Maringoni: Bolsonaro tem seu “Centrão de fuzil” para tentar repetir Trump em 2022

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Arquiteto formado na Universidade de São Paulo, o jornalista e historiador Gilberto Maringoni de Oliveira foi candidato a governador de São Paulo pelo Psol e hoje dá aulas na Universidade Federal do ABC.

Cartunista, já ganhou o prêmio principal do Salão de Humor de Piracicaba. Ele também é escritor, autor de um livro que se tornou referência, A Venezuela que se inventa, sobre o chavismo.

Nascido em Bauru, foi colega de classe de nosso colega Luiz Carlos Azenha no Grupo Escolar Rodrigues de Abreu, daí o tom amistoso e às vezes jocoso da entrevista — com a esperança de que o vento minuano, característico do Rio Grande do Sul, passe por Bauru e derrube a estátua que Luciano Hang, da Havan, instalou bem na entrada da cidade.

Parte da entrevista, aliás, é dedicada à transformação de Bauru de uma cidade progressista num importante centro do bolsonarismo, de onde sairam o ministro astronauta e outros integrantes do governo que estudaram na Instituição Toledo de Ensino (ITE).

O ponto central da conversa é a ameaça de Jair Bolsonaro à democracia. Maringoni acredita que vivemos a maior crise desde 1964, com o ocupante do Planalto desorganizando as instituições e preparando um apelo aos 15% a 20% dos fanáticos que o apoiam para deslegitimar as eleições de 2022.

Maringoni acha que Bolsonaro quer repetir Donald Trump, que de surpresa convocou seus apoiadores a ocupar o Capitólio.

Para isso, ele conta com o seu “Centrão de fuzil”, o grupo de militares que, na opinião de Maringoni, aderiu ao governo especialmente em busca de benefícios econômicos e tem demonstrado toda sua incompetência e corrupção.

São generais como Eduardo Pazuello, que apesar de ser da ativa, subiu a um palanque em uma manifestação política, o que é vedado pelas regras das próprias Forças Armadas.

A desmoralização generalizada das instituições, aliás, serve a Bolsonaro, uma vez que ele encontra alvos fáceis sobre os quais atirar seus seguidores na suposta de tentativa de “mudar tudo o que está aí”.

Na defensiva, relembra Maringoni, Bolsonaro não age racionalmente, mas detona várias granadas ao mesmo tempo, tentando confundir o adversário.

É o “mau militar”, conforme foi descrito pelo ex-ditador Ernesto Geisel.

Na conversa (íntegra acima), entrevistador e entrevistado mencionam a grande metrópole de Marília, berço do jornalista José Arbex Jr., situada no que é conhecido como a Grande Bauru (existe uma rivalidade histórica entre os dois centros urbanos).

Eles também falam sobre o Esporte Clube Noroeste, o “Vermelhinho da Vila Pacífico”, que hoje lidera a série A-3 do Campeonato Paulista com 28 pontos, contra 27 do Barretos e da Votuporanguense.

Divirtam-se.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Igor

Milico não é bobo. Tanto é que não embarcaram na “guerra” contra Maduro.
Os salários são desiguais. Aí já complica tb.
O quartel é tranquilo comparado as ruas.
Eles não ganham para fazer certas coisas, enfim, o descontentamento seria geral. Mais dividiria do que uniria a tropa. Nem o cabo gosta de ir para rua.
E uma pessoa fora do tempo. Ditadura, linha dura, foi lá atrás.
As pessoas fazem política, qdo o outro ganhar, seja quem for, pulam no colo do outro no melhor estilo feminino. É política.
E com a economia tão ruim não ganha nem a pau. E piorou com a saúde em frangalhos.
Mas como tem a máquina talvez ganhe de novo. Não é impossível.

marcio gaúcho

As nossas Forças Armadas são uma piada. Se, por ventura, acontecer algum conflito internacional bélico envolvendo o Brasil, certamente vão chamar o Tio Sam para nos defender, pois são todos uns covardes e aproveitadores do dinheiro do caixa da “viúva”.

Guanabara

A continuar assim, Bolsonaro deve repetir Trump em 2022. A pergunta é: quem será o nosso Biden.

Deixe seu comentário

Leia também