Jeferson Miola: Zero Hora admite uso político de “briga familiar” para atingir Juliana Brizola
Tempo de leitura: 2 min
Zero Hora admite uso político de “briga familiar” para atingir Juliana Brizola
Por Jeferson Miola, em seu blog
O jornal Zero Hora [ZH] admitiu, na edição desta 6ª feira, 24/10, que fez uso político da “briga familiar” ao vazar conclusões preliminares do inquérito sigiloso envolvendo a família materna da ex-deputada e pré-candidata ao governo estadual Juliana Brizola, do PDT.
Nas explicações sobre o vazamento, a colunista Rosane de Oliveira afirmou ter conhecimento do indiciamento de Juliana desde o dia 21 de outubro, mas que “nada foi publicado antes porque até então era somente uma briga familiar”.
Ora, se “até então [dia 21] era somente uma briga familiar”, por qual razão o vazamento foi publicado na versão online do site da RBS menos de 24 horas depois, na noite de 22 de outubro, e replicado na edição impressa do dia seguinte, 23 de outubro?
Sintomaticamente, no texto da edição impressa de 22 de outubro –escrito, portanto, no máximo até a noite do dia 21– a colunista já antecipara, em tom premonitório e ameaçador, que “muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte [ou sobre os telhados de vidro]”, e alertou que “fatos novos podem implodir ou alavancar uma candidatura”.
O vazamento do inquérito foi um ato criminoso, que aguarda do governador Eduardo Leite as providências [ainda não anunciadas] para apurar a ação de agentes do seu governo implicados no crime.
O jornal não inventou o conteúdo, que é sigiloso, mas foi receptor privilegiado do vazamento.
Diante da natureza sensível do assunto –e, ainda por cima, privado, familiar e sigiloso–, Zero Hora deveria ter avaliado se seria ético publicizá-lo, pois sabia de antemão que o vazamento poderia causar enorme dano à honra pessoal e à imagem política de uma pré-candidata ao governo do RS, com impacto no processo eleitoral do próximo ano.
É muito intrigante que a defesa de Juliana não tenha tido acesso à conclusão do inquérito enquanto o jornal do grupo RBS recebia seu conteúdo na íntegra.
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As explicações da jornalista Rosane de Oliveira na coluna de hoje evidenciam o viés político do vazamento, claramente interessado em atingir a pré-candidata.
O jornal reproduziu a condenação a priori de Juliana, excluindo todos os argumentos em sua defesa. Simplesmente replicou as conclusões da delegada responsável pelo inquérito.
Com a cobertura enviesada do caso, a RBS quer condenar Juliana a qualquer preço. Rosane de Oliveira assume as funções de promotora e juíza, e diz que “tudo o que ela [Juliana] precisa fazer para evitar uma condenação é explicar as transferências para terceiros, entre os quais estão a mãe e o irmão, e provar que o dinheiro foi devolvido”.
E, com impressionante petulância, conclui que “se [Juliana] tivesse feito isso durante o inquérito, a delegada Ana Luiza Caruso não a teria indiciado” [grifo no original].
Decorridas 48 horas desde o vazamento ilegal do inquérito sigiloso da Polícia Civil, o governador Eduardo Leite mantém-se silente e omisso, o que significa conivência com o crime cometido por subordinados seus.
Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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Comentários
Ricardo Oliveira
Esta mídia é o câncer do RS, com clara posição política, sempre elege algum funcionário para trabalhar pelos seus interesse os quais fazem qualquer coisa por dinheiro, a rede não tem credibilidade mas manipula muito profissionalmente o pensamento dos gaúchos incautos, não leio, não ouço, não vejo nenhum dos canais dessa rede de intrigas diárias, quando não desinformam tem uma programação de diversão para colocar uma cortina de fumaça nos fatos mais importantes do país, claramente apoiam o governador atual blindando ele de qualquer contestação, não relatam fatos e sim interpretam e dão sua versão, vergonhoso a população dar audiência para esse lixo.
Zé Maria
.
Sob Protestos, com Placar de 21 x 14
vereadores da base de Melo aprovam
entrega do DMAE;
veja quem serão os Responsáveis pelo
Aumento do Preço do Serviço de Água
e Esgoto em Porto Alegre
Na madrugada de quarta para quinta-feira, 23,
os vereadores e vereadoras da base do prefeito
de Porto Alegre Sebastião Melo (MDB) aprovaram
a privatização do Departamento Municipal de Água
e Esgoto (DMAE).
A Aprovação se deu com 21 Votos Favoráveis
e 14 Contrários.
