Líbia: A primeira revolução da Al Jazeera?

Tempo de leitura: 5 min

Tripoli Divided as Rebels Jostle to Fill Power Vacuum

By DAVID D. KIRKPATRICK e ROD NORDLAND

New York Times, August 30, 2011

TRIPOLI, Libya —Guerreiros da cidade montanhosa de Zintan, no Oeste da Líbia, controlam o aeroporto. Guerreiros de Misurata guardam o banco central, o porto e o escritório do primeiro-ministro, onde as pichações rebatizaram a praça principal de “Praça Misurata”. Os berberes da cidade montanhosa de Yafran controlam a praça central da cidade, onde picharam “Revolucionários de Yafran”.

Uma semana depois de os rebeldes ocuparem o território antes controlado pelo coronel Muammar el-Qaddafi, boa parte dele permenece dividido em feudos, cada um controlado por brigadas semi-independentes de diferentes regiões geográficas do país. E a tinta spray que elas usam para marcar o território conta a história de uma possível futura crise de liderança na capital, Trípoli.

As principais autoridades civis do Conselho Nacional de Transição dos rebeldes líbios — que agora se definem como governo provisório a ser baseado na capital — ainda não chegaram, alegando preocupação com a segurança pessoal, ainda que tenham declarado oficialmente que a cidade está completamente segura.

Existem crescentes sinais de rivalidade entre as várias brigadas sobre quem merece o crédito por liberar a capital, com a influência que podem derivar disso. Tentativas de nomear um líder militar para unir os bandos de guerreiros acabaram expondo divisões na liderança rebelde, por origem regional mas também entre secularistas e islâmicos.

São todos sinais, segundo um influente membro do conselho, de que existe um “vácuo de poder” na liderança civil da capital líbia. Mas a disputa também ilustra os desafios que um novo governo provisório vai enfrentar quando tentar unificar o fracionado campo político da Líbia.

O país era pouco mais que uma federação de regiões e tribos antes do coronel Qaddafi chegar ao poder. A dependência dele do favorecimento e da repressão para manter controle fez pouco para atenuar as divisões regionais, étnicas e ideológicas. Nem os rebeldes que derrubaram o coronel Qaddafi conseguiram se organizar em uma força unificada. Os rebeldes das montanhas do Oeste, os da cidade costeira de Misurata e os da cidade de Benghazi lutaram de forma independente, muitas vezes demonstrando condescendência uns em relação aos outros.

E embora a transição até agora tenha sido surpreendentemente ordeira — quase sem saques e com pouca violência — Trípoli se tornou um teste para a capacidade da revolução de construir pontes porque, em contraste com outras cidades líbias liberadas pelos seus próprios residentes, o coronel Qaddafi foi expulso de Trípoli pelas brigadas de outras regiões — e a maioria permanece nas ruas.

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Os primeiros passos em busca de unificar as brigadas sob um comando único deixaram claras as divisões latentes entre os líderes rebeldes. Algumas se tornaram aparentes quando um guerreiro chamado Abdel Hakim al-Hasadi, conhecido como AbdelHakim Belhaj, foi nomeado comandante do recém-formado Conselho Militar de Trípoli.

Vários liberais da liderança do conselho rebelde reclamaram privadamente que o sr. Hasadi tinha sido líder do extinto Grupo de Luta Islâmico Líbio, que se rebelou contra Qaddafi nos anos 90.

Alguns disseram que temiam que o primeiro passo dele seria tentar um golpe religioso. Notaram que o sr. Hasadi foi nomeado comandante por cinco batalhões da assim chamada Brigada de Trípoli, não por uma autoridade civil. E reclamaram da suposta influência do [emirado do] Qatar, que ajudou a treinar e equipar a Brigada de Trípoli e que também financia a Al Jazeera.

“O cara é uma criação dos qataris e do dinheiro deles. Estão patrocinando um elemento do extremismo islâmico aqui”, disse outro membro do conselho, da região ocidental. “Os guerreiros revolucionários estão extremamente surpresos e descontentes. Ele não é comandante de nada!”.

Junto com as preocupações ideológicas, no entanto, também existe uma igual medida de rivalidade provinciana sobre quem fez mais para liberar Trípoli. O sr. Hasadi não é apenas islâmico, o membro do conselho que se opõe a ele argumentou, mas fez muitos menos que os guerreiros ocidentais na luta pela capital.

“As pessoas do ocidente estão dizendo, umas para as outras, ‘O que, este cara? É lixo. E os nossos comandantes?'”, ele disse.

