Cris Rodrigues: A hipocrisia da RBS no caso Murdoch

Tempo de leitura: 2 min

Com telhado de vidro, não se deve jogar pedra

25/07/2011

por Cris Rodrigues, no Somos Andando, via Google+

Fazia tempo que não me divertia tanto com alguma coisa encontrada num jornal. Juro, estou #rindolitros em casa. Eu já nem chamaria de hipocrisia, uma palavra quase simpática, o que li no editorial da Zero Hora de hoje, intitulado “O limite da notícia”; na verdade, é uma demonstração de absoluta e enorme cara-de-pau.

É esse jornal que, com total desfaçatez, critica hoje não apenas a postura do cidadão que operou as escutas ilegais do News of the World (NoW) de Rupert Murdoch na Inglaterra, mas “a empresa de comunicação que explorava e estimulava a conduta antiética, caracterizada pelo desrespeito e pelo desrespeito à privacidade das pessoas”. É quase um pecado usar a famosa parábola sobre a ética do jornalista de Cláudio Abramo para sustentar esta posição.

A empresa jornalística ora em questão, a gaúcha RBS, é aquela que em 2010 tinha cerca de dez profissionais (não se sabe quais e nem se teve notícia de demissões na empresa por causa disso) vinculados a ela com acesso a um sistema sigiloso e ilegal do governo do estado de obtenção de informações sobre determinadas pessoas sem mandado judicial ou investigação oficial em curso. Marco Weissheimer era um dos jornalistas investigados, por exemplo. Curiosamente, ele fazia oposição ao governo Yeda, aquele que forneceu as senhas aos jornalistas. O filho pequeno da então deputada estadual e hoje secretária de Administração do governo Tarso teve suas fotos vistas por toda essa galera. Mas gente de dentro do governo e da grande imprensa também estava na lista, já que era possível descobrir se corria algum tipo de investigação sobre elas.

Está dando pra pegar a ironia da coisa? O jornal Zero Hora quase se diz ofendido com a atitude de seus pares europeus no que tange a privacidade, justamente o quesito desrespeitado em outubro do ano passado.

Para ler todo o texto, vá ao Somos Andando.


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Comentários

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Leonidas de Souza

Parece piada. Já viram as "chamadas" da Globonews sobre a profissão de jornalista?
Fazem uma propaganda sobre Ética jornalistica, coisa que nunca praticaram.
A RBS apenas esta seguindo o roteiro elaborado pela Globo, colocam o problema do Tablóde inglês como se fosse algo fora do jornalismo que eles praticam.
Basta lembrar o caso da Proconsult, quando tentaram fraudar a eleição do Leonel Brizola no Rio de Janeiro e a edição vergonhosa do debate Collor/Lula para se ver o tipo de Ética que essa organização pratica.
Eles não se furtam em usar o Jornal Nacional e o Fantástico como arma política contra os adversários dos seus donos.
A RBS é apenas um dos braços desse sistema nacional.

Attila Louzada

Ana Amélia era diretora da sucursal em Brasília.

Rafael

Yeda citada no texto era funcionária da RBS, Ana Amélia eleita senadora pelo PP(extrema direita aqui no RS) era funcionária da RBS um pouco antes da se candidatar. E tem mais funcionários da RBS que se elegeram, todos pela extrema direita. Pode se incluir que o Sirotsky, um dos donos da RBS, está sendo investigado por remessas ilegais para o exterior e outros crimes do colárinho branco. Ano passado um filho de um diretor da RBS estuprou uma garota em SC e todos o meios de comunicação da RBS e inclusive Globo não falaram uma vírgula sequer. Imagine se fosse um filho de alguém do PT. Aqui no sul, SC e RS a quantidade de jornais, rádios e TV é absurda nem Murdoch sonhou um dia chegar a esse ponto. Murdoch é café pequeno perto da RBS aqui no sul. Isso é liberdade de expressão que eles querem. O povo que se dane.

jaime

Quem não gostar da palavra hipocrisia pode usar a expressão "ataque preventivo". As raízes são as mesmas.

alício

Compadre, você falou que a RBS é pior, muito pior do que a Globo? Não sei como pode haver coisa pior que a globo. Não sei!

Fernando

Tenho nojo dessa emissora!!!!!!!!!

Rogério Floripa

Esperar o que de um braço da Globo?

