Lincoln Secco: Diante dos Black Blocs, o PT escolhe Alckmin

Tempo de leitura: 4 min

por Lincoln Secco, especial para o Viomundo

Um fantasma ronda o Brasil. O fantasma Black bloc. Contra ele se juntam numa Santa Aliança dirigentes petistas e tucanos, trotskistas arrependidos e “coronéis humanistas”, velhos militantes e policiais paulistas. Que manifestante mascarado não recebeu a infame pecha de Black bloc?

Depois da mais recente manifestação do MPL em São Paulo, vozes da tumba se ergueram para pedir leis mais duras. O governador paulista,  dizendo-se ameaçado por criminosos, reforçou seu discurso eleitoral na defesa da “indefesa” Polícia Militar e pediu que as agressões aos seus soldados fossem equiparadas ao terrorismo contra o Estado ou coisa que o valha.

Infelizmente para ele, no dia seguinte às manifestações a velha PM, ungida em defensora dos  direitos democráticos, não se conteve e voltou a atacar, matando um adolescente na periferia paulista. Mas dessa vez houve uma insurreição espontânea e não foi possível culpar os blocos negros por ela.

A  esquerda oficial, por seu turno, apressou-se em oferecer sua solidariedade à PM e ao Governador Alckmin. A presidenta Dilma, por cálculo eleitoral, lamentou a “barbárie” antidemocrática. Seu Ministro da Injustiça, Cardoso, ofereceu pela enésima vez ajuda à repressão policial. Mas como ele está à direita do PSDB, não tem sido acolhido com a celeridade que deseja. Já o Ministro Gilberto Carvalho ensaiou uma resposta ambígua para compreender a tática do bloco negro como sintoma de problemas sociais mais complexos. Logo foi chamada a sua atenção pela imprensa monopolista que domina o governo.

Há dois fenômenos bastante complexos que se combinam nesta reação petista. O primeiro não vale a pena explicar porque a cúpula do PT não quer entender. Basta dizer que, se os jovens mascarados abraçam uma “tática sem conteúdo” (na opinião da esquerda), no mínimo teríamos que reconhecer que o fazem porque os nossos velhos programas não lhes interessam. Creio que Paulo Nogueira explicou isto bem em seu artigo na Carta Maior.

Mas há o segundo aspecto  que a direção petista deveria se esforçar por entender. Independente do que pensa do chamado “vandalismo” atual, ela se interessa por sua perpetuação no poder. Desse ponto de vista é estranho que desde junho alguns políticos do PT tenham se aproximado do governador paulista em várias ocasiões.

A resposta de Dilma Roussef tem uma explicação na ideologia lulista que orienta a maioria do PT. Segundo ela, o povo brasileiro é conservador e só aceita mudanças lentas e que não abalem a ordem. Inegavelmente a estratégia lulista de conciliação de classes tem sido referendada pelo voto. Graças a ela, outra tradição da esquerda, o petismo, ficou em segundo plano no próprio PT. Esta se orientava pela luta de classes dentro da ordem, mas conduzida por uma perspectiva socialista.

Dentro da perspectiva lulista (que nem sempre é a do próprio Lula) faz sentido recusar tudo o que perturba a ordem estabelecida. Se o jogo não muda, Dilma segura este “um a zero no segundo tempo” e vence. Mas isto é o campeonato nacional. No regional, o mesmo jogo interessa aos tucanos. E muito mais. O Estado de São Paulo é a mais formidável máquina de poder no Brasil depois do governo federal.

O objetivo público de Lula é acabar com a hegemonia tucana naquele Estado. Cada vez que o PT endossa o discurso de defesa da Ordem, a imagem do governador paulista se reforça. Simplesmente porque todo discurso conservador favorece quem já está no poder. Não parece plausível que a cúpula nacional tenha vendido fiado a cabeça de seu candidato paulista, o Ministro Padilha.

O mais provável é que o PT esteja na armadilha do lulismo. Ele garantiria a vitória nacional em troca da derrota em São Paulo. Se o PT adotasse, por exemplo, no caso Alstom uma campanha com metade da virulência que sofreu no escândalo do mensalão, ele estaria rompendo os limites do lulismo e reafirmando o petismo. Tal risco abriria um cenário eleitoral novo e incalculável.

Esta mesma timidez explica a condenação dos blocos negros. Não que pudéssemos esperar da presidenta um apoio a manifestações que podem se voltar contra seu governo. Mas decerto o PT poderia estar liberado para fritar o governador paulista e sua polícia. Mas o PT faz o contrário. Desde junho defende o governador Alckmin.

O velho petismo recusaria tanto a linguagem da extrema esquerda partidária quanto a da direita. Denunciaria que São Paulo possui oito jovens presos políticos. Por isso soa engraçado ouvir antigos dirigentes sindicais que faziam piquetes nos pontos de ônibus do ABC ou atiravam à noite bolinhas de aço com estilingues nas vidraças dos bancos, alertarem contra as manifestações violentas. Claro, nem é preciso recordar tempos ainda mais passados quando outra geração lia o general Giap e não usava máscaras e muito menos pedaços de pau, não é mesmo?

Claro,  aquilo era uma ditadura e hoje estamos numa democracia, blá, blá, blá…

Com todo o respeito aos jovens lutadores  das ruas, não é a sua presença que incomoda (por enquanto) a esquerda no poder. Ela se guia exclusivamente pelas pesquisas eleitorais. Seu futuro nunca passa de dois anos (quando ocorrem eleições). O horizonte dos jovens manifestantes é outro. Sem nada a perder, senão suas correntes, eles só podem pensar numa sociedade radicalmente distinta.

Lincoln Secco é professor de História Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP.

Leia também:

Antônio David: Quanto mais perseguir os Black Blocs, mais eles crescerão


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Comentários

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Valmont

Mais um olhar interessante sobre a “violência anômica” das ruas.
Destaca a total incongruência entre Anarquismo e anomia.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Descarnamento-e-perfeccionismo-moral-na-internet-a-teologia-da-violencia-pseudopolitica/29471

Edgar Rocha

Parece que o professor Lincoln Secco tem mais conhecimento sobre as motivações dos black blocs do que os próprios. Será difícil aceitar que a rejeição ampla da sociedade em relação a esta tática se dá exclusivamente pela falta de comunicação? E esta parece ser desnecessária às eventuais lideranças destes grupos, já que, é legítimo desconfiar que não haja o que explicar. A comparação dos black blocs com as táticas de confronto dos sindicatos no período de ditadura me parece infeliz. Primeiro porque o confronto físico direto nunca foi uma prática unânime na esquerda. Segundo que, graças aos conflitos violentos, a esquerda sempre amargou um nível de rejeição injusto com a prática reivindicatória dominante até o surgimento do “Lulinha pavamô”. Tanto o PT quanto os movimentos sociais tinham consciência do quanto era incômoda a imagem truculenta que a imprensa PiG construiu, dificultando conquistas (não só eleitorais – qualquer movimento era chamado de arruaça). Fica claro o porquê dos black blocs fazerem questão de não representar a ninguém. Esta prática não é aceita por ninguém e, se considerarmos as possibilidades de um movimento sem rosto que não represente a nada (nem aos jovens, nem a acadêmicos, nem a líderes que, com certeza, existem), as chances de que a instabilidade gerada tenha por objetivo beneficiar a setores que já estejam no mesmo jogo político vigente – o qual eles tanto criticam e que são o mote pras ações do movimento – pretendendo apenas criar atalhos, beneficiar-se da baderna, é grande. A única certeza que temos em relação aos black blocs é que são muito bem articulados e têm sim, um objetivo definido, o qual não sabemos qual é. É prudente manter distância, até porque, não há nenhum interesse deste grupo em se aproximar de quem quer que seja. Não abertamente.

Henrique Antoun rebate Eduardo Cunha: "Querem controlar as ruas e dizer por onde alguém pode passar" – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Lincoln Secco: Diante dos Black Blocs, o PT escolhe Alckmin […]

    Jayme

    Manifestante não precisa depredar, destruir, roubar, agredir, ainda por cima, covardemente mascarados. Se assim agem são bandidos. Não somente petistas, direita, ou sei lá quem mais, não os apoiam. 95% da população não aprovam este tipo de “manifestação” que, nada mais é que BANDIDAGEM.

    José X.

    Justo. Simples assim. Por que a extrema-esquerda não consegue ver isso ? Porque é burra e cega.

Davi Basso

Depois que se adquire o poder toda estrutura partidária busca sua permanência. Faz parte da sua fisiologia, de sua torcida. Assim, perde-se a oportunidade de discutir a violência e a verdadeira posição dos partidos. Culpa dos muitos inocentes úteis a serviço do status ko. As passeatas fora Alckimin, pelos Professores e outras tantas foram feitas por pessoas que querem mudanças como se vê em muitos por aqui. Contudo, são muitos tbm que querem chamar atenção para sí. Nada mais fascista, que personificar o desejo de mudança. E por que nao dizer partidarizar! Vi uma imagem da casa da mãe que matou as filhas e lá estava escrito: “Não existe amor em SP”. Me marcou pois nao falava só do crime. Falava de uma sociedade odiosa, que nao vê num desconhecido seu próximo, e nem consegue se solidarizar com seus sofrimentos. Antes prefere a vidraça. Abraçar o patrão, por assim dizer. Não é capaz de um pouco de indignação alheia com os jovens da periferia, com os mais pobres, com os esculachados, os assassinados, lesionados, as vítimas. E fazem-se de desentendidos quando há repressão policial. São inocentes úteis, os que condenam o enfrentamento direto e querem o mesmo através do pacto de classes. Da progressão social. Condenam, com o conforto da opinião publicada, os da periferia que saem ás ruas para exigir melhores condições. E não só condenam, mas tbm legitimam todas as crueldades perpetradas pelo estado e seu órgão particular de repressão. Perdem-se os inocentes achando que não fazem parte da violência. E camuflam uma das polícias mais violentas do mundo.

