Gleisi responde às críticas de Míriam Leitão sobre viagem do PT à China

Tempo de leitura: 3 min
Gleisi com Li Xi, secretário do Partido Comunista da China. Foto: Divulgação

Da Redação

Na terça-feira, 9 de abril de 2024, uma delegação do Partido dos Trabalhadores (PT) desembarcou em Pequim para visita oficial de dez dias à República Popular da China. 

Encabeçando a missão a deputada federal Gleisi Hoffmann (@gleisi), presidenta nacional do PT, que já retornou ao Brasil devido à agenda parlamentar.

No domingo, 14/04, a jornalista Míriam Leitão (@miriamleitao) publicou artigo em O Globo com críticas à visita oficial de integrantes do PT à China. 

Didaticamente, em 10 pontos, Gleisi respondeu-lhe no X: 

Li a coluna da jornalista Miriam Leitão (@miriamleitao), por quem tenho respeito, apesar de divergências,
que fala sobre nossa visita à China e questiona o momento dessa viagem e de minhas declarações, tendo em vista a ofensiva da extrema-direita com seus argumentos mentirosos sobre comunismo e uma ditadura no Brasil.

Logo de início deixa claro, corretamente, que o PT governou o Brasil sempre de forma democrática.

Essa visita já estava programada faz tempo, desde a vinda ao Brasil, em setembro do ano passado, do dirigente do comitê Central do PCCh, Li Xi.

Alguns esclarecimentos são necessários para que se entenda o processo e a importância dessas relações para o nosso país:

1. Há 40 anos PT e PCCh têm relações políticas.

Há 50 anos, Brasil e China retomaram relações diplomáticas e em 1993 firmaram uma parceria estratégica, aprofundando suas relações políticas e comerciais. Isso tem sido vital para a economia de nosso país e sucesso de nossas exportações.

Hoje a China é o nosso principal parceiro comercial, graças à política determinada do presidente Lula a partir de seu primeiro mandato.

2. Nunca seguimos o processo político chinês de governança, o que não nos impede de avaliarmos de maneira positiva o que ele trouxe à China, seu desenvolvimento célere em 40 anos, saindo de uma economia praticamente feudal para a grande potência mundial que é hoje.

Estão construindo o modelo socialista a partir de sua realidade e sustentando um país com 1,4 bilhão de habitantes.

3. Não existe um modelo acabado de socialismo, é uma construção a partir da realidade, cultura e condições políticas de cada país.

O PT defende o socialismo democrático, a ser construído de acordo com nossa realidade, condições e vantagens competitivas.

Ao fim e ao cabo, o que queremos é que o povo brasileiro seja considerado nesse processo, saindo da miséria e pobreza, tendo condições dignas de vida. Para isso precisamos ser ousados, como foram os chineses, sempre considerando a nossa realidade.

4. O que vi na China foi uma sociedade próspera, que cresce, inclui a população e influencia o mundo. Com grandes investimentos na indústria, infraestrutura e tecnologia.

Eles têm um planejamento para o desenvolvimento do país. Sim é o Partido Comunista quem governa, de forma planejada e organizada. E isso vem dando certo para a maioria do povo chinês.

5. Aqui, somos histórica e culturalmente diferentes. Temos diversidade partidária e de opiniões, mas isso não impede de planejarmos um modelo de desenvolvimento que corresponda às dimensões, à potencialidade e às necessidades do Brasil.

Os chineses têm como meta, por exemplo, o investimento de 10% do seu PIB em pesquisa e desenvolvimento. E nós, qual é a meta que nos move?

6. Somos grandes, importantes na geopolítica, e nos tratamos como pequenos, amedrontados por um debate conjuntural, que se não enfrentarmos nos levará a derrota no desenvolvimento do país.

É preciso ousadia da elite brasileira para fazer do Brasil uma potência. E ele pode e deve ser.

7. O PT chega até aqui sem esconder suas posições, talvez por isso chegamos. Disputando ideias e defendendo causas, e isso com o DNA democrático, que foi uma das causas fundantes da nossa existência.

8. Há muito preconceito sobre a vida no Oriente. Os ocidentais nutrem uma prepotência enorme em relação ao que conhecem pouco.

Não precisamos copiar ninguém, apenas reconhecer o sucesso alheio e ver quais ensinamentos nos proporcionam.

9. O agronegócio brasileiro e o setor de minérios sabem muito bem o que a China representa para seus interesses. Se acham que é uma ditadura a ser combatida podiam começar por encerrar as relações comerciais que têm com o país governado pelo Partido Comunista.

Ao fim ao cabo, esses setores de tanto sucesso no Brasil, estão alimentando e incentivando a governança chinesa.

10. Por fim, quero deixar claro que conhecer e avaliar experiências de outros países é obrigação de um partido político que se propõe ser transformador.

O PT mantém relações com partidos de tradição socialista, popular e democrática dos mais diversos países. Não podemos parar de conhecer e aprender por causa das mentiras da extrema-direita.

Míriam Leitão diverge com civilidade de nossas posições, diferentemente de colegas que usam o deboche ou simplesmente repetem o discurso da extrema-direita. Estes sim, dão munição ao adversário da democracia.

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Valter Pomar: Miriam Leitão e suas críticas acerca da opinião do PT sobre a China


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Comentários

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Juarez

Ainda não vi o pedido de perdão da Mirian e seu filho pelas calúnias da Vaza a Jato, da qual participaram e ganharam dinheiro.

Verônica Daniel Silveira

Excelentes os esclarecimentos da Gleisi sobre a viagem de militantes do PT à China. Só achei estranho ela dizer que: “É preciso ousadia da elite brasileira para fazer do Brasil uma potência. E ele pode.” No meu entender, é a elite brasileira que capitaneia a desigualdade no país. E JAMAIS abrirá mão de seus privilégios.

Zé Maria

A Quadrilha Ultraliberal de Extrema-Direita está elogiando
a Balbúrdia Neofascista Lavajatista Golpista de Junho/2013
fazendo Propaganda ‘Conservadora’ Travestida de Suposto
Documentário (Requentado de 2019) na GLOBO play, que
equipara a Quadrilha do ‘MBL’ ao ‘MPL’, o ‘Escola Sem Partido’
ao Occupy Escolas Secundaristas e o “Levante NeoFascista”
Antipetista Contra Dilma e Haddad ao Movimento Feminista
“Ele Não!”, pinçando um trecho da Narração/Narrativa de uma
Jovem Atriz/Celebridade que converte a Ficção em Realidade.

O Neoliberalismo Golpista de Extrema-Direita quer voltar.
.
.

Zé Maria

Parece mentira que o Karlus Markis continua
incomodando, desde o Século XIX até hoje.

Zé Maria

A Leitão poderia liderar uma Comitiva de Jornalistas e C@lunistas
do Grupo Globo para ir até à China entrevistar o Secretário-Geral
do PCCh e contestar o Regime Político Chinês como fazem aqui.
Além disso, poderia convidar os Colegas da TV Record e da Band.

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