Documentário – A Sociedade do Espetáculo
Ressalta o aspecto de espetacularização dos feitos, em qualquer sociedade,
seja ela neoliberal ou socialista .http://fwd4.me/07qO

Maria Fulô

Absolutamente… Não é com eles; como julgam o Brasil um país subdesenvolvido e coalhado de gentalha acham que o que eles fazem é não só defensável como fundamental para a liberdade de expressão. Mas fazer isso na Inglaterra, berço do Iluminismo? Não… lá é um país civilizado… o jornalista do Murdock (vejam… não é o Murdock que, nas entrelinhas, também foi vítima do jornalista canalha…) não tinha o direito de bisbilhotar a vida alheia…

trombeta

A RBS é a empresa que mamava 80% da verba publicitária do "impoluto" governo Yeda Crusius, defendeu até onde pode sua sócia Yedinha detran; a RBS é a empresa que varreu pra debaixo do tapete o estupro cometido pelo filho do patrãozinho sirotsky da RBS/SC dizendo que não poderia noticiar porque o fato iria atingir o "bom nome" da famglia; a RBS praticou o maior linchamento midiático que se tem notícia contra a administração Olívio Dutra do PT.

Resumindo: não é uma empresa de comunicação séria, é um verdadeiro escritório de operação dos negócios da famiglia sirotsky e seus interesses políticos e comerciais, sempre ao lado do que há de mais reacionário e anti-nacional contanto que o dinheiro no caixa nunca falte, seu único e real objetivo.

flavio cunha

Para quem não é do Sul, esclarecemos que esse lixo chamado RBS é o que de mais podre existe na mídia brasileira, e guardando as devidas proporções, é muito, mas muito pior mesmo, do que a sua progenitora rede globo.

FrancoAtirador

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MADRINHAS E AFILIADAS: COMO SÃO PARECIDAS !
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RB$ « Ficha Corrida

[…] Cris Rodrigues: A hipocrisia da RBS no caso Murdoch | Viomundo – O que você não vê na mídi… […]

PAULO P,

.Lembrando a origem do famoso 'complexo de vira-lata' das elites paulistas de autoriq do Nelson Rodrigues .

''Qualquer retalho de letras norte-americano ou europeu que condene, critique ou insulte o Brasil e os brasileiros ganha imediatamente destaque na grande imprensa paulista, especialmente quando reproduz os mitos que nos atribuem imperfeições natas associadas aos conceitos de inferioridade e incompetência.''

FrancoAtirador

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OBAMA CEDE [AO APARTHEID'S TEA PARTY]:

CORTE FISCAL CONTRA OS POBRES PODE CHEGAR A US$ 3 TRILHÕES. RICOS SÃO POUPADOS.

O capitalismo americano não iria acabar, fosse qual fosse o resultado do impasse fiscal no Congresso.

Mas o desfecho esboçado nesta noite de domingo é quase uma rendição de Obama ao Tea Party, tendo merecido a repulsa da esquerda do partido Democrata.

Formada por cerca de 70 parlamentares ela vocaliza os setores da sociedade que mais se engajaram na eleição de Obama. A proposta a ser votada nos próximos dias fixa um novo ponto de referência na trajetória de Obama, dos EUA e do mundo.

O presidente não se mostrou uma alternativa política capaz de contrastar os interesses enfeixados pela supremacia das finanças desreguladas.

Ao contrário. A crise fiscal evidenciou a monopolização do sistema político norte-americano por uma direita extremista, filha da madrassa neoliberal ativada nas últimas décadas.

Embebida em um laissez-faire rudimentar, indissociável de uma visão de mundo belicista, ela busca compensar a desordem intrínseca a sua ideologia com uma pregação moralista e religiosa de sociedade.

Ao ceder em quase tudo o que exigia a ortodoxia extremista, Obama coloca a população pobre dos EUA na linha de tiro de cortes que podem chegar a US$ 3 trilhões em dez anos.

Em contrapartida seu plano de elevar a receita com maior imposto sobre os ricos foi engavetada.

A rendição de Obama coloca o mundo à mercê de forças incapazes de exercer o poder americano com algum equilíbrio e discernimento.

Ademais de irradiar instabilidade financeira, os EUA se transformam num fator de insegurança política em escala global.

A negociação orçamentária escancarou o que estava subentendido e consolidou uma dimensão atemorizante do passo seguinte da história.

Os países em desenvolvimento devem extrair lições esse episódio. Mas, sobretudo, blindar sua agenda econômica e social contra os solavancos implícitos na nova era da incerteza.

http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?…

João PR

Lendo a matéria, que não me surpreendeu em nada, veio-me à lembrança o vídeo do Prates (Luis Carlos Prates, comentarista -ou ex, pois acho que foi demitido – da RBS em Florianópolis, dizendo "cobras e lagartos" contra o governo Lula, que financiava carros a quem não tinha nem lido um livro.

E agora a RBS "posa" de "boa moça"!!!!

Segue o link do vídeo do Prates (campeão de visitas no site do PHA) para quem ainda não tenha visto esta "pérola" do jornalismo.
http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/11/16

A RBS acha que engana a quem???

José Bsb

Os latifundiários da mídia nativa que se cuidem. Com ou sem "ley de medios", um dia a casa cai.

spin

No Brasil o Murdoch passaria despercebido

    GilTeixeira

    Nãaaaao. Seria o herói da 'liberdade de imprensa'!

    José Bsb

    E emprestaria o nome a alguma ponte, viaduto ou avenida. A Avenida Água Espraiada agora chama-se… bem, é melhor deixar pra lá. Valeu, Marta suplicy!

Paulo

A RBS é uma vergonha, funciona como um partido político, Yeda(PSDB) envolvida em escândalos, trabalhou muitos anos nessa empresa, Antonio Brito, que privatizou(deu) a CRT(telecomunicações) também era "jornalista" dessa empresa(?), vários são ou foram deputados, senadores. No momento temos uma senadora Ana Amélia Lemos, que trabalha há anos lá. É uma vergonha.

Gerson Carneiro

É exatamente como a Folha de São Paulo, através do Judiciário, impondo censura ao Falha de São Paulo.

Esse é o PIG.

Fabio_Passos

Quanta hipocrisia. Então a RBS, acostumada a praticar crimes similares aos do murdoch, está tentando posar de ética?
Estão na mídia-lixo-corporativa algumas das organizações mais reacionárias e corruptas do mundo.

Morvan

Boa noite.

"… A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo [Lula]…".

A declaração acima é da executiva do grupo Folhas e presidente da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Maria Judith Brito (foto no elo sugerido).

De tudo que eu já vi no Brasil (e algures) sobre aquilo a que eles cognominam "liberdade da imprensa" só poderia dar no que deu.

No Brasil, especificamente, PSDB e PFL ou Democratas(?) são o braço institucional do partido de fato, o PIG. A D. Judith tem razão. Os partidos estão muito fragilizados. Isto se dá sempre quando eles não têm ideias próprias.

Elos de acesso: http://selito-sd.blogspot.com/2010/04/maria-judit… (declarações da Presidente da ANJ). http://3.bp.blogspot.com/_q82HeJQFXTg/S7OumFblFqI… (Foto de D. Judith. Recomenda-se prudência. Cena forte. Ela parece não estar feliz…).

Morvan, Usuário Linux #433640.

Eduardo Raio X

Azenha o seu espanto é igual ao meu! Pelo Brasil afora a imprensa que diz "democrática" esta falando horrores desse fato lamentável na Europa, como se aqui não tivesse seus clones piorados. Tem setores da imprensa dizendo assustados com tanta falta de respeito pela privacidade do outro?!?!? A quem eles pensa que engana!?

P A U L O P.

VEJAM ESTA…

Comandante do Exército é investigado por corrupção
Inquérito aponta fraudes em obras rodoviárias executadas pelos militares
General Enzo e outros sete oficiais chefiaram departamentos que fizeram convênios com Dnit entre 2004 e 2009
http://contextolivre.blogspot.com/2011/07/comanda

    Honestino Batista

    Eu não acredito em nada disto, o que pode ter havido seria que os Militares pouco afeitos a burocracia possam ter deixados de cumprir alguma coisa e com isto dando a entender que existiu algo mal feito. Vamos esperar a apuração.

Polengo

Tadinhos, eles são tão bonzinhos…

Israel Almeida

como os paranaenses não fazem nada em favor de uma imprensa livre

Marcos C.Campos

Mode cara-de-pau no máximo. Os "cara" são uns farsantes de primeira.

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