Deputado quer convocação do general Heleno para esclarecer encontros de Bolsonaro com pastores do MEC; lista de entradas e saídas do Palácio

Tempo de leitura: 4 min
O deputado Rogério Correia quer ouvir o general Heleno para aprofundar as informações sobre os encontros do presidente Bolsonaro com os pastores investigados por corrupção no MEC. Na úlima foto, Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, durante encontro com os pastores Arilton Moura e Gilmar dos Santos Foto: Marcos Corrêa/PR

Da Redação

Às 17h30 dessa quinta-feira, 14 de abril, o deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou na Mesa Diretora da Câmara dois requerimentos para o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Em um deles (na íntegra, ao final), requer dados sobre os encontros do presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, bem como os registros de ingresso de ambos no Palácio do Planalto.

Santos e Moura estão no centro de um escândalo de corrupção no Ministério da Educação (MEC).

São suspeitos de intermediar a liberação de recursos da educação junto a municípios, em troca de propina em dinheiro, ouro e até compra de bíblias, segundo prefeitos.

O outro requerimento é de convocação (na íntegra, ao final) do chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, para esclarecer critérios adotados para classificar como sigilosas informações tipicamente públicas, em particular os encontros do presidente Bolsonaro com Gilmar Santos e Arilton Moura.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, o jornal O Globo pediu horários de entrada e saída do palácio dos dois pastores.

O GSI respondeu ao jornal que não seria possível dar os detalhes solicitados:

“A solicitação não poderá ser atendida. Observa-se, assim, que o tratamento de dados pessoais coletados no caso, o nome e a data de entrada de visitantes na Presidência da República, cumpre a finalidade específica de segurança”.

Porém, no início da noite dessa quinta-feira, 14-04, o governo, pressionado, voltou atrás e tornou público os registros das entradas dos pastores na sede do governo federal.

Disse que a publicização “é fruto de recente manifestação da Controladoria-Geral da União quanto à necessidade de atender o interesse público”.

O GSI da Presidência divulgou um documento com três páginas (na íntegra, mais abaixo), no qual informa que:

— O pastor Arilton Moura esteve 35 vezes no Palácio do Planalto, entre o início do governo Bolsonaro e fevereiro de 2022.

— A maior parte das vezes Arilton foi sozinho. Mas em 10 visitas o pastor Gilmar Santos estava junto.

— Em duas ocasiões o destino registrado era o gabinete pessoal do presidente Jair Bolsonaro. Em ambas, o pastor Gilmar Santos foi junto.

Na lista divulgada pelo GSI aparece identificado como GABINETE ADJUNTO DE AGENDA/GPPR .

— O pastor Arilton foi ainda três vezes ao gabinete do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Em uma delas, estava acompanhado do pastor Gilmar Santos.

— O lugar mais visitado por Arilton foi a Secretaria de Governo: 16 vezes.

Na lista oficial do governo é identificado pela siglas GAB/SEGOV (Gabinete da Secretaria de Governo) GAB/SE/SEGOV (Gabinete da Secretaria de Governo) e SE/SEGOV (Secretaria da Secretaria de Governo).

A Secretaria de Governo é um dos órgãos responsáveis  pela articulação política e liberação de verbas.

— O segundo lugar mais visitado pelo pastor Arilton foi a Casa Civil: 13 vezes. Em cinco o pastor Gilmar junto (dados acrescentados à versão inicial do texto*)

Desde a posse do presidente Bolsonaro, o cargo de ministro-chefe da Casa Civil já foi ocupado por Onyx Lorenzoni (1º de janeiro de 2019 a18/02/2020), general Braga Netto (18/02/2020 a 28/03/2021), general Luiz Eduardo Ramos (29/03/2021 a 28/07/2021) e senador Ciro Nogueira (PP-PI) (a partir de 4 de agosto de 2021).

Assim, cruzando as datas das visitas à Casa Civil com os nomes dos respectivos ministros-chefe, temos que 7 visitas foram na gestão de Ônyx Lorenzoni e 6, na de Ciro Nogeuira.

Diante da divulgação desses dados, o Viomundo perguntou ao deputado Rogério Correia como ficavam os dois rquerimentos que protocolou nessa quinta-feira na Mesa da Câmara um pouco mais cedo.

