Petistas: Paulo Guedes é tigrão com trabalhadores e tchutchuca com ‘grandões’, como ironizou Zeca Dirceu; veja vídeo

Tempo de leitura: 3 min

Paulo Guedes abandona reunião na Câmara após ser criticado pelo deputado Zeca Dirceu

por Héber Carvalho, PT na Câmara

Após um debate que durou mais 6 horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, abandonou a reunião na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara que debatia a proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro.

Guedes saiu contrariado após ouvir do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que ele era “um tigrão para retirar direitos dos aposentados, idosos e pessoas com deficiência, mas ‘tchutchuca’ com a turma mais privilegiada do País”.

Durante toda a reunião o ministro desrespeitou os deputados da oposição, chegando a dizer que “aqueles que não concordam com a reforma (da Previdência) deveriam ser internados”.

Vários parlamentares do PT e de partidos de oposição criticaram o ministro pela falta de apresentação de dados técnicos e projeções que sustentassem o discurso do governo. Durante o debate, Paulo Guedes repetiu o surrado mantra de que “sem a reforma, a Previdência quebra”.

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), disse que a sociedade já percebeu o retrocesso que é a proposta de reforma do governo.

Ele lembrou que durante e após a defesa de Guedes na Câmara, o próprio mercado financeiro já percebeu a falta de apoio à proposta.

“A imprensa disse que a bolsa caiu e o dólar subiu. A base do governo é contra (a reforma). O senhor está sozinho. Vi uma recente entrevista em que o senhor dizia que se não aprovassem a Reforma Previdência o senhor iria para casa. Eu acho que o senhor vai ter que ir para casa. Porque essa proposta vai ser enterrada aqui”, ironizou Pimenta.

Capitalização aumentará o déficit público

Uma das principais críticas dirigidas a proposta de reforma foi em relação a mudança para o sistema de capitalização. Atualmente o regime é solidário e de repartição, onde os trabalhadores da ativa contribuem e financiam os aposentados.

Pela capitalização, todos contribuem para uma conta individual de onde sairá as aposentadorias. De acordo com a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), se instituído o sistema de capitalização vai aumentar o déficit público.

“Se tirarmos os trabalhadores que contribuem atualmente para o regime de repartição e colocarmos na capitalização, quem vai pagar os benefícios da atualidade? De onde virá o dinheiro? Nesse caso os recursos para cobrir essa despesa terão que vir dos impostos que o próprio governo arrecadar”, alertou.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse ainda que a proposta mais cruel do governo é prometer fazer economia de mais de R$ 1 trilhão com a reforma, tirando direitos dos mais pobres.

“O absurdo maior, ministro, é o senhor tirar, desse R$ 1,1 trilhão, R$ 900 bilhões dos mais pobres do Regime Geral da Previdência. Usa um discurso contra privilégios, mas mete a mão no bolso dos mais pobres”, acusou o deputado ao se referir ao aumento da idade da aposentadoria e pagamento de valores menores de aposentadoria.

Já o deputado José Guimarães (PT-CE), criticou insinuação feita pelo ministro de que existem muitas fraudes no pagamento de benefícios a trabalhadores rurais.

“Vossa excelência insinuou aí, em relação à aposentadoria rural, que o governo paga hoje R$ 9 milhões e que há R$ 3 milhões de fraudes. Não faça esse tipo de acusação contra essa gente, esse homem e essa mulher rural que sustentam a economia das pequenas cidades”, advertiu.

Brasília- DF. 03-04-2019- Ministro Paulo Guedes durante depoimento na CCJ da Câmara. Foto Lula Marques

As mulheres serão as mais prejudicadas

Também sobre os efeitos da proposta de reforma de Bolsonaro, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ressaltou que as mulheres serão as maiores prejudicadas.

“O que o senhor tem a dizer para uma mulher que assiste essa audiência, que o senhor propõe 20 anos de tempo mínimo para aposentar, ou 40 anos para aposentadoria integral, e ela está nesse momento desempregada ou subempregada, autorizada pela Reforma Trabalhista realizada recentemente? Ou uma mulher trabalhadora rural que enfrenta dupla ou tripla jornada, que é a primeira a levantar e a última a dormir, e que se propõe uma igualdade (no limite de idade)? ”, indagou.