    JoãoP

    “Condenam, com o conforto da opinião publicada, os da periferia que saem ás ruas para exigir melhores condições. E não só condenam, mas tbm legitimam todas as crueldades perpetradas pelo estado e seu órgão particular de repressão”
    Não vi nenhum texto aqui que corresponde a essa colocação sua; além disso, tentar identificar os legítimos movimentos sociais com Balck blocs…me poupe.

francisco.latorre

‘perda de tempo.’

enfim. concordamos.

..

Leo V

Comunica do EZLN, escrito pelo Subcomandante Marcos, publicado hoje, dia 5 de novembro de 2013 no La Jornada. Lá no México corre a mesma histeria sobre os Black Blocs.

“(…)
CASOS ESPECIAIS: @S ANARQUISTAS.

Diante da campanha Anti Anarquismo que levantam as boas consciências
e a esquerda bem comportada, unidas em santa cruzada com a direita
ancestral para acusar jovens e velh@s anarquistas de desafiar o
sistema (como se o anarquismo tivesse outra opção), além de decompor
suas cenografias (o de apagar a luz é para não ver @s anarquistas?), e
que é levada ao delírio com qualificativos como “anarco-falcões”,
anarco-provocadores”, anarco-articulações”, “anarco-etcetera” (li por
aí o qualificativo de “anarco-anarquista”, não é sublime?), nós, os e
as zapatistas, não podemos ignorar o clima de histeria que, com tanta
firmeza, demanda e exige que se respeitem as vitrines (que não
mostram, mas ocultam o que acontece por trás do mostrador: condições
de trabalho escravistas, nenhuma higiene, má qualidade, baixo nível
nutricional, lavagem de dinheiro, fraude fiscal, fuga de capitais).
Porque agora acontece que esses roubos mal disfarçados chamados
“reformas estruturais”, que a desapropriação trabalhista do
magistério, que a venda “outlet” do patrimônio da Nação, que o roubo
que o governo perpetra contra os governados com os impostos, que a
asfixia fiscal -que favorece só os grandes monopólios-, que tudo é
culpa dos anarquistas.
Que as pessoas de bem já não saem às ruas para protestar (ouça, mas
se aí estão as marchas, os plantões, os bloqueios, as faixas, os
panfletos. Sim, mas são de professor@s-
motoristas-ambulantes-estudantes-ou-seja-gente-de-província, eu digo
gente bem-bem-do- df. Ah. A mítica classe média, tão cortejada e ao
mesmo tempo desprezada e defraudada por todo o arco da mídia e da
política-), que a esquerda institucional também desapropria os espaços
de manifestação, que o “único opositor ao regime” tem sido ofuscado
mais uma vez pelos sem nome, que a imposição arbitrária se chama agora
“diálogo e negociação”, que o assassinato de migrantes, de mulheres,
de jovens, de trabalhadores, de crianças, que tudo é por culpa dos
anarquistas.
Para aqueles que militam e se reivindicam como da “A”, bandeira sem
nação nem fronteiras, e que são parte da SEXTA, mas que militam de
verdade e não como moda de vestir ou de calendário, temos, além de um
abraço companheiro um pedido especial:
Compas Anarquistas: todos e todas nós zapatistas não vamos culpá-los
de nossas deficiências (incluída a falta de imaginação), nem vamos
torná-los responsáveis de nossos erros, nem, muito menos, vamos
persegui-los por serem quem são. E tem mais. Conto-lhes que vários
convidados em agosto cancelaram sua participação porque, disseram, não
podiam partilhar a aula com “jovens anarquistas, esfarrapados, punks,
com piercing e cheios de tatuagens”, que esperavam (os que não são
jovens, nem anarquistas, nem esfarrapados, nem punks, nem cheios de
piercings ou de tatuagens) um pedido de desculpas e que se depurasse o
registro. Continuam esperando inutilmente.
O que queremos lhes dizer é que, no momento do registro, entreguem um
texto, de no máximo quatro laudas, onde respondam às criticas e
acusações que lhes são feitas na mídia paga. Dito texto será publicado
numa sessão especial de nossa página eletrônica
(enlacezapatista.ezln.org.mx) e numa
revista-fanzine-ou-seja-lá-como-se-diga a ser lançada no mundo
mundialmente mundial, dirigida e escrita por indígenas zapatistas.
Será uma honra para tod@s nós que em nosso primeiro número a sua
palavra esteja junto com a nossa.
Que tal?
Sim, pode ser uma lauda com uma única palavra que ocupe todo o
espaço: algo como “MENTEM!”. Ou algo mais amplo como “Explicaria a
eles o que é o anarquismo se achasse que vão entender”, ou “ O
Anarquismo é incompreensível para os anões de pensamento”; ou
“As transformações reais aparecem antes na nota vermelha”; ou “Não
estou nem aí com a polícia do pensamento”; ou a seguinte citação do
livro “Golpes e Contragolpes” de Miguel Amorós: “Todo mundo deveria
saber que o Black Bloc não é uma organização, ma sim uma tática de
luta de rua semelhante a “Kale borroka”, que uma constelação de grupos
libertários, “autônomos” ou alternativos, vinha praticando desde as
lutas dos squats (“okupações” ) nos anos 80 em várias cidades alemãs”
e acrescentar algo como “se vão criticar, pesquisem bem antes. A
ignorância bem redigida é como uma idiotice bem pronunciada: tão
inútil quanto”.
Enfim, tenho certeza de que não lhes faltarão ideias.
(…)
Valeu. Saúde e, acreditem ou não, o mundo é maior do que a manchete
mais escandalosa da mídia. Questão de ampliar o passo, o olhar, o
ouvido…e o abraço.

Das montanhas do Sudeste Mexicanos.
O SupMarcos.
Porteiro da Escolinha e encarregado de dar más notícias.
México, novembro de 2013.”

Flavio Levi

De fato, como afirma Lincoln Secco “[…] Inegavelmente a estratégia lulista de conciliação de classes tem sido referendada pelo voto”, no entanto a causalidade sócio-histórica desse processo, está muito além das conveniências políticas do PT ou do próprio Lula. A estratégia social democrata tardia do petismo, recolhe suas determinações causais no processo retardatário de formação do capitalismo brasileiro, que não institucionalizou com suficiência sócio-política canais de representação e participação que contemplem os atores subalternos. Coube ao único partido de massas da classe trabalhadora com inserção institucional e parlamentar, promover a modernização conservadora do capitalismo nacional. Entretanto, a perspectiva da revolução socialista nunca pautou as pretensões do partido. O PT já nasceu sob o signo da conciliação de classes, algo diferente até mesmo do fenômeno de Allende no Chile.

Por um partido revolucionário, de massas e comunista!

Elias

“O objetivo público de Lula é acabar com a hegemonia tucana naquele Estado (São Paulo, grifo meu). Cada vez que o PT endossa o discurso de defesa da Ordem, a imagem do governador paulista se reforça. Simplesmente porque todo discurso conservador favorece quem já está no poder.” Lincoln Secco

Discordo. Quando o PT e a presidenta defendem a Ordem, não necessariamente endossam a imagem de Geraldo Alckmin. Pelo contrário, reforçam a fraqueza do governador ao lidar com a adversidade de uma manifestação popular, iniciada pelo Movimento Passe Livre. O governador ficou aquém de seu momento histórico, não soube negociar aquela manifestação pacífica e preferiu usar a truculência, como resolução rápida, e depois dos resultados assustadores voltou atrás e retirou o aumento das passagens de ônibus. Muito se fala dos Black Blocs, mas quase nada se fala do estopim da explosão de junho. Sabe onde foi, Lincoln? Na Consolação. Na subida da avenida, próximo à Praça Roosevelt, a PM começou a descer o pau. Sob as ordens do comandante da PM, mas, sobretudo sob as ordem de Geraldo Alckmin. Foi aí que surgiu o contra-ataque dos jovens que não tinham nada a ver com Black Blocs. Em resposta, a polícia liberada por Geraldo Alckmin, começou a meter bala de borracha em tudo que via pela frente, até chegar ao olho da jornalista Giuliana Vallone que com suas fotos espalhadas na internet e na mídia causou indignação a todos. Nos dias subsequentes surgiram os Black Blocs, algo que eu não sei o que é me parece que ninguém sabe. Nem o ministro Gilberto Carvalho que sugere dialogar com eles…mas quem são eles? Portanto, colocar panos quentes, apaziguar situações aberrantes, não significa estar de acordo com as políticas adotadas pelo governador de São Paulo. Significa sim, que em mudando esse governo muita coisa pode melhorar. E aqui nem falo de PT. Refiro-me a escorraçar esse partido que há 20 anos governa São Paulo com métodos neofascistas.

Zilda

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05/11/2013 – Copyleft

Marco Aurélio Weissheimer

Marco Aurélio Weissheimer

Black blocs: paradoxos e imposturas

Black blocs: paradoxos e imposturas

Há mais democracia e política numa lixeira instalada por uma prefeitura em uma calçada do que no ato estúpido de alguém que a arrebenta gratuitamente.

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O fenômeno envolvendo os chamados “black blocs” traz consigo alguns paradoxos que vem expondo imposturas intelectuais perigosas para a democracia. Cabe, aqui, qualificar bem em que sentido está sendo usada a palavra “impostura”. É em seu sentido mais literal mesmo: ação de enganar com falsas aparências ou falsas imputações. Pois não faltam falsas aparências e falsas imputações neste debate, se é que pode ser chamado assim.

A primeira delas é que há muito sendo dito sobre os “black blocs”, mas a maior parte é por terceiros, ou seja, por pessoas que não reivindicam fazer parte desse…grupo, movimento…(??). Uma frase repete-se com frequência nestas falas: eu sou contra sair quebrando tudo, mas…A tolerância expressa na adversativa mal consegue disfarçar a frouxidão com que é tratada a primeira parte da frase: por que é mesmo que você é contra sair quebrando tudo?

É curioso: Quem topa ser black bloc não fala, prefere a ação direta violência no lugar da palavra, da representação. E quem fala, para explicar ou justificar essas ações, não topa ser black bloc na prática. Curioso e sintomático.

