Emir Sader: As razões do golpe de 64

Tempo de leitura: 3 min

01/04/2011

Blog do Emir Sader*

As visões descritivas dos grandes acontecimentos históricos tendem a reduzi-los a contingências – a Primeira Guerra, a um episódio menor – ou a idiossincrasias – a personalidade de Hitler. No caso do golpe no Brasil, a imprensa golpista da época se centrava nos supostos “abusos” do governo Jango, que teriam levado à intervenção dos militares para “salvar a democracia” – lugar comum nos editoriais da época.

O movimento que desembocou no golpe de 1964 na realidade vem de longe. Podemos remontá-lo ao começo da Guerra Fria, no fim da Segunda Guerra e no começo do segundo pós-guerra, quando os EUA reciclavam sua definição de inimigos do bloco derrotado na guerra, para a URSS. Não seria possível explicar a brutalidade das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, sem levar em conta a nova atitude norteamericana de mostrar para a URSS sua superioridade nuclear, que iria definir o começo do novo período. De capa da revista Time há poucos anos antes, como herói da luta pela democracia, Stalin se tornava a encarnação do mal que haveria que evitar: o “espectro do comunismo”.

Foi nesse momento que os EUA elaboraram a Doutrina da Segurança Nacional, que propunha que os Estados se transformassem em quarteis generais na luta contra a “subversão” e o “comunismo”. Todo tipo de conflito, de divergência, de expressão de descontentamento social seria classificado como “subversão”, expressão de interesses estrangeiros e deveria ser extirpado. A instalação de ditaduras militares, que blindassem os Estados, seria o objetivo ideal.

Da geração de militares brasileiros que foi à guerra da Itália, Humberto Castello Branco e Golbery do Couto e Silva, estreitaram ali laços com as tropas norte-americanas e, na volta para o Brasil, fundaram a Escola Superior de Guerra, que passou a ser o lugar estratégico de formulação, difusão e formação de pessoal das FFAA baseado na Doutrina de Segurança Nacional.

Os anos 50 foram anos de ensaios de golpe, contra Getúlio e contra JK, depois na renúncia do Jânio. Enquanto isso o Brasil crescia, distribuía renda, afirmava uma política internacional própria. Os investimentos norte-americanos foram voltando com força – depois do longo interregno desde a crise de 1929-, até que, com a chegada da indústria automobilística, deslocaram para si o eixo da economia e condicionaram fortemente o consumo de luxo. Mas ao mesmo tempo o mercado interno se expandia na direção do consumo de bens de consumo popular nas grandes cidades e também no campo, onde se estendia o processo de sindicalização rural, pela primeira vez.

As duas dinâmicas se chocavam: a da democratização do consumo e a do consumo de luxo junto à exportação. A ditadura resolveu o conflito a favor desta. Além da brutal repressão que desatou contra tudo o que significasse democracia, desde o começo o regime militar teve um caráter de classe muito definido: interveio em todos os sindicatos, perseguiu  seus líderes e determinou um arrocho salarial, o que significou uma situação extraordinariamente favorável à superexploração dos trabalhadores e à acumulação favorável ao grande capital nacional e estrangeiro.

Ao contrário do que alguns pensavam, a ditadura não significou o retrocesso da expansão da economia e da industrialização no Brasil. O fim da democracia e a imposição da ditadura foram funcionais ao capitalismo. Brecaram as demandas populares mediante o arrocho, bloquearam as demandas salariais pela intervenção e repressão aos movimentos populares, enquanto abriam a economia ao capital estrangeiro, liberava, o envio de royalties ao exterior e favoreciam de todas as maneiras a concentração em favor das grandes empresas nacionais e estrangeiras.

O chamado “milagre” tinha um santo: a ditadura, a repressão, os golpes ao movimento popular e à democracia. Foi uma ditadura articulada com os planos da guerra fria dos EUA e com o modelo de acumulação do grande capital – que se desenvolveu em base à concentração no consumo de luxo, na superexploração dos trabalhadores e na exportação. Avançou o Brasil desigual, injusto, de concentração de renda, de exclusão social, de prepotência, de terror, de poder do capital, dos latifundiários, dos donos da mídia privada. O Brasil que recentemente começamos a superar, daí a oposição dos herdeiros da ditadura.

