Moro admite que alertou autoridades e PT entra com notícia de crime

Tempo de leitura: 3 min

Trecho do pedido do PT para que Moro seja preso; reprodução

Da Redação 

O ministro da Justiça Sérgio Moro, admitiu, no tweeter, que de fato ligou para autoridades alertando-as sobre terem sido alvo de hackers.

“Só estão sendo comunicadas. Não tenho lista, só estou comunicando alguns”, disse ele ao criticar uma reportagem do UOL — sem notar que é contraditório dizer que não tem a lista do alvo de hackers mas está comunicando alguns.

A lógica, como este site tem insistido, não é o forte de Moro — tampouco dos bolsominions.

A investigação da Polícia Federal corre em sigilo de Justiça e, em tese, Moro não deveria ter acesso às informações, nem tomar decisões que cabem ao juiz do caso.

“A preocupação com o conteúdo das conversas obtidas pelo The Intercept escancarou o abuso de poder de Moro, que quer ser o chefe da polícia, investigador e juiz do caso. E mesmo sendo citado se coloca como protagonista numa ação que está sob sigilo da justiça. Moro é imoral”, reagiu a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Ela informou anteriormente: “Estamos protocolando agora Notícia de crime contra Sergio Moro no STF e representação na PGR. Moro agiu em flagrante abuso de autoridade nos termos da Lei 4.898/65. Telefonou pessoalmente a autoridades p/ informar dos hackers e dizer q elementos de provas seriam destruídos”.

A reportagem do UOL a que Moro se refere cita um ministro do Supremo Tribunal Federal que, sob anonimato, comentou o comportamento de Sérgio Moro: “Isso que ele está fazendo, além de desmoralizar a Polícia Federal e o Judiciário, ainda pode prejudicar a condução do processo, pois estas atitudes podem ser questionadas no Supremo”.

O ministro comentava os telefonemas de Moro a autoridades e a opinião manifestada por ele de que as mensagens deveriam ser destruídas.

As mensagens capturadas pela Polícia Federal, se de fato forem autênticas, têm o potencial de comprovar se Moro disse ou não a verdade quando sugeriu que o conteúdo revelado pelo Intercept pode ter sido manipulado ou tirado de contexto.

A posição de Moro é a mesma expressa pelos procuradores da Lava Jato.

“Isso aí é um autoritarismo em nome da proteção de autoridades. O Ministério da Justiça está atuando como investigador, como acusador e como próprio juiz ao mandar destruir provas, se é que isso é verdade. Eu não estou acreditando ainda”, afirmou outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello.

O ex-candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, disse que Moro poderá ser preso por destruição de provas.

O deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados no Rio de Janeiro, escreveu que “é bom lembrar que se houver busca e apreensão do material entregue ao Intercept, o acervo apreendido passa a constituir prova lícita, apta a ser investigada e a permitir que Moro e seus comparsas respondam pela prática de vários crimes. Quero ver se Moro e a sua polícia bancam”.

Em outras mensagens no tweeter, Wadih escreveu:

Moro e a sua polícia vão selecionar a “verdade” que lhes interessa. A informação dada pelo hacker de que entregou anonimamente os diálogos hackeados ao Intercept complica a vida do lavajateiro. Possivelmente, essa verdade será descartada. Com que autoridade Moro diz que vai mandar queimar as informações apreendidas dos “hackers”? O inquérito tem três vértices: o juiz, o Ministério Publico e a polícia. Moro não tem nada a ver com isso. Na verdade, quer destruir provas que o incriminam. Se o juiz não for um mero figurante na farsa de Moro, tem que impedir a destruição do material. Não for assim, a hipótese de que só há três juízes federais no Brasil — Moro, Bretas e Walisney — vai se confirmar verdadeira. Moro, desmoralizado, sem credibilidade e sem autoridade. Um fora da lei que se escora no lumpesinato bolsonarista.

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília, é o responsável pelo inquérito que levou à prisão de quatro pessoas, acusadas de hackear autoridades.

Pela manifestação pública do ex-colega de magistratura, Vallisney já sabe que Moro defende a destruição das mensagens apreendidas.


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Comentários

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Zé do rolo

Conheci um capeta em forma de juíz
O Moro que se acha o proprietário da lei cada vez mais se mostra um fora da lei, um escárnio no âmbito judiciário.
A verdade é que a lava jato é farsa a jato ou quadrilha a jato de Curitiba
Moro e o dallagnol são fora da lei.

James

Quem ainda acredita que o marreco de Curitiba vai para o STF?

Zé Maria

Esse Vallisney é o mesmo que aceitou o redirecionamento
da Operação Zelotes pela Polícia Federal que “esqueceu”
dos Subornos aos Conselheiros do CARF – pagos por Bancos
e Grandes Empresas – e passou a ‘investigar’ a compra de
Medidas Provisórias, para incriminar o ex-Presidente Lula.

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