Delação de Palocci: Defesa de Lula denunciou que ex-ministro “comprou” vantagens

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Cristiano Zanin Martins, um dos advogados do ex-presidente Lula, em mensagem que divulgou à época do vazamento de Moro

Da Redação

Faltavam seis dias para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 quando o juiz federal Sérgio Moro fez uma manobra para juntar parte da delação não homologada do ex-ministro Antonio Palocci a um processo.

Com isso, Moro tornou público o depoimento — naquela noite, foram nove minutos sobre as acusações de Palocci ao PT, Lula e Dilma no principal telejornal do país, o Jornal Nacional.

Hoje a Folha de S. Paulo, a partir de vazamento do Intercept Brasil, noticiou que o próprio Moro, segundo um procurador da República, achava a delação de Palocci “fraca”, mas assim mesmo foi adiante por, segundo o relato, quebrar o silêncio do que Moro acreditava ser a máfia do PT.

Como juiz federal, Sérgio Moro deveria ser imparcial.

Entre o primeiro e o segundo turnos da eleição, ele foi sondado para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, segundo confirmou o próprio vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Ou seja, a hipótese de que Moro vazou não só para prejudicar o PT, mas para fazer favor a um dos candidatos, pelo qual acabou beneficiado, não pode ser descartada.


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Zé Maria

“O grandioso @FlavioDino, junto de @Haddad_Fernando e outras lideranças expressivas assinaram Nota Conjunta pedindo afastamento de Moro e a defesa da liberdade de expressão”

Deputada Federal @Jandira_Feghali (PCdoB=RJ)
Líder da Minoria na Câmara
https://twitter.com/jandira_feghali/status/1156191317325766663

Da Coluna da Jornalista Mônica Bergamo, na Folha:

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST),
Guilherme Boulos (PSOL-SP), assinam uma nota
defendendo a liberdade de imprensa e pedindo o
afastamento do ministro Sergio Moro e do procurador
Deltan Dallagnol de suas funções.

O documento também é subscrito pelo ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, o ex-senador Roberto Requião e a ex-candidata à vice-presidência da República Sônia Guajajara.

Leia a Nota na íntegra:

“Nota em defesa da liberdade de imprensa e pelo afastamento de Moro e Dallagnol

Em face dos graves acontecimentos que marcaram os últimos dias no Brasil, vimos a público para:

1. Manifestar a nossa defesa firme e enfática das liberdades de imprensa e de expressão, das quais é consectário o direito ao sigilo da fonte, conforme dispõe a nossa Constituição Federal. Assim sendo, são absurdas as ameaças contra o jornalista Glenn Greenwald, seja por palavras do presidente da República ou por atos ilegais, a exemplo da Portaria 666, do Ministério da Justiça. Do mesmo modo, estamos solidários à jornalista Manuela D’Avila, que não praticou nenhum ato ilegal, tanto é que colocou seu telefone à disposição para perícia, pois nada tem a esconder.

2. Registrar que apoiamos todas as investigações contra atos de invasão à privacidade. Contudo, desejamos que todo esse estranho episódio seja elucidado tecnicamente e nos termos da lei, sem interferências indevidas, como a praticada pelo ministro Sérgio Moro. Este agente público insiste em acumular funções que não lhe pertencem. Em Curitiba, comandava acusações que ele próprio julgaria em seguida. Agora, no ministério, embora seja parte diretamente interessada e suspeita, demonstra ter o comando das investigações, inclusive revelando atos sigilosos em telefonemas a autoridades da República.

3. Postular que haja o imediato afastamento do ministro Sérgio Moro, pelos motivos já indicados. Em qualquer outro país democrático do mundo isso já teria ocorrido, pois está evidente que Moro não se comporta de acordo com a legalidade, insistindo em espantosos abusos de poder. Do mesmo modo, a Lava Jato em Curitiba não pode prosseguir com a atuação do procurador Deltan Dallagnol, à vista do escandaloso acervo de atos ilícitos, a exemplo do comércio de palestras secretas e do conluio ilegal com o então juiz Moro.