“Vamos mantê-los para aprofundar os questionamentos e as informações”, avisa.

*Texto atualizado à 1h49 de 16/04/2022 para acrescentar dados referentes às visitas dos pastores à Casa Civil e os respectivos ocupantes na época


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Zé Maria

[Des]governo Militar quando não é Corrupção,
é Atentado a Direitos, a começar pelo à Vida.

Valdir Rocha de Freitas

no depoimento que este senhor fará na Câmara dos Deputados aproveitem e pergunte a este senhor sobre as atrocidades que ele comandou no Haiti.
Um dia ele pagará por estas atrocidades.
Colhemos o que plantamos.

Zé Maria

Dizem que coisa Ruim não morre.
Morre sim. É que algumas Pragas
demoram mais do que se espera.

Aos 97 Anos morre Newton Cruz, ex-chefe do SNI,
General foi acusado de crimes na ditadura militar

Em 1983, Newton Cruz se envolveu no caso do assassinato do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista “O Cruzeiro”.
O “caso Baumgarten” teve início na madrugada do dia 13 de outubro de 1982, quando o jornalista e sua mulher, Jeannete Hansen, foram sequestrados no cais de embarque da praça XV de Novembro, no Rio, e levados para local ignorado.

No dia 15, Von Baumgarten foi executado em Teresópolis (RJ) e a mulher dele dias depois.
O corpo do jornalista apareceu semanas depois numa praia do Recreio dos Bandeirantes, na capital, com marcas de tiros, embora o laudo do Instituto Médico Legal tenha informado que a morte foi causada por afogamento.

O General negou seu envolvimento e afirmou ter recebido informações sobre a identidade daquele que seria o responsável pelo assassinato, sem revelar o nome,

Há cerca de sete anos, em 2014, Newton Cruz foi apontado pela Comissão da Verdade como um dos 377 militares que cometeram crimes durante a Ditadura Militar.(1964-1985).

Caso Riocentro
O Oficial Militar foi um dos seis denunciados à Justiça por participação no atentado do Riocentro, em 1981.
Os procuradores pediram uma pena mínima de 36 anos e seis meses de prisão para o ex-chefe do SNI.
Na denúncia, o MPF acusa o general reformado de ter sabido do atentado com antecedência de pelo menos uma hora e não ter agido para contê-lo.

De acordo com a denúncia, os militares reformados Wilson Luiz Chaves Machado, Nilton de Albuquerque Cerqueira, Newton Cruz, Edson Sá Rocha, Divany Carvalho Barros e o ex-delegado Cláudio Antônio Guerra devem responder pelos crimes de homicídio tentado formação de quadrilha ou bando, transporte de explosivos, fraude processual e favorecimento pessoal.
A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Justiça de Transição do MPF.

Denúncias feitas em 1981 e 1999 foram arquivadas pelo Tribunal Militar e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque os magistrados entenderam que os acusados seriam contemplados pela Lei da Anistia.

O Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, no entanto, concedeu habeas corpus a quatro denunciados.
O tribunal julgou que os crimes estariam prescritos.

O atentado ocorreu no dia 30 de abril de 1981, véspera do Dia do Trabalho, em um show que reuniu milhares de pessoas no Riocentro.
A primeira bomba explodiu dentro de um carro no estacionamento do local, ferindo o capitão Wilson Luis Chaves Machado e matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário.
Na mesma noite, outra bomba foi lançada na subestação de eletricidade do complexo com o objetivo de cortar a energia.
[Fonte: Revista Exame]

    Zé Maria

    Em tempo

    ATENTADO DO RIOCENTRO (30/04/1981)
    [Ou: O Modus Operandi dos Militares de Extrema-Direita]

    Episódio [- Crime Político Frustrado ou
    O Feitiço virou Contra os Feiticeiros] ocorrido
    no Riocentro, centro de convenções localizado
    na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, na
    noite de 30 de abril de 1981, durante o governo
    do presidente [DITADOR General] João Batista
    Figueiredo.

    Na ocasião realizava-se no local um show de música popular
    promovido pelo Centro Brasil Democrático (Cebrade)
    para comemorar o Dia do Trabalho.