Emir Sader, sociólogo e cientista, mestre em filosofia política e doutor em ciência política pela USP – Universidade de São Paulo.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

moacir

Que nada o capitalismo é otimo para uma minoria que explora a maioria da população, ficando com o controle das
riquezas acumuladas, usando esta riquezas para manter estes previlégios, surbonando governos corruptos,mídias
pagas, exercitos manipulados por governos internacionais e mutinacionais no pais, elite anti-patriota,banqueiros
que mandam mais que os governos, quem sofre com tudo isso são os 90% da maioria da população,quem ganha
com isso são os 9% de pulsa saco e 1% exploradores,sulgadores das riquezas de todos,subornadores que com
a riquezas mal distribuidas,deixam o pov o na miséria, não dando condições para que todos possam crescer.

Gilson Caroni: 1964, não podemos dormir novamente | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Leia aqui “As razões do golpe de 64″, por Emir Sader. […]

walaci

Que legal que meu "amigo " Klaus entenda de comprimidos. Você deve ter trabalhado com o Serra no Ministério da Saúde…não preciso de comprimidos
quanto a vc não sei??

walaci

Alan
obrigado por me convidar a estudar.
acho saudável e convido você também,tá!
você precisa estudar mais e melhor
por favor, com essas sua songueira petulante, parece que você canonizou a teoria da dependência do seu amiguinho fhc

    Alan

    Walaci
    Me considero um eterno estudante.
    Quanto a questão de estudar mais e melhor, quem precisa fazer isso e você(seu comentário deixa isso evidente).
    Você por acaso pode provar as afirmações que você fez no seu primeiro comentário???
    P.S. Se você quiser debater eu estou disposto, mas por favor venha com argumentos consistentes e não com falácias.

Alan

Os militares golpistas com o apoio de empresários,latifundiários e outros grupos de extrema direita como a TFP, implantaram um regime autoritária e repressor,que matou e torturou milhares de pessoas. O golpe de 1964 foi dado com o claro objetivo de defender e manter a estrutura da sociedade capetalista, a democracia e os direitos humanos foram claramente agredidas nesse período de autoritarismo,tortura e assasinato. O mais vergonhoso e saber que os torturadores não foram punidos e que atualmente tem até torturador lançando candidatura.

Rafael

Os militares agiram que nem idiota. cair nesse papo furado, mas militares nada mais são que representatntes da elite e agiram como tal, nunca se preocuparam com desenvolvimento da eduação, da indústria e da própria foraças armadas. Hojeé um exército que não tem condições de defender nenhum ponto do país. Criam um cultura política podre, sistema de saúde praticamente inexistente e um país que se viciou em infalção alta, queé ótima para quem é rico e pessimo para o trablhador, hoje se viciaram nos juros. Texto do Emir é uma descrição perfeita do período ditadura. Lamentável que grande maioria da população não terá esse esclarecimento sobre esse período obscuro da nossa história o qual a mídia criada pelos ditadores tenta fazer que esqueçamos.

Weissheimer: A lógica por trás da ditabranda | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Leia aqui o que Emir Sader escreveu sobre o golpe.   […]

O_Brasileiro

Hipocrisia…
Usar dinheiro público para salvar bancos, para fazer guerras e para privatizar estatais pode, mas usar dinheiro público para dar saúde e educação de graça e de qualidade para os cidadãos de seu país não pode???
Socialismo seletivo…

H. Aljubarrota

A verdade – que fica clara neste excelente artigo do Prof. Emir – é que os USA cooptaram todo o sistema midiático ocidental seja por sabujismo puro e simples do empresariado local ou por investimentos pesados, feitos pelos americanos, como foi o caso da montagem da Rede Globo.

Deram um nó nas comunicações massivas, recontam a história diariamente sob uma ótica sempre favorável aos seus interesses e, para que o monstro que criaram sobreviva, são forçados a alimenta-lo com inimigos imaginários numa sequência cada vez mais rápida.