O sr. Hasadi não foi encontrado para dar entrevista, em parte porque estava participando de reuniões em Doha, no Qatar. Mustafa Abdel Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição, disse que decidiu levar o sr. Hasadi a um encontro com os aliados da OTAN em Doha para demonstrar que, apesar de seu passado, ele não representa “perigo para a paz e a estabilidade internacionais”.

Sinais de outra divisão apareceram esta semana depois de notícias de que o primeiro-ministro do conselho, Mahmoud Jibril — que, como o sr. Jalil, não está em Trípoli — estava nomeando um ex-general do Exército líbio,  Albarrani Shkal, como chefe de segurança da capital.

Os guerreiros de Misurata, considerados a força mais formidável dos rebeldes, se negaram a aceitar a nomeação, argumentando que ele era cúmplice da violenta repressão do coronel Qaddafi. Em Misurata, cerca de 500 manifestantes foram protestar na praça central gritando que a nomeação trairia “o sangue dos mártires”, segundo um correspondente do [jornal britânico] Guardian escreveu, notando que o conselho local registrou um protesto formal com a liderança nacional.

Na terça-feira à noite o sr. Jabril tinha voltado atrás em sua decisão, disse Alamin Belhaj, um membro do conselho de transição que é de Trípoli.

Os dois conflitos sobre a seleção de líderes militares fazem relembrar o escândalo iniciado com o assassinato do principal comandante militar de Benghazi, general Abdul Fattah Younes. O assassinato, ainda não esclarecido, levou a acusações de alguns líderes rebeldes de que ele teria sido morto por uma brigada de islâmicos, que buscavam vingança pelo papel que o general teve como alto assessor do coronel Qaddafi. Ninguém foi acusado formalmente pelo assassinato.

Os islamistas líbios dizem que querem apenas a oportunidade de competir abertamente em uma democracia e argumentam que estão melhor qualificados que os liberais para desarmar os rebeldes nas ruas.

“Eles acreditam mais em nós”, disse o sr. Belhaj, membro do conselho e líder da Irmandade Muçulmana aqui, argumentando que muitos líbios temem que a revolução seja “roubada” pelos líderes liberais, ricos e ocidentalizados do conselho.

Todos concordam, no entanto, que a conquista de Trípoli tornou a cidade central para as rivalidades regionais. Embora o início da luta tenha sido no Leste da cidade, o assalto final foi liderado por grupos do Oeste e encerrado com os guerreiros experientes de Misurata.

Agora os membros de todas as brigadas presentes em Trípoli dizem que seus grupos tiveram o papel mais heróico na conquista, ou na tomada do quartel-general de Qaddafi ou na ocupação da praça central.

“Temos gravado em vídeo”, insiste Mahdi al-Harati, o vice-líder do Conselho Militar de Trípoli, defendendo que sua brigada foi a primeira a chegar à praça central.

Mais que orgulho pode estar em jogo, diz Anwar Fekini, um advogado franco-líbio com ligações ancestrais nas montanhas, que é membro do conselho de líderes nacionais. “As pessoas do Ocidente dizem, ‘pagamos um preço alto e queremos o controle’ e os de Misurata dizem o mesmo”, ele afirmou, acrescentando que os líbios deveriam selecionar seus líderes com base na competência, independentemente da região de origem.

O sr. Belhaj tem outra ideia. Ele disse ter pedido a outros integrantes dos conselhos locais que retirassem suas brigadas da capital, deixando a capital para os tripolitanos.

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Comentários

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Maria Ferreira

Tudo isto o intuíto deste pessoal (França, EUA, Itália e Inglaterra é surrupiar as riquezas da Líbia) Até o mundo mineral sabe disto. Vide ai a póbre Somália, falam, falam, mas ninguém faz nada. Mas,pudera, lá não tem Petróleo. Sã um bando de urubús na carniça e os que lutam lá são buchas de canhões. Sarkpozy é um mentiroso.

dukrai

A Líbia é um vespeiro de tribos, isto até o NYT consegue ver, agora quero ver as tropas do berlusconi/sarcozí subir a serra atrás do bérberes depois que levar uma chapuletada nazorêia kkkkkk

Regina Braga

Não sei se o Kadafi se foi…Não sei ,como grupos tão diferentes e extremistas vão conviver e repartir o poder…Mas sei que os rebeldes não querem tropas da OTAN,na Líbia…Ninguém confia na OTAN,nem quem foi financiado por ela…Mas se querem continuar usando a Al Qaeda,vão ter sérios problemas…O grupo é instavel e fundamentalista…Mas talvez a ONU,OTAN,queiram mesmo uma guerra entre oriente e ocidente,se for,o caminho está aberto.

