


Datafolha confirma estragos da mídia
Por Altamiro Borges, em seu blog
A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (6) aponta o crescente ceticismo da sociedade com a política e confirma os danos causados pela cobertura terrorista da mídia privada. Ela mostra que todos os presidenciáveis sofreram queda; já o número de indecisos e dos que afirmam que votarão nulo nas eleições de outubro teve forte alta.
Em relação ao Datafolha de maio, data da pesquisa anterior, a presidenta Dilma Rousseff variou de 37 para 34% das intenções de voto; Aécio Neves, o cambaleante tucano, caiu de 20 para 19%; já o “dissidente” Eduardo Campos recuou de 11 pra 7%, ficando tecnicamente empatado com o Pastor Everaldo Pereira (PSC), que abocanhou 4% de intenções de voto.
Como realça a Folha, o jornal que não esconde sua “posição oposicionista” – segundo recomendações da executiva empresa e ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) –, “a nova rodada do Datafolha mostra que o que cresceu de forma notável entre maio e agora foi o total de eleitores que não sabem em quem votar, de 8% para 13%.Além disso, outros 17% afirmam que pretendem votar nulo, em branco ou em nenhum dos candidatos apresentados. Combinados, esses números podem ser um sinal de forte desalento em relação à disputa. Na comparação com os mesmos períodos de eleições anteriores, a atual taxa de eleitores sem candidato (30%) é recorde desde 1989”.
Este ceticismo recordista tem variadas motivações – como a crise de representação das instituições democráticas ou os temores com os rumos da economia, num mundo capitalista que afunda em prolongada recessão. Mas a razão principal é a própria cobertura manipulada dos veículos de comunicação, sob o domínio de apenas sete famílias.
Por razões políticas e econômicas, a mídia monopolizada espalha um clima de pessimismo na sociedade brasileira. Notícias positivas, como a redução do desemprego e o aumento da renda dos assalariados, viram notinhas. Já as negativas, inclusive com enfoques distorcidos, são manchetes nos jornalões e motivo de escarcéu dos histéricos comentaristas da rádio e tevê.
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Tanto que o Datafolha – também batizado de “Datafalha” – fez questão de ouvir os entrevistados sobre os rumos do país e a Folha bateu na tecla: “Pessimismo com a economia bate recorde”. Segundo a pesquisa, as expectativas com a inflação e o desemprego se deterioraram e 36% dos consultados afirmaram que a situação econômica do Brasil vai piorar.
“É a primeira vez que o grupo dos pessimistas supera o dos que acham que tudo fica como está”, festeja o jornalão oposicionista. Num país em que os índices de desemprego são os mais baixos da sua história e que a inflação está sob controle – num patamar bem melhor do que no triste reinado de FHC –, o ceticismo midiático contagia parcelas da sociedade.
E ainda há gente no governo federal que é contra qualquer regulação democrática dos meios de comunicação, que enfrente o poder manipulador da mídia monopolizada!
PS do Viomundo: Em nossa opinião, há bem mais aqui que a influência do discurso da mídia. O mal estar do eleitorado expressa danos evidentes — expostos claramente nas jornadas de junho — ao reformismo fraco da coalizão que governa o Brasil. É um erro grave não entender isso. Muitos eleitores tinham expectativas crescentes em relação ao futuro que não foram atendidas. Agora expressam seu desencanto com o sistema político como um todo.
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