Vamos ver onde tudo isso vai dar…

@sventura_sp

A verdade é que os militares foram transformados em 1964 nos maiores bodes espiatórios da história, sobre os quais desaba até hoje a culpa exclusiva pelo golpe que derrubou a democracia, entretanto poucos citam as lideranças sociais e políticas civis que articularam o golpe.
O Brasil passou todo o período da República envolto em golpes, a bem da verdade hoje é que vivemos o período mais tranquilo e democrático de nossa história, pois de 1889 até 1964 houve uma sequência ininterrupta de golpes e quarteladas, inclusive aquela que levou um dos grandes presidentes brasileiros ao poder, Getúlio Vargas.
Em 1964 a elite econômica nacional já estava escolada, e resolveu usar os militares como ponta de lança contra o governo titubeante do indeciso Presidente João Goulart, pois nenhum golpe militar pode funcionar sem apoio amplo dos grupos econômicos do lugar, isso se dá desde Roma, passando por Napoleão e chegando à Guerra Civil Espanhola, em todos esses exemplos o que ficou para a história foi a participação dos militares, o que ficou por trás da história é a participação das oligarquias locais, essas sim as verdadeiras articuladoras e beneficiárias.
É pena que de ambos os lados, militares e militantes, haja rusgas até hoje, enquanto os verdadeiros adversários do desenvolvimento nacional inclusivo para a população brasileira continuam manipulando as nossas vontades como autênticos titereiros.

ratusnatus

Como economista o Emir é um grande sociólogo.

Os dois últimos parágrafos são uma lástima. A conclusão esta incorreta.

    francisco p. neto

    E vc como analista é um Ratus novergicus.
    Que lástima!
    Encontramos em qualquer bueiro.

    Pitagoras

    Mera afirmação vazia, desfundamentada.
    O Professor Sader mais uma vez acerta na ferida que ainda não cicatrizou em nossas consciências.

    Alan

    Em que parte a conclusão esta incorreta??? sugiro que você destaque o que esta incorreto e argumente o que seria o correto.
    Na minha visão a conclusão esta certa.

FrancoAtirador

.
.
Livro do Exército ensina a louvar ditadura:

COLÉGIO MILITAR USA MATERIAL DE HISTÓRIA COM PERFIL DIFERENTE DO INDICADO PELO MEC

A história oficial contada aos alunos dos 12 colégios militares do país omite a tortura praticada na ditadura e ensina que o golpe ocorrido em 1964 foi uma revolução democrática; a censura à imprensa, necessária para o progresso; e as cassações políticas, uma resposta à intransigência da oposição.

É isso que está no livro didático "História do Brasil -Império e República", utilizado pelos estudantes do 7º ano (antiga 6ª série) das escolas mantidas com recursos públicos pelo Exército.

Nelas, estudam 14 mil alunos, entre filhos de militares transferidos ou de civis aprovados em concorridos vestibulinhos. De cada aluno é cobrada uma taxa mensal de R$ 143 a R$ 160, da qual estão isentos os que não podem pagar. Mas 80% das despesas são custeadas pelo Exército.

As escolas militares poderiam utilizar livros gratuitos cedidos pelo Ministério da Educação a todas as escolas públicas. Mas, para a disciplina de história, optaram pela obra editada pela Bibliex (Biblioteca do Exército), que deve ser adquirida pelos próprios alunos. Na internet, o preço é R$ 50, mais um caderno de exercícios a R$ 20. O Exército afirma que o material "atende adequadamente às necessidades do ensino de História no Sistema Colégio Militar".

O livro de história mais adquirido pelo MEC para o ensino fundamental, da editora Moderna, apresenta a tomada do poder pelos militares como um golpe, uma reação da direita às reformas propostas por João Goulart (1961-64). A partir disso, diz a obra, seguiu-se um período de arbítrio, com tortura e desaparecimentos, em que a esquerda recorreu à luta armada para se manifestar contra o regime.

Já a obra da Bibliex narra uma história diferente: Goulart cooperava com os interesses do Partido Comunista, que já havia se infiltrado na Igreja Católica e nas universidades. Do outro lado, as Forças Armadas, por seu "espírito democrático", eram a maior resistência às "investidas subversivas".

No caderno de exercícios, uma questão resume a ideia. Qual foi o objetivo da tomada do poder pelos militares? Resposta: "combater a inflação, a corrupção e a comunização do país".

TORTURA

A obra não faz menção à tortura e ao desaparecimento de opositores ao regime militar. Cita apenas as ações da esquerda: "A atuação de grupos subversivos, além de perturbar a ordem pública, vitimou numerosas pessoas, que perderam a vida em assaltos a bancos, ataques a quartéis e postos policiais e em sequestros".