O ministro ignorou e não respondeu o questionamento da parlamentar.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que a proposta de Reforma da Previdência tem como objetivo fortalecer o setor de Previdência privada, controlado pelos bancos.

Ao citar matéria da Folha de S. Paulo que diz “Paulo Guedes fez fortuna apostando em planos econômicos”, o petista questionou o interesse do ministro com a reforma.

“Aí o senhor diz o seguinte: “O Brasil virou o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores”. O senhor é um rentista. Enquanto rentista, o senhor quer fazer uma mudança na Previdência, transferindo R$ 1 trilhão não para bancos, como o senhor falou, mas para fundos de investimentos, para o mercado financeiro. Esse dinheiro é um dinheiro que vai sair da Previdência pública”, acusou.

Também participaram da audiência pública os deputados petistas Alencar Santana Braga (SP), Pedro Uczai (SC) e Rubens Otoni (GO).

 


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Comentários

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Zé Maria

https://twitter.com/IvanValente/status/1113529324441866245

“É mentira que vocês vão combater privilégios, vocês arregaram para os militares”,

“Quem vai pagar a conta da crise?
80% será pago pelos pobres.
É mentira que a reforma vai combater privilégios!”

Deputado Federal Ivan Valente (PSoL=SP)
Ao Tchutchuca de Banqueiros na CCJ
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https://twitter.com/i/status/1113913312939520000
“Existe um escritório de empresários, como Flávio Rocha e Luciano Hang, promovendo lobby dentro do Ministério da Economia.
O PSOL 50 entrou com requerimento de informação junto ao Ministério para que expliquem mais esse escárnio!”
https://twitter.com/IvanValente/status/1113913312939520000

Zé Maria

https://youtu.be/TpZ7_24SJKc?t=7401

“Perguntamos ao ministro Guedes por que ele e o governo Bolsonaro querem aprovar uma reforma que obriga o povo a pagar mais, sem taxar as grandes fortunas. Infelizmente, quem vai arcar com a conta da crise serão os mais pobres.”

“Perguntamos ao ministro se ele sabe qual a carne mais barata do mercado.
Os trabalhadores negros são os mais penalizados pela informalidade e serão os maiores atingidos pelo desmonte da Previdência, que atende aos interesses de banqueiros, em detrimento dos interesses do povo.”

“O Brasil está há quatro anos adotando o que o minsitro Guedes veio defender aqui hoje — vide PEC do Teto de Gastos e reforma trabalhista.
O único efeito dessas medidas foram afundar o país ainda mais, precarizando o trabalho, aumentando desemprego e fazendo salários despencarem.”