Saiba como cada vereador votou
Votaram a Favor da Privatização Todos os
Vereadores e Vereadoras dos Seguintes
Partidos Políticos da Base do Prefeito Melo:
PL, MDB, Novo, Republicanos, PP, Podemos,
Cidadania e PSD.
No caso do PSDB, foram Dois Votos Favoráveis
e Um Contrário.
Votaram Contra a Privatização do DMAE todos
os Parlamentares do PT, do PSOL, do PCdoB e
do PDT.
Veja abaixo a Lista Completa:
OS 21 VEREADORES CANALHAS QUE VOTARAM
A FAVOR DA PRIVATIZAÇÃO DO DMAE FORAM:
1] Alexandre Bobadra (PL);
2] Carlo Carotenuto (Republicanos);
3] Cláudia Araújo (PSD);
4] Comandante Nádia (PL);
5] Coronel Ustra (PL);
6] Gilson Padeiro (PSDB);
7] Giovani o Gringo (Republicanos);
8] Hamilton Sossmeier (Podemos);
9] Idenir Cecchim (MDB);
10] Jessé Sangali (PL);
11] José Freitas (Republicanos);
12] Luciano Marcantonio (Podemos);
13] Marcos Felipi (Cidadania);
14] Mariana Lescano (PP);
15] Mauro Pinheiro (PP);
16] Moisés Barbosa (PSDB);
17] Psicóloga Tanise Sabino (MDB);
18] Rafael Fleck (MDB);
19] Ramiro Rosário (NOVO);
20] Tiago Albrecht (Novo); e
21] Vera Armando (PP).
Os 14 Heróis e Heroínas que Votaram
CONTRA a Privatização do DMAE foram:
1] Aldacir Oliboni (PT);
2] Alexandre Bublitz (PT);
3] Atena Roveda (PSOL);
4] Erick Dênil (PCdoB);
5] Giovani Culau e Coletivo (PCdoB);
6] Grazi Oliveira (PSOL);
7] Jonas Reis (PT);
8] Juliana de Souza (PT);
9] Karen Santos (PSOL);
10] Marcelo Bernardi (PSDB);
11] Natasha Ferreira (PT);
12] Pedro Ruas (PSOL);
13] Roberto Robaina (PSOL); e
14] Yuri Ferrer (PDT).
https://sintrajufe.org.br/sob-protestos-com-placar-de-21-x-14-vereadores-da-base-de-melo-aprovam-entrega-do-dmae-veja-quem-serao-os-responsaveis-pelo-aumento-do-preco-do-servico/
Nelson
Temos aí apenas um fato a mais a demonstrar que o saudoso jornalista Willians Miguel, que era o editor do “Cloaca News”, “acertou na mosca” ao apelidar a maior rede de comunicações do Rio Grande do Sul de “Rede Bunda Suja”.
Zé Maria
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Exemplo da Relação Promíscua da Imprensa
Neoliberal com Políticos Falcatruas Amorais.
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Zé Maria
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Depoimento-Alerta do Jornalista Luiz Carlos Azenha,
Testemunha Ocular das Falcatruas da Globo Contra
o Governo Lula 1 às Vésperas das Eleições de 2006:
.
.
“Uma Lição para a Campanha de Lula em 2026”
Por Luiz Carlos Azenha, na Edição 186 da Revista Fórum
Em 2005, eu era repórter da TV Globo em
São Paulo, recém-chegado de quase quatro
anos como correspondente em Nova York.
Era o período em que estavam em andamento
três CPIs distintas sobre supostos escândalos
envolvendo o governo [Lula 1] — uma delas apelidada
pelos repórteres de “CPI do Fim do Mundo”, pois tinha
objeto incerto e cabia tudo na investigação.
Tratava-se de alimentar a mídia diariamente
com os resquícios do escândalo do mensalão,
em que a Folha de S.Paulo elevou Roberto
Jefferson — logo ele — ao papel de vestal,
ao sugerir a existência de um esquema de
pagamentos mensais do PT à sua própria base
aliada em troca de votos no Parlamento.
Ótimo nome, cunhado em algum gabinete
político: ‘mensalão’.
O mensalão do PSDB, aliás, não era chamado assim
pela mesma mídia:
era o “mensalão mineiro”, todo ele julgado em
primeira instância, sem “formação de quadrilha”.
Sangria de lideranças
Como o próprio presidente Lula disse à época,
ao Fantástico, o PT de fato havia praticado
“caixa dois”. Diferentemente de todos os outros
partidos que fizeram o mesmo, só o PT perdeu
com isso alguns de seus principais quadros no
governo e na estrutura partidária, como José
Dirceu, Luiz Gushiken e José Genoino.
