Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas

Tempo de leitura: 3 min

O movimento pelo direito ao passe livre e pela mobilidade urbanaÀ esquerda, é burrice política não sentir o pulsar das ruas

Fátima Oliveira, em O TEMPO

[email protected] @oliveirafatima_

“Se uma pessoa perde duas horas por dia para ir e voltar do trabalho, em cinco dias por semana, ela perde 480 horas ao ano. Considerando que o salário de uma pessoa é de R$ 5/hora ou R$ 880/mês, o custo social por pessoa será de R$ 2.400/ano sem o custo da passagem e o custo ambiental” (Halan Moreira, da Associação Brasileira de Monotrilhos e do Consórcio Floripa em Movimento, em 9.4.2013, em entrevista para a coluna de César Borges, no jornal Notisul).

A constatação acima mostra a crueldade das dificuldades à mobilidade urbana nas metrópoles e facilita a reflexão sobre o Movimento Passe Livre (MPL), o mentor das manifestações pelo Brasil afora e na cidade de São Paulo, em junho de 2013 (dias 6, 7, 11, 13 e 17): uma reação ao aumento consensuado das tarifas de ônibus da prefeitura de Sampa, além das de trens e metrô, a cargo do governo estadual.

O último 13 de junho foi estarrecedor. Um massacre policial a mando do governador Alckmin, numa cidade governada pelo PT, cuja vice é Nádia Campeão, do PCdoB, na data, prefeita em exercício. E eu, que a tenho como amiga pessoal, chorei pelo seu silêncio, que eu não esperava e não compreendo.

O MPL é uma incógnita para a maioria das pessoas comuns. Mas não só. Estão rindo pelos botecos de o prefeito Haddad ter tomado um susto ao ver que um dos líderes das mobilizações “tinha idade (e aparência frágil) para ser colega da sua filha”. Há quem diga que nem os serviços de inteligência dos governos sabem ao certo o que é o MPL: “Até a semana passada, o Palácio do Planalto pouco sabia sobre o MPL”. Será?

Sabiam, mas subestimaram. O que revela o quanto os movimentos sociais são desconsiderados hoje, à direita e à esquerda, além da facilidade que têm para criminalizá-los. Da direita é o esperado, mas da esquerda é burrice política não sentir o pulsar das ruas. Uma subestimação tosca, gerada pelo sonho equivocado de que o PT no governo é o povo no poder. No capitalismo, governo é governo, e povo é povo, mesmo reconhecendo que nosso país em muito mudou para melhor sob os governos do PT. Não nego os avanços, ao contrário: eu os defendo sem carneirice política.

Muita gente que ataca quem diz que algo não vai bem ou reivindica mais empenho na resolução dos problemas sociais não tem lastro para entender sequer as bases teóricas do MPL: a tarifa zero; muitos nunca amassaram barro; grande parte nunca andou de ônibus ou qualquer outro transporte público (nada público, sempre foi pago por quem o utiliza!).

Uns diziam que a moçada do MPL era ligada ao PSDB, filhotes do “Cansei”. Setores da grande imprensa, quando “acordaram”, pareciam ter descoberto a pólvora, a exemplo de Josias de Souza, que escreveu em seu blog, cheio de candura: “Ocupa as ruas de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro com o apoio de pelo menos três partidos: o esquerdista PSOL e os ultraesquerdistas PSTU e PCO” (“Movimento ‘apartidário’ é apoiado por partidos”, 15.6.2013). E daí, qual é o crime?

Ainda não sei muito sobre o MPL, mas estou matutando sobre ele, buscando informações, tentando ler nas entrelinhas, mas, como entusiasta da tarifa zero, ideia bem trabalhada no Brasil pelo engenheiro Lúcio Gregori, secretário municipal de Transportes do governo Luiza Erundina, rendo deferências à legitimidade do MPL, muito pela declaração de Marcelo Pomar, um dos fundadores do grupo: “O Lúcio foi o responsável por dar um subsídio teórico ao movimento. Suas ideias levaram um movimento que reivindicava o passe livre estudantil a se tornar um movimento pelo direito à cidade. Ele abriu horizontes”.