A censura é justificada: "Nos governos militares, em particular na gestão do presidente Médici [Emílio Garrastazu, 1969-1974], houve a censura dos meios de comunicação e o combate e eliminação das guerrilhas, urbana e rural, porque a preservação da ordem pública era condição necessária ao progresso do país."

As cassações políticas são atribuídas à oposição do MDB (Movimento Democrático Brasileiro). "Embora o governo pregasse o retorno à normalidade democrática, a intransigência do partido oposicionista motivou a necessidade de algumas cassações políticas", diz trecho sobre o governo Ernesto Geisel (1974-79).

Para o historiador Carlos Fico, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o livro usado nos colégios militares é problemático tanto do ponto de vista das informações que contém como pela forma como conta a história.

"O principal motivo do golpe foi o incômodo causado pela possibilidade de que setores populares tivessem uma série de conquistas."

Mas, para Fico, mais grave ainda é a forma como o livro narra o período, com uma "história factual" carente de análise, focada apenas na ação dos governos. "Trata-se de uma modalidade desprezada inclusive pelos bons historiadores conservadores", avalia.

13 de junho de 2010

http://osamigosdapresidentedilma.blogspot.com/201

    Pedro

    Certo. Agora uma pergunta: os livros de História tradicionais (que são todos de esquerda) citam, por acaso, os atentados, os assassinatos e os assaltos executados pelos militantes comunistas? alguém denuncia isso neste ou em qualquer outro blog "democrático"?

    Thiago_Leal

    Putz, tem gente que realmente não aprende. Alguém explica de novo para o Pedro, por favor, eu já cansei de dizer isso para gente assim.

    Pedro

    Explique vc mesmo, camarada, se não for muito cansativo, por favor.

    Pedro Soto

    Os chamados "guerrilheiros" tinham o direito moral de lutar contra uma ditadura ILEGAL E ILEGÍTIMA que usou as armas que o povo lhes confiou para enxovalhar os direitos desse mesmo povo.

    ratusnatus

    Quando Morpheus oferecer as pílulas, lembre-se: azul!

    Ygor

    Só para sossegar sua alma, te afirmo que o livro de História em que eu estudei na época do colégio continha, sim senhor, informações sobre guerrilhas e grupos armados de esquerda, mas evidentemente ressaltava que eles não viviam do crime (como depois algumas guerrilhas se transformaram em meras organizações criminosas), mas sim tinham um projeto político (discutível ou não). Falava dos assaltos, dos atentados a militares, etc. E, ao contrário do que os "revisionistas" amantes da ditadura querem, evidentemene falava que o Brasil não estava em situação de normalidade política e alternância de poder. Não houve atentados comunistas no Brasil antes de 1964: coincidência???

    Além disso, por motivos óbvios (ações feitas pelo Estado são bem mais graves, porque ele representa a população toda e só existe por mera concessão da sociedade), os desmandos e as atitudes burras da Ditadura Militar eram mais ressaltadas, afinal é também evidente que foi a Ditadura que matou e torturou mais gente, e suas ações tiveram impacto bem maior na vida do povo. Querer contar a história pelo outro lado é inverter a proporção, pois o que a Ditadura fez teve impacto muitíssimo maior – e, pior, não tinha legitimidade do povo para fazer qualquer coisa, pois era governo de exceção.

    edv

    Sua afirmação: …"livros de História… todos de esquerda" deveria fazê-lo pensar sobre o assunto, não?
    Será porque pra ser professor ou historiador é necessário ser de esquerda?
    Ou será porque a História é recheada de algo como: poucos privilegiados autoritários tentando controlar, a qualquer custo, o poder, a riqueza e o destino da muitos, em seu próprio peoveito?
    E isso possa parecer uma visão" de esquerda?…

    edv

    Pedra (em latim): qualquer governo, ainda que ilegal e ditatoria, tem sob sua guarda as "institituições":.. o Estado….a Polícia… o Jjudiciário…
    isto significa que têm o poder e o dever de prender, julgar e condenar.
    Sob a égide da lei…ainda que sejam inventadas por eles mesmos.
    Sob hipótese alguma, de torturar e matar sumariamente.
    Note que o "outro lado" não tinha estas prerrogativas…
    E que antes do golpe, não praticavam tais atos…
    E que ainda assim, eram praticados apenas pelos mais radicais… não pela maioria.
    Se vc não entender, pode-se desenhar…

