Pimenta: Moro, Dallagnol e a República de Curitiba, vísceras escancaradas

Tempo de leitura: 2 min
Fotomontagem: Pragmatismo Político

Moro e Dallagnol – a República de Curitiba revelada

por Paulo Pimenta*

O maior escândalo do Judiciário mundial veio à tona com a reportagem do site The Intercept sobre diálogos escritos, áudios e vídeos revelando uma relação criminosa entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, com o procurador do Ministério Público Federal no Paraná Deltan Dallagnol.

Ambos agiram em conluio, à margem da Constituição e das leis, para manipular investigações com objetivos políticos, partidários e ideológicos. Ambos devem ser afastados de seus cargos o mais rápido possível para uma apuração isenta e rigorosa da denúncia.

No Congresso, a oposição propõe criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as articulações de Moro/Dallagnol que mancham a imagem do Sistema de Justiça do país e levanta suspeitas da população sobre a atuação de juízes e de integrantes do Ministério Público.

Nenhum cidadão pode conceber que o juiz que vai julgar alguma ação sua faça dobradinha com seu acusador. Seria o fim da Justiça.

A sociedade brasileira comprometida com os preceitos de um Estado Democrático de Direito está levantando a voz para que os atos descritos na denúncia não sejam naturalizados.

Os ataques promovidos pela “República de Curitiba” afrontam a democracia e os direitos individuais ao promover ações de forma coordenada, por fora das audiências e dos autos dos processos, que concorreram para um poderoso esquema de fraudes judiciais.

Até setores mais conservadores, como o jornal O Estado de S. Paulo, consideram graves as denúncias e passam a exigir o afastamento do ministro Sérgio Moro de suas funções, acompanhados por setores formadores de opinião como juristas e o jornal Folha de São Paulo, bem como de organizações da sociedade civil como a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

Esses setores defendem que medidas cautelares sejam tomadas imediatamente, sob pena de que as investigações sejam comprometidas.

Estas medidas devem se estender ao Procurador Deltan Dallagnol, e aos delegados da Lava Jato que possivelmente se envolveram no esquema criminoso e hoje estão em cargos-chave do Ministério da Justiça e da PF.

A Lava Jato, denunciada por juristas e forças progressistas ao longo dos anos, por sua parcialidade e manipulação, agiu como uma organização criminosa, com claros objetivos políticos e ideológicos, voltada a desestabilizar as instituições e a democracia brasileira.

O caso mais grave apresentado pelo Intercept até o momento é o que envolve o ex-presidente Lula, que passou a ser objeto de uma ação articulada que manipulou informações e fatos, forjando provas para condená-lo de forma acelerada, a fim de tirá-lo da disputa eleitoral de 2018.

Na sequência, esta mesma organização desencadeou ações com o objetivo de prejudicar Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência da República.

O lawfare deixou de ser uma teoria: pela primeira vez apareceram provas concretas da manipulação do sistema legal por juízes e procuradores, para fins de perseguição política.

Moro e Dallagnol acertaram vazamento de áudios gravados de forma ilegal entre a Presidenta Dilma e o Ex-Presidente Lula no dia em que o ex-presidente seria nomeado para o Ministério da Casa Civil.

Defenderam que os vazamentos eram em nome do interesse público, mesmo violando a Lei de Segurança Nacional. Agora, mesmo sem desmentir o conteúdo dos áudios, tentam condenar os vazamentos divulgados pelo Intercept. Estão provando do próprio veneno. Nada como um dia após o outro.

O povo brasileiro agora sabe sobre a conduta dos integrantes da Lava Jato, conforme mostra a primeira reportagem do site. Outras virão…

 *Paulo Pimenta é Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados


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Marys

O Hitler de Maringá e seus miquinhos amestrados caíram por terra. Agora estão escondidos no bunker de Bolsonaro e dos militares.

Os brasileiros caíram no discurso anticorrupção. Não leem história.

Toda vez que a elite brasileira, ela mesma muito corrupta, se sente ameaçada, fala de
combate à corrupção pra justificar as exceções legais que pratica ou manda praticar. Principalmente a elite jurídica, formada por juízes, advogados, promotores, delegados e policiais que conduziram o mito de Moro e Bolsonaro até onde chegaram.

Repetindo o adágio popular:
Quanto maior o coqueiro, maior o tombo.

Imagem chocante, que não me sai da cabeça, além da prisão ilegal de Lula sob aplausos da direita canarinho reacionária e antipovo, foi a do dia em que Moro mandou, sem intimação prévia pra depor, um contingente de cerca de 200 batedores e policiais, com a Globo à frente, para coagir Lula em casa e conduzi-lo coercitivamente a um ato inquisitorial no Aeroporto Internacional de Guarulhos, a fim de dar visibilidade internacional ao caso e destruir a imagem do ex-presidente.

Lembrava o tempo da ditadura e dos episódios que derrubaram Getúlio Vargas e Jango, com Carlos Lacerda e tipos como Alexandre Garcia e Cid Moreira, conduzindo a orquestra.

Desde o início que eu via a interferência dos Estados Unidos e da CIA e de militares, juízes e elite antipovo nesse imbróglio. Conheço bem a história de Prestes e de Jango.

Tomara que nossa elite antinacionalista, nosso mau judiciário, má imprensa e setores da Polícia e das Forças Armadas que apoiaram essa farsa sejam tragados pelo Furacão Intercept.

A colaboração dos norteamericanos, via espionagem da CIA e do DEA, que sempre derrubaram governos não alinhados aos seus interesses nos países pobres e emergentes, deixando para trás miséria e morte, fome, desemprego e guerra, dessa vez vai ter de se explicar.
Viva Lula! Salve o eterno Presidente do povo que quer ter uma pátria verdadeiramente amada e não submissa aos interesses estrangeiros!

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