    Valdeci Elias

    A Europa não quer que os rebeldes unidos. è justamente o contrario. Divir para conquistar. É a velha tática romana. Kadafi se foi porque mantinha a Libia unida, agora é só armar as facções rebeldes, e deixar o pais dividido.

    Fabio SP

    Kadafi mantia a Libia unida?!?!? Quanta bobagem!!! Só se fosse na porrada!

Lucio

"Rússia reconhece conselho rebelde como autoridade no poder na Líbia"

Anúncio foi feito pelo ministério russo das Relações Exteriores.
Nesta quinta, conferência em Paris vai discutir era pós-Kadhafi.

A Rússia reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político da rebelião líbia, como "autoridade no poder" na Líbia, anunciou nesta quinta-feira o ministério russo das Relações Exteriores.
"A Federação da Rússia reconhece o CNT como autoridade no poder e saúda seu programa de reformas, que prevê a adoção de uma nova Constituição, a organização de eleições e a formação de um governo", afirma um comunicado oficial.

"Confiamos que os acordos e outras obrigações mútuas estipuladas entre a Federação Russa e a Líbia anteriormente seguirão em vigor e continuarão a ser cumpridos", conclui a nota da chancelaria russa.

A Rússia, aliada tradicional da Líbia, se recusou em julho a reconhecer o CNT como única autoridade do país. O presidente Dmitri Medvedev, no entanto, afirmou na semana passada que o país reconheceria os rebeldes caso estes conseguissem unificar o país.
'Amigos da Líbia' em Paris
Nesta quinta-feira (1º) começa em Paris a conferência de "Amigos da Líbia", que pretende preparar a era pós-Kadhafi. Rússia e China, que, assim como o Brasil, não apoiaram a intervenção da Otan, em março, estão entre as 60 nações e entidades internacionais representadas na conferência.
O emissário especial do Kremlin para África, Mikhail Marguelov, participará do encontro. O embaixador do Brasil no Egito, Cesário Melantonio, foi designado pelo Itamaraty para representar o país na conferência.

Além de Sarkozy, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, será anfitrião da conferência, que se realiza no dia em que o ditador Muhammar Kadhafi iria celebrar o 42º aniversário do golpe militar que o levou ao poder.

Dinheiro líbio
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, anunciou nesta quinta que Paris obteve a autorização para desbloquear 1,5 bilhão de euros de bens líbios e entregá-los ao CNT para que possa iniciar a reconstrução da Líbia.

Em declarações à emissora "RTL", o chefe da diplomacia francesa também afirmou que a Argélia teve "uma atitude ambígua" durante o conflito líbio e lamentou que as autoridades argelinas não reconheçam o conselho de transição."
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/09/russia-

Sergio Barbosa

Eu já falei aqui e já fui muito criticado por isso,esta tal de primavera "Árabe"foi o maior embuste deste inicio de século,no inicio eu cheguei acreditar,mas tudo foi arranjado,ou seja,a queda dos ditadores da Tunísia e do Egito, que já poderiam ser descartados,foi uma maneira para o imperialismo dos EEUU,ISRAEL e da UE invadir A LÍBIA, que apesar de tudo, ainda era uma grande pedra no sapato para o Imperialismo na região,poís o Kadafi,além de proporcionar o melhor IDH Africano estava promovendo uma UNIFICAÇÃO DA ÁFRICA frente a OS EEUU e principalmente a esclerosada EUROPA,não é atoa que a França e o Reino Unido entraram contudo neste intervenção NEOCOLONIALISTA.Além disso A KADAFI tinha grandes relações com A CHINA e a Líbia era a porta para China entrar na África.

Luciana Almeida

Essa matéria é RIDÍCULA!
Quem precisa saber o que pensa o NYT sobre guerras de Obama/OTAN/Israel?!

Sobre o tal de “Sr.Belhaj", apresentado aí como "líder da Irmandade Muçulmana na Líbia" não é de nenhuma "Irmandade Muçulmana": é totalmente da A-Qaeda, como todo mundo já sabe e é, sim, da Al-Qaeda. Não estou entendendo nada: Viomundo virou, agora, VioNewYorkTimes… igual a qqer Estadão, por aí?!

Mas… quem precisa ler NEW YORK TIME?!

Luiz

Eu cantei aqui no site do Azenha de que os rebeldes não tinham nenhum plano de governo, que era só um amontoado de gente armada. Ninguém acreditou. Os fatos comprovam mais do que as opiniões figadais. Aliás estas, segundo Sócrates, são só opiniões.