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Comentários

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Raimundo Brito

“Sabiam, mas subestimaram”. Gostei do seu acerto. Parabéns. Poderiam ter negociado antes. Pagaram pra ver e viram. De rabinho entre as pernas

    Ivo Macedo

    Concordo Raimundo. Pagaram pra ver e viram. O prefeito Haddad tem culpa no cartório. Não tenho dúvida. Questão de classe. Ele nunca andou de ônibus na vida, então deixou rolar. Pura falta de sensibilidade.

Gilberto Azevedo

A Fátima é uma analista política muito sensata. Gosto de sua forma de avaliar o momento político porque ela põe o dedo na ferida. Sem piedade.
Quando Dilma acordou já havia perdido a hora de fazer alguma prevenção.
O prefeito Fernando Haddad foi imaturo. O ministro da Justiça, o Zé Cardoso foi uma besta em se aliar ao Alckmin (e eu pergunto, a troco de que?).

Luís Carlos

Diante dos fatos ocorridos ontem, com todo o vandalismo e aproximação entre Globo, PIG e MPL, a democracia brasileira corre sério risco. o MPL está demonstrando que está de mãos dadas com a GLOBO.

Yole Almeida

18/06/2013 – 23h06
Grupo faz protesto na frente da casa de Haddad em São Paulo
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Cerca de cem pessoas fizeram um protesto por cerca de uma hora, na noite desta terça-feira, na frente da casa do prefeito Fernando Haddad (PT), na região do Paraíso, na zona sul de São Paulo.
As pessoas fizeram gritos de ordem como “se a passagem não baixar, São Paulo vai parar”, mas não houve qualquer registro de violência ou vandalismo no local. A rua foi fechada pela Polícia Militar, que faz o policiamento do local.
Manifestantes tentam invadir a Prefeitura de SP durante protesto
‘Estão entrando, estão entrando’, diz assessor na prefeitura
Protesto reúne 50 mil pessoas em passeata no centro de SP
Os manifestantes colaram cartazes e colocaram uma bandeira do Brasil nas grades do prédio do prefeito.

Bruna Madeira

Cara Fátima, muito bom o seu artigo. Análise firme e certeira. Não ouviriam as vozes das ruas a tempo. Triste. O que aconteceu em São Paulo e em Belo Horizonte ontem são páginas vivas de como os movimentos precisam ter comando. Um belo movimento que está dando problemas por falta de comando.

Nathália Barbosa

elio gaspari
19/06/2013 – 03h32
O monstro foi para a rua

Em dezembro de 1974, a oposição havia derrotado a ditadura nas urnas, elegendo 16 dos 21 senadores, e o ex-presidente Juscelino Kubitschek estava num almoço quando lhe perguntaram o que acontecia no Brasil.
– O que vai acontecer, não sei. Soltaram o monstro. Ele está em todos os lugares.
Abaixou-se, como se procurasse alguma coisa embaixo da mesa e prosseguiu:
– Ele está em todos os lugares, aqui, ali, onde você imaginar.
– Que monstro?
– A opinião pública.
Dois anos depois JK morreu num acidente de automóvel e o monstro levou-o no ombros ao avião que o levaria a Brasília. Lá ocorreu a maior manifestação popular desde a deposição de João Goulart.
Em 1984 o general Ernesto Geisel estava diante de uma fotografia da multidão que fora à Candelária para o comício das Diretas Já.
– Eu me rendo – disse o ex-presidente, adversário até a morte de eleições diretas em qualquer país, em qualquer época.
Demorou uma década, mas o monstro prevaleceu. O oposicionista Tancredo Neves foi eleito pelo Colégio Eleitoral e a ditadura finou-se.
O monstro voltou. O mesmo que pôs Fernando Collor para fora do Planalto.
No melhor momento de seu magnífico “Pós Guerra”, o historiador Tony Judt escreveu que “os anos 60 foram a grande Era da Teoria”. Havia teóricos de tudo e teorias para qualquer coisa. É natural que junho de 2013 desencadeie uma produção de teorias para explicar o que está acontecendo. Jogo jogado. Contudo, seria útil recapitular o que já aconteceu. Afinal, o que aconteceu, aconteceu, e o que está acontecendo, não se pode saber o que seja.
Aqui vão sete coisas que aconteceram nos últimos dez dias:
1) O prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin subiram as tarifas e foram para Paris, avisando que não conversariam nem com os manifestantes. Mudaram de ideia.
2) Geraldo Alckmin defendeu a ação da polícia na manifestação de quinta-feira passada. Mudou de ideia e pacificou sua PM.
3) O comandante da PM disse que sua tropa de choque só atirou quando foi apedrejada. Quem estava na esquina da rua da Consolação com a Maria Antônia não viu isso.
4) Dilma Rousseff foi vaiada num estádio onde a meia-entrada custou R$ 28,50 (nove passagens de ônibus a R$ 3,20).
5) O cartola Joseph Blatter, presidente da Fifa, mandarim de uma instituição metida em ladroeiras, achou que podia dar lição de moral aos nativos. (A Viúva gastará mais de R$ 7 bilhões nessa prioridade. Só no Maracanã X, torraram R$ 1,2 bilhão.)
6) A repórter Fernanda Odilla revelou que o Itamaraty achou pequena a suíte de 81 m² do hotel Beverly Hills de Durban, na África do Sul, e hospedou a doutora Dilma no Hilton. (Por determinação do Planalto, essas informações tornaram-se reservadas e, a partir de agora, só serão divulgadas em 2015.)
7) A cabala para diluir as penas dadas aos mensaleiros que correm o risco de serem mandados para o presídio do Tremembé vai bem, obrigado. O ministro Dias Toffoli, do STF, disse que os recursos dos réus poderão demorar dois anos para ir a julgamento.
Para completar uma lista de dez, cada um pode acrescentar mais três, ao seu gosto.

Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por “As Ilusões Armadas”. Escreve às quartas-feiras e domingos na versão impressa de “Poder”.

www1.folha.uol.com.br/colunas/eliogaspari/2013/06/1297394-o-monstro-foi-para-a-rua.shtml

Caiu o nosso muro de Berlim. E agora? – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas […]

Leo V

Os pontos objetivos da luta

por Marcelo Pomar*

*(historiador, co-fundador do Movimento Passe Livre (2005, FSM, Porto Alegre), foi preso em três ocasiões em 2004, 2005 e 2006, acusado de liderar a onda de protestos que barrou o aumento das tarifas de transporte em Florianópolis).

1. O movimento se iniciou centralmente na luta por reduzir a tarifa dos transportes coletivos, e subsidiariamente pela tarifa zero e direito a cidade. São as bandeiras do MPL, que são construídas há uma década, com manifestações maiores e menores ao longo desses anos.

2. A repressão brutal da PM de São Paulo, na noite de 13 de junho, com centenas de feridos, detidos, e espancamentos covardes causou uma comoção nacional e internacional, e levou as manifestações a uma dimensão jamais antes vista para o tema de mobilidade urbana.

3. A grande mídia brasileira, que é monopolista, e que não recebeu do governo federal o enfrentamento necessário para sua regulação na perspectiva da democratização, e que tem interesses imbricados com a direita reacionária, vendida e subserviente do Brasil, num processo de manipulação vil, tentou transformar a pauta do movimento na sua própria agenda política.

4. Isso não é novidade. Vale lembrar que em 1984, num dos comícios decisivos da Campanha das Diretas Já na Praça da Sé, o JN da Globo anunciava que as pessoas estavam ali reunidas para festejar o aniversário de São Paulo.

5. Outras bandeiras adicionadas ao movimento são legítimas e ajudam a politizar o debate, ampliando a perspectiva de que o saldo final dessa grande onda seja positivo.

6. No entanto, há uma entulhação ideológica orquestrada por partidos da direita, insufladas pelos editoriais da mídia, e que pretendem imputar ao movimento a sua própria agenda, visando colher dividendos eleitorais em 2014, ou até mesmo um acirramento que permita uma conjuntura de tipo golpista.

7. Aqui temos uma responsabilidade compartilhada: No movimento, de seguir a luta e neutralizar a babaquice reacionária, definindo um conjunto de pontos objetivos da luta, cantando palavras de ordem relacionadas a elas, escrevendo e dando informações nessa linha; Nos governos, assumir imediatamente a pauta do movimento, e propor uma agenda de curto, médio e longo prazo que inclua mecanismos de democratização do acesso a cidade, como a TARIFA ZERO.