    Enquanto 20 mil pessoas assistiam ao espetáculo,
    no pátio de estacionamento uma bomba explodiu
    no interior do Puma marrom metálico de placa OT-0297,
    matando o sargento do Exército Guilherme Pereira
    do Rosário, de 35 anos, que a trazia [a Bomba] no colo.

    A bomba também feriu gravemente o motorista
    e dono do carro, o capitão pára-quedista Wilson Luís
    Chaves Machado, de 33 anos, que servia no
    Departamento de Operações Internas — Centro de
    Operações para a Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército.

    A contradição entre a conclusão do inquérito, de que
    os dois militares haviam sofrido um atentado, e a
    suspeita de que uma explosão acidental teria frustrado
    uma ação terrorista de oficiais das forças armadas
    destinada a causar pânico e mortes, e a dificultar
    o processo de abertura política por que passava o país
    depois de quase duas décadas de regime militar, tornou
    o caso um dos mais rumorosos da época, com
    repercussões até a década de 1990.

    A reconstituição

    A reconstituição feita pela imprensa
    nos dias seguintes ao episódio revelou que,
    no final da tarde do dia 30 de abril de 1981,
    os funcionários de um restaurante na
    estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro,
    suspeitaram de um grupo de 15 fregueses
    armados que examinavam um mapa.

    Acreditando serem assaltantes de banco,
    os garçons chamaram a polícia, que apenas
    anotou as placas dos cinco carros, entre elas
    a do Puma OT-0297.

    Nessa mesma tarde, de Brasília, o coronel
    Newton Cerqueira, comandante da Polícia
    Militar (PM) carioca, telefonou para o chefe
    de seu estado-maior, o tenente-coronel
    Fernando Antônio Pott, ordenando-lhe
    que suspendesse o policiamento do
    show daquela noite no Riocentro e
    mantivesse apenas 60 homens de
    prontidão no quartel para qualquer
    emergência.

    No Riocentro, também na tarde do dia 30,
    a diretora de operações Maria Ângela Lopes
    Campobianco afastou o tenente César Wachulec
    da chefia da segurança do espetáculo,
    alegando que o funcionário tinha problemas
    de alcoolismo, e encarregou-o do controle das
    bilheterias.
    O lugar de Wachulec foi assumido por um
    mecânico sem experiência em segurança.
    Um mês antes, Maria Ângela já havia demitido
    o outro chefe de segurança.

    Antes do início do show, nos painéis de propaganda
    plantados no Riocentro foram feitas pichações com
    a sigla da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária),
    organização de esquerda extinta em 1973.
    Desde o final da tarde, algumas placas indicativas da
    direção do centro de convenções também apareceram
    pichadas com essa sigla.

    Minutos antes do início do espetáculo, o guarda do
    estacionamento reservado aos ônibus viu dois carros
    atravessarem o canteiro e se dirigirem para o local,
    onde, depois, explodiria o Puma.

    Às 21 horas, quando começou o show, apenas cinco
    dos 28 portões estavam abertos.
    Os outros teriam sido trancados, o que impediria
    uma saída rápida dos espectadores em caso de
    emergência, provocada, por exemplo, por um
    corte de luz.

    Por volta das 21:15h, explodiu a bomba no interior do Puma.

    O sargento Guilherme do Rosário morreu na hora, enquanto
    o capitão Wilson Machado desceu do carro em busca de
    socorro.
    O capitão Machado foi socorrido 25 minutos depois e levado
    para o Hospital Miguel Couto, onde pediu que avisassem
    do acidente o capitão Francisco de Paula Sousa Pinto.
    Este, ao chegar ao hospital, identificou o ferido como
    capitão do Exército.

    Às 21:45h uma segunda bomba explodiu na casa de
    força [de energia elétrica] do Riocentro, mas não
    chegou a provocar um blecaute.

    Minutos depois, um Opala branco estacionado num
    pátio reservado deixou o local, com seu ocupante
    gritando para um guarda:
    “Vocês ainda não viram nada!
    O pior vai acontecer lá dentro!”

    Às 22 horas um segurança do Riocentro,
    Amaro Ribeiro Pereira, aproximou-se do
    Puma e encontrou ao lado do veículo
    dois homens que se identificaram como
    capitães do Exército.

    Trinta minutos depois a polícia chegou e
    isolou o local.