Fernando

Kadafi se foi, mas seus ideais viverão para sempre em nossas mentes e corações.

Mark Weisbrot: Um certo país que é refém dos banqueiros | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Líbia: A primeira revolução da Al Jazeera? […]

O_Brasileiro

Agora estamos esperando pelas eleições, livres e diretas, no Egito e na Líbia… E depois na Arábia Saudita, no Iêmen e no Bahrein!
Se não der certo, podem fazer como nos EUA, onde as eleições indiretas levaram ao poder o sanguinário Bush, o segundo em número de votos em 2000…

Marcelo Sant'Anna

Eu não sei, mas o povo Líbio saiu da frigideira direto para o fogo, Santayna tinha razão – o ano dos tolos.

Pedro

http://www.youtube.com/watch?v=rdIeqGKfUD8

Não percam os filmes acima.

N. Rodrigues

Quando as revoltas pela liderança começarem, a OTAN vai colocar seus homens de "paz" em terra Líbia.
Lamentável

    Marcos

    Esta "honrosa" brigada, OTANários, é que são os verdadeiros responsáveis pelo queda de Trípole, e lógico, vão querer o controle da Líbia. Quando os, agora rebeldes, se rebelarem contra este controle, serão chamados pela mídia de terroristas. O mundo gira, gira, …, mas continua igual.

Maria Libia

Não ia dar outra coisa.Dividir para assaltar o petróleo. E também não é só o petróleo, a abundante agua no território da Libia. Enquanto as tribos se digladiam, EUA, França (com um presidente judeu – Israel tb está na Líbi, por isso essa sanha de derrubar o Kadafi), Inglaterra, OTAN, e que tais, assaltam, como urubus, o pais. Quando eu estudava existia a Iuguslávia, governada por TITO, lembram-se? O que aconteceu? O pais deixou de existir, houve guerra civil, genocídios, um horror. Até o Gal.Comandante foi parar no Tribunal de Haia (que não tem o poder de condenar qualquer chacina americana), acusado de crime contra a humanidade. O mesmo vai acontecer na Libia, infelizmente. Isso no séc. XXI.

Valdeci Elias

Eu não sei oque é pior. Em pleno seculo 21, um pais africano, ser invadido pelos europeus ? A ONU ser usada como laranja ? Ou a impressa, ser usada como arma de propaganda de guerra, ao invez de investigar a verdade ?

    Marcos

    Valdeci, concordo completamente com vc. Em uma época que a internet, amplia o diálogo e a troca global de informação, acho inacreditável que a mídia cumpra um papel ridículo deste. Não aparece nenhum artigo em jornal para questionar a extrapolação da Otan ao mandato de "zona de exclusão" , virou carta branca para apoiar um lado da guerra civil. Qual é o limite para os EUA/UE?

    Imara

    Gostei. Gostei mesmo mas – me perdoe- é ao invés, acho.

Bonifa

Se os rebeldes tivessem poder militar e organização próprios para chegarem a derrubar Kadafi, não haveria qualquer problema. Teriam automaticamente organização suficiente para estabelecer um novo governo, para manter a ordem e para recompor a normalidade do país. Mas tais rebeldes foram meros fantoches onde todo o poder militar e toda a organização estavam em mãos estrangeiras. Pois agora não haverá outra saída, a não ser também mãos estrangeiras tentarem tomar a sí a árdua tarefa de reorganizar a vida de normalidade do país. E mãos estrangeiras também deverão ditar uma constituição provisória que desejam que o país tenha. Depois, deverão nomear para cada cargo público um ilustre e honesto membro da comunidade local. Isso será possível? O tempo, inimigo cruel destas iniciativas tardias e extemporâneas de intervenção e colonização, dirá se será possível.

    JotaCe

    Desculpa Bonifa, mas não dá pra acreditar que tais piratas, destituídos de qualquer noção de moralidade e de consideração ao direito dos povos, irão sequer pensar em tomar as providências que você assinala: reorganizar a vida do país (ver Somália, Iraque, Afganistão, e certos países americanos e africanos), nomear honestos membros da comunidade local para os cargos públicos. Abraços, JotaCe

Sargon

Tal como no Iraque, o interesse dos países ricos que patrocinaram a revolta é apenas pelo petróleo. O povo líbio fica em último lugar.
Todo líder é um biotipo escolhido pelo seu povo, mesmo que seja um ditador. O aparecimento de um novo líder na Líbia será obra de décadas, exatamente como acontece no Iraque. Mais uma vez abriram uma porta que não mais conseguirão fechar.
O princípio da não intervenção, patrocinado pelo Brasil, vai contra os interesses imediatos dos países ricos, que estão institucionalizando abertamente a pirataria de estado.