Quebrando McDonald’s, Itaú, Banco do Brasil, Banrisul, lixeiras, museus, prédios particulares, carros, seja lá o que for. A lista é ecumênica. Aos olhos de alguns e de algumas, tudo isso é resultado desse “sistema que está aí e que não nos representa, Basta! A rebeldia nas ruas é a resposta à impunidade, à violência policial e à podridão da política”. As conversas vão por aí.

Mas não há vozes black blocs propriamente, pois a sua voz se expressa na quebradeira e no enfrentamento com a polícia. As vozes black blocs são terceirizadas e os terceirizados se restringem ao plano discursivo. As falsas aparências e as falsas imputações andam de mãos dadas e tem em seu horizonte a irresponsabilidade política.

Irresponsabilidade aí, tomada no sentido literal da palavra também: não respondem por seus atos, pois eles não esperam uma resposta, uma vez que desqualificam completamente qualquer interlocutor político, já que essa esfera não representa nada. A ausência da representação é o ninho onde já foram chocados muitos ovos de serpentes. Os black blocs não topam se organizar, não há sequer um grupo identificado como tal. Suas vozes terceirizadas muitas vezes estão organizadas e usam as ações dos primeiros segundo suas conveniências.

As imposturas intelectuais e irresponsabilidades políticas envolvendo esse fenômeno atingiram um nível alarmante. Há mais democracia e política numa lixeira instalada por uma prefeitura em uma calçada do que no ato estúpido de alguém que a arrebenta gratuitamente. Há mais democracia e política numa lâmpada que ilumina uma rua à noite do que no ato de quebrar um caixa eletrônico do Banco do Brasil com um taco de beisebol.

A instalação dessa lixeira, dessa lâmpada, tem uma longa história atrás dela. É a história da construção de algo chamado política pública, vida em comum, democracia. As instalações de um banco público também. Um vaso de um restaurante instalado em uma calçada, idem. Justificar ou relativizar esses atos estúpidos expressa uma mistura de desprezo e ignorância sobre o valor e os limites da democracia, que sempre é imperfeita.

A história da democracia no Brasil é recente e frágil. Parece haver uma cultura no país, à esquerda e à direita, que não hesita em abrir mão de dispositivos básicos da democracia em nome de uma indignação “contra tudo o que está aí” e “não nos representa”. Passou da hora de começar a dizer algumas coisas pelo nome: o discurso contra a representação é um discurso contra a democracia e a favor da violência e da anomia. Não há vida comum possível sem níveis e instâncias de representação e de hierarquia. Sem isso, estaríamos todos urrando no meio do mato, posição esta que parece exercer uma força de atração nostálgica para alguns.

A violência policial no Brasil é uma herança da ditadura. Mas não é só isso. A violência está presente desde o batismo desse país. Violência e racismo. Violência contra os índios, contra os negros, contra os mestiços, contra os mais pobres, contra as mulheres. São séculos de violência semeada zelosamente no solo social e cultural de uma sociedade que ainda parece desconfiada da democracia.

Desconfiada da democracia significa, entre outras coisas, desconfiada da política, do voto, dos partidos, dos parlamentos, das instituições. Há problemas? Muitos, vários. Mas há muitos avanços também. E o equilíbrio entre problemas e avanços só pode ser encarado, de um modo positivo para a democracia, por meio da política, da representação, do debate público, da recusa à terceirização da voz e da identidade.

A aposta na violência nas ruas que recusa a política e a representação acaba por desenvolver uma simbiose perversa com a violência policial e institucional que marca a história do Brasil. Deixa de ser sua adversária e passa a depender dela para sobreviver como fenômeno social. È uma outra face dessa mesma violência perversa e ignorante que despreza a democracia.

Não é à toa que quem se dispõe a sair na rua arrebentando uma lixeira, uma sinaleira, uma lâmpada, um carro ou a vidraça de um banco, não tem voz, recusa ter voz. E não é à toa também que quem pretende falar por estes que recusam ter voz, não os acompanham nas quebradeiras. Aí a impostura se abraça no oportunismo e compõe um pirão político-ideológico que nunca resultou em boa coisa. Não há nenhuma rebeldia aí, só o velho conservadorismo brasileiro que está sempre disposto a sacrificar a democracia emprestando sua voz para aquilo que não quer ter voz alguma.

Há mais política e possibilidade de democracia em um candidato do PSTU à vereança de alguma cidade, em uma reunião do PTB no interior do país, em um militante sindical do PCO panfleteando em uma porta de fábrica, em uma assembleia do Movimeno Passe Livre ou em um militante do MST protestando numa rodovia do que em uma turba enlouquecida quebrando tudo pelas ruas, ávida pelo encontro com a polícia. O que este encontro busca e propicia é a morte e a destruição de qualquer possibilidade de algo que mereça ser chamado de democracia.

A aposta na violência das ruas e no enfrentamento da violência policial com mais violência só favorece o caldo de cultura conservador que se alimenta do discurso do medo e da insegurança. Essa lógica, como foi dito acima, embora pretenda ser denunciadora da ação policial e da perda da legitimidade da representação política
mantem, na verdade, uma simbiose perversa com a violência e com o autoritarismo.

    RETAS DE VISTA

    É impressionante como a abordagem predominante da maioria dos comentaristas – e agora também do Marco Aurélio – tem sido adotada no sentido de estabelecer se devemos apoiar ou não a violência dos “Black Bloc”. Mas isso, nem de longe, é o central. A pergunta que deveria estar sendo feita é por que esses meninos não se identificam com os partidos políticos de esquerda? E mais:será que essa não identificação, para além de se manifestar entre os “Black Blocs”, predomina igualmente na juventude das periferias como um todo, sob outras formas, algumas destas muito mais reprováveis ,a meu ver, embora não sejam contestadas pela esquerda governista ( até onde existir ainda esquerda no governo), porque aparentemente, não “perturbam a ordem” da santificada sociedade classista burguesa? Invertendo a pergunta: se os partidos de esquerda estivessem priorizando a organização, mobilização e conscientização das camadas populares, (o que demandaria muitos enfrentamentos políticos com o próprio governo que alguns destes partidos trabalharam por eleger), ainda assim os “Black Bloc” teriam tantos meninos indignados para recrutar? A meu ver, independentemente da condenação política ou moral por parte de indivíduos, mesmo que honestos como o Marco Aurélio, não mudará a tendência de crescimento do movimento “Black Bloc”, e muito menos se a repressão e criminalização se abater sobre os mesmos. Tão pouco adiantará pousar de pacifista, de forma unilateral, sem considerar o contexto geral em que ocorrem as ações dos “Black Bloc” e as reações da direita midiática conservadora contra o mesmo, e enfatizar sua repulsa pela violência. Podemos ser contra à maior parte da violência praticada pelos Black Bloc, e manisfestar nossos motivos escolhendo alguns alvos dessa violência como o fez Marco Aurélio, de tal sorte que a mesma transpareça como absurda e sem sentido, como nos exemplos dos ataques às latas de lixo e aos autocarros particulares, com 50 prestações facilitadas pelo governo empenhado em “transformar o Brasil em um país de classe média”, ainda por pagar. Realmente o ângulo escolhido para se tirar a foto dependerá sempre do que o fotógrafo pretende destacar. Mas e quando os Black Bloc enfrentam a tropa de choque da PM, deveríamos igualmente reprovar? E se eles quebrassem apenas vidraças de bancos, poupando os museus, os pontos de ônibus,as pobres e inocentes latas de lixo, nossa repulsa deveria continuar ainda assim sendo a mesma? Na minha opinião,nesses dois exemplos alternativos, caberia até um questionamento relativamente a eficiência do propósito simbólico representado pela quebra das vidraças, mas, por outro lado, deveríamos reconhecer um nível de consciência política bem mais elevado ao serem poupados os museus, os pontos de ônibus, etc e – é claro, não podemos nos esquecer jamais – as inocentes e indefesas latas de lixo. Quanto à resposta à violência da PM, lamento que existam entre nós quem a condene. O tema da violência não é um tema destinado a considerações éticas, puristas. Trata-se de tema político e, como tal, independentemente da vontade de quem quer que seja. O Brasil não será transformado necessariamente pela via pacífica ( falar em via pacífica em um país marcado pela violência institucional como nosso poderá parecer um despropósito) por que os pacifistas de esquerda ( e todo indivíduo autenticamente de esquerda necessita ser um pacifista , por princípio) o desejaram. Para que este caminho pacífico seja viável é necessário que os pacifistas de direita também constituam a maioria. Caso contrário, a questão de ser pacifista ou não perderá sentido político, cedendo lugar à questão de ser consequente ou não, de combater a violência reacionária com a violência revolucionária. Mas , à guiza de conclusão, deixo a indagação: por que a esquerda tradicional revela não ter nenhuma representatividade e capacidade de canalizar a rebeldia natural, bem-vinda, alvissareira e transformadora, da juventude, sobretudo da parcela que constitui a sua parte que parece ser a mais avançada, disposta a travar batalhas campais com instituições reacionárias como a PM? Devemos nos juntar aos que condenam esses jovens, considerando-os vândalos irrecuperáveis como os Datenas e os Marcelos Resendes costumam considerar os criminosos comuns, reivindicando o fim do estatuto do menor e da adolescência e a pena de morte? Não seria melhor imaginar que toda essa combatividade poderia ser atraída para o nosso lado, passando a ser canalizada para a luta, segundo métodos mais consequentes e sopesados politicamente, pelo programa socialista que defendemos?

    francisco.latorre

    melhor análise. até agora.

    foi ao ponto. certeiro.

    ..

    no brasil. violência é chaga.

    serviu e serve ao reacionarismo mais torpe.

    é a antipolítica. força bruta.

    e na hora da força bruta..

    sempre sempre sobra pros fracos indefesos.

    violência. não é remédio. é doença.

    ..

Igor Tkaczenko

É realmente necessário dizer mais alguma coisa sobre o texto? Comentar o que? Ah, sim … concordo.

Osmar Martins

Olha, sinceramente eu não sei qual é a desses manifestantes. Também não sei o que pensa quem os defendem… Por que não sei os que eles pensam ou defendem como bandeira…Por mais que haja interesses subjacentes é impossível dar crédito a esse tipo de protestos…

José X.