    Ao mesmo tempo, redações de jornais do
    Rio de Janeiro receberam ligações telefônicas
    em que uma voz masculina responsabilizava
    pelo atentado um certo “Comando Delta”
    [de Extrema-Direita], interessado em
    “acabar com manifestações subversivas”.

    Era uma referência às cerca de 74 ações
    terroristas ocorridas de janeiro de 1980
    até aquela data — como a explosão de
    bancas de jornais pelo país e de uma
    carta-bomba na sede da Ordem dos
    Advogados do Brasil (OAB) em agosto
    de 1980 —, as quais, segundo a denúncia
    telefônica, seriam obra das organizações
    clandestinas de esquerda.

    [No final, a culpa dos atentados da
    extrema-direita sempre recaia sobre
    a esquerda. Era o ‘Modus-Operandi’.]

    Em seguida, o Riocentro foi invadido por jornalistas
    e fotógrafos que registraram os danos causados ao carro.

    Às 24 horas, o perito Humberto Guimarães comentou
    com os jornalistas que estavam no local a existência
    de mais uma bomba no interior do Puma.
    O delegado Petrônio Henrique Romano confirmou o fato.
    A imagem do que seria essa segunda bomba chegou a ser
    mostrada pela TV Globo em um flash direto do Riocentro.

    No dia seguinte à explosão, ao mesmo tempo que os
    jornais começavam a noticiar o episódio, o sargento
    Guilherme do Rosário foi enterrado com honras militares.

    O general Gentil Marcondes Filho, comandante do I Exército,
    segurou a alça do caixão e declarou que o capitão e o
    sargento estavam no local cumprindo ordens suas,
    em missão de informação, e teriam sido vítimas de um
    atentado.

    O coronel Job Lorena de Santana, chefe da 5ª Seção do
    I Exército, que acompanhava o general Gentil Marcondes
    Filho no enterro, leu uma nota reafirmando que os
    militares tinham sido vítimas de um atentado terrorista.

    A existência de uma outra bomba no interior do Puma,
    embora mencionada na noite do acidente, foi desmentida
    pelo delegado Newton Costa, diretor do Departamento
    Geral de Investigações Especiais, e pelo general Gentil
    Marcondes Filho.

    O general Valdir Muniz, secretário de Segurança Pública
    do Rio de Janeiro, deu uma entrevista na qual qualificou
    o ocorrido como uma ação terrorista contra os dois militares.

    O coronel Newton Cerqueira, por sua vez, justificou a
    suspensão do policiamento do Riocentro no dia do show
    por se tratar de um evento da iniciativa privada.

    Menos de 24 horas depois do atentado, o ministro
    da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, declarava que
    “a bomba explodiu no governo”.

    Investigações e Desdobramentos
    […]
    O Inquérito Policial-Militar (IPM) aberto para investigar o caso foi conduzido
    inicialmente pelo coronel Luís Antônio Prado Ribeiro e apurou indícios que
    poderiam incriminar o sargento Rosário e o capitão Machado.

    Segundo o depoimento do chefe do DOI-CODI, tenente-coronel Júlio Miguel
    Molina, o capitão Machado estava no Riocentro para supervisionar uma equipe
    do órgão, quando ocorreu “um acidente”.

    Doze dias depois de iniciar o inquérito, o coronel Prado pediu afastamento
    do caso, por motivo de doença [SIC].

    Duas semanas após o episódio, uma circular reservada do Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília, revelou que o IPM sobre as bombas não teria provas que indiciassem e incriminassem o sargento Guilherme do Rosário e o capitão
    Wilson Machado.
    O documento, enviado a todos os oficiais-generais, destacava porém a importância
    de esclarecer o fato “para o público interno” e, assim, manter “o estado de
    disciplina das tropas”.
    Concomitantemente à divulgação dessa nota, foram anunciadas a escolha
    do coronel Job Lorena de Santana para o lugar do coronel Prado e a indicação
    de um procurador militar, Gílson Ribeiro Gonçalves, para acompanhar o andamento
    das investigações.

    A hipótese de “acidente de trabalho” [SIC] começou a ganhar corpo, corroborada
    não só por evidências e laudos periciais, mas também por eventuais declarações
    de autoridades.

