Dodge fala em defesa da democracia que ajudou a afogar

Tempo de leitura: 2 min
12/07/2017- Brasília- DF, Brasil- A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sabatina a procuradora Raquel Dodge, indicada para o cargo de procuradora-geral da República pelo presidente Michel Temer. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Raquel Dodge faz apelo pela democracia que ajudou a matar

por Jeferson Miola, em seu blog

O discurso de Raquel Dodge na última sessão do STF em que ela participou como Procuradora-Geral da República seria comovente, se fosse honesto.

Mas seu discurso foi, ao contrário disso, a mais alta expressão da hipocrisia que reina nos estamentos jurídicos.

A preocupação com a democracia não combina com alguém como ela, uma violadora contumaz da Constituição e do Estado de Direito.

É ridículo agora ouvir Raquel Dodge se dizer preocupada com a democracia.

À frente da PGR, Raquel foi uma alavanca do avanço fascista e do projeto da extrema-direita.

Ela arquivou inquéritos do Aécio e de políticos do PSDB e MDB; engavetou inquérito de João Nardes, o inventor da farsa das pedaladas fiscais comprada pelo PSDB para o impeachment fraudulento da Dilma; acobertou crimes do Temer, do Bolsonaro e dos seus bandos; facilitou a vida de Flávio Bolsonaro e do Fabrício Queiroz; foi conivente com o atentado terrorista perpetrado por Sérgio Moro contra a ordem política e social e foi cúmplice dos bandidos da força-tarefa da Lava Jato que jogaram o país no precipício.

Em relação ao habeas corpus do ex-presidente Lula, que seria uma oportunidade singular para ela demonstrar seu efetivo apreço e compromisso com as garantias individuais e constitucionais, com o Estado de Direito e com os valores democráticos, Raquel Dodge não deixou dúvidas: se abraçou ao arbítrio e assassinou a democracia.

Até semanas atrás, a chefe da PGR que bajulava e adulava Bolsonaro na expectativa de ser reconduzida ao cargo desconhecia o significado de decência, probidade, legalidade, dignidade e democracia.

Sua súbita conversão à democracia só surgiu agora, no momento em que se despede melancolicamente do cargo pelo qual rastejou como um traste sem a mínima moral e sem nenhuma ética.

Raquel Dodge fica deplorável e ainda mais patética fazendo apelo pela democracia que ajudou a matar.

Nesse papel, aliás, ela entra como numa luva na expressão iídiche chutzpah, que significa ousadia descarada; o equivalente à psicopata que, depois de assassinar o pai e a mãe, pede clemência ao juiz por ser órfã.

PS do Viomundo: Raquel Dodge, escolhida por Michel Temer, foi a segunda colocada na lista tríplice dos próprios procuradores. Teve 587 contra 621 de Nicolao Dino, irmão do atual governador do Maranhão, Flávio Dino.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Entra PGR, sai PGR, e a Estrutura Arbitrária do MPF não muda.
Chegou ao ponto de Procuradores montarem internamente
uma Organização Criminosa de Perseguição Política para,
à custa de práticas ilegais no exercício do Cargo que ocupam,
obter Fama Midiática e auferir vantagens financeiras pessoais.

Vera Lucia Pereira da Silva Nascimento

As mulheres brasileiras com raras exceções quando assumem cargos importantes se mostram tão ou mais cruéis do que os homens, não fazem a menor diferença, eu particularmente tenho mais medo de mulheres no poder do que de homens, essa Raquel Dodge não representa as mulheres de bem. Infelizmente as mulheres de bem geralmente não tem conhecimento e não sabem se defenderem com garra, com autoridade, sem medo, foi o que faltou na presidente Dilma, que deveria ter colocado a tal da Janaína no seu devido lugar.

thila rocha

Até que enfim alguém tem coragem de colocar essa mulher no devido lugar na História!
Parabéns Jeferson Miola

Deixe seu comentário

Leia também