O interessante é o articulista dizer que o PT “escolheu” o Alckmin, quando aqui em SP são os próprios black blocs (e a extrema-esquerda burra em geral) que poupam Alckmin…Aliás, me parece que o problema da extrema-esquerda é parecido com o de outros “esquerdistas” como Roberto Freire: uma inveja enorme de nunca terem chegado ao poder, como o PT. Essa inveja os corrói e apodrece por dentro.

Mardones

A ação do bloco negro é como a ação dos governos: inadequada. Para dizer o mínimo.

É preciso dizer que a opção do PT em São Paulo, não fazendo sangrar o PSDB, como este fez como PT no mensalão é também por falta de apoio na imprensa. Digo também porque é notório o alinhamento de um segmento do PT paulista (grupo de comanda o PT atualmente) com o não enfrentamento das causas dos problemas. A opção pela mudança sem abalos na ordem vigente.

JoãoP

Prezados Azenha e Conceição:
sou muito grato ao Viomundo porque ele dá uma enorme contribuição na defesa dos interesses dos cidadãos basileiros, lutando contra as inúmeras picaretagens que andam por ai, procurando sempre enriquecer o debate político.
Mas, com todo o respeito, acho que vocês estão equivocados com grupos do tipo Black blocs. Qual a contribuição deles para o aperfeiçoamento das instituições democráticas?
É claro que o governo Dilma merece várias críticas: enche os bolsos do PIG, as teles mandam e desmandam, ela cedeu nos juros ao mercado, a Escola Pública para a maioria da população, até o ensino médio, continua tão ruim como no tempo dos tucanos, etc.
Pode ser limitação minha, mas até agora
o que os Black blocs mostraram é ódio e violência, “legitimando” a polícia truculenta dos tucanos, estimulando ainda mais a criminalização dos movimentos sociais.

lulipe

No PT nada se cria, tudo se copia, para o bem e para o mal….

Fabio Passos

A esquerda tem um dever histórico: Acabar com a sociedade de classes e a ditadura do capital.
A esquerda que opera dentro das instituições burguesas não pode abdicar de seu dever e trabalhar para sustentar o status quo.

Os jovens querem enfrentar o poder econômico que sustenta o regime.
Uma pena que todo este potencial revolucionário seja desperdiçado.

assalariado.

Sim, a esquerda envergonhada e seu governo social democrata quer fazer uma transição lenta, gradual e segura, rumo a economia neoliberal da qual sempre contestou. Ah, mas e a luta de classes? Bom, neste quesito o pessoal da 3ª via petista se espelha, com certeza, na velha Europa donde os resultados malignos para o seu povo e os assalariados da nação, todos sabemos.

Ah, mas e o Black Bloc, nesse quesito, o articulista deixa claro que, o BB é apenas um mote para comparação de luta pragmática e organização politica inexistente, diante do que esse partido representa na atualidade para uma boa parte das massas.

A estagnação politica ideológica desse partido e do governo da vez, está voltada exclusivamente para administrar o modo de produção capitalista que, de forma vergonhosa, a qual se entregou a ordem burguesa de governar, resolveu através de um sentimento de culpa pragmática, jogar alguns farelos do pão da mesa da burguesia no colo dos deserdados sociais e sua prole. Nunca passou disso.

Ah, mas e o Alckmin do PSDB, não tenho palavras para descrever esse moleque de recados do capital, que a mídia burguesa esconde a todo custo quando explode e se expressam nas ruas de SP os ‘vândalos’ mascarados, mas que, como governante nunca se posiciona quanto ao vandalismo de sua policia, aqui na periferia. É serviçal cego e absoluto do neoliberalismo e o que tem de pior em matéria de subjugar o povo e um país, perante os donos do capital nacional e internacional.

Ah, mas porque a comparação entre os três modos de fazer politica. Ora bolas, o BB, como sabemos, devido a sua não clareza politica e seus pós protestos nunca sabemos qual será a ressaca politica depois das lutas que trava com os milicos, braços armados do capital, é uma incógnita politica com ligeiro viés golpista de direita. O PT e seu governo como descrito no comentário muito bom do (Sr. RETAS DE VISTAS às 11; 32hs), apenas tem como finalidade de continuar sentado no colo da burguesia capitalista, da qual o PT ainda não conseguiu cadeira cativa, mesmo estando 10 anos de calças arriadas para o capital. Um estranho no ninho, mesmo fazendo todo o ‘beaba’ econômico que os capitalistas lhes impuseram como ‘governabilidade’, lá em 2002. Sim, apenas um tucano de penas vermelha.

Saudações Socialistas.

Wagner Iglecias: O fim da autoridade? – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Lincoln Secco: Diante dos Black Blocs, o PT escolhe Alckmin […]

    gabriel brito

    A unica coisa equivocada é essa insistencia de “extrema esquerda”, que parte de um pressuposto de que alguns partidos do poder seriam a esquerda. O artigo esclarece pela enésima vez que a esquerda continua esquerda, mais normal do que se pensa. Quem aderiu ao neoliberalismo total é que precisa ter sua etiqueta revista.

    Matheus

    Pois é, acho estranho rotularem partidos que se opõem ao governo federal pela esquerda de “extrema-esquerda”, como se tivéssemos um governo de esquerda.

Urbano

Essa potoca de conciliação de classes e avanços lentos no Brasil, eu creio que oficialmente tenha se iniciado em 1822. No entanto, bem antes desta data o G(n), que em face da autofagia tornou-se G7, já nos rapinava. Para as provas mais recentes, basta que se observe os diversos coágulos de sangue sob as garras; a privataria e a arapongagem recente via internet são exemplos desses coágulos. Com esse breve quadro, podemos perceber claramente que a lentidão e conciliação sugeridas só pode fazer mesmo com que o povo sofrido avance a passos largos para o caos total da plena miséria, pois só vão sobrar para ele as cicatrizes da terra.

    Urbano

    Melhora com: …lentidão e conciliação sugeridas só podem fazer mesmo…

    Urbano

    Além do mais,o trabalho desenvolvido pelo Eterno Presidente Lula é pari passu o ocorrido quando se está numa bicicleta, se parar cai, e se for muito lento o equilíbrio se torna bastante deficitário.

francisco pereira neto

Eu conferi a Plataforma Lattes e vi que o professor é um estudioso do PT. Tem vários trabalhos; livros, artigos, capítulos versando sobre o partido.
Não é a primeira vez que faço comentário sobre a superficialidade dos seus artigos.
Além de não concordar com muita coisa que escreve, neste texto leio absurdos tais como:”Infelizmente para ele, no dia seguinte às manifestações a velha PM, ungida em defensora dos direitos democráticos, não se conteve e voltou a atacar, matando um adolescente na periferia paulista. Mas dessa vez houve uma insurreição espontânea e não foi possível culpar os blocos negros por ela”.
Não se pode alegar a morte do jovem, como um fato isolado, que só veio a ocorrer porque o governador deu a ordem para a PM não tolerar o vandalismo do BB. Mortes como essa, do jovem, vem ocorrendo todos os anos e principalmente nos governos tucanos.
Nós aqui de São Paulo achávamos um absurdo o RJ viver sob a tutela do Comando Vermelho. E não é que os tucanos em São Paulo com sua frouxidão, permitiu que o PCC superasse o CV no RJ. Alguém tem ouvido falar em CV, pelo menos nos últimos dez anos? A gestão tucana em São Paulo é um desastre, e na segurança pública perdeu completamente a guerra.
Neste outro trecho é de doer: “O mais provável é que o PT esteja na armadilha do lulismo. Ele garantiria a vitória nacional em troca da derrota em São Paulo”.
Precisa comentar sobre isso?
O blog trás muitos bons artigos, polêmicos, que suscitam comentários apaixonados, de sair faísca, como o Leilão de Libra. Mas este é muito chocho. Não acrescenta nada.

Bruno

O problema dos artigos de Lincoln Secco é também o generalismo – tratar genericamente as posições do PT, que sempre tiveram mas que ainda hoje se reafirmam muito distintas. No último período, abraçou certo sectarismo, que é compartilhado por militantes do PSOL. Curiosamente esses, quando recebem questionamentos da ação de alguns de seus militantes ou dirigentes, como é o caso da Deputada Janira do Rio de Janeiro, rapidamente reafirmam que ela “representa certa parcela do PSOL, mas não o todo”. Se compartilho da crítica de Secco ao nosso terrível Ministro da Justiça, considero muito positiva a avaliação de Gilberto Carvalho sobre os que adotam a tática “black block”. Mas muito diversa ainda é a crítica que a esquerda petista faz aos voluntaristas que adotam a tática violenta ofensiva (não se tratam de táticas defensivas). Críticas essas compartilhadas por Maringoni e outros intelectuais e militantes que não são petistas, muito pelo contrário. A crítica política e não moral que é feita pela esquerda é que tais táticas afastam o apoio popular às manifestações, reforçam frente aos olhos da maioria da população a repressão policial e escondem a própria atuação violenta da polícia. Este “esquerdismo” voluntarista traz prejuízos reais aqueles que apostam na mobilização popular para construir avanços na sociedade, porque não estabelecem nenhum diálogo com a consciência média da população, erro que a esquerda já incorreu há décadas atrás e que fez autocrítica na prática, ao adotar outros métodos distintos. Se é real a burocratização de parte do PT, como ademais também em outros partidos que se colocam à esquerda do PT, é totalmente injusto e irresponsável não reconhecer que como partido plural também as manifestações de Junho trouxeram efeitos em seu interior. Como afetou inclusive o posicionamento do Governo Federal em alguma medida.

    francisco.latorre

    isso isso.

    falou tudo.

    ..

