Lelê Teles: Anistiar o criminoso que nos governa é como ajudar o escorpião a atravessar o rio

Tempo de leitura: 2 min

ANISTIA É O CARALHO!

Por Lelê Teles*

Michel Temer, o Vampirão do Tuiuti e o William Waack, aquele que foi demitido da Globo por racismo, já falaram em perdoar os crimes do Inominável que nos governa como forma de garantirmos a paz.

Ora, meu rapaz, que conversa mole é essa?

Lula, em seu último comício em Minas Gerais também tocou nesse assunto.

Anistia não é garantia de paz, perdão de crimes é impunidade e estimula o criminoso a criminar, porque ele percebe que o crime compensa; não daremos ao Necrarca essa recompensa!

Anistia tem sua origem etimológica na palavra amnestía, que é o mesmo étimo de amnésia, e significa esquecimento.

Na sua tradução latina, essa palavra também ganhou a acepção de perdão; daí a anistia como perdão judicial.

Ao perdoar os crimes do Cara da casa de Vidro, seremos obrigados a esquecê-los, uma vez que existe uma lei do esquecimento, que é o Direito de Ser Deixado em Paz.

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Uma decisão tomada no tribunal de Paris, em 1983, ratificou esse entendimento assegurando que “qualquer pessoa que se tenha envolvido em acontecimentos públicos pode, com o passar do tempo, reivindicar o direito ao esquecimento (…) o direito ao esquecimento, que se impõe a todos, inclusive aos jornalistas, deve igualmente beneficiar a todos, inclusive aos condenados que pagaram sua dívida para com a sociedade e tentam reinserir-se nela”.

Ou seja, ao cumprir uma pena ou ser perdoado de um crime, não se pode mais associar uma pessoa àquele crime do qual já foi perdoado.

Dimas, o bandido que morreu ao lado de Jesus teve esse direito: foi perdoado aos 45 do segundo tempo, ganhou o Paraíso e nós sequer sabemos que diabos de crime o sujeito cometeu.

O apagamento da memória, chamado de memocrídio, é uma tática antiga.

Os escravizados, sabemos todos, ainda no continente africano, eram submetidos a um rito de passagem que consistia em dar uma volta na árvore do esquecimento.

Já do outro lado do Atlântico, esse gesto simbólico se materializa na forma de memoricídio e epistemicídio, esse apagamento da história, da cultura e da religiosidade dos povos africanos, uma das causas da nossa Maafa de todos os dias, como diria a antropóloga Marimba Ani.

A abolição da escravidão também foi uma tática de anistia; a assinatura da Lei Áurea era menos sobre a liberdade de escravizados e mais sobre a anistia dos escravizadores.

E essa anistia não trouxe paz aos ex-cativos, apenas aliviou a barra dos escravizadores.

Em 1979, uma vez recorremos a este recurso. Os militares exigiam direito a anistia pelos crimes cometidos durante a ditadura, o que lhes foi assegurado em 2010 pelo STF.

Esse esquecimento/perdão trouxe paz?

Ora, os militares estão por aí, militando; ameaçando a democracia e promovendo ataques velados a membros da Suprema Corte.

Anistiar o delinquente que nos governa não trará paz, e enviará um péssimo sinal de impunidade à sociedade, o que pode assanhar seus seguidores e os militares que militam.

Com esse eterno pacto de esquecimento, o Brasil acaba por apagar o seu passado e, consequentemente, o seu futuro.

Não passarão.

Anistia nunca mais.

Palavra da salvação.

*Lelê Teles é jornalista, publicitário e roteirista.

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Comentários

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Zé Maria

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Zé Maria

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Anistiar ou indultar um Criminoso Facínora
que praticou Crimes Contra a Humanidade
e continua incidindo em ilícitos Gravíssimos,
de igual Magnitude, sem Nenhum Remorso
nem Qualquer Arrependimento, Típicos de
um Sociopata?

Negativo!!!

Aliás, a Sentença Mínima que se pode aplicar
a Indivíduo com esse Nível de Inconsciência
e Falta de Caráter é a Internação Compulsória
num Manicômio Judiciário, de preferência no
mesmo onde se encontra o Adélio.

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marcio gaúcho

Anistiar o “coiso”? Não dá para acreditar que existam pessoas trabalhando para isso!

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