    O coronel e deputado Erasmo Dias, ex-secretário de Segurança Pública de
    São Paulo, afirmou existirem grupos nas forças armadas, isolados ou não,
    que poderiam ter realizado o atentado.
    Segundo análise do também coronel e deputado Pedro Ivo, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) catarinense, teria havido no
    Riocentro uma ação terrorista, já que o capitão Wilson Machado era um
    oficial de informações e o sargento Guilherme do Rosário um técnico em
    explosivos.
    Do outro lado, o general José Luís Coelho Neto, comandante da 4ª Divisão
    do Exército, em Belo Horizonte, e o comandante do IPM, coronel Job Santana,
    deram declarações inocentando os militares.
    Já o deputado Freitas Diniz, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Maranhão,
    disse acreditar que, “depois do próprio general Gentil Marcondes, é o coronel
    Job Santana o militar mais envolvido no episódio”; portanto, “este coronel
    não tem condições de assumir o IPM porque, amanhã, poderá ser chamado
    à Justiça para depor”.

    A [má] condução do IPM produziu inúmeras reações [entre outras autoridades].

    O deputado Ulisses Guimarães (PMDB-SP) acusou o governo de ser responsável
    pela “clamorosa impunidade de quase cem atentados” não resolvidos entre 1980 e 1981.
    O deputado Marcelo Cerqueira (PMDB-RJ) declarou, em reunião que levou
    à sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) representantes dos partidos
    oposicionistas, além do presidente da OAB, Bernardo Cabral, que “a bomba
    do Riocentro pode representar para o governo Figueiredo o que o martírio
    de Vladimir Herzog significou para o governo Geisel”…
    […]
    Em 15 de junho de 1999, 18 anos depois da explosão da bomba,
    e na sexta tentativa de reabrir o caso, o procurador-geral da
    Justiça Militar, Kleber de Carvalho Coelho, após ler o IPM e
    coletar 11 depoimentos, pediu a abertura de um novo inquérito
    policial militar.

    Seu pedido baseou-se na existência de novas provas que
    deveriam ser investigadas e de discrepância entre as perícias
    realizadas e o relatório apresentado um mês depois da explosão.

    Peritos do Exército e da polícia técnica do Rio relataram, em
    depoimento, que tinham sido pressionados pelo coronel Job
    Lorena de Santana, encarregado do primeiro IPM, a mudar
    seus laudos.

    Em seu parecer, o procurador Kleber de Carvalho Coelho
    desqualificou o inquérito realizado em 1981 e sugeriu que a
    nova investigação não se limitasse aos dois militares envolvidos
    no episódio [Atentado].

    Para justificar a reabertura do caso, referiu-se às declarações
    do GENERAL NEWTON CRUZ, já na reserva, perante a
    Comissão de Diretos Humanos da Câmara dos Deputados.
    O general declarou que, às 20 horas do dia 30 de abril de 1981,
    fora informado por um agente do SNI que militares do Exército
    detonariam uma bomba durante o show que se realizava no
    Riocentro.
    Admitiu não ter tomado nenhuma providência porque, quando
    informado do plano, os agentes já haviam saído para o evento e,
    além disso, não tinha “obrigação nenhuma de fazer nada”.
    Seriam detonadas apenas “umas bombinhas” que não iriam
    “matar ninguém”.
    Sem citar nomes, Cruz declarou ainda que o plano era detonar
    uma bomba no estacionamento, mas “um oficial de muito prestígio,
    que já morreu”, convenceu os militares a desistirem e alertou o SNI,
    talvez com o intuito de frear a operação.
    O grupo teria optado, então, por explodir uma bomba na casa de força.
    Para o general, o capitão Wilson e o sargento Rosário estavam no
    Riocentro com o objetivo de realizar um “ato de presença” — a explosão
    de uma bomba para reforçar a tese de que o organismo de repressão
    ainda era necessário ao governo.
    Segundo Cruz, o capitão Wilson e o sargento Rosário, “sem o conhecimento
    dos companheiros [do I Exército]”, teriam decidido agir por conta própria,
    realizando a operação na área do estacionamento.

    Em depoimento ao procurador-geral, o coronel Wilson Machado negou
    essa versão e sustentou a anterior, de que a bomba aparecera dentro
    do carro entre a porta e o banco do passageiro.

