
O vídeo do PT
João Franzin, da Agência Sindical, via e-mail
O Partido dos Trabalhadores está veiculando vídeo institucional na televisão aberta, com repercussão nos sites, blogs e em outros meios. A ideia básica da peça é lembrar aos brasileiros a situação do País antes dos governos petistas, alertando para os riscos de se perder aquilo que foi conquistado.
Por se tratar de peça visual, essencialmente, o vídeo carrega nas imagens e cenas. Há um tom lúgubre em toda a narrativa: música, imagens, personagens, clima. Se está se falando de um passado pior do que o presente, há que se carregar nas tintas. Foi o que fez o marqueteiro oficial, João Santana, refletindo o ponto de vista do PT.
O vídeo é um movimento tático, dentro da luta maior pela hegemonia política da Nação. Em sintonia com um ensinamento do antigo (a guerra se ganha basicamente na defesa), o PT primeiro defende. Essa é uma qualidade e ao mesmo tempo um defeito da peça.
Está certo o partido ao mostrar suas realizações, comparar, indicar ganhos, defender e alertar para riscos de perdas concretas. É a qualidade. O defeito está em não sinalizar para o futuro, uma vez que o voto tem sempre um componente de esperança.
Outra observação. Ao expor pessoas que melhoraram sua vida e ascenderam socialmente (o IBGE atesta), o vídeo não mostra um único negro. Os negros são os mais pobres da população e, por extensão, entre os que subiram na vida, formam um destacamento grande e representativo.
Considero erro, também, não mostrar, ainda que de relance, a figura de Lula, pela força de sua história e identificação com os que vieram de baixo.
A esta altura do campeonato eleitoral, ninguém veicularia um vídeo em rede nacional sem antes testar sua reação ante grupos representativos do eleitorado. João Santana não colocaria em risco o próprio pescoço. A própria reação da mídia (colunistas, comentaristas, etc.), embora previsível, quero crer foi também pensada e calculada, porque isso é elementar nesse tipo de iniciativa.
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O PT, apesar da fadiga dos metais, é ainda um partido orgânico, com direção, quadros, militância e muitos simpatizantes. O vídeo fala ao coração da militância e atiça o petismo, que sempre é forte na reta de chegada das eleições.
Vou propor uma experiência. Exibir o vídeo a um grupo de dirigentes sindicais não-petistas e também a grupos de trabalhadores das categorias representadas, medindo a reação de cada grupamento. Até porque a reação dos supostos formadores de opinião da nossa imprensa já ficamos conhecendo no dia seguinte à estreia da peça.
João Franzin é jornalista da Agência Sindical
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