4. Sustentar que é descabida qualquer “queima de arquivo” neste momento. Estamos diante de fatos gravíssimos, que merecem apuração até mesmo junto ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, neste último caso por intermédio de Comissão Parlamentar de Inquérito. A República exige transparência e igualdade de todos perante a lei. Altas autoridades que estão defendendo a “queima de arquivo” parecem ter algo a temer. Por isso mesmo, nada podem opinar ou decidir sobre isso. A lei tem que ser para todos, de verdade.

5. Sublinhar que somos a favor da continuidade de todos os processos contra atos de corrupção ou contra atuação de hackers, e que todos os culpados sejam punidos. Mas que tudo seja feito em estrita obediência à Constituição e às leis. Neste sentido, reiteramos a defesa da liberdade imediata do ex-presidente Lula, que não teve direito a um julgamento justo, sendo vítima de um processo nulo. A nulidade decorre da parcialidade do então juiz Moro, já que os diálogos revelados pela imprensa mostram que ele comandava a acusação e hostilizava os advogados de defesa, o que se configura uma grave ilegalidade.

6. Por fim, lembramos que quando os governantes dão mostras de autoritarismo, esse exemplo contamina toda a sociedade e estimula violências, como a praticada contra os indígenas wajãpis, no Amapá, com o assassinato de uma liderança após a invasão do seu território. Cobramos do Governo Federal, especialmente do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantia da terra dos wajãpis e punição dos assassinos.

Chega de “vale-tudo”, ilegalidades e abusos. Não queremos mais justiça seletiva e parcial. Queremos justiça para todos.”

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/07/haddad-flavio-dino-e-boulos-pedem-afastamento-de-moro.shtml

Zé Maria

Notícias STF

Partido [PDT] ajuíza ação para impedir destruição de provas encontradas com hackers em operação da PF

O objeto de questionamento na ação é a conduta atribuída ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que teria informado a autoridades que o material obtido na investigação será descartado.

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) ingressou com a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 605, no Supremo Tribunal Federal (STF), em que pede liminar para que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, seja impedido de destruir provas colhidas com os hackers presos pela Polícia Federal no último dia 23, no âmbito da Operação Spoofing …

Para o partido, como a investigação está em andamento, o eventual descarte de provas violaria preceitos constitucionais relativos ao devido processo legal, à legalidade e à moralidade, além de configurar abuso de poder e ofensa ao princípio da separação dos Poderes.

[O Relator é o Ministro Luiz Fux] – [Faz-me Rir!!!]

https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5739926
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=417592

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/EAopvd_XsAEjvgP.jpg

Excerto Intercept/Folha:

Embora Palocci não tivesse apresentado provas das alegações sobre Dilma e sua narrativa fosse essencialmente uma repetição do que dissera antes ao depor à Justiça, o depoimento divulgado por Moro alcançou grande repercussão na reta final da campanha presidencial.

No dia 1º, o assunto ocupou quase nove minutos do Jornal Nacional, da TV Globo.

A reportagem citou duas vezes a ligação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli com a campanha do então candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, que aparecia em segundo lugar na corrida eleitoral, bem atrás do favorito, Jair Bolsonaro (PSL).

Nos dias seguintes, a delação de Palocci foi noticiada com destaque pela Folha e por outros jornais e ganhou visibilidade na propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Os dois últimos programas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) mencionaram as acusações do ex-ministro, dizendo que ele havia mostrado por que era preciso impedir a volta do PT ao poder.

Este trecho da matéria da Folha deixa claro como Moro usou eleitoralmente a “delação” de Palocci.
https://twitter.com/GeraisConcertos/status/1155782163402579969

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/EAokU6KXkAAWCF-.jpg

Revelações The Intercept e Folha.
O acordo de Palocci era com Moro, não com a Lava Jato.
Beneficiado eleitoralmente pelas delações de Palocci,
Moro cumpre o trato via TRF-4.
Um Palocci “pendurado na brocha”
sempre será de utilidade.

https://twitter.com/GeraisConcertos/status/1155776228265287680

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/EAohLjYWkAIwXzj.jpg

Revelações The Intercept e Folha.
Palocci não entregava nada e o MP queria abandonar
as negociações com ele.
Mas Moro defendia Palocci. Por quê?
Porque era útil eleitoralmente.
Moro já se sabia como ministro da Justiça.
Trabalhava em causa própria,
usando a Lava Jato para tanto.

https://twitter.com/GeraisConcertos/status/1155772752260947968

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