Nesse período, fui encarregado pela TV
Globo de São Paulo — por meio do chefe de
reportagem Luiz Malavolta — de investigar
a falência fraudulenta de uma seguradora, a
Interbrazil, sobre a qual tínhamos indícios de
envolvimento em caixa dois para campanhas
petistas em Goiás, onde atuava o irmão do
então ministro Antonio Palocci, o Paloção.
Cópias de e-mails haviam vindo diretamente
do então dirigente da Globo, Carlos Schroeder,
para Malavolta.
Mas havia um intermediário baiano
que o orientava — com quem me encontrei
ao menos uma vez num restaurante
em São Paulo.
Era um homem misterioso, que jamais deixou
claro exatamente para quem trabalhava.
Dizia-se especialista no setor de seguros,
mas mais tarde deixou indícios de ser ligado
ao [então] deputado federal Antonio Carlos
Magalhães Neto [ACM Neto], um dos líderes
do extinto PFL.
Um repórter da Globo foi a Goiânia,
entrevistou fornecedores de campanha e
constatou rapidamente o caixa dois.
Mas havia mais:
a seguradora falida deixara um rombo na praça e
realizara diversos negócios com o governo federal.
Investimento Pesado
A Globo investiu pesado no assunto e,
eventualmente, me enviou a Brasília para
acompanhar a CPI em que iria depor o dono da
seguradora, que já havíamos entrevistado.
Ele negou qualquer irregularidade.
Por desconhecer os bastidores da política,
fui ciceroneado por uma funcionária da
Globo — dita ‘jornalista’ — que, na verdade,
fazia o meio de campo com deputados e
senadores.
Fiquei surpreso com a facilidade
com que ela circulava do gabinete de
ACM Neto [então Deputado Federal (PFL)]
para o de Aloizio Mercadante [PT],
fofocando nos corredores com o senador
Heráclito Fortes [PFL].
A intenção da oposição era convocar o
irmão de Palocci a depor — o que não ocorreu.
Fiquei estupefato ao ver a assessora global
compartilhando documentos com ACM Neto,
completando o círculo.
Não é que não houvesse qualquer mérito na
denúncia; a surpresa era ver a Globo nas duas
pontas: origem dos e-mails, claramente obtidos
por meio de grampo, e fonte de informações
para ACM Neto turbinar a própria CPI.
Eu e Malavolta, de nossa parte, dissemos
desde o início que jamais colocaríamos os
e-mails no ar, por se tratar possivelmente
de material obtido de forma ilegal. Só com a
confirmação independente do conteúdo teríamos
condições de endossar qualquer denúncia.
No dia do depoimento do dono da
seguradora — que foi tirado de casa pela Polícia
Federal —, ele decidiu abrir o bico. Trouxe
documentos e admitiu ter feito caixa dois. E
começou a listar os partidos: PT, PFL, PSDB,
MDB… era uma lista sem fim.
Gerando cortes
Fizemos a reportagem sobre o depoimento
e fiquei animado com a possibilidade de
ouvir, a partir do dia seguinte, os partidos e
candidatos financiados — para aprofundar a
Foto Foto Bruno Spada/Agência Brasil
Antonio Palocci,
ex-ministro da
Fazenda
denúncia e deixar claro que se tratava de um
caixa dois generalizado.
Porém, naquela mesma noite, fui avisado:
acabou a cobertura, caso encerrado, amanhã
voltamos para São Paulo.
Fiquei com a estranha sensação — para
a qual não tenho provas nem indícios,
apenas minha intuição — de que a Globo
pretendia, com o caso, arrancar alguma
concessão do todo-poderoso Palocci,
então ministro da Fazenda.
Tenho todos os documentos do caso bem
guardados e quero, algum dia, revisitar o
período para tentar estabelecer o nexo.
Fica, no entanto, o alerta: mesmo comissões
parlamentares supostamente “mortas” hoje
são uma grande fonte de fake news que circulam
nas redes sociais em período eleitoral — o que
ainda não acontecia em 2005/2006.
O comportamento dos governistas na CPMI do
INSS deve servir de exemplo para as vindouras.
Se o objetivo é gerar ‘cortes’, que todos o façam —
e que o governo jamais permaneça na defensiva,
como ficou no passado.
Íntegra:
https://semanal.revistaforum.com.br/wp-content/uploads/2025/10/Revista-Forum-186-24.10.2025.pdf
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[A Mesma Relação que a Globo tinha (e tem), em
nível nacional, com a oposição aos Governos do PT
(Lula e Dilma) é a que tem a RBS/ZH/Gaúcha com
os Políticos da Direita no RS, principalmente com
Governadores, como o Dudu Leite (ex-PSDB).]
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