Hamas após Netanyahu discursar na ONU: ‘Mentiras para encobrir crimes de guerra e contra a humanidade’

Tempo de leitura: 3 min
Brigada al-Qassam, braço armado do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) Foto: Wikimedia Commons

Por Redação

Íntegra do comunicado divulgado à imprensa pelo Movimento de Resistência Islâmica – Hamas em resposta ao discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta sexta-feira, 26.

Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso

Em resposta ao discurso do criminoso de guerra Netanyahu, procurado pelo Tribunal Penal Internacional, perante a Assembleia Geral das Nações Unidas – discurso este boicotado pela maioria dos países do mundo, deixando-o isolado, falando apenas para si mesmo e para poucos apoiadores – nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), afirmamos o seguinte:

É paradoxal que se permita a um criminoso de guerra, procurado pelo Tribunal Penal Internacional, palestrar na ONU sobre justiça, humanidade e direitos, enquanto ele os viola diariamente na Faixa de Gaza.

Suas mentiras repetidas e a negação flagrante dos crimes de genocídio, deslocamento forçado e fome sistemática cometidos por ele e pelo seu exército fascista contra nosso povo em Gaza não mudarão os fatos sólidos documentados por relatórios da ONU e de organismos internacionais.

A repetição, por Netanyahu, de sua propaganda obscura e de suas mentiras sobre os acontecimentos de 7 de outubro não passa de uma fuga para trás, após o colapso dessa narrativa enganosa diante da opinião pública mundial. O termo “antissemitismo” tornou-se um pretexto gasto para justificar sua rejeição às posições internacionais que condenam o genocídio e a fome que ele impõe há 23 meses.

Suas tentativas de vitimizar-se pelos seus prisioneiros e seu espetáculo ridículo de alegar falar com eles por alto-falantes refletem uma mentalidade colonial doentia; ele próprio é o único responsável por impedir um acordo que garantisse sua libertação, devido à sua intransigência, à insistência em manter a agressão, ao rompimento do acordo assinado em janeiro passado e à tentativa frustrada de assassinar a delegação de negociação no Qatar, o mediador internacional. Se realmente se importasse com seus prisioneiros, teria interrompido seus bombardeios brutais, os massacres genocidas e a destruição da cidade de Gaza. Mas ele mente e continua a expô-los à morte.

Suas justificativas falsas para prosseguir a agressão contra a cidade de Gaza e sua alegação de que há combatentes nos edifícios atingidos não passam de um falso pretexto para encobrir crimes de guerra descritos e crimes contra a humanidade cometidos diariamente contra crianças e civis indefesos.

Sua afirmação de que o Hamas busca matar judeus em todo o mundo faz parte de sua campanha sistemática para demonizar o povo palestino e sua resistência nacional legítima. O movimento e a resistência palestina reiteraram várias vezes que sua luta está restrita à ocupação imposta sobre nossa terra e nossos locais sagrados, até que nosso povo exerça seu direito à autodeterminação.

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O que Netanyahu anunciou sobre seu plano de controlar a Faixa de Gaza e instalar um “governo fantoche” é pura ilusão que não se concretizará, pois nosso povo palestino sempre demonstrou firmeza e rejeição a todas as formas de tutela e subordinação.

O boicote da maioria das delegações ao seu discurso reflete a profundidade do isolamento internacional que cerca Netanyahu e seu regime ilegal, bem como o crescimento da solidariedade mundial com o direito do nosso povo palestino à autodeterminação e à criação de seu Estado independente, fruto de seus sacrifícios e de sua luta justa contra a ocupação.

O estabelecimento do Estado Palestino independente, com Jerusalém como sua capital, é um direito inalienável; os crimes do ocupante e suas políticas fascistas não o eliminarão. Nosso povo está comprometido com sua terra e continuará no caminho da libertação e do retorno até que seu Estado independente, com Jerusalém como capital, seja estabelecido.

Movimento de Resistência Islâmica – Hamas

Sexta-feira, 04 de Rabi‘ al-Akhir de 1447 H
(26 de setembro de 2025).”

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Comentários

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Zé Maria

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O Genocida Sionista Condenado
por Crimes Contra a Humanidade
continua Bombardeando a Verdade
com Mentiras sobre os Palestinos.
.

Zé Maria

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A Origem do “Movimento de Resistência Islâmica”-Hamas

O “Hamas”, sigla para “Movimento de Resistência Islâmica”,
foi fundado em 1987 após o início da Primeira Intifada, que foi uma ampla revolta palestina contra a ocupação
israelense em seus territórios.

O grupo foi criado a partir da Irmandade Mulçumana
que, até então, fazia um trabalho de assistência social
na Palestina.

Para entender melhor a história desse grupo político
islâmico da Palestina, a Agência Brasil entrevistou
dois especialistas no assunto.

O primeiro foi o professor de jornalismo da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de São Paulo José Arbex
Junior, que é escritor e doutor em História pela USP.

Autor do livro “Terror e Esperança na Palestina”, ele foi
correspondente internacional da Folha de São Paulo
em Moscou e Nova York.

A segunda foi com a professora de pós-graduação
em Relações Internacionais da PUC de Minas Gerais
Rashmi Singh.

De origem indiana, ela estuda a questão árabe-israelense
há mais de 20 anos.

Íntegra em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/entenda-origem-do-hamas-grupo-islamico-palestino-que-controla-gaza

Leia também
“O Contexto do Acordo de Oslo (1993)
e as Conexões com o Atual Conflito
no Oriente Médio”
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2023-11/entenda-os-acordos-de-oslo-tentativa-de-paz-entre-israel-e-palestina
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