    Durante o processo de instauração desse novo IPM, algumas declarações
    à imprensa levaram a crer na existência de uma relação entre a bomba
    no Riocentro e a que explodira um ano antes na sede da OAB, no Rio de
    Janeiro, matando a secretária Lida Monteiro, bem como as que explodiram
    em diversas bancas de jornal pelo país em 1980 e 1981.

    As insinuações foram feitas pelo agrônomo e suposto ex-agente da Central
    Intelligence Agency (CIA), Ronald James Watters.

    Segundo Watters, que estava detido na época da explosão do Riocentro,
    acusado pelo atentado na OAB, o delegado federal José Armando Costa,
    responsável pelo inquérito sobre a bomba da OAB, sugeriu que ele fosse
    a Brasília confessar o crime do Riocentro ao então ministro da Justiça,
    Ibrahim Abi-Ackel.
    Depois disso, ser-lhe-ia dado auxílio para fuga e ajuda financeira. [SIC]
    O suposto ex-agente da CIA apresentou uma versão própria para o caso,
    embora tenha ressaltado não poder comprová-la.

    A bomba colocada no Puma deveria matar o capitão Wilson Machado e
    o sargento Rosário como uma forma de “queima de arquivo” e fora ali
    instalada pelos verdadeiros responsáveis pela ação terrorista no Riocentro:
    militares radicais do DOI-CODI.

    Watters disse ter chegado a essa conclusão baseado nas declarações
    do coronel José de Ribamar Zamith, oficial do setor de inteligência do então
    I Exército (atual Comando Militar do Leste).

    A intenção era, além de “queimar arquivo”, acobertar a explosão de bombas
    colocadas no Riocentro pelo capitão e pelo sargento e desativadas,
    posteriormente, por outros agentes do DOI-CODI.

    Segundo Watters, o grupo secreto denunciado
    no livro “A Direita Explosiva no Brasil”,
    do qual fazia parte o sargento Rosário,
    se reunia na casa do marceneiro Hilário José
    Corrales, que seria o responsável pelo
    armazenamento e pela preparação
    das bombas.
    Alguns indícios sustentariam a versão
    apresentada por Watters.
    Testemunhas relataram que a bomba
    explodiu no Puma após militares saírem
    da vaga no estacionamento.
    Dois dias depois, houve uma ameaça de
    bomba no Hospital Miguel Couto,
    onde se encontrava o capitão Machado.
    Além disso, o capitão teria pedido para
    não ser transferido para o Hospital
    Central do Exército [SIC]…
    […]
    Sobre o atentado, foram publicados, além da obra já citada, os livros
    “Bomba no Riocentro”, de Belisa Ribeiro (1981);
    “Aventura, Corrupção e Terrorismo: a Sombra da Impunidade”, de
    Dickson Grael (1985), e
    “Riocentro”, de Júlio de Sá Bierrenbach (1996).

    Beatriz Kushnir

    [Publicado em: FGV CPDOC]

    Íntegra em:

    http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/riocentro-atentado-do

    Zé Maria

    BEATRIZ KUSHNIR
    Doutora em História Social do Trabalho
    pela Universidade Estadual de Campinas [Unicamp] (2001),
    Pós-doutoramento (Júnior) junto ao Cemi/Unicamp (2005), e
    Pós-doutoramento (Sênior) junto ao Departamento de História,
    Universidade Federal Fluminense [UFF] (2009-10).
    A publicação da tese de doutorado [“Cães de Guarda:
    Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988”]*,
    em 2004, foi considerada pelo Prêmio Jabuti,
    o 5º Melhor livro em Ciências Humanas daquele ano.
    Professora Convidada junto ao Programa de Pós-Graduação
    em História/Unicamp (a partir de 2004-12).
    Professora Visitante junto ao Departamento de História (desde 2007)
    e ao Programa de Pós-Graduação em História/UFF (desde 2014).
    Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Gestão
    de Documentos e Arquivos (PPGARQ) junto à Escola de Arquivologia
    da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) (entre 2012-19).
    Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Gestão
    de Documentos e Arquivos (PPGARQ) junto à Escola de Arquivologia
    da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) (desde 2019).
    Diretora-Geral do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ),
    entre 05/2005 a 12/2020, com experiência nas áreas de Gestão Pública,
    e de Gestão de Documentos.
    Em 2006, reinstituiu a Revista do Arquivo Geral da Cidade do RJ,
    sendo até 2020, a sua Editora.
    Em 2007, instituiu o Prêmio de Monografia Prof. Afonso Carlos Marques
    dos Santos, no AGCRJ, que foi publicado ininterruptamente até 2020.
    Integrou, de 2006 a 2020, o Conselho Estadual de Arquivos (CONEARQ)
    e, desde 2015, o Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ): representando a
    ANPUH e compondo a Câmara Setorial de Arquivos Municipais (extinta em 2019).
    Entre 2016 a 2020, representou o AGCRJ no Conselho Municipal de Cultura.
    Atuou nas gestões da ANPUH-Rio, desde 2012, e, entre 2019-21,
    foi Vice-presidente da Associação dos Arquivistas do Estado do RJ (AAERJ).
    Pesquisadora associada ao Núcleo de História e Linguagens Políticas-UNICAMP;
    Pesquisadora associada ao Grupo de Trabalho Diáspora Portuguesa e
    Mundo Lusófono-UERJ;
    Pesquisadora associada ao Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos Contemporâneos-UFF;
    Pesquisadora associada ao Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos-UnB;
    Pesquisadora associada ao Grupo de Pesquisa Estudos e Práticas de
    Preservação Digital-IBICT;
    Pesquisadora associada ao LEER-USP;
    Vice-coordenadora do NEC-UFF (2007-8);
    Pesquisadora associada ao LABIMI-UERJ;
    Coordenadora da Comissão Carioca de Nominação de Logradouros
    e Equipamentos Públicos (2006- );
    Membro do Conselho Consultivo do Centro de Estudos de Mídias Alternativas
    Barão de Itararé (2014- );
    Conselheira do CONARQ (titular da ANPUH-Brasil) (2015- );
    Membro da Comissão Municipal de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários (2015-6);
    Membro da Comissão Parceira dos 200 anos do Museu Nacional/UFRJ (2015-8);
    Membro do Conselho do Patrimônio Cultural da Santa Casa da Misericórdia
    do RJ (2015- );
    Membro da Comissão para inclusão de nomes no Livro de Heróis e Heroínas
    dos 450 anos do RJ (2015);
    Membro do Conselho Municipal de Cultura (2016- );
    Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro (2016- );
    Membro da Comissão Eleitoral no Conselho Municipal de Cultura (2017).

    Suas reflexões e pesquisas centram-se na temática do Brasil Contemporâneo,
    com ênfase nos seguintes temas: censura, governos militares, imprensa,
    imigração, arquivos, investigação sobre os furtos de bens culturais
    e a salvaguarda do patrimônio histórico.

    http://lattes.cnpq.br/1638018999454609
    http://www.unirio.br/ppgarq/profa-dra-beatriz-kushnir
    https://www.boitempoeditorial.com.br/autor/beatriz-kushnir-67

    [*]
    https://www.google.com.br/books/edition/C%C3%A3es_de_guarda/iDTaByChVY0C
    http://caesdeguarda-jornalistasecensores.blogspot.com/2013/02/resenha-do-livro-de-beatriz-kushnir.html
    https://www.boitempoeditorial.com.br/produto/caes-de-guarda-85
    https://www.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2010/10/Kushnir.wma.mp3
    https://www.viomundo.com.br/radio/beatriz-kushnir-quem-eram-os-caes-de-guarda.html

Zé Maria

.
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Apareceu outro Falcatrua desviando
Dinheiro Público do FNDE/MEC.
Cara! Que Vitupério! O Nome da Figura é
“Darwin Einstein”! Que Desonra ao Pai dele!
Se não pela Ofensa à Memória dos Cientistas,
pela Desonestidade e Imoralidade, no mínimo.
Mais um Caso de Corrupção em que o PL
(Partido de Bolsonaro e membros do governo)
é pego com a boca da Botija.
Parece que o Impeachment vem aí.
.
.
“Em meados de 2020, o Centrão toma conta do FNDE
com Marcelo Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira
Darwin Einstein de Arruda Nogueira Lima chega lá na msm época.
Amigo de Garigham Amarante (aquele dos ônibus superfaturados)
e de Gabriel Vilar (Digap)
https://twitter.com/AndreShalders/status/1515315200928399363

