“Milicianos não terão sua ditadura”, diz Paulo Pimenta sobre declaração de Eduardo Bolsonaro, que reprisa desespero do pai

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Foto da Agência Brasil mostra Eduardo Bolsonaro com boné da campanha de Trump 2020

Da Redação

O deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, anunciou que o partido vai se juntar ao Psol e outros para representar contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal.

Eduardo afirmou em entrevista que “vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, militares”.

A entrevista foi dada à jornalista Leda Nagle, no You Tube.

Eduardo é líder do PSL, o partido de sustentação do governo Bolsonaro.

“Alguma resposta vai ter que ser dada. É uma guerra assimétrica, não é uma guerra em que você está vendo o seu oponente do outro lado e você tem que aniquilar, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação, aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto, mas a gente tem que ficar atentos (sic)”, ele afirmou, sugerindo que a resposta poderia ser um novo Ato Institucional número 5, o AI-5.

A declaração do 03 soou a desespero, na mesma linha do desabafo presidencial da madrugada saudita, quando Jair Bolsonaro negou qualquer envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, do Psol.

As investigações seguem e ainda falta esclarecer o motivo de o porteiro do condomínio Vivendas da Barra ter escrito o número 58 ao registrar a chegada de um dos suspeitos do assassinato da vereadora, Élcio Queiroz, que na verdade se dirigiu à casa de seu comparsa, Ronnie Lessa, a de número 65.

Élcio e Lessa deixaram o condomínio e assassinaram Marielle e o motorista Anderson Gomes. 

A bravata de Eduardo parece ser mais uma tentativa de intimidação de quem está acuado.

Decretado pela ditadura militar em 13 de dezembro de 1968, o AI5 foi o golpe dentro do golpe.

Com ele, o ditador Artur da Costa e Silva fechou o Congresso até 21 de outubro de 1969, ganhou poderes de intervenção em estados e municípios, suspendeu o habeas corpus, instalou a censura, cassou mandatos parlamentares e interveio em sindicatos.

Nas circunstâncias de hoje, o bolsonarismo apreciaria especialmente um poder dado a Costa e Silva pelo AI-5: o de afastar juízes. 

Com um AI-5, Jair Bolsonaro e seu entorno poderiam enterrar toda e qualquer investigação sobre a família, inclusive no Supremo Tribunal Federal.

A reação de Pimenta ecoou a de outros líderes partidários:

Diferentemente de 1968, uma tentativa de reeditar AI-5 agora levará à prisão o seu autor. Apesar de todas as limitações e contradições, as instituições democráticas e a sociedade brasileira não vão aceitar que a Constituição seja rasgada. Milicianos não terão sua ditadura.

Todos os segmentos democráticos da sociedade brasileira têm o dever de repudiar com firmeza o flerte ditatorial do embaixador fracassado.

AI-5 simboliza o fechamento do Congresso Nacional. Quem defende ideias como essa não merece representar o povo brasileiro.

Sim, vamos entrar junto com o PSol — e todos os demais partidos que quiserem assinar — com representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da  Camara dos Deputados e no STF. Se o parlamentar acha que o Congresso pode ser fechado, não merece estar nele.

E A TURMA DELE AQUI FALANDO EM AI-5

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Câmara dos EUA aprova 1ª fase do inquérito de impeachment de Trump.


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