Haddad, honre o PT e sua história! Revogação hoje do aumento das tarifas, e abrir pauta com o movimento para a Tarifa Zero nos transportes coletivos.

Estamos vivendo um momento histórico e nossa função política e atuar e construir as condições para que tenhamos vitórias concretas e não retrocessos.

http://tarifazero.org/2013/06/18/os-pontos-objetivos-da-luta/#more-5817

Nota do MPL-SP: O motor das mobilizações é o aumento de tarifa – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas Lincoln Secco: Manifestantes serão enjaulados no discurso dos donos da Grande Imprensa? […]

Gersier

Enquanto isso no STF…
Quem foi mesmo o dono da frase: “não se deve ouvir o clamor das ruas?”
Porque será que o PIG não o questiona agora sobre essa frase,já que o idolatram?

    Zanchetta

    Se vc está pensando em diminuir o ministro Joaquim Barbosa, saiba que ele falou exatamente o contrário…

    Mário SF Alves

    Não no contexto dado. O contexto foi outro, muito diverso?

Marcelo de Matos

Voltando ao tema das bandeiras do movimento, não custa acrescentar que o protesto contra a corrupção é uma questão superada. Nesse quesito o tucanato já foi plenamente atendido: nunca antes na história desse país houve condenação de parlamentar. O único caso, ainda sem prisão, é o do deputado de Rondônia Natan Donadon, do PMDB, condenado a 13 anos e 4 meses de prisão. “A prisão do peemedebista será emblemática, não só por ser a primeira vez de um deputado condenado criminalmente pelo Supremo, como também porque servirá de parâmetro para o caso dos quatro congressistas punidos pelo STF no julgamento do mensalão: José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar da Costa Neto (PR-SP)”. Antes disso nenhum parlamentar foi preso. Olha que muitos mereciam. Cito, apenas, o caso de Joaquim Roriz, de Brasília, chamado de “maior freguês da Justiça brasileira”. O PIG pressionou e, com o apoio dos partidos de oposição, conseguiu esse feito inédito na Justiça dos quatro pês.

Alice Matos

Proposta concreta
vladimir safatle

Há várias maneiras de esconder uma grande manifestação. Você pode fazer como a Rede Globo e esconder uma passeata a favor das Diretas-Já, afirmando que a população nas ruas está lá para, na verdade, comemorar o aniversário da cidade de São Paulo.

Mas você pode transformar manifestações em uma sucessão de belas fotos de jovens que querem simplesmente o “direito de se manifestar”. Dessa forma, o caráter concreto e preciso de suas demandas será paulatinamente calado.

O que impressiona nas manifestações contra o aumento do preço das passagens de ônibus e contra a imposição de uma lógica que transforma um transporte público de péssima qualidade em terceiro gasto das famílias é sua precisão.

Como as cidades brasileiras transformaram-se em catástrofes urbanas, moldadas pela especulação imobiliária e pelas máfias de transportes, nada mais justo do que problematizar a ausência de uma política pública eficiente.

Mas, em uma cidade onde o metrô é alvo de acusações de corrupção que pararam até em tribunais suíços e onde a passagem de ônibus é uma das mais caras do mundo, manifestantes eram, até a semana passada, tratados ou como jovens com ideias delirantes ou como simples vândalos que mereciam uma Polícia Militar que age como manada enfurecida de porcos.
Vários deleitaram-se em ridicularizar a proposta de tarifa zero. No entanto, a ideia original não nasceu da cabeça de “grupelhos protorrevolucionários”. Ela foi resultado de grupos de trabalho da própria Prefeitura de São Paulo, quando comandada pelo mesmo partido que agora está no poder.

Em uma ironia maior da história, o PT ouve das ruas a radicalidade de propostas que ele construiu, mas que não tem mais coragem de assumir.

A proposta original previa financiar subsídios ao transporte por meio do aumento progressivo do IPTU. Ela poderia ainda apelar a um imposto sobre o segundo carro das famílias, estimulando as classes média e alta a entrar no ônibus e a descongestionar as ruas.

