Jeferson Miola: Patrimônio declarado de Arthur Lira multiplica desde o orçamento secreto

Tempo de leitura: 2 min

Patrimônio de Lira multiplicou desde o orçamento secreto

Por Jeferson Miola, em seu blog

Arthur Lira tenta se esquivar do esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro descoberto no livro-caixa do seu braço direito Luciano Cavalcante alegando que os recursos para cobrir suas despesas “têm origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal”.

Esta alegação carece, no entanto, de fundamento, pois mesmo que Lira tivesse poupado e investido 100% de todos os salários de R$ 34.000/mês, inclusive o 13º, recebidos na legislatura anterior, sem gastar um centavo sequer, ele teria aumentado seu patrimônio em “somente” R$ 1,7 milhão.

Ocorre, contudo, que a declaração de bens dele ao TSE em 2022 mostra que seu patrimônio cresceu R$ 4,2 milhões em relação ao patrimônio informado na eleição anterior.

Em 2018, Lira declarou um total de bens de R$ 1.718.924, e em 2022 o patrimônio declarado saltou para R$ 5.965.870, representando um crescimento de 247% em apenas quatro anos.

Neste período, conforme registrado no portal do TSE, Lira adicionou ao seu patrimônio a participação nas fazendas Padre Cícero, Tapera e Paudarqueiro, uma casa no Recanto dos Caetés, um apartamento no Edifício Luxo, um depósito bancário de R$ 827 mil, além do aumento de aportes financeiros para outros negócios nos quais já fazia parte.

Desde a primeira candidatura a deputado federal em 2010 até a terceira reeleição para o mesmo cargo em 2022, não se observa uma variação patrimonial tão significativa como a ocorrida durante a legislatura de 2019/2022, como evidencia o quadro:

A multiplicação do patrimônio de Lira coincide com a implementação do orçamento secreto; ocorreu justamente durante a legislatura em que este esquema bilionário corrupto de emendas parlamentares foi adotado por inspiração do governo fascista-militar.

A contabilidade encontrada com Luciano Cavalcante, o equivalente a um Mauro Cid de Arthur Lira, mostra que este esquema de corrupção e lavagem de dinheiro público operado pelo chefe da Deputadocracia continua superativo.

Do total de R$ 834 mil contabilizados pelo seu braço direito referente ao desvio de verbas do chamado kit robótica, Lira foi o beneficiário de R$ 650 mil entre dezembro de 2022 e março de 2023, sinalizando um crescimento ainda maior – e, por suposto, ilícito – do patrimônio declarado ao TSE por ocasião da sua última candidatura a deputado federal.

O modus operandi do esquema é muito familiar: sempre com dinheiro em espécie e por meio de terceiras pessoas, frequentemente assessores cúmplices operando como ratazanas.

A descoberta deste esquema do chefe da Deputadocracia o deixa politicamente muito enfraquecido, e abala o sistema deputadocrático por ele liderado, que se baseia na extorsão, na chantagem e no achaque do governo para viabilizar monumentais esquemas de corrupção e demagogia eleitoral por meio de desvio de bilhões de dinheiro público via orçamento secreto.

Leia também:

Altamiro Borges: A batata do chantageador Arthur Lira assa cada vez mais

Roberto Amaral: O arranjo derrotado nas urnas segue dando as cartas no país


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

marcio gaúcho

Quando questionado pelo tamanho e origem da sua fortuna, Fernandinho Beira-Mar também alegou ser “pecuarista”.

abelardo

Imagino que as denúncias surgem e as notícias são divulgadas para população. Porem, com toda investigação feita e seu resultado apurado, a defesa, a blindagem e o pouco caso dedicado pelo corporativismo imoral, criminoso e imundo toma conta do destino do escândalo, cobra seu preço e une forças para empurrar com a barriga até cair no esquecimentos para finalmente extinguir a possibilidade da punição. e de seguir adiante. Se a imaginação se consumar, com certeza será um tempero tão irresistível para futuros malfeitores, que a política passará a ser definitivamente o seu quartel general e os honestos serão seus obedientes recrutas.

Deixe seu comentário

Leia também