Bancários: Itaú criou partido e vai disputar o Planalto

Tempo de leitura: 3 min
Rovena Rosa/Agência Brasil

Rovena Rosa/Agência Brasil

Itaú cria seu partido e quer disputar a presidência

Segundo matéria do Valor Econômico, grupo Itaú Unibanco está por trás do financiamento do Partido Novo

Publicado no site dos Bancários*

Rio de Janeiro – A influência dos banqueiros na política financiando partidos no Brasil, especialmente àqueles que têm maior chances de vencer uma eleição, não é novidade.

Mas a participação direta deles na vida partidária mostra que o setor financeiro pretende consolidar ainda mais a sua hegemonia no país.

Ter o dono do banco virtual Original, Henrique Meireles, à frente do Ministério da Fazenda do governo Temer, e o sócio e executivo do Itaú Illan Goldfajn na direção do Banco Central não parece ser o suficiente para as ambições e pretensões dos banqueiros.

Eles querem mais.

Preocupados pelo fato de as denúncias da operação Lavo Jato terem atingido em cheio os principais caciques tucanos (Aécio Neves, José Serra e Fernando Henrique Cardoso), os banqueiros temem ficar sem uma representação partidária capaz de disputar com chances reais a eleição presidencial em 2018.

Em entrevista à imprensa, Fábio Barbosa, que chegou a ser sondado para se candidatar à Prefeitura de São Paulo ainda este ano, deixa claro os ideais do Partido Novo.

Por trás do discurso moralista estão velhas ideias neoliberais, como: o mercado e não o estado “como provedor do bem-estar social”; a redução dos gastos públicos em políticas sociais; e o discurso de que é a “livre iniciativa” (o grande capital) é que pode garantir a “igualdade de oportunidades” e a “inclusão social”.

“O partido deixa claro que tem lado: o do mercado, do grande capital, dos interesses do sistema financeiro e dos especuladores, dos que defendem a redução de gastos públicos na área social e os ataques aos direitos dos trabalhadores e querem privatizar tudo. Afinal não é isso que Temer tem feito? O que eles chamam de avanço é a política mais atrasada e reacionária”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso.

Quem financia

Não é por acaso que os maiores financiadores da “nova” sigla, segundo matéria publicada no Valor Econômico, são do grupo Itaú Unibanco.

Sem lideranças e alternativas para vencer as eleições de 2018, parece que o Itaú e todo o sistema financeiro resolveram criar sua própria legenda.

E, para driblar a atual legislação que proíbe financiamento de pessoa jurídica aos partidos, os caciques do banco Itaú bancam, em peso, os custos da “nova” agremiação.

Os financiadores do novo partido: João Dionísio Amoêdo (ex-dono do BBA e ex-diretor do Itaú), R$4,5 milhões; Jayme Garfinkel (fundador e acionista da Porto Seguro), R$250 mil; Cecília Sicupira (filha do dono da 3G Capital, do grupo Itaú), R$250 mil; Pedro Moreira Salles (presidente do conselho do Itaú Unibanco), R$150 mil; Eduardo Mazzilli (vice-presidente do Itaú), R$100 mil; Fernão Bracher (fundador do BBA, comprado pelo Itaú), R$50 mil; Israel Vainboim (ex-presidente do Unibanco), R$25 mil e Fábio Barbosa (ex-presidente do Santander e presidente do Itaú Social), R$15 mil.

O povo precisa abrir o olho.

O “novo” partido tem velhos figurões do grande capital e ideias antigas e reacionárias do século XVIII.

*Publicado originalmente em 2016, mas republicado aqui como lembrete aos navegantes.

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Comentários

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Carlos Soares

Ué…

Pq o autor do texto não colocou no currículo de Henrique Meireles o fato de ele ter sido presidente do BC durante todos os 8 anos do governo Lula?

Esqueceu?

Nelson

Sim, decididamente, é novo. A defesa da privatização total e do Estado mínimo é algo novíssimo, de vanguarda. Justamente o que vem sendo implementado a rodo em quase todo o mundo há quase meio século, eles dizem que é o novo.

A privatização e o Estado mínimo são as principais recomendações da receita neoliberal, responsável por jogar o mundo em uma situação de desigualdade extrema, escandalosa, inadmissível, absurda sob qualquer viés que se olhe. Hoje, 1% da humanidade já acumula uma riqueza superior à detida pelos restantes 99%.

    Adolfo

    É, bom mesmo é a igualdade da Venezuela! Ou de Cuba… Igualdade na miséria! Desigualdade não é problema algum, miséria sim, simplesmente distribuir dinheiro não gera nenhuma riqueza só distribui miséria. Se for responder, por gentileza, só se for com fatos, não com fantasias marxistas.

    Roberto Jacob

    Xaropão aqui falando ainda de Cuba e Venezuela. Papagaio que só repete bobagem. Incapaz de expor argumento próprio

RONALD

NOVO = Museu de grandes novidades( Cazuza)

    RONALD

    Museu da velha oligarquia de banqueiros e outras miseras da mesma estirpe !!!!

    RONALD

    Essa turma “”””ama”””” o povo, argh !!!!

Julio Silveira

O Itaúúú sempre esteve fazendo politica, quer nos bastidores urdindo, quer se expondo atraves de algum de seus prepostos. Dificil esquecer Olavo Setubal, que vem de uma longa linhagem oligarca de São Paulo, inclusive da politica e que inclusive foi prefeito da cidade por indicação do Paulo Egidio. Quem conhece a historia do estado e do Brasil entende os porques deste ser a locomotiva do atraso, inclusive cultural do Brasil e o por que o mantem na condição de eterna colonia.

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