Apenas nos EUA, ao menos 35 cidades, todas com mais de 200 mil habitantes, adotaram o transporte totalmente subsidiado. Da mesma forma, Hasselt, na Bélgica, e Tallinn, na Estônia. Mas, em vez de discussão concreta sobre o tema, a população de São Paulo só ouviu, até agora, ironias contra os manifestantes.

Ao menos, parece que ninguém defende mais uma concepção bisonha de democracia, que valia na semana passada e compreendia manifestações públicas como atentados contra o “direito de ir e vir”. Segundo essa concepção, manifestações só no pico do Jaraguá. Contra ela, lembremos: democracia é barulho.

Quem gosta de silêncio prefere ditaduras.

Vladimir Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo). Escreve às terças na Página A2 da versão impressa.

Flávio Siqueira

O problema não é o MPL (que na verdade verdadeira, é “dirigido” por anarquistas), e nem as manifestações contra aumentos de passagens. O problema são as manifestações ocorrendo em outras cidades, que estão assumindo um caráter “contra a Copa”. Pior, tem manifestação que não tem é bandeira nenhuma, apenas mostrar que “o povo despertou”. Despertou pra quê, cara pálida? Para dizer que Bolsa Família e Copa do Mundo são equivalentes a “pão e circo”? Isso é coisa de pequeno-burguês reacionário. O povo brasileiro tem sim muito a comemorar na Copa, muito a celebrar, pois as conquistas foram muitas nos últimos 10 anos. Tanto é que a MAIORIA do povo vai celebrar e festejar, e apenas uma minoria barulhenta vai “protestar contra a Copa”. O problema é que uma minoria de 50 mil pessoas, mesmo sendo minoria da população, faz um estrago danado quando parte para o vandalismo gratuito supostamente “revolucionário”. E a maioria silenciosa paga o pato…

Zanchetta

Como diria o nosso guru Joaquim Barbosa… Vcs tem que ouvir a voz das ruas!!!

tales-filho

250 mil saíram as ruas para protestar e 190 milhões ficaram assistindo as novelas da Globo.

Mário SF Alves

Decepcionante, preocupante e no limiar de uma nova tragédia.
As ruas e as praças são do povo. Espera-se que desta vez não o sejam como o céu e a terra foi da Operação Condor. Com dor, com muita, maldita, irreparável e incivilizada dor.
_____________________________________
Decepcionante:
Como entender que uma presidenta, cujo passado é de heroína, possa agora, depois de tanta demonstração de competência, respeito às regras do jogo democrático, e depois de tanta seriedade, ser vaiada por um “estádio inteiro”, localizado no coração político do País? E o que é mais grave, durante um evento exposto aos olhos do mundo?
Como entender que um partido político como o PT, após tantas e honrosas conquistas, inclusive a de resistir e superar uma crise econômica mundial e de nos fazer sentir singular orgulho do Brasil, possa agora ser tão maltratado, tão vilipendiado? E o que é mais intrigante, permaneça, assim, tão retraído e tão indefeso perante seus algozes?
Claro, optou-se por conquistar eleitoralmente o Governo e através dele mudar a realidade política do País. Optou-se pela via institucional. Optou-se [e comprometeu-se] [e nós concordamos com isso] pela via institucional como instrumento de luta na superação do deplorável subdesenvolvimento socioeconômico que há séculos nos assola e humilha. Optou-se. Optamos. Tudo em estrito respeito às intituições existentes; ainda que arcaícas, ainda que todas elas a serviço da velha e socialmente excludente ordem. Optou-se [e nós concordamos com isso] pela via institucional como instrumento de luta na superaração do mal histórico sintetizado no binômio casa-grande-braZil-eterna-senzala. Optou-se, mesmo não sendo ingênuos quanto ao fato de ser este um País, cuja grandeza territorial e incalculável riqueza natural, é e sempre foi, e também por isso, objeto de cobiça internacional, tendo sido quase sempre estritamente dominado pelo que há de mais reacionário no mundo. Optou-se e nós concordamos com isso. Assim como tantos outros optam e optaram; mas, ainda assim, e por isso mesmo, como entender… por exemplo, que concessões públicas comprovadamente contrárias à democracia e à evolução do País sejam tratadas a pão-de-ló e como se instituições públicas fossem? Como entender…
Como entender que, em plena vigência de tal acordo, de tal pacto político, uma instituição pública como o STF possa se ajoelhar frente a um poder não institucional – sacar do bolso do colete uma esdrúxula e alienígena teoria e com ela direcionar todo o ódio de classe contra parlamentares e executivos deste mesmo PT? E só contra este mesmo PT. E tudo isso após conceder “na calada da noite” habeas corpus a banqueiro prisioneiro e à médico denunciado e preso por abuso sexual? Como entender…
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Preocupante:

Nossos filhos estão nas ruas; alguns, inclusive, trajando roupas cor-de-rosa. São os nossos filhos. E seus corações ainda são puros se comparados a toda essa velhacaria camuflada e travestida de Política. Nossos filhos estão nessas mesmas ruas onde o pacto político, e por consequência o tecido social, encontra-se cada vez mais esgarçado.
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Hora de refletir.

Carlos Pereira

Olá Fátima Oliveira, o que mais gosto dos seus escritos curtos é a forma como você vai na jugular da coisa. A moçada da carneirice política sumiu do mapa hoje no Azenha. Também pudera: Lula e Dilma captaram a mensagem das ruas. O Haddad está se virando nos trinta pra compensar os erros de sua arrogância de gente que nunca usou ônibus, então não sabe do que o MPL está falando; as centrais sindicais com seus pelegos bem aboletados andando de carro e de avião pra cima e pra baixo só hoje se lembraram da desumanidade do transporte coletivo. Booooooooooooooooooooom demais da conta, sô!

Carlos Lima

A própria esquerda burra esta destruindo a esquerda, a onda de manipuláveis digitais não é sinonimo de postura política, não se pode condenar uma estrutura, sem que haja ao menos pensamento de outra, todos que desacreditam a política não merecem respeito com pensadores do mundo, a teoria do caos é fantasiosa. Estão esquecendo de uma enorme, más enorme maioria que não estão achando graça nenhuma de luta sem causa plausível. A Mídia contra e a favor errou feio, não prejudicou apenas Dilma,Alckmin ou quem quer que seja O Brasil não é um complexo de utopias, desacreditar o país com mundo desmoronando em crises e guerras é uma irresponsabilidade sem limite. A História contará essa burrice e insanidade de inflar jovens ao desnecessário.

Artur Scavone: Mais cheiro de primavera que de pólvora e gasolina – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas […]

>> Brasil se levanta – Tsunami humano para chacoalhar o limoeiro e reencontrar o próprio eixo: nós somos aqueles por quem estávamos esperando

[…] Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas – Viomundo http://www.viomundo.com.br/politica/fatima-oliveira-a-esquerda-e-burrice-politica-nao-sentir-o-pulsa… Reuters – Gallery: Rage in Brazil […]

Gildásio

É MUITA FALTA DE ÉTICA!!!!

O oportunismo do PCdoB é sem limites. Primeiro aceitou que Nádia Campeão, a prefeita em exercício, que é do PCdoB, ficasse calada, obedecendo as ordens erradas de hadad lá de Paris; e ontem publicou uma matéria sobre a manifestação destacando a recém-eleita presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virginia Barros, que falou como se ela fosse uma liderança do protesto. Ai, meu Deus!
Leiam e vejam o disparate:

SP: milhares de pessoas no maior ato contra aumento da tarifa

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virginia Barros, destacou o principal objetivo do movimento. “Hoje estamos nas ruas não somente contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, a manifestação é também uma reação contra a repressão que está ocorrendo nos protestos, o povo está pedindo pacificamente. Para melhorar a vida da cidade, o povo está na rua”, completou.

Para Vic – como é chamada – essa é uma oportunidade de debater o sistema do transporte coletivo em todo país. “Queremos participar da discussão sobre o transporte público, nos conselhos municipais do transporte, queremos que o governo cumpra o enfrentamento para redução da margem de lucro e assim o valor da passagem torne mais acessível para o conjunto da população”, ressaltou….

Para Mateus Fiorentini, membro executivo da Organização Continental Latino Americana e Caribenha de Estudantes (OCLAE) “essa mobilização no Brasil vem junto com uma onda de protestos juvenis que ocupam a America latina, como no Chile, que lutam por educação pública e de qualidade, e dos estudantes na Colômbia que pedem paz”.