Narr

Não se trata de se aliar aos black blocs, mas de se alinhar no mesmo campo de crítica ao autoritarismo do governo estadual e do poder das corporações.
Se o partido A discorda do partido B por causa dos métodos empregados para alcançar o objetivo, mas ambos concordam com os objetivos gerais, então eles se alinham num campo sim. E é possível, eventualmente, encontrar linhas de ação cooperativa.
Quando o pau cantou na avenida, a multidão a atacar com paulada os grupos de esquerda, literalmente os petistas, os militantes do PSOL e do PSTU deram as mãos. Naquelas circunstâncias estavam alinhados numa causa comum, o direito de os partidos de esquerda se manifestarem ou, mais embaixo, o direito de não serem linchados na avenida.
Os black blocs estão equivocados em um monte de coisas, há bandidos que se aproveitam para saquear, a violência assusta a população, tudo isso é ruim. Mas pior do que isso é dizer que Alckmin está certo. Que a PM tem que encontrar meios mais humanistas para descer o cacete no povo.
O que o PT proporá? Pela porrada humanista? Pela bordoada respeitadora dos DH? Da bala de borracha furadora de olho dentro das prerrogativas constituiconais e do Estado de Direito?

Narr

Preâmbulo: não sou provocador. Sou eleitor do PT desde da fundação.
Vamos encarar os fatos de frente. As manifestações botaram os petistas pra correr da avenida, a popularidade da Dilma despencou, a Globo ficou exultante. O PT se apavorou por motivos óbvios.
O rumor das ruas a qualquer momento pode explodir num grande Fora Dilma! Os black blocs podem acabar com a Copa do Mundo.
Há perigo de caos e exigência do “papel constitucional das Forças Armadas”? Claro, tememos o golpe. Mas sejamos sinceros, o PT teme mais é o crescimento do antipetismo das ruas e daí para as urnas.
As grandes manifestações do “fora políticos” foram em grande parte o pêndulo do “vou votar em quem não é político”. Esse pêndulo já passou outras vezes, no Jânio, no Collor e agora pode passar e levar DuduMarina.
Lincon Secco acerta num ponto: o cagaço do PT diante das ruas levou o partido a assumir o discurso alckmista. Entregou a iniciativa à direita.
Onde estão as velhas palavras de ordem do tipo “não queremos quebrar os bancos, queremos derrubar o domínio dos banqueiros”, “o inimigo não é prédio da agência, é o dono da agência”ou “Quem tem que ser desmascarado é Alckmin”.
Essa partida, entretanto, parece que está perdida. Embora o PT seja legítima oposição em São Paulo, teme ou não consegue botar gente na rua.

Neusa Martins

Hordas de bárbaros “invadiram e acabaram” com o Império Romano, sem deixar nada melhor em seu lugar. Desde quando Horda faz revolução?

    viviane

    O autor não defende a violência, mas está criticando a postura do governo frente a ela, certo?

    Narr

    Isso é anacronismo. Não somos o império romano, os black blocs não são bárbaros nem os bárbaros antigos eram “bárbaros”.
    Aliás, grande parte migração bárbara sobre Roma foi ocupação pacífica.
    A questão é que não se trata de rejeitar o movimento e apoiar inoncionalmente Alckmin. Trata-se de compreender os motivos e fazer a crítica pela esquerda: a melhor maneira de combater os banqueiros, companheiros, não é quebrar vidraça de banco.

    Giovani Bonfanti

    Procure no dicionário o significado da palavra horda.
    De outra forma, no que refere aos saqueadores oportunistas, também aconselho ler Rosa Luxemburgo, que considera o Lumpen-proletariado(os marginalizados)uma classe não revolucionária, e sim contra-revolucionária. Para as massas despolitizadas e despossuídas, não há nada de educativo na ação dos black-blocks.

Marcio Kontopp

Perfeito Secco. Análise sóbria e sem fanatismo (que parece sobrar para os companheiros de partido). As vezes tenho impressão que alguns petistas prefeririam ver a mãe queimando do que ver alguém discordar das políticas oficiais do partido, o que faz com que esses, mesmo achando que são o suprasumo militante, não se deem conta que enterrem a verdadeira razão de ser de um partido político legitimamente de esquerda: um livre pensar crítico. Parabéns também pelo livro sobre a história do PT, estou terminando de ler essa semana e achei excelente. Abraços!

Julio Silveira

Para minha eterna surpresa na politica, não entendo como estas pessoas que hoje governam o Brasil podem ter se metamorfoseado tanto e de tal maneira que esqueceram seus momentos de combatentes da Ditadura.
Como podem ter esquecido a forma com que combateram, muitas vezes mais agressiva contra o sistema em forma e conteúdo que esses desse grupo que apelidaram Black Blocs. Será que só se justificou por que naquele momento a opressão era oficialmente instituída? Se não fosse poderiam ter agido da mesma forma? E hoje dentro dessa democracia está certo? democracia que esconde uma opressão camuflada, que continua ignorando grandes parcelas da cidadania, fazendo dessa parcela não cidadãos, ou sub cidadãos, de pouquíssimos direitos mas múltiplos deveres, cobrados com severidade e indiferença. Essa mudança nas analises para as conjunturas não esta sendo justa. Não consigo compreender que lógica move essas pessoas, para se classificarem como heróis no passado reivindicando até direitos especiais em detrimento e as custas da cidadania, e hoje, sem cerimonia, processam os atos contestatórios justificáveis dentro de uma sociedade que precisa, e muito, mudar seus conceitos e sua cultura, como atos de criminalidade. Em se tratando de politica, a razão de tudo em nossos diversos momentos de insatisfação e sem fazer sequer suas Mea culpa, é que urgem mudanças drásticas de rota em direção a democracia de fato. Essa da democracia possível já se esgotou, por que já se sabe que foi determinada por quem quer a manutenção dos privilégios e da exclusividade. A democracia que o povo pode ter. Um sistema para ser usado, não pela cidadania mas por aqueles que dominam o sistema e usam suas normas para uma garantia politicamente correta e palatável dos seus julgamentos. Mais como um instrumento de pouca profundidade. E o PT absorveu isso, abdicou de seu papel reformador de consciências e hoje caminha sem pudor na direção conservadora, demonstrou isso quando deixou de procurar atender a expectativa da cidadania no aprofundamento democrático e cultural, quando aceitou e adotou a forma e o conteúdo politico apregoado pelos conservadorismo nacional como único modo aceitável de fazer politica no País, abdicando de seu passado necessário que hoje se comprova nas consequências.
No Brasil a ideologia única conservadora se traveste para suprir os gostos e as necessidades ideológicas de cada cidadão, como num supermercado, tendo a cultura de cada um como sua moeda de compra. Infelizmente ainda não temos um Procon para o consumidor da politica.

Antonio Correa – SP

Sinceramente, o que deseja o ilustre articulista ao defender o caos em busca do nada que apregoam os blocos negros ?

Vandalos é o mínimo que merecem ser chamados esses inconsequentes que pregam a volta a uma sociedad pré-Estado.

Então tá, acabamos com o Estado, o capitalismo e a sociedade atual e depois colocamos o que mesmo no lugar ? O governo de cada um por sí e Deus por ninguém ?

Esse jornalista é um black Block do teclado, vai por fogo na sua casa e dê um exemplo da sua seriedade nesse discurso sem pé nem cabeça.

Se for acreditar no que ele receita o PT devia se aliar aos black blok nas manifestações em são paulo contra os tucanos.

É cada um que me aparece.

Pelo seu artigo e enfase que os defende, seu Linconl deve fazer parte desse bando de vandalos mascarados.

    Giovani Bonfanti

    Até parece, mesmo, que em nome de não concordar e não fazer coro com o des-governador devemos ser omissos frente à violência destes rebeldes sem causa, que nada constroem, apenas destroem! Então, caso cruzemos os braços,e se ninguém tomar nenhuma atitude ficaremos TODOS reféns destes grupelhos que estão dispostos à esculhambar a Copa do Mundo no Brasil, e avacalhar o processo eleitoral de 2014.Se isso não é ingenuidade, é a omissão e o democratismo que interessa apenas à quem está empenhado em negar a política como forma de resolver os conflitos sociais. Democratismo em que é aceito o inaceitável para não ser taxado de autoritário, ou “de direita”. O resultado é, por omissão, justamente, o fortalecimento da direita, e da extrema-direita. Aliás, ao meu ver, defender a Democracia também inclui reprimir (dentro da Lei; portanto, sem abusos) os que não agem de forma democrática, e que ao semear o caos e banalizar a violência contribuem para criar uma atmosfera de descontrole institucional: um estímulo e um convite para o golpismo.

Caio

“no mínimo teríamos que reconhecer que o fazem porque os nossos velhos programas não lhes interessam”

E o que interessa aos “anarquistas”? Não dá pra ser sério com esse tipo de texto. Vamos citar uma experiência anarquista que não ultrapasse um bairro. E por favor, não usem como exemplo o País Basco que importa peças para sua indústria “autogestionária” da China e Brasil. A alternativa sem o Estado e sem o Capital é o que? Utopia não é, considero utópico alguns valores bem diferentes que desestabilização política com discurso medíocre, alienado e salvador de beagles!

O professor Secco deveria reler o debate entre os dois barbudos. Alguns argumentos postos pelo barbudo alemão me fazem crer que no embate das ideias o russo saiu nocauteado!

Sobre a aproximação entre PT e PSDB se trata de manter um mínimo de segurança institucional, pra que o país continue funcionando. A ninguém interessa a desestabilização. De maneira análoga, o PT Federal não daria as costas ao governo do estado de SP durante a movimentação do “revolucionário grupo que comanda os presídios de SP” (os acadêmicos adoram enaltecer), outrora também conhecido como PCC.

Nem todo movimento contestador é revolucionário. E se a luta tem que acontecer, que aconteça. O que estamos vendo é um grave precedente para criminalização de movimentos sociais. Desde quando os movimentos de moradia e os movimentos de trabalhadores rurais estão na luta?

Contra o que os BB lutam sabemos, mas o que querem?

