José do Vale: Por uma Nova Rota da Esperança em benefício do povo brasileiro

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Fotos: Ricardo Stuckert, Agência Brasil e reprodução

A ROTA DA ESPERANÇA

José do Vale Pinheiro Feitosa *, especial para o Viomundo

Em artigo publicado nessa terça-feira, 9 de agosto, o economista Paulo Nogueira Batista cita uma ideia de Saturnino Braga, que foi deputado federal, prefeito, vereador e senador pelo Rio de Janeiro.

A partir da iniciativa chinesa da Nova Rota da Seda, Saturnino propõe uma Nova Rota da Esperança com iniciativa do Brasil em unidade com a América Latina e a África.

O Brasil possui cultura, matriz europeia, africana e dos povos originários das Américas, tem instituições capazes de investimentos e absorção de tecnologia como BNDES, Embrapa, de domínio da Energia Nuclear, investe em inovação energética, tem grandes empreiteiras para maturar investimentos em instalações.

E, contribuindo com Saturnino Braga, o Brasil tem um parque de desenvolvimento de medicamentes e recursos biotecnológicos, universidades, tecnologia social de controle de doenças, quadros com visão universal capazes de atuarem em cooperações internacionais.

O Brasil, com o Sistema Único de Saúde (SUS), tem potência de compras governamentais capaz de alavancar grandes inovações em medicina e produzir tecnologia de saúde de uso consolidado. Esta capacidade em associação com a América do Sul e a África dará um salto qualitativo na saúde pública mundial.

A pandemia de Covid-19 revela claramente que o seu enfrentamento é uma questão social, econômica e, sobretudo, de “vontade política” organizada capaz de criar as condições necessárias e, de modo secundário, aproveitar a oportunidade para enriquecimento das nações.

Mesmo desconhecendo os valores precisos dos ganhos econômicos com a tecnologia de enfrentamento da pandemia, fica claro que são escalas imensas de exportações e vantagens no comércio mundial com vendas de recursos diagnósticos, suporte à vida e, agora, a enorme disputa comercial pela venda de vacinas.

A existência da Organização Mundial da Saúde (OMS) permite uma pequena governança mundial, mas é no campo dos grandes laboratórios europeus, americanos e chineses que o jogo comercial acontece neste momento. Isso vai perdurar até que os países relativamente mais atrasados consigam produzir os próprios recursos.

Na semana passada, surgiu uma notícia não muito simpática ao general Braga Netto, ministro da Defesa: quando exercia a função de ministro da Casa Civil teria reduzido o poder do Ministério da Saúde na condução da epidemia.

A rigor a centralização e o comando único numa epidemia não estão errados.

O erro foi o conteúdo das medidas adotadas com base em premissas erradas, não utilizadas pelas outras nações.

Além disso, essa centralização se decompôs, tendo estados e municípios de realizar do modo que puderam.

A rigor o governo brasileiro teria que investir pesadamente na conversão da indústria para produzir equipamentos de suporte à vida, levar universidades e laboratórios de biotecnologia a produzir rapidamente testes de diagnóstico e desenvolver vacinas em larga escala, especialmente em cooperação com outras nações.

O Brasil tinha tecnologia social para ter feito um controle social muito mais eficiente da disseminação do vírus.

Para isso, teria que contar com os recursos de testes sorológicos para criar uma inteligência de dano menor à economia do país.

Ao lembrar tais fragilidades, queremos realçar que o desastre da pandemia do Brasil resulta da desordem política resultante do impeachment de Dilma Roussef, quando se golpeou a “vontade social” com o enfraquecimento do Estado e o impulso político centrado no sentimento de ódio, que degeneraram o papel do Estado, da sociedade e das empresas.

Portanto, não podemos medir o fracasso do governo Bolsonaro na gestão dos interesses do povo brasileiro como uma estrutura histórica permanente.

Ela é temporária e tudo que o Brasil tem acumulado poderá rapidamente ser mobilizado para um futuro em que terá grandes efeitos históricos.    

*José do Vale Pinheiro Feitosa é médico sanitarista


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