Deputada Federal Talíria Petrone (PSoL=RJ)
Ao Tchutchuca de Banqueiros na CCJ

antonio de azevedo

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O governo pratica mesmices quando não maluquices ao tentar controlar e entorpecer o ânimo dos brasileiros com tanta pieguice e patacoadas para tentar aprovar a reforma da previdência e conter a insatisfação e impaciência dos brasileiros. Ora, ‘‘quem tem fome tem pressa’’, pior ainda se o indivíduo for pai de família e estiver desempregado. Talvez, os únicos sem pressa no momento são o atual governo e a sua equipe econômica, que de tão devagar, sem criatividade e sem um projeto de desenvolvimento nacional optaram pela continuidade de uma política econômica perversa, neoliberal, de juros altos e aumentos de impostos que espolia os trabalhadores e destrói a indústria nacional. Ter paciência nesse momento significa abnegação, subserviência e filiação a tudo de podre que aí está. Entretanto, o pensamento insígnio, uno de construir um Brasil nacional-desenvolvimentista não se curva e não se dobra tão facilmente à ‘‘comercialização da alma’’ como querem os truões. Muito menos engole goela abaixo a pseudomodernidade propalada por uma reforma da previdência que engana apenas os trouxas com o papo furado dela ser deficitária, pelo contrário, o que existe é um superavit previdenciário, sorrateiramente apropriado pelo próprio governo através da Desvinculação de Receitas da União (DRU): criada em 1994 com o nome inicial de Fundo Social de Emergência (FSE) para depois do famoso Plano Real, em 2000, adotar a denominação definitiva DRU – utilizada para pagamentos de juros oriundos do lançamento de títulos públicos federais para controlar a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) – a taxa básica de juros da economia brasileira. Destarte, o orçamento da seguridade social (Saúde Pública, Assistência e Previdência Social) que tem previsão constitucional de arrecadação (artigo 195, incisos I ao IV da CRFB) não foi, não é e nunca será deficitário. Deficitário – é o orçamento fiscal do governo que agora tenta a todo custo precarizar, carcomer e dilapidar a seguridade social para cobrir outros rombos da gastança governamental. Caso a reforma da previdência seja aprovada pelo congresso nacional com a ajudinha de um punhado de deputados e senadores que não gostam do Brasil será mais um fiasco, mais um engodo, mais uma desforma, igualzinha a trabalhista que o governo anterior empurrou goela abaixo com prejuízos incalculáveis para os brasileiros. Detalhe: antes da reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) o governo da época prometeu mundos e fundos, retomada de empregos, crescimento e desenvolvimento econômico; depois da reforma, nada mudou, ficou pior – inflação galopante, PIB não cresce e aumento descontrolado da pobreza em geral; o que antes era para ser “novo”, agora ficou “velho”, acabou revelando-se uma tremenda vigarice, uma grande mentira como prova os altos e crescentes índices de desemprego no país divulgados recentemente pelo IBGE. Além disso, as doidices desse governo cresceram exponencialmente, tanto em solo nacional como em território estrangeiro, por exemplo, a bravata propalada de que o nazismo deriva de ideologia da esquerda – um completo nonsense, falácia ventilada por demagogos, indivíduos mal intencionados, de raciocínio curto e abaixo, muito abaixo do homem médio. Essas e outras patacoadas já encheram o saco dos brasileiros e os ânimos andam à flor da pele, como ficou evidenciado através do surto de um deputado da base ruralista e presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) esbravejando um sonoro “Chega! Chegamos ao limite! Não dá mais!”, quando este deixava o plenário da Câmara dos Deputados falando em alto e bom som: “Acabou a paciência!”. Pior: as bizarrices desse governo podem acabar destruindo a política do agronegócio brasileiro, por consequência, arruinar de vez às exportação de carne Halal – ritual islâmico especial para o abate de animais sem sofrimento, tanto de carne de frango quanto bovina para o consumo do mundo árabe; agravada pela postura infantil e hilariante ao atacar por postagem, em uma rede social e depois apagada, o grupo palestino Hamas – de forma ultrajante, totalmente desnecessária e inconsequente. Por exemplo, quem vai pagar a conta e os prejuízos somados em mais de US$ 3,2 bilhões em exportações somente de frango Halal segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), caso os árabes parem ou dificultem a importação de frango Halal made in Brasil? Além disso, esse governo aderiu fortemente à ideologia dos “Chicago Boys” – economismo fajuta, ultrapassado, capenga e entreguista que poderá quebrar definitivamente a indústria nacional igual ao que foi praticado no Chile nos anos 70, logo após o golpe liderado pelo general Augusto Pinochet que derrubou o presidente eleito democraticamente Salvador Allende (morto em combate durante o cerco ao Palácio de La Moneda, em Santiago) – em favor de interesses financeiros-rentistas dos países ricos liderados pelos senhores de Washington. Por tudo isso, o povo brasileiro saberá dar o troco no momento propício: nas próximas eleições. Porém, de um jeito um pouco diferente: a paciência será mesclada com uma dose exagerada de indignação somada a uma pitada – que poderá se transformar numa enxurrada – de votos impacientes de pura decepção.

ANTÔNIO SÉRGIO NEVES DE AZEVEDO – estudante – Curitiba – Paraná.

Zé Maria

O Guedes parecia aquele personagem Bertoldo Brecha
gritando “CAMARÃO É A MÃE!”, interpretado pelo Ator
Mário Tupinambá, no Programa do Chico Anísio.

Elena

Boa, deputado Zé Dirceu! A maioria dos comentários do portal UOL está te parabenizando por ter enfrentado o Tchutchuca dos banqueiros. E esse apelido vai pegar no Guedes. Sim, deputado Paulo Teixeira, e a grande pergunta que fica é: de quanto vai ser a bufunfa que o Tchutchuca vai ganhar do mercado financeiro se conseguir aprovar essa desastrosa reforma previdênciária para os trabalhadores.

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