Segundo Fiorentini, trata-se de uma reação contra a onda conservadora que existe no mundo, e principalmente em relação à crise do capital que se reflete negativamente na classe trabalhadora e estudantil.

A secretária de movimentos sociais do PCdoB, Lúcia Stumpf também esteve presente à manifestação e defendeu a legitimidade dos movimentos. “Lutamos pelo direito de nos manifestar contra a tentativa de criminalizar o movimento social”.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=216378&id_secao=8

Hortência Gualberto

Eita nós! Tá valendo! Adorei suas ideias. Sobre a sua amiga Nádia Campeão: naquele dia ela era um prefeita de biscuit, e aceitou, caso não fosse, quem a conhece sabe muito bem que teria dado outro rumo. Ela é firme. Mas o Haddada não concedeu a palavra para a prefeita. De Paris ficou dando pitacos, equivocados, e se achando um DEUS! Errou e errou feio demais.

Mário SF Alves

Fátima,
Tem razão. É (ou já passa da) hora de reflexão. A propósito, vale replicar o Messias Franca de Macedo, em comentário publicado ontem no Carta Maior. (Obs.: ressalte-se que ficou suficientemente claro o contexto “maioria”, encontrada logo na primeira linha do primeiro parágrafo):

Messias Franca de Macedo diz:

17/06/2013

“A REVOLTA” MOSTRA UMA DAS SUAS FACES! A maioria dos “protestantes militantes” não sabe nem pelo que estão protestando! É o conhecido ‘espírito de manada’! O que não deixa de ser um risco iminente à nossa subdemocracia de bananas! ENTENDA

… A famigerada, nefasta, oligárquica e golpista/terrorista/antinacionalista ‘GloboNews’ apresentou em uma matéria o depoimento de uma jovem, loura, olhos claros, cabelo escovado em algum salão de grife em SP, “sorriso com aparelho ortodôntico pensando que ainda é status” [risos], abre aspas: “Eu também não uso transporte coletivo! Mas, estou aqui – junto com as minhas amigas – para protestar: é muito caro o preço do transporte coletivo!”
[- E por que a mocinha não falou também da precariedade do sistema público de transportes em Pindorama?!
– Sei lá! Talvez porque essa parte do depoimento talvez não constasse do, digamos, ‘script’, ensaiado!..
– Ah! Essa “elite cansada e cheirosa” me causa frouxos de risos! Parodiando e lembrando um *(hilário) personagem do saudoso e excelente ator, o Paulo Gracindo!
*o primo rico – que contrastava com o primo pobre!]

… E “vamo” protestar!… Abaixo o futebol no país do futebol (sic)… Abaixo a Rede Globo… Abaixo a condição de banqueiro bandido e condenado poder bater papo com certos ministros do **”supremoTF” (idem sic)… Abaixo o atual prevaricador da nação… Abaixo a Editora da MARGINAL Tietê!… ABAIXO ao salário nababesco do Neymar & demais bolas murchas: por um país cujo futebol seja “tocado” exclusivamente por atletas amadores; queremos mesmo é saúde, educação e segurança públicas de qualidade! Ou seja, e definitivamente, nós queremos pão e dispensamos o circo!…
**”supremoTF”: aspas monstruosas e letras submicroscópicas! À exceção dos ínclitos, catedráticos e impávidos juristas Ricardo Lewndovski, Teori Zavascki e Luis Roberto Barroso! “Intonce”: abaixo “o restante(!) do supremoTF”!…

República de ‘Nois’ Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Carlos Zarattini: Hora de voltar aos bairros e debater com a população – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Fátima Oliveira: É burrice política não sentir o pulsar das ruas […]

Julio Silveira

O problema da insensibilidade é que ela leva a burrice, e de maneira quase geral quem manda no Brasil é muito burro, não necessariamente culturalmente ignorantes, o que muita gente confunde.

Zanchetta

Político bom é político com medo…

E ontem, a moçada pôs medo em todos eles…

Governo forte é sinônimo de ditadura.
Democracia se faz com políticos pensando o tempo inteiro se eles estão fazendo o certo e necessário, senão vão ser chutados para fora!

    Vlad

    Exatamente. Na democracia, o povo não deve temer o governo. O governo é que deve temer o povo.

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