Associação de delegados diz que Bolsonaro não é dono da PF, mas ele conseguiu afastar Saadi

Tempo de leitura: 2 min
Anistia Internacional

“A Polícia Federal é um órgão de Estado, não do governo”, defende Paiva após mudança na PF do Rio

Da Associação dos Delegados da Polícia Federal

O presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, criticou interferências na Polícia Federal ao comentar a saída do delegado Ricardo Saad do comando da Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

Na última quinta-feira (15), o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou a exoneração do superintendente alegando problemas de “gestão e produtividade”.

O argumento foi refutado pela própria instituição.

“A Polícia Federal informa que a troca da autoridade máxima do órgão no estado já estava sendo planejada há alguns meses e o motivo da providência é o desejo manifestado, pelo próprio policial, de vir trabalhar em Brasília, não guardando qualquer relação com o desempenho do atual ocupante do cargo”, diz o comunicado emitido pela PF.

Em entrevista ao jornal da manhã, da Rádio Jovem Pan, Paiva também contestou.

“O delegado Ricardo Saad é conhecido por ser muito eficiente e não havia, nem em bastidores, reclamações sobre produtividade. A PF já explicou que esse não era o problema”.

Ao jornal o Globo, Paiva disse achar a atitude de Bolsonaro estranha.

“Foi uma surpresa o presidente ter dito que iria trocar. Não me lembro do último presidente que tenha falado de troca, até porque, em relação ao presidente, o cargo de superintendente da PF é de quatro escalão. Para nós, é um cargo muito importante, mas algo que sempre foi decidido pelo diretor geral”, disse.

“A Polícia Federal é um órgão de Estado, não do governo dele. Ele pode indicar o diretor-geral, não os demais cargos internos”, defendeu Paiva.

PS do Viomundo: O delegado Ricardo Andrade Saadi antecipou em quatro meses a saída do cargo de superintendente da PF no Rio de Janeiro. Um cargo-chave, por se tratar da base eleitoral dos Bolsonaro. Embora Saadi não estivesse ligado diretamente às apurações envolvendo Fabrício Queiroz, suspeito de ser o laranja dos Bolsonaro, ele era um dos responsáveis pela investigação sobre a operação abafa que a Polícia Civil do Rio de Janeiro promoveu para confundir o esclarecimento do assassinato da vereadora Marielle Franco. O inquérito está em andamento e corre em sigilo de Justiça. Um dos supostos mandantes da morte de Marielle, líder de uma milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, Adriano ou Gordinho, ex-capitão do Bope, recebeu homenagem de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e empregou a esposa e a mãe no gabinete do deputado estadual. Adriano segue foragido. A prisão dele tem o potencial de comprometer enormemente a família Bolsonaro.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

“Um dos supostos mandantes da morte de Marielle,
líder de uma milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro,
Adriano Magalhães da Nóbrega, Adriano ou Gordinho,
ex-capitão do Bope, recebeu homenagem de Flávio Bolsonaro
na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e empregou
a esposa e a mãe no gabinete do deputado estadual.

Adriano segue foragido. A prisão dele tem o potencial de comprometer enormemente a família Bolsonaro.”

E já descobriram em que vala ou cova rasa foi enterrado
o Queiroz ?

Ginah

Se a Polícia é um órgão do Estado, precisa ser explicada a atuação partidária da PF na Lava Jato contra o presidente Lula, preso sem provas, e os comentários favoráveis ao Aécio Neves, suspeito de crimes.

Deixe seu comentário

Leia também