Com taxa de isolamento de apenas 50%, prefeito propõe ozônio via anal em moradores de Itajaí

Da Redação

Pelos cálculos do prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, seriam necessárias dez aplicações “de dois a três minutinhos por dia” para livrar o paciente da doença.

O coronavírus sucumbiria às aplicações retais de ozônio.

Volnei Morastoni é médico pediatra formado pela Universidade Federal do Paraná.

Ele apresentou a ideia durante live em redes sociais.

O prefeito já fez distribuição da ivermectina, que combate a sarna e os piolhos, como forma de combater a pandemia.

De acordo com o prefeito, o remédio impede ou retarda a reprodução do vírus.

A Prefeitura informa em sua página que 47 mil pessoas fizeram a retirada do vermífugo — Itajaí tem cerca de 200 mil habitantes.

Nem o ozônio, nem a ivermectina são reconhecidos como tratamento para o coronavírus pela Organização Mundial de Saúde.

A Prefeitura registra 3.582 casos de covid-19 na cidade, com 101 mortes.

Ao G1, o infectologista Alexandre Naime Barbosa explicou:

Todos esses tratamentos alternativos são uma cortina de fumaça para que se tire a atenção do que realmente importa que é o controle com as medidas que tem eficácia reconhecida na ciência, que é o isolamento social na medida do possível, uso de máscara, distanciamento social, lavagem das mãos e testagem em massa com o melhor teste que é o PCR. Então, os políticos e médicos que ficam publicizando tratamentos sem eficácia, eles querem manchete, eles querem holofote na mídia, e desviar a atenção do que realmente tem eficácia contra a Covid-19, que infelizmente acaba tendo efeito colateral de serem impopulares, as que realmente funcionam.

No domingo passado, a taxa de isolamento social em Santa Catarina foi de pouco mais de 50%, em viés de queda, apesar do estado ter tido aumento no número de casos e mortes por covid-19.