    RETAS DE VISTA

    Você confunde ações espontâneas de luta com anarquismo. Embora sejam similares, não são a mesma coisa. Há variadas formas de encarar os “Black Bloc”. Você insiste em afirmar que eles não são da periferia ( não conheço a todos. Só consegui contatar uns poucos. Em relação a esses, posso afirmar: todos residem em bairros periféricos). Mas o que importa estabelecer, primeiro, é o seguinte: são baderneiros mascarados fantasiados de preto ou jovens imbuídos de legítima rebeldia? Se se trata realmente de arruaceiros de direita, como alguns comentaristas afirmam categoricamente por aqui ( espero que estejam fundados em dados concretos, objetivos, apurados, e não em seus preconceitos irresponsáveis), então nada haveria que fazer a não ser combatê-los , somando-nos à mídia conservadora e ao PSDB , numa inusitada frente super-ampla em suposta defesa da democracia. Entretanto, se não são “baderneiros mascarados fantasiados de preto”, mas protagonistas de uma justa manifestação de rebeldia juvenil, então podemos passar ao segundo ponto, qual seja, a questão de saber se a tática black bloc é ou não consequente. Se a resposta for positiva, então devemos também confeccionar nossas próprias máscaras e nos juntarmos a eles nas próximas jornadas. Se a resposta for negativa, então devemos ainda assim buscar uma aproximação com aqueles, identificando-os como grupo social, estabelecendo cientificamente onde moram, o que fazem, e qual é o grupo social a que pertencem, para que possamos assim programar a nossa ação política de aproximação dos mesmos, visando disputar com nosso programa de transformações, com nossos métodos de lutas , a simpatia política dos mesmos.

RETAS DE VISTAS

Muito boa análise. Não questiono a sua originalidade, mas me arrisco a supor que ela tenha sido embasada pelo conhecimento da história da degenerescência da social-democracia europeia que o PT esboça cada vez mais repetir. Se todos conhecessem essa história, talvez não o chamassem de “pateta acadêmico”. Acadêmicos patéticos , auto-suficientes, de fato, existem. Porém, pertencer à academia não representa ser um representante de um conhecimento arrogante. A crítica ao pragmatismo político-eleitoreiro do PT, a crítica à sua concepção economicista, ao seu afastamento do esforço de mobilização , conscientização e organização do povo, enquanto partido empenhado em desenvolver a luta de classes, entendida positivamente ,como motor transformador da sociedade, e não em conciliar os interesses de classe, essa crítica não parte de “patetas acadêmicos”, mas de intelectuais orgânicos marxistas-leninistas, que se ressentem da falta de um partido revolucionário que compreenda que toda ação que represente esforço de luta contra os ostensivos elementos de um Estado discricionário longe de ter sido superado pela chamada “transição democrática” deve ser considerada como compreensível e passível de ser desenvolvida por setores da sociedade que convivem com a manifestação dessa violência institucional. Lamento informar, companheiros, acostumados a restringir a realidade política ao que nos informa a literatura do cotidiano das eleições e ações institucionais, aos relatos das futricas e aos lances da eterna peleja da “direita” genérica contra a “esquerda” genérica, gravitando em torno das eleições bianuais, Os “Black Bloc”, para infelicidade de todos os seus críticos,não são “burguesinhos” ou “reacionários da classe média”, mas , ao contrário, pertencem à juventude da periferia, aquela para qual o PT jura governar, mas com quem , há muito tempo, deixou de governar. O povo, a periferia, o proletariado, enfim, para esse PT, não é a classe social que deveria ser o protagonista da história. O PT que nos governa rege-se por uma mentalidade pequeno-burguesa, tipicamente de classe média ( Marilene Chauí deveria odiar a classe média também por isso, ou seja, quando ela se concebe como classe dirigente da esquerda, nos legando, agora sim, inúmeros intelectuais “patetas”). Os “Black Bloc” não são apenas um sintoma da rejeição da juventude aos partidos “de esquerda” e aos seus programas. Para mim, eles são fruto do completo desconhecimento e apartamento desses partidos de seu mundo cotidiano. Mas como esses partidos poderiam estar presentes entre eles se, o PT agora é governo e na cabeça dura desse PT pleno de intelectuais “patéticos” não caberia mais desenvolver a luta de classes na sociedade, ir às ruas para liderar as grandes batalhas em defesa das politicas sociais, da melhoria da mobilidade urbana, dos transportes públicos baratos (gratuitos) e de qualidade, de melhores salários e condições de trabalho para os trabalhadores da educação e da saúde, etc ? Afinal , todos deveriam saber, não é verdade, que o PT só quer o melhor para nós, que todos os petistas são muito bem intencionados, e que, se ainda não tivemos o que merecemos, deve-se tão somente ao fato de que o povo não soube ou não pôde ainda…. votar conscientemente. Assim, o que amarra as mãos dos governantes petistas e de seu partido é a falta de uma reforma política que viabilizasse eleições mais democráticas, passíveis de nos legar uma bancada majoritária de esquerda. Como se vê, a lógica petista passou a ser integralmente a lógica da luta meramente institucional. Os movimentos sociais, as lutas que se travam nas ruas, deixaram de fazer parte da agenda petista e , quando integra essa agenda, o faz segundo um ritual burocrático e piegas. Jovens que confrontam a polícia que os mata diariamente, que violentam suas comunidades, que chacina seus amigos e familiares, que os oprime, jovens que se esmagam dentro de vagões e ônibus lentos e lotados, jovens que não conhecem locais para expressarem as suas criatividades e para desenvolverem atividades recreativas de lazer, etc, esses jovens muito nos surpreenderiam se não se revoltassem ou se somente se rebelassem sob o comando de chefes do tráfico. Quem perdeu a capacidade de compreender o ato de estilhaçar uma vidraça de banco, de arremessar um coquetel molotov contra um policial militar que ainda ontem estava em nossa rua nos intimidando , aquele mesmo que assassina meninos como o Gabriel Rodrigues, e desaparecem com os Amarildos das favelas brasileiras, quem assim procede perdeu-se igualmente de toda e qualquer possibilidade de compreender o fio da história da luta de classes e converteu-se em um reacionário conservador, embora se acredite em defesa do que é melhor para o povo.

    francisco.latorre

    ‘degenerescência da social-democracia europeia que o PT esboça cada vez mais repetir’.

    furadaço.

    e o resto.. achismo.

    ..

    teoria. na prática. é outra.

    ..

    RETAS DE VISTA

    Parabéns pela profundidade do comentário. O meu “achismo” pelo menos tem como substrato o estudo disciplinado de mais de 25 anos dos clássicos do marxismo,somado aos conhecimentos que um curso superior de Ciências Sociais possa ainda ter agregado ( embora não tenha nenhuma admiração, conheço pensadores como Max Weber de trás para frente),de lutas travadas desde o movimento estudantil , sindicato, concluída pela vivência em andamento de 8 anos em comunidades pobres ( favelas) da periferia ( eu não as frequento de vez em quando, com uma prancheta na mão. Eu tenho voluntariamente morado nelas, em meio aos seus problemas, com sua gente, etc). Eu conheço pessoalmente quatro dos “fantasiados parasitas”, de que nos fala o comentarista abaixo de mim. E os conheço porque busquei estabelecer contato com eles. Não será difícil abordá-los, para quem estiver sinceramente empenhado em fazê-lo. Três deles são jovens trabalhadores; o outro está desempregado, mas ainda consegue ir à escola. Entretanto, não cabe prolongar a discussão entre concepções antagônicas consolidadas. Travar-se-á debate diletante e ocioso. Eu, busco me guiar por Marx,Engels, Lênin e Gramsci e seus brilhantes discípulos contemporâneos, como Domenico Losurdo. Teoria, para mim, só serve para iluminar a minha prática. Entre os diletantes da pequeno-burguesia virtual e os lutadores do povo, prefiro os segundos. Por isso, tenho nesses últimos anos preferido os militantes do MST, por exemplo, aos Josés Eduardos Cardosos da vida. Entretanto, existem os que consideram os grandes pensadores revolucionários peças de museu. Pare os que assem acreditam, entre seus grandes teóricos se contam Lula ( em quem não me arrependo de ter votado) e José Dirceu (com quem jamais concordei politicamente, embora me solidarize indignado por ter sido injustamente condenado). Esse debate , essa luta entre reformistas e revolucionários, só terá fim quando os segundos triunfarem. A natureza conciliadora dos segundos , por si só, não admite que o triunfo definitivo seja por eles alcançado. Os reformistas vencerão apenas batalhas institucionais, o que não deixa de ser importante em momento histórico em que tais batalhas podem de fato serem vencidas. Mas essas vitórias institucionais não podem ser um fim em si mesmas. A verdadeira luta se lutará nas ruas. E não as venceremos jamais se , nas ruas, não começarmos urgentemente a acumular força. Pelo visto, como tudo que escrevi em seguida você arrogantemente classificou como “achismo” ( embora , no meu caso, seja um “achismo” compartilhado organicamente), você desconhece a classe social revolucionária para o pensamento marxista, o conceito marxista de protagonista histórico. Como se trata de uma interessante negação do marxismo, penso que você deveria nos brindar com um texto em que essa refutação magistral do marxismo-leninismo estivesse sistematizada. Aguardarei ansiosamente pela obra!

    RETAS DE VISTA

    Parece que a desqualificação pura e simples, formulada com frases “esse artigo não vale a pena ser lido” e ponto, virou moda por aqui. Houve quem se indignasse com a pluralidade muito plural de opiniões postadas ultimamente “só para parecer independente”, propondo que todos se ativessem à sua pauta, considerada , por ele, a única digna de ser debatida, em lugar de perdemos tempo com esses tais de “Black Bloc”. Realmente ter que debater com gente, como essa, que reclama unidade de opiniões e atenção aos temas que ele considera deveras relevantes recomenda um enfático “me inclua fora dessa!”

    Caio

    Não cara, não são da periferia, por favor. Não. Não, eles não atuam nas periferias, quando as represálias rolaram solta na zona norte não tinha BB. Tem BB na frente de câmera de televisão.

    Que é isso?

    francisco.latorre

    primeiro parabéns pela história de vida. sem ironia.

    depois. achismo não foi exato.

    achei superficial. o que é compreensível nesse espaço. nada demais.

    ..

    enfim. quem sou eu pra enfentar um campeão do ‘marxismo-leninismo’?..

    tanta autoridade. assusta.

    ..

    por outro lado. tenho grande interesse na obra de 25 anos de estudo.

    respeitando seu anonimato. pode enviar por e-mail. se quiser.