Paulo Villas

Uma incrível associação entre os estrategistas norte americanos e alguns desclassificados tupiniquins , permitiu aos EUA ter controle sobre o desenvolvimento da nação , após a formulação e a criminosa realização do golpe de 64. Tornou-se crucial , do ponto de vista geopolítico , o controle das matérias primas e das fontes de energia no seu quintal ao sul do Equador . Foram surpreendidos recentemente , por conta de sua miopia sul americana , com a ascensão do Lula. As prioridades mudaram.

Pedro

Pois é… foi um grande azar. Seria bem melhor se o Brasil tivesse seguido o "democrata" Stalin (só pode ser piada), ou o comandante Fidel, notório democrata que nem com greves de fome se incomoda. Ou então algo parecido com a China, que se vende ao mercado internacional, acumulando crescimento hipertrofiado enquanto a população morre de fome.
Obviamente, uma ditadura é sempre um caminho errado, e isso não é absolutamente defendido pelos militares de hoje, entre os quais me incluo. Porém, pintar os militares como golpistas interessados em vender o Brasil (como o doutor nos descreve em seu texto) não é correto.
Além disso, eu gostaria de saber o porquê de as pessoas neste blog nunca comentarem sobre as intenções do pessoal de esquerda naquele período. Falam do Jango como coitado da história (e quem sabe foi mesmo), mas sobre as aspirações da esquerda de transformar nosso país numa ditadura comunista ninguém fala. Se limitam a "gritar": Troll, pig!!
Por favor, argumentos.
E, por favor, publiquem. Sempre que comento em textos sobre esse assunto, sou cortado. Dessa vez, peço novamente clemência, o que é de se estranhar em se tratando de um blog teoricamente democrático. Isso porque nunca publiquei palavrões, xingamentos etc. E olha que já vi bastante baixaria por aqui.
Grato.

    Ygor

    Me dá 5 evidências de que os comunistas estavam prestes a tomar o poder no Brasil. Além disso, me dá outras 3 evidências de que os comunistas tão "poderosos" que sequer ganhavam maioria no Congresso pretendiam seguir a cartilha de Stalin, Fidel ou Mao. Duvido bastante que ache, exceto se você quiser convencer todo mundo aqui que medidas propostas na época pré-golpe, como a reforma agrária e maior participação dos sindicatos, são coisas essencialmente "comunistas", contra todas as provas de que medidas iguais ou até mais radicais foram feitas em nações perfeitamente democráticas (e capitalistas, por sinal). Essa desculpa de que o Golpe serviu para evitar o comunismo é ridícula, porque nada indicava nesse sentido a não ser pelo fato de que, na Guerra Fria, qualquer coisa que mudasse um pouco o "status quo" era chamada de comunismo, e ainda tem gente intelectualmente ingênua como você que acredita que tudo que não é do capitalismo "tradicional" é comunismo (só para avisar, o capitalismo se transformou ao longo do tempo, e na Europa ele se deu muito bem depois de reformas ditas "socialistas" que redistribuíram terras e renda para a população e aumentaram o poder das comunidades locais).

    Pedro

    Beleza. Então me diga qual foi o destino de todos os países que, neste período, fizeram a opção comunista. Exclua, logicamente, o socialismo europeu, muito mais avançado e que nada tinha a ver com isso. O que são eles hj?
    Só para esclarecer: não acho absolutamente que reforma agrária e direitos trabalhistas sejam coisas de "comunista". Mas, pelo que vimos na História, nenhum país avançou por um "terceiro caminho".
    Infelizmente, a prática é bem diferente da teoria.

    Pitagoras

    Caramba! O Bastos ressuscitou???

    gustavo

    Não tem explicação para os argumentos deste cidadão ou sei lá como poderíamos denominálo…
    O Brasil, NUNCA seguiu nem de longe os passos de Stalin ou de Fidel, NUNCA foi pregado pela esquerda uma ditadura comunista, NUNCA tivemos militares dispostos a implantá-la, na época do Golpe, caso fosse urgir um movimento Comunista que vissase o poder, estaríamos "até hoje" numa guerra civil. Portanto as forças ocultas do comunistas, ou estão ocultas em algum lugar que ninguém sabe onde é ou de fato NUNCA existiram. O Golpe Militar no Brasil, assim como na Argentina, Chile, Nicarágua, etc, etc, foi orquestrado por razões geopolíticas dos EUA. O resto, é blábláblá de milico de pijama…Entendeu?

    Pedro1

    Sobre seu comentário sobre a China. Ela virou(?) um país "que se vende ao mercado internacional, acumulando crescimento hipertrofiado enquanto a população morre de fome" quando virou capitalista. Até a abertura econômica a China era um dos países mais igualitários do mundo.

    E, bem, afora a parte final, de que o crescimento chinês promove o aumento da miséria, discordo do resto. A China cresce rapidíssimo, não descontroladamente. Por exemplo, planeja reduzir seu crescimento para "apenas" 7% ao ano, já visando um aumento da inflação e pretendendo mudar seu foco de crescimento, de crescer por crescer, crescer um pouco menos, mas distribuir melhor a renda.

Durvaldisko

Lula participou da Marcha ao lado do padre Peyton animadamente conversando na língua do vigário,que vislumbrou um futuro promissor,para os próximos 44 anos. Foi apresentado ao Golbery, que o enviou ao Panamá para um curso de capacitação política e tortura verbal.Voltou .Fez aliança com Roberto Marinho, visando impedir Brizola de eleger-se.Concorreu e somente depois como país afundado,nomearam-lhe laranja
para administrar a insolvência federal,pilhar do que for possível ,devolvendo aos seus comparsas os despojos remanescentes..Corroído pela ambição rompeu o pacto e as tentativas de depô-lo foram inúteis.Fez sua sucessora e espreita novo mandato.(Ficção, também faço…)

Bonifa

Estava tudo pronto. O convencimento de forte ala dos militares, o convencimento teórico-econômico dos grandes empresários e o senso de sobrevivência de políticos de segunda classe, porém influentes. E quem convenceu? Gente paga por Washington, tipo FHC.

walaci

Caro professor Sader
a ditadura militar acabou formalizando( via Cebrap) o PT como partido financiado pelas multinacionais.
Lembre-se que Lula participou da marcha da família com Deus pela liberdade,marcha essa que ajudou a derrubar Jango…o PT é a nova direita

    altamir

    Caramba, que doidera!

    Klaus

    Walaci, lembre-se: são dois comprimidos brancos e só um amarelo.

    Pedro

    Não entendi, desculpe. Vc poderia explicar?

    Alan

    Walaci, vai estudar e pense(?!) um pouco antes de falar besteira.

leo

Talvez, as razões do golpe possam ir mais longe. Na doutrina Monroe e na mente colonizada das nossas elites republicanas, sémpre simpáticas a uma aproximação com os EUA. O pós-guerra e a "ameaça soviética" deram impulso maior para que o imperialismo estadunidense se consolidasse na América do Sul, já que, há essa altura, já estava nas américas Central e do Norte.
Depois do processo de independência de Portugal, o império ainda mantinha laços mais estreitos com a Europa, o que começou a mudar com a República, que trouxe um sentimento norte-americanista.
Contudo, as origens do golpe, sendo no século XX ou no XIX, sempre remetem ao imperialismo dos EUA.

    Bonifa

    "Depois do processo de independência de Portugal, o Império ainda mantinha laços mais estreitos com a Europa, o que começou a mudar com a República, que trouxe um sentimento norte-americanista." Sentimento que não surgiu por acaso, meu caro… Surgiu dos filhos dos barões do café, paulistas que desde o Império foram transacionar café em Nova Iorque. E lá absorviam tudo aquilo que os capitalistas liberais lhes sussurravam ao ouvido, fazendo a cabeça dos pais, quando aqui retornavam.

    Luz

    Obrigado, filhos dos barões do café. Se não fosse vocês, não poderia estar escrvendo aqui, agora.

    Alan

    Obrigado, guerrilheiros e opositores da ditadura militar. Se não fosse vocês, não poderia estar escrevendo aqui, agora.

Deixe seu comentário

Leia também