    Klaus

    "O princípio da não intervenção, patrocinado pelo Brasil…"

    Menos em Honduras, né?

    Bonifa

    O que seria intervenção em Honduras? Seria rasgar a soberania diplomática sobre sua embaixada e entregar um presidente legitimamente eleito e legalmente asilado em território sob domínio brasileiro à sanha dos golpistas patrocinados por radicais americanos?

    Fausto

    Aquele país onde os americanos colocaram uma marionete?

    Leider_Lincoln

    E o Brasil interveio em Honduras? Mandou tropas? Faça-me o favor, filisteu: Honduras foi expulsa da OEA! E você queria que não acudíssemos o líder legítimo que foi vítima de um golpe de Estado (razão da expulsão de Honduras)?

    luiz pinheiro

    Menos hipocrisia, Klaus. O Brasil de jeito algum violou o princípio da não intervenção em Honduras. O que nosso governo fez foi dar abrigo ao presidente constitucional, que havia sido deposto por um golpe militar. Intervenção é usar força militar, bombardear, fornecer armas, matar, prender, torturar, organizar ações paramilitares, infiltrar agentes clandestinos, etc, como costumam fazer os Estados Unidos nesse nosso sofrido continente – que agora porém se levanta.

    Pacífico

    O Klaus diz qualquer coisa. Joga cascas de banana.

Paulo

O que vai acontecer eu não sei, mas seja o que for será melhor que a ditadura do Kadafi, para tristeza das muitas viuvinhas que ele vai deixar no Brasil.

    Giovane Tucci

    Meu sonho é criar um filtro que filtre imbecilidades. Quem disse que democracia é eu ser obrigado a ler opiniões de Paulo, opiniões de Hebe, opiniões de Danuza, opiniões de Miriam Leitão?

    Viuvinha do Gaddafi, tudo bem, é da vida. E a luta continua.
    Mas viuvinhos de Israel, viuvinhos de drones, viuvinhos do Pentágono? Isso é que é ruim. A ditadura do Kadafi é ótima, perto da ditadura da democracia de Paulos, Hebes, Danuzas e tal.

    Paulo

    Obrigado por dar atenção a minha opinião.

    Paulo

    Giovane, você não precisa sonhar mais, o "filtro" com o qual você sonha já existe, é a censura e a repressão à liberdade de expressão, tão apreciadas pelos ditadores como o seu ídolo Kadafi e os militares brasileiros do golpe de 64.

Pedro

Que gozado! O articulista parece que perdeu a memória. Acreditar nessa história de divisão entre os que derrubaram Kadafi. Pra começar, quem derrubou o Kadafi foi a OTAN, ou seja, O CRIME ORGANIZADO pelos Estados Unidos, França e Inglaterra. Derrubaram o Kadafi por razões petrolíferas e, sobretudo, porque o "ditador" participava de uma sociedade que estava lutando contra a pobreza, o analfabetismo e todas as mazelas capitalistas. A OTAN, ou seja, o CRIME ORGANIZADO pelo Pentágono, só admite a subserviência subdesenvolvida.

    Bonifa

    Exatamente. O que espanta nesse artigo é a naturalidade com que trata fatos escabrosos que haverão de estremecer a Terra por muito tempo. Patatí patatá, foi ótimo, quase não houve saques e estupros… Quase? E ele trata os primeiros indícios de contradições insolúveis entre um mal-arranjado corpo de malfeitores pagos pelo Ocidente (O ministro da França teve o desplante de dizer que foi um ótimo investimento, os altissimos gastos que seu país teve na Líbia) como briguinhas de garotos para ver quem melhor ajuda a mamãe. Tudo normal. Mais um paizinho invadido, e vamos em frente! O horror desta guerra colonial, eles pensam que podem apagar com as versões esdrúxulas de suas mídias corruptas.

augusto

o que vai acontecer voce ja sabe. a torcida do mengo tambem.
Os chefes tribais e consgeneres vão se digladiar e em 2 anos no maximo balcanizar a libia facil.
Mas para a dupla cameronkozy o ponto é outro. Vao lutar para em fracionando o país, mantenham o foco na região petrolifera do nordeste-leste. E ali instalar um 'parlamento' e governo sob controle da BP, Shell,Total Finachevron – Coisa viavel porque em materia de cooptaçao, propinizaçao, titerizaçao essa tuma tem muita experiencia.

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