    ..

    os quatro grandes. marx engels lênin gramsci. são tudo e mais. origem referência etc. e atuais. se atualizados.

    e um desfrute. além de tudo escreviam bem muito bem.

    a história não parou não para.

    tudo sempre sempre reavaliado.

    foi o que fizeram os grandes.

    que são grandes porque resistem às releituras.

    e maiores porque. e quando. a história os confirma.

    história. o teste final. que o lance é materialista-dialético. não é?..

    agora. marx-lênin. não tem dono. ou papa representante na terra. nem administrador autorizado.

    ..

    pra final.

    entrar numas que lênin. ou gramsci.

    apoiariam esse sub-anarquismo..

    é ruim.

    um de nós. não leu direito.

    ..

    .saudações socialistas.

    ..

Diogo Costa

A DIREITA RESSUSCITA PELAS MÃOS DOS FANTASIADOS – Não há nenhuma novidade na ‘tática’ Black Bloc. Desde Seattle eles atuam em diferentes pontos do globo terrestre. O que mudou a política na América Latina não foi a ‘tática’ dos fantasiados. A mudança de época na América Latina, em especial na América do Sul, deveu-se a uma luta política travada durante décadas por partidos, movimentos e sindicatos de esquerda.

O grande catalisador das mudanças econômicas, políticas e sociais da América do Sul, nos últimos 12 anos, foi a organização e a solidariedade de experiências entre partidos, organizações, sindicatos e movimentos sociais diversos, amalgamados primeiro no Foro de São Paulo, a partir de 1990, e, posteriormente, na experiência do Fórum Social Mundial, iniciado em Porto Alegre em 2001.

Este Fórum que se repetiu na capital gaúcha em 2002, 2003 e 2005. Em todos esses fóruns colocou-se mais de 150.000 pessoas nas ruas. Pessoas de diversas partes do Brasil, da América Latina e do mundo inteiro. O Fórum Social Mundial foi o contraponto mais eficaz à desgraça neoliberal e foi justamente a forma de luta empreendida ali que começou a alterar a correlação de forças em nuestra America.

Não foram fantasiados parasitas de movimentos sociais que soterraram a ALCA! Quem soterrou a ALCA foi Lula, Chávez e Kirchnner, na IV Cúpula das Américas, que foi realizada na cidade argentina de Mar del Plata, em novembro de 2005. E isso foi fruto de lutas sociais e políticas que acumularam forças durante décadas!

Lá em Porto Alegre já tínhamos a presença dos parasitas fantasiados. Enquanto a massa de mais de 150.000 pessoas ocupava as ruas com pautas bem definidas, os parasitas iam com o único e primordial objetivo de entrar em confronto com a Brigada Militar, para deleite do Grupo RBS e dos outros órgãos da imprensa pestilenta que veiculavam dia e noite os confrontos entre os parasitas fantasiados dos movimentos sociais e a polícia, como se isso fosse o principal numa manifestação com mais de 150.000 pessoas, com gente do mundo inteiro!

A ‘tática’ dos parasitas fantasiados só interessa à direita, só fortalece à direita, só dá os motivos que a direita precisa para aumentar cada vez mais a repressão. Os parasitas sequestram as pautas dos movimentos sociais e sindicais, não propõe nada que preste e destroem esses movimentos por onde passam, como tentaram fazer inutilmente nos Fóruns Sociais Mundiais e como fizeram, efetivamente, em vários outros movimentos, como o Occupy Wall Street.

A direita só tem a ganhar com a ‘tática’ dos parasitas fantasiados. A esquerda que mudou a América dos Sul não tem nada, absolutamente nada a ver com esses parasitas fantasiados. Quem mudou a Venezuela não foram os parasitas fantasiados, mas sim a luta popular e de massas comandada por Hugo Chávez e pelo Movimento V República. Quem mudou a Bolívia não foram os parasitas fantasiados, mas sim a luta popular e de massas capitaneada por Evo Morales e pelo MAS. No Equador foi exatamente igual, na Nicarágua, idem, etc, etc e etc.

A luta política é fundamental para alterar a correlação de forças em qualquer país do mundo. A ‘tática’ dos parasitas fantasiados é contraproducente, não presta para nada. Aliás, só presta para fortalecer a direita com as suas teses de aumento da repressão estatal, de endurecimento da legislação penal e de respeito à ‘ordem’.

A esquerda deve se manter a centenas de léguas de distância desses parasitas fantasiados. A atuação desses grupelhos afasta as massas populares! A atuação desses grupelhos sequestra as pautas de luta dos movimentos sociais. A atuação desses grupelhos não contribui em nada, em absolutamente nada para a luta da esquerda, muito antes pelo contrário.

São agentes a serviço da direita (voluntária ou involuntariamente). A ‘tática’ desses fantasiados pseudo revolucionários fortalece o campo dos demagogos e dos populistas que logo subirão nos palanques para defender a família, a propriedade e a ordem.

E, pior ainda, agem como milicianos “oferecendo” proteção para manifestantes! Ora tenha a santa paciência! Os movimentos sociais não precisam da proteção desses parasitas. Isso é falso, isso é uma maneira dos parasitas poderem se achegar nas legítimas manifestações e desvirtuá-las com as suas imbecis ‘táticas’ que só interessam à direita. A truculência policial aumenta justamente graças a ‘tática’ dos fantasiados!

A única coisa que os parasitas fantasiados vão conseguir empreender (pelo menos vão tentar) é a destruição do processo de mudanças capitaneado pelas lutas populares, estudantis, sindicais e de diversos movimentos sociais, feita a duras penas durante décadas e mais décadas de acúmulo de forças na América do Sul.

Porque os parasitas não foram às ruas quando vivíamos na época dura do neoliberalismo?

Porque vão somente agora, quando a América do Sul experimenta um inédito processo de ascensão social, de distribuição de renda, de diminuição das desigualdades sociais, de afirmação das soberanias nacionais, da tão almejada integração econômica, política e social dos países da região, de vigência do mais longo período de democracia política tido e havido na história dos países sulamericanos? Porque será…

Tem algo mais reacionário do que isto? Impossível, não há nada mais reacionário do que isto. A ‘tática’ dos parasitas fantasiados está sendo o oxigênio que a direita perdeu ao longo da última década. Só não vê isso quem não quer ver.

    francisco.latorre

    claro claríssimo.

    uns fazem.

    outros esperneiam.

    ..

    quem faz fez fará.

    quem não faz.. nem fez.. põe defeito.

    ..

    ‘não vê quem não quer’.

    falou disse.

    ..

    Paulo Agostinho

    Sem pestanejar:foi o Retas que não leu direito!

    Véio zuza

    E em Porto Alegre, no bairro (boêmio) Cidade Baixa, os moradores desceram dos aps. com porretes e facões para dar um basta na bandalha… a Polícia interviu, “sociólogo” deu discurso, etc., recomendando aos moradores que não partissem prá violência contra os mascarados…
    Leña y punto!

    Dani Tristão

    Perfeito Diogo!!! Esse sim seria um artigo excelente para o Azenha postar. Acho estranho nos defensores dos parasitas fantasiados que, nem mesmo eles sabem o que querem os BBzinhos. Mais estranho ainda, é que tenho certeza que nunca viram a atuação de perto desses marginais que estão aí para destruir não só materialmente, mas ideologicamente tudo que veem pela frente. Rasgam nossas bandeiras, quebram nossos pontos de ônibus, latas de lixo, apedrejam livrarias, colocam fogo nas ruas, nos ônibus,nos carros.
    A única coisa interessante que tenho visto dos BBzinhos é a surra que dão em jornalistas nas ruas indiscriminadamente. Falou que é jornalista, apanha de sangrar, até desistir e sumir das manifestações. Taí, vá as manifestação Azenha, já que aprova essas práticas e saí desse bla bla bla irresponsável, inconsequente, metidinho a ser mais esquerda que os outros (e não é porra nenhuma, nem de esquerda, nem mais esquerda que o PT) e vai para a prática. Frequente as manifestações da revolta dos coxinhas!!! Mas por favor, não esqueça de dizer que é jornalista. Boa sorte!! Não deixa de levar a carteirinha do plano de saúde. Vai precisar!! Mas é lindo, é tudo lindo

    Luiz Carlos Azenha

    Quem disse que eu aprovo as práticas? Onde escrevi isso? Presumo que incomode publicar textos que levantem o debate. Nem debate pode ter? Prisão para os black blocs, os apoiadores dos black blocs e os jornalistas que publiquem textos que não necessariamente condenam os black blocs. Peraí, já vi isso em algum lugar. Ah, foi nos anos 70. Sobre manifestação: na que fui tirei foto como jornalista e nada aconteceu.

Fabio

Jornalista endireitando…..

vinicius souza

A questao eh que, independente do que queiram os BB (se eh que querem algo, o que nao parece improvavel) o apoio incondicional a essa policia que aih estah (esta sim fascista e herdeira legitima da ditadura) soh vai levar a mais violencia (inclusive politica). http://brasilmais40.wordpress.com/2013/10/28/amanha-vai-ser-pior/

sergioa

Lutando pelo que??? Quais são suas reinvindicações??? Se são apenas manifestantes descontentes com isto ou aquilo, por que não mostram a cara??? Por que não sentam para conversar???
Patético quem defende este tipo de atitude.
Precisamos mudar muita coisa neste país, sem dúvida alguma…
Mas contra o golpe de 64, quem era contra mostrou a cara …
Contra a ditadura, os metalurgicos, mostram a cara ….
Pelas diretas, o povo mostrou a cara …
Contra Collor, os caras-pintadas mostraram a cara …
Agora os vandalos dos black blocs, não mostram a cara, geram e atraem violência e nem dizem o que querem. Vou dizer o que querem.
Querem é BADERNA e nada mais.

    vinicius souza

    A questao eh que, independente do que queiram os BB (se eh que querem algo, o que nao parece provavel) o apoio incondicional a essa policia que aih estah (esta sim fascista e herdeira legitima da ditadura) soh vai levar a mais violencia (inclusive politica). http://brasilmais40.wordpress.com/2013/10/28/amanha-vai-ser-pior/

JoãoP

Vamos inverter a manchete:
Viomundo e o senhor Lincoln Secco, diante do PT que está aí, escolheu os Black Blocs… Alguem acha isso sério?
Creio que está faltando sair a campo e investigar com profundidade o são esses Black Blocs. Qual é a proposta deles para a nossa sociedade? Até agora, a única coisa que sei é que eles e a polícia do Alckmin barbarizam.

    Fabio

    Perfeito!

    Leo V

    Eu remeto ao texto do Antonio David http://www.viomundo.com.br/politica/antonio-david-6.html

    E se eles quiserem o fim do capitalismo, serve?

    A questão: essa “esquerda” de internet que se vê nos comentaristas aqui perdeu o contato com a realidade, com a subjetividade das pessoas, das periferias, dos centros, e estão sendo atropeladas. Daí só resta o discurso conservador.

    José X.

    O problema não é a polícia do Alckmin, que é mandada.

    O problema é o Alckmin, o Serra e o PSDB. Os caras estão aí há mais de 20 anos roubando descaradamente o povo de SP, cadê o MPL, os black blocks e a extrema-esquerda burra (redundância)?

    Sempre sempre sempre deram e dão moleza pra direita que governa SP.

    Me parece que o MPL ainda chegou a fazer protestos contra o Kassab, mas contra Serra (que fabricou Kassab) e Alckmin, muitíssim mais deletérios (porque infestaram todas as instância de poder), nada.

    Fizeram algum protesto quando aconteceu aquele nazista no Pinheirinho ? Quando o Serra mandava bater nos professores ? Não. Só acordaram pra reclamar dos 20 centavos do Haddad.

    Esse pessoal todo trabalha pra direita. Pode haver ingênuos entre eles, mas tenho certeza que a maioria é de espertos que sabem muito bem o que estão fazendo.

    João Carlos

    Perfeito.
    É isso aí!

    Leo V

    Jose X,
    Bem, vc quer desqualificar um movimento social porque não lutaram pela liberdade do Vietnam, contra o golpe que derrubou o Chavez, porque não pararam o Brasil contra o massacre do Pinheiro.. Primeiro desconsidera que o MPL tem um foco que é a mobilidade urbana, assim como o MST tem o foco no acesso à terra. Infelizmente esses movimentos não tem perna nem braços para abraçar o mundo.
    Não existe botão que se parte para chamar grande manifestações contra isso ou aquilo.

    Seus argumentos só mostram que você não tem a mínima ideia ou bom senso para apreender qual é a dinâmica de um movimento social, como é sua constituição, suas dificuldades, o que está no seu âmbito e o que não está.

Eduardo B

O mais provável é que o óbvio esteja escapando ao Viomundo. Os Black Block representam a violência privada para a obtenção imediata do… do que quer que seja a causa apadrinhada no momento por uma juventude hedonista. Nada mais perigoso que a violência privada, a civilização consiste justamente em colocar a violência sob controle do Estado e regrá-la.

Chamados a ornar o movimento paredista do SEPE, como boa Guarda Pretoriana queria ter voz e voto na assembléia dos professores. Ser tropa de choque não lhes bastava, pretenderam usurpar o poder e a legitimidade do professorado.

Nenhuma causa apadrinhada pelos BB é ilegítima. Mas cada causa deve ter sua trajetória, força e resultados como fruto dos esforços da sua militância e não de uma militância postiça e imediatista.

É aí que entra o aspecto desestabilizador e criminoso de um movimento que é anônimo, mas não tem legitimidade natural advinda do trabalho nenhum tema. Perturbar a ordem pública virou esporte de riquinhos. E esse o ponto de contato do movimento com seus financiadores, que até agora se desconhece quem sejam.

Cria cuervos, que te bicam lo ojos, como diziam no filme do Costa Gavras.

José X.

Francamente, não entendo essa insistẽncia do Viomundo com os “black blocs”, que são simplesmente um bando de vândalos de aparência fascista e agenda suspeita. Tirando a extrema-esquerda burra (redundância), não vejo como alguém possa defender os camisas-negras,

    Davi Basso

    JoséXisPonto – Não é verdade que poupem o alckimin, antes sao eles e outros de esquerda que estavam na passeata fora alckimin. O Sr pelo lido nao estava. Os gritos na passeata dos professores tbm foi contra alckimin. Acho que o Sr. nao estava nesta tbm. Afinal, estou vendo que o Sr. nao foi em passeata nenhuma. Acredito que se uma pessoa nao morre de amores pela minha ideologia nao quer dizer que ele seja meu inimigo.

francisco.latorre

‘jovens lutadores das ruas’.

pateta acadêmico.

..

    Lucas F

    e tu, esquenta-sofá!

    francisco.latorre

    tu me conhece?..

    ..

    ô sem nome.

    primeiro. crie coragem.

    assine. assuma posição.

    depois a gente conversa.

    ..

    pra arrotar coragem..

    precisa mais. muito mais.

    ..

    Leo V

    Como você os qualificaria então?

    francisco.latorre

    burguesinhos. mimados.

    que se consideram acima da lei.

    mais a lumpem periferia.

    desorientada desinformada.

    mais os cincoentões adolescentes. na torcida.

    ..

    história.

    esse anarquismo. de direita.

    [ se serve a direita é direita. ponto. ]

    nunca deu certo.

    nem vai dar.

    ..

    voluntarismo. pra frustrados. infantis.

    freud explica. ou adler. ou reich.

    escolham.

    ..

    ah..

    por trás dos babys.. se aproveitando..

    tem gente grande. muito grande.

    esses sim. sabem o que fazem.

    ..

    Murray Rothbard

    Sensacional latorre!!! Agora você pode fazer companhia ao hélio beltrão filho e sair de mãos dadas com os an-caps que orbitam o presidente do mimimises BR. Quem sabe você também não arranja uma meia dúzia de sequazes…

    francisco.latorre

    murray rothbard?..

    o anarco-capitalista?..

    até aí eu peguei a piada.

    o resto.. sei lá.

    ..

    mas. conta aí..

    tomou o que?..

    forte o lance. também quero.

    ..

    RETAS DE VISTA

    Olha, Latorre, desculpe a perda de tempo. A referência ao marxismo, tornou-se necessária, na medida em que a provocação desqualificante embutida no termo “achismo” foi escrita por você ( não expresso a minha opinião jamais sem consultar os clássicos, como um médico não poderia jamais fazer um diagnóstico sem consultar os seus estudos de Medicina. Se um médico estuda Medicina nos livros e na prática, eu estudei o marxismo-leninismo, que , para mim é a síntese de todas as ciência das sociedades, nos livros e na prática do partido comunista, no seio do qual atuei a maior parte de minha vida). Como disse, debater com você ou com qualquer representante dessa esquerda legalista é absolutamente ocioso. Fosse esse blog frequentado apenas por pessoas com o seu perfil ideológico , confesso que não teria nenhuma motivação para escrever. Seria como tentar transformar o José Dirceu em um socialista ou em um comunista. A sua forma de responder com telegramas irônicos, desqualificando comentários como “superficiais” só pode ser classificada como provocação. Mas eu já sou bem maduro para não perder a cabeça com provocadores. A militância estudantil, sindical e nos movimentos sociais nos fizeram e nos fazem (a nós, os comunistas) ter com eles o tempo todo. No fundo, são todos reaças. Disto decorre a deselegância , a agressividade sutil, porém padronizada,como se fossem treinados e produzidos em série, parecendo serem os mesmos com os quais nos encontramos em outros momentos, o que nos permite , com o tempo, identificá-los com segurança. Adeus!

    francisco.latorre

    [ caiu no spam?.. ou?.. ]

    ..

    deu adeus?.. vai correr?.. ‘tão tchau.

    quanto ao estilo.. melhor tirar um sarrinho. que se levar a sério.

    ..

    não vem com perfil ideológico..

    que eu vou de perfil psicológico.

    não recomendo.

    afinal eu sou um ‘provocador reaça’.

    ‘nós, os comunistas..’

    falou campeão.

    ..

    você define quem é socialista?..

    é. afinal você leu.

    a questão é.. entendeu?.. há controvérsias.

    autoridade. ainda mais ‘emprestada’ de autores dos quais se acha senhor. funciona com seu público particular. ou partido particular.

    stalin?.. exagero. tá mais pra guardião da pureza ‘marxista-leninista’. um religioso enfim. adorador de livros sagrados.

    como todo religioso. saiba. você não é deus. aliás deus não existe.

    se segura. você não é marx nem engels nem lênin nem gramsci. chocou?..

    freud nietzsche etc. conhece?.. ou não dá tempo?.. tens que consultar e consultar. porque tanta consulta? não aprendeu?..

    ..

    fanáticos. melhor não contrariar.

    imagina esse cara com poder.

    ..

    o universo. é curvo.

    e não adianta tentar retificar. curvo complexo. assustador.

    tem que pensar. por si. o mínimo que seja.

    ..

    sinceramente. não queria atrapalhar sua egotrip.

    mas autoridade. ainda mais emprestada. nessa altura da história.. é ruim.

    atualize as leituras. pense por si. não dói.

    ..

    aqui. não tem amém. não não.

    nem.

    ..

    mas não desista.

    a vida é bela. jesus te ama. a ‘revolução’ triunfará. etc.

    ..

    ‘perda de tempo.’

    enfim. concordamos.

    ..

    francisco.latorre

    já que não entra..

    devo agradecer.

    ..

    obrigado.

    ..

    ..

    francisco.latorre

    vem cá .

    pra entender..

    fui cortado?.. caiu no spam?..

    ??.

    ..

    Luiz Carlos Azenha

    Caiu no spam. Vc me conhece. Pessoalmente. Portanto, deixe de criancice de achar que está sendo censurado. Você é melhor que isso. Ou pelo menos acho.

    francisco.latorre

    só perguntei. não foi reclamação. nem era pra publicar.

    o sistema dropou seguido.

    sabe como é. entra não entra. some.

    mas foi mal. desconsidere.

    ..

    o abraço. é o de sempre.

    e a discussão. pô.. é discussão.

    comunicação mural. complica.

    ..

    [ nem precisa publicar essa. ou não. abs.

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