Marcelo Semer define procurador da Lava Jato como criador do Direito Processual do Emoji, que omite e semeia o medo

Da Redação

À medida em que se aproxima o julgamento da prisão em segunda instância no Supremo Tribunal Federal, marcado para a próxima quinta-feira, o debate pega fogo no twitter.

Os procuradores da Lava Jato estão em campanha, como aliás sempre fizeram em momentos-chave para a operação — os vazamentos do Intercept Brasil demonstram como o marketing joga papel essencial na Força Tarefa de Curitiba, a ponto de mudar data de denúncias.

Porém, eles omitem informações essenciais de seus seguidores, jogando com o medo e o analfabetismo funcional típico dos lavajateiros.

Hoje, o procurador Roberson Pozzobon foi à ofensiva no twitter usando sinais de alerta:

⚠️Atenção⚠️

“#STF julga constitucionalidade da prisão em segunda instância nesta QUINTA

Mudança no entendimento da Corte pode resultar na soltura de milhares de presos pelo país, inclusive do ex-presidente Lula”

O julgamento mais importante da década❗️

⚠️ Dados levantados pelo CNJ apontam que um total de 1️⃣6️⃣9️⃣ MIL presos estavam encarcerados por conta da execução provisória de suas ações criminais até o final de 2018.

A depender da decisão do #STF eles podem ir para as ruas nessa sexta‼️

E nesse universo dos 1️⃣6️⃣9️⃣ mil potenciais beneficiados por uma virada no entendimento do #STF não estão “só” (como se fossem só) condenados em duas instâncias por #corrupção, mas condenados por crimes de tudo quanto é espécie.

O sociólogo Sergio Amadeu respondeu ao procurador, com várias perguntas:

E se existem presos que estão presos ilegalmente? E se a Lava Jato atuou partidariamente? Quem pode processar os membros intocáveis do MPF? Como superar o espírito de corpo e julgar os desvios da Lava Jato?

O ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia e escritor Marcelo Semer foi sintético:

O retrato mais bem acabado da lógica LavaJato: pânico moral inflando o sensacionalismo e zero de importância para a Constituição. Direito processual do Emoji…. Abusando do desconhecimento de que a prisão continua podendo ser decretada a qualquer momento (só não é obrigatória).

A deputada federal Carla Zambelli, prestes a ser expulsa do PSL, dispensou qualquer consideração jurídica.

Ela escreveu:

O único “processo penal” que os comunistas aplicam quando chegam ao poder é o paredão e bala para quem discordar deles. O fato do PCdoB ser o autor de uma das ações contra a prisão em 2ª instância é uma piada de mau gosto.

De acordo com um internauta, Zambelli apagou de seu perfil do tweeter a seguinte de mensagem, de fevereiro deste ano. Santo arquivo!