“o que chamou a atenção dos servidores do FNDE
foi o grau de acesso q Darwin Lima tem dentro
da instituição
A relação c/ a diretoria é tão forte que ele foi a Dubai
em fevereiro com Garigham e Gabriel Vilar ver
Palmeiras vs. Chelsea”
https://twitter.com/AndreShalders/status/1515317075757178885
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Zé Maria

Na Sexta-Feira Santa,
Padre Julio conduziu as
Pessoas Sem Teto pela
Via Sacra no Centro de
São Paulo. Mas aí a PM
Fasci-Pauli-Bolsonarista
veio tirar satisfações.

https://pbs.twimg.com/media/FQbJNdXWUAMLsil?format=jpg
“PM querendo saber o que é Via Sacra
e exigindo documentos pessoais”
https://twitter.com/PeJulio/status/1515119565029658629

https://pbs.twimg.com/media/FQakpOqX0AE-oLp?format=jpg
“Minha solidariedade ao Padre Julio Lancellotti @pejulio,
que foi interrompido pela Polícia Militar ontem em SP
durante a Via Sacra, evento religioso importante e
tradicional, em plena Sexta-feira Santa.”
https://twitter.com/MariaDoRosario/status/1515317830761259014

Zé Maria

Ainda resta saber quantos Quilos de Ouro (em Dinheiro Público)
esses Falsos Pastores arrecadaram nestas “Dezenas de Missões”:

“O órgão mais visitado pelos líderes religiosos é a Casa Civil: foram 19 vezes, sendo
11 durante a gestão de Ciro Nogueira [PP-PI) – iniciada em julho do ano passado-
e oito durante a passagem de Onix Lorenzoni (OB-RS) – de janeiro de 2019 até
fevereiro de 2020).

Na Secretaria de Governo foram 16 visitas:
dez na gestão do General Carlos Alberto dos Santos Cruz
(entre janeiro e junho de 2019)
e seis na do General Luiz Eduardo Ramos
(de julho de 2019 até março de 2021).

Ambos estiveram pela última vez no Planalto
em 16 de fevereiro deste ano, mais uma vez
na Casa Civil – já sob o comando de Ciro Nogueira,
um dos líderes do Centrão.”

Íntegra em:
https://www.brasildefato.com.br/2022/04/15/pastores-do-mec-visitaram-o-planalto-45-vezes-no-governo-bolsonaro

robertoAP

Oração do Planalto:
Que Deus nos proteja e nos dê forças ,junto ao nosso presidente mega corrupto, para que propinas crescentes e gordas, tiradas do povo trouxa e dos evangélicos otários, continue pingando em nossas bacias sagradas e ungidas pelo Senhor. Aleluia !!!!

Biblia do B

eles devem te ido ao palácio por ter sidos enviados por deus e cumprir missão. Quero ver ser vão convocá-lo

Zé Maria

“E Conhecereis a Verdade” (João 8:32)
.
CANÇÃO PELA LIBERTAÇÃO
(Joaquim França/Eduardo Rangel)

Pra vencer a farsa que se faz
Devolver toda a Verdade à Paz
Precisa mais que ser um só
Mais que adoecer, mais que silenciar
Mais que cantarolar esta canção

Não há razão pra se esconder
Partir, se exilar em Béldan
Quem foge de um pais que criou
Se culpas não tem
Se só germinou o bem

Confinados em cela igual
Somos nós todos reféns, porém
Não se negocia a dignidade
Por nada aquém, nada além

LULA! Nós vamos te libertar
Pra gente também se livrar
Da prisão nesse pesadelo

LULA! De Bangkok à Guiné-Bissau
Denunciam a farsa local
E um coral se ergue a você

Nas leis, escolhem quem trancar
E alguns que é de bom tom perdoar
Nas redes, a mentira a granel
Pra vencer eleição
Jogar irmão contra irmão

Na praça, os tanques a mirar
Em esperanças de guris, fuzis
Mas enquanto houver a fome
Há saudade de um Brasil
Que repartiu

LULA! Nós vamos te libertar
Pra gente também se livrar
Da prisão nesse pesadelo

LULA! De Bangkok à Guiné-Bissau
Denunciam a farsa local
E um coral se ergue a você

https://youtu.be/z3WD4xhqCEw
https://www.letras.mus.br/artistas-de-brasilia/cancao-pela-libertacao

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