentam que a falta de ação dos governos para conter
a crise climática ameaça diretamente os direitos das crianças.

Portanto, os países não estariam cumprindo o que prometeram
na convenção.

“Parece que os governos esqueceram seus compromissos.
O tratado diz que os países devem respeitar e proteger o direito
de toda criança à vida, à saúde, à cultura e ao bem-estar econômico.

Eles não estão fazendo isso”, disse Alexandria Villaseñor, 14,
jovem norte-americana que lidera o movimento “Fridays for Future” (Sextas pelo Futuro) nos EUA.

A Convenção dos Direitos da Criança permite que as próprias crianças, ou adultos que as representem, dêem entrada a queixas contra países que tenham ratificado o tratado.

Os processos são recebidos por um comitê de especialistas, que poderá lançar investigação contra violações graves ou sistemáticas.

No entanto, os Estados Unidos é o único país que ainda
não ratificou o tratado, embora também seja signatário.

Todas as outras 195 nações-membro da ONU transformaram
o compromisso em leis nacionais. [FolhaPress]

https://t.co/yGDCDcHECt
https://childrenvsclimatecrisis.org/wp-content/uploads/2019/09/catarina.png
https://twitter.com/UNICEF/status/1176209989414903808

Kitty

Se é bandido tem que responder. Simples assim, políticos corruptos se protegem. Falta moral a essa classe.

Cláudio

“No Estado Democrático de Direito nenhum agente público está acima da Constituição ou das leis”
Isso vale pra quem? Cadê a CPI da suja toga? Tire da gaveta. Faça-nos esse favor!

Zé Maria

Acertou quem disse que o Rato Moro
só não pulou fora do Titanic Bolsonaro,
para não perder o Foro Privilegiado.

Uéé? Maz num era ú Môru qui quiria
acabá cu Forum Privilegiádu ? Dããã…

jose marques

Sobre a gritaria contra busca da PF em gabinetes do Senado e Câmara: porque não pode fazer busca em gabinete de políticos? Com tantos cado, inclusive de prisão…

Deixe seu comentário

Leia também