O ato unificado contra o golpe diante do prédio do DOI-CODI

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sugerido por Everaldo Andrade, via e-mail

Convocatória do ato unificado “Ditadura Nunca Mais: 50 anos do golpe militar”, em 31 de março de 2014, a partir das 10h, no pátio externo do prédio da Rua Tutoia, nº 921

No dia 31 de março de 2014, completam-se 50 anos do golpe que instituiu a ditadura militar brasileira.

As práticas de repressão e de violência de Estado que marcaram o período autoritário ainda permanecem ocorrendo contra a população pobre e negra da periferia, bem como contra as manifestações populares que têm sido realizadas e todo o país.

Para completar a situação, há propostas de reformas legislativas conservadoras – lei antiterror, regulamentação das manifestações e a Portaria do Ministério da Defesa intitulada “Garantia da Lei e da Ordem” – visando coibir os protestos e amedrontar os manifestantes. Isso só incentiva a já tradicional truculência das Polícias Militares.

Diante desse cenário de continuidade das violações de direitos humanos, diversas organizações da sociedade civil e Comissões da Verdade estão construindo um ato político-cultural unificado para marcar essa lamentável efeméride e exigir a punição dos torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres da ditadura e da democracia.

O valor simbólico de realizar o ato “Ditadura Nunca Mais: 50 anos do golpe militar” nesse prédio tombado da Rua Tutoia, que abrigou o DOI-CODI e que agora deve ser convertido em um lugar de memória, é enorme para o movimento de direitos humanos em nosso país.

Por essas razões, as entidades e organismos que assinam a presente convocatória chamam a todas e todos para participarem e divulgarem esse ato no dia 31 de março de 2014, a partir das 10h, no pátio externo do prédio da Rua Tutoia, nº 921.

Que 2014 seja não apenas o ano da verdade, mas também o da justiça.

Ditadura Nunca Mais! Punição aos Torturadores de Ontem e de Hoje!

Para novas adesões, enviar mensagem até dia 10 de março de 2014 para o email [email protected]. gov.br. Uma reunião das entidades para preparação do ato está marcada para o dia 11 de março de 2014, a partir das 11h, no auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa do Estado de SP.

Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
Armazém da Memória
Centro Acadêmico XI de Agosto – Faculdade de Direito da USP
Coletivo Merlino
Coletivo Político Quem
Comissão da Verdade da UNIFESP “Marcos Lindenberg”
Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos
Comitê Paulista Pela Memória, Verdade e Justiça
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo – CRP/SP
Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo
Kiwi Companhia de Teatro
Projeto Memória da Oposição Metalúrgica
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo
Teatro Studio Heleny Guariba

O tombamento do DOI-CODI from Luiz Carlos Azenha on Vimeo.

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Comentários

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Elias

Em outubro de 1975 e em janeiro de 1976, morreram sob tortura na Rua Tutoia, dois grandes brasileiros. Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, e Manuel Fiel Filho, operário da Metal Arte.

Após as mortes sequenciais dos dois nomes citados acima, o presidente Ernesto Geisel destituiu o comandante do 2° Exército (local onde funcionava o DOI-CODI), general Ednardo D’Ávilla Mello. Em seu lugar Geisel indicou o general Dilermando Gomes Monteiro com a missão de coibir a tortura.

A juventude que hoje se manifesta (com razão) por um país melhor, não deve
subestimar os que perderam a vida para que o povo brasileiro conquistasse a democracia. E é por essa democracia, muitas vezes injusta, que devemos continuar lutando. Para que não volte “nunca mais” qualquer regime de exceção que nos coloque a todos à mercê de radicais prontos a nos torturar e nos matar como assim fizeram nos fatídicos anos da ditadura civil/militar instalada no Brasil entre 1964/1985.

ricardo silveira

Tudo bem, claro, liberdade de manifestação sempre! Estamos com o Parlamento funcionando, os partidos políticos se manifestando e as eleições continuam vivas para que os cidadãos, periodicamente, escolham os seus representantes. Nada justifica essa molecada mascarada que se porta como juventude nazista, depredando o patrimônio público e privado. A polícia tem que defender a democracia, pois é para isso que ela existe no Estado de Direito. É só para isso que ela serve – não é pouco. Senão é barbárie, é Golpe.

FrancoAtirador

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Já podemos fazer uso do acesso aos documentos ultrassecretos

produzidos pelas Forças Armadas na trama do Golpe de 1964,

conforme previsto na Lei 12527/2011 (art 35